Heartbeat escrita por Ana


Capítulo 13
Amusement park


Notas iniciais do capítulo

Depois de 84 anos, atualização.
Então, eu já estava em falta com a fanfic por causa da faculdade, tcc e tudo mais, e daí vem todas as tretas do fandom, que eu acho incrível o poder que ele tem de se destruir por dentro, sendo que nós por shipparmos Swan Queen já sofremos com a pressão dos outros fandoms, também acompanhei o que aconteceu com Classe 309, inclusive os meus sentimentos a autora, porque eu imagino que sensação inicial foi de luto mesmo, mas o carinho que ela recebeu sem seguida foi enorme, e eu também vi pessoas com ideias ótimas desistirem de postar, então eu acho que é hora repensarmos algumas coisas.



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Regina tomava o café da manhã com Henry e Robin, eram oito horas da manhã e já tinha recebido uma ligação da irmã, lembrando-a para que levasse a adolescente até a rodoviária, comprasse uma passagem para o Maine e a colocasse dentro de ônibus de volta para casa.

Tomava o seu café enquanto por cima da xícara via o filho tomando a sua vitamina de banana e enchendo a boca com pedaços de waffles com mel que tinha cortado ele, e do seu outro lado estava a sua sobrinha, que mexia distraída com o garfo em seu café da manhã. Sabia que Robin não estava feliz em voltar para casa sem se despedir de Alice, e estava menos feliz ainda com tudo que possivelmente ouviria ao chegar em casa.

— Você já se decidiu entre as faculdades, Robin?

— Eu acho que sim, tia.

— Pôr que será que acho que é o MIT, e não a Cambridge?

— Os programas de exatas do MIT são muito bons. — colocou uma mecha do cabelo dourado atrás da orelha.

— E esse é o seu único motivo? — a pergunta era puramente retórica, sabia que a irmã mais nova de Emma também estudava lá.

— Então... não é o seu celular que está tocando lá dentro, não? — disse ouvindo o típico toque do iPhone ao longe. Salva pelo gongo.

— Não pode atender o telefone na mesa, mamãe. — Henry ralhou com ela de boca cheia. Lembrava de ser isso que o seu avô dizia, toda vez que alguém atendia o celular durante alguma refeição.

— Por isso que vou atender no meu quarto. — jogou o guardanapo sobre a mesa e saiu rápido em direção ao quarto, onde estava o seu celular, antes que a pessoa que estivesse ligando desistisse da chamada.

Sua aposta era Zelena, de novo, mas desejava que fosse um outro alguém. E era.

— Bom dia, Regina. — a voz de Emma soou disposta do outro lado da linha. Já tinha feito o seu circuito de bicicleta pela cidade e tomado os seus imunossupressores, estava mais do que pronta para começar o dia.

— Bom dia, Emma. — disse sem notar que sorria ao pronunciar cada palavra.

— Eu te acordei?

— Não, o Henry não tem o hábito de dormir até tarde, então essa proeza não foi sua. Mas porquê?

— A sua voz, ela ainda está rouca de sono. — Emma logo imaginou como seria acordar com aquela sendo a primeira voz que ouviria no dia. Certamente seria uma bela forma de começar o dia.

— Ah.

— É.. a sua sobrinha já voltou para casa? — perguntou sem deixar que o silêncio se estabelecesse sobre a conversa.

— Ainda não, ela está tomando café com o Henry.

— Será se você consegue fazer com que ela fique mais um dia? Eu não sei se você ouviu falar, mas tem um parque de diversões na cidade, e a Allie gostaria de ir com ela, e afinal, é domingo, ainda é um dia de laser.

— A Alice que pediu para você falar comigo?

— A causa me comoveu e eu resolvi interceder.

— Posso falar com a minha irmã.

— Promete insistir? É a Alice quem está perguntando.

— Eu prometo. — riu.

— E eu estava pensando que nós também poderíamos ir.

— Você está me convidando para um encontro, é isso mesmo, Swan?

— Claro, um encontro entre você, eu, duas adolescentes e uma criança, porque eu ia dizer para levamos o Henry junto.

— Acho que nunca tive um assim.

— Achei o mesmo. — gargalhou. — Mas e então?

— Vou ligar para Zelena, e caso haja resistência, eu dou o meu jeito.

— A Alice está dizendo o obrigado.

— Diga a ela que não há de que.

— E quanto ao meu convite?

— Eu e o Henry aceitamos.

Como Regina já imaginava, Robin já sabia desse convite, e depois de tomarem o seu café da manhã, ligaram para Zelena, e como também já esperava, precisou dar uma volta na irmã para fazer com que a sobrinha conseguisse ficar mais um dia em Boston.

Por mensagem acertaram o horário em que iriam, e como iriam, que por insistência de Regina, a morena iria apanhar Emma e Alice em casa. Emma riu e aceitou, já sabia onde Regina e Henry moravam, agora era a vez de Regina descobrir onde ela morava.

Quem visse de fora jamais seria capaz de saber em qual dos apartamentos a comoção foi maior quando a hora marcada se aproximou. Emma e Regina queriam estarem bem o suficiente uma para outra, porém vestindo algo que dissesse “ estamos apenas levando as crianças ao parque, nada demais”, com a fuga sendo o seu ponto auge, Robin e Regina já não tinham mais nada a esconder uma da outra, estavam ansiosas e animadas, mas sem dúvida alguma, de todos eles, quem estava mais feliz e não tinha receio algum de mostrar a todo mundo o quanto queria que a noite chegasse logo, era Henry. Desde o momento em que a sua mãe contou que mais tarde encontrariam com Emma, e iriam para um parque diversões, garoto não parou de pular pela casa um só instante, dizia o nome dos brinquedos que gostaria de ir com a sua mamãe e com a sua amiga, e que também brincaria com a prima e a pintora. Estava tão ansioso, que após o almoço nem sequer conseguiu tirar o seu cochilo da tarde, e não foi por falta de insistência de Regina, mas Henry simplesmente não conseguir permanecer deitado.

— Nós vamos na roda gigante, mamãe? — perguntou quando Regina o deitou na cama dele e se sentou na beirada.

— Eu acho que você ainda não tem altura suficiente, filho.

— Eu tenho sim! — se sentou de uma vez e cruzou os braços sobre o peito em protesto.

— Eu, calma mocinho, vai ter mais um monte de brinquedos para você ir.

— E vou querer ir em todos eles.

— Mas será se você vai conseguir?

— Eu vou sim, porque eu sou o incrível Hulk.

— E o Hulk não quer dormir um pouco para poder estar descansado para mais tarde, não?

— O Hulk não precisa dormir, mamãe. — dito isso, pulou da cama e saiu correndo do quarto.

Pontual como sempre costumava ser, as 06:00 p.m., Regina estava estacionado em frente ao prédio de Emma, que mais cedo havia lhe mandando a localização por mensagem.

Quando Emma e Alice desceram, Robin que estava frente com Regina, pulou para o banco de trás, onde ficou com Henry e Alice, e Emma assumiu a frente com Regina.

— Emma! — Henry comemorou assim que a sua amiga entrou no carro.

— E aí, amigão? —  se virou para trás estendeu a mão para que fizesse um toque. — Obrigado por aceitar. — cochichou perto do ouvido de Regina, ao se virar para frente novamente.

Regina sorriu de lado e colocou a sua mão sobre a de Emma. Tinham se visto no dia anterior, mas o toque de suas peles uma contra a outra foi tão reconfortante como se não se vissem a dias.

Demoraram um pouco para acharem uma vaga para estacionarem perto do parque, parecia que metade de Boston tinha decidido ir se divertir ali, afinal, era final de semana, quem poderia culpa-los?

O lado fora nem sequer se comparava ao que acontecia do outro lado dos muros que circundava o parque de diversões. Depois de passarem pela bilheteria e receberam os seus devidos carimbos, que permitiam que eles andassem em todos os brinquedos, viram o mundo que era do lado de dentro. Pessoas iam e vinham, vendedores de pipoca, algodão doce, sorvete e picolé anunciavam os seus produtos, palhaços passavam segurando balões com dezenas de formas de animais e personagens de desenhos animados, para os quais Henry apontava e dizia querer todos eles, casais abraçados e crianças com os pais surgiam de todos os lados, e pela primeira vez em muito tempo, Emma não se sentiu deslocada, desconfortável ou sozinha em lugar assim.

Luzes piscavam por todos os lados, azuis, vermelhas, verdes, de todas as cores que o espectro permitia, piscavam e denunciavam a presença dos enormes brinquedos, que giravam e emitiam músicas convidativas aos que passeavam pelo parque.

— Eu quero ir naquele ali mamãe. Não! Quero ir naquele. — Henry não sabia para onde olhar, tantos eram os brinquedos, e tão convidativos, que os seus olhos se moviam atentos em todas as direções.

— Nós vamos no trem fantasma, está bem? — Alice avisou pegando na mão de Robin.

— Eu vou junto. — Henry fez força para soltar da mão de Regina.

— Ah, mas não vai mesmo. Nesse não filho.

O garoto cruzou os bracinhos em desagrado.

— Esse é super besta, Henry, é só um carrinho andando nos trilhos, sem graça nenhuma. Não é, meninas?

— É sim. — Robin respondeu — Só vamos nele porque você sabe que eu tenho medo de altura. — cochichou para o primo mais novo.

— Vem cá. — Emma o pegou no braço e colocou o garoto nos seus ombros.

— Emma, não... O Henry é pesa... — Regina começou a argumentar, mas Henry já estava sentado nos ombros de Emma. — Okay, já vi aqui vou ser voto vencido.

Quando Robin e Alice de afastaram, elas e Henry voltaram a caminhar pelo parque.

— Já escolheu em qual outro brinquedo nós vamos? — Emma perguntou ao garoto.

— Eu posso ir no carrinho de bate-bate?

— Mas é claro, vamos jogar todo mundo para fora da pista.

— Ei, não vai ensinar o meu filho a ser um barbeiro no transito!

Cada uma pegou uma carrinho e Henry ficou no mesmo que Emma.

— Mamãe. — Henry acenou para Regina que estava do outro lado da pista, até que uma criança mais velha, dirigindo sozinho o seu carrinho, acertou no que ele estava com Emma. — Ei! — reclamou.

— Mas a brincadeira é essa, Henry — Emma explicou. —, tem que acertar os outros carros.

— Então vamos atrás dele, agora!

E logo uma perseguição teve início. Emma seguia de perto o garoto que os tinha acertado, com Henry instigando e incitando que ela empurrasse o carro da frente, que claro não batia com muita força. Continuaram brincando com o garoto em questão e outros que também atravessavam o caminho deles, até que um tranco os jogou para frente fazendo com que batessem com um pouco mais de força nos outros carrinhos.

— Essa foi muito forte? — logo atrás, Regina gritou por cima de todo o barulho.

— Ei, e sobre não ensinar ele a ser um barbeiro? — Emma levantou os braços. — Qual é?

— Desculpa.

— Desculpa nada, aperte o cinto Henry, nós vamos jogar alguém para fora da pista.

Apressada, Regina saiu de ré enquanto Emma fazia a curva para começar a perseguição.

— Foi sem querer. — Regina gritou por cima do ombro, enquanto batia em quem estava na frente tentando fugir de Henry e Emma.

— Rápido Emma, mais rápido, a mamãe vai fugir. — tentou se pôr de pé, mas a trava do carrinho não deixou.

— Sentado mocinho, estamos em perseguição, mas vamos continuar seguindo as leis.

— Lá, lá, lá, lá, lá, vocês não me pegam. — Regina se virou e mostrou a língua para eles, e nesse exato momento um outro carrinho se chocou contra a lateral do seu, fazendo com que ela virasse e só parasse ao bater contra as grades.

— A gente pegou você. — Henry contou vantagem — A gente é mau. — gargalhou.

Emma riu até a sua barriga doer da cara que Henry fazia.

— Obrigado por perguntarem se eu estou bem, e a propósito, estou ótima.

Logo o tempo que tinham o brinquedo acabou, e novamente caminhando com Henry nos ombros de Emma, saíram em busca de outros brinquedos.

— Mamãe, vamos na cama elástica comigo. — Henry pediu fazendo biquinho.

— Eu acho que já sou bem grandinha para esse brinquedo, filho.

— Por favorzinho, mamãe.

Vendo que a criança pedia para a sua mãe entrasse no brinquedo com ele, o moço responsável pela cama elástica pediu que eles esperassem um pouco e adiantou as crianças que estavam na frente, para que só entrasse o garotinho a sua mãe, devido ao limite de peso do brinquedo.

Quando finalmente chegou a vez deles, deixaram os seus calçados, a mochilinha que levavam com coisas para caso Henry precisasse, e a carteira de Regina com Emma.

Henry pulava para todos os lados, se jogando de um canto para outro, caindo e levantando, enquanto Regina se mantinha a mais parada possível, se mexendo apenas devido ao movimento na cama elástica que os saltos de Henry causavam.

— Se solta, Regina. Não vai me dizer que você tá com medo?! — do lado de fora do brinquedo, Emma falou alto perto dela.

— Me segura, mamãe. — Henry gritou, e antes que ela pudesse dizer que não, ele já vinha voando em sua direção.

Quando Henry aterrissou em Regina, caíram os dois na cama elástica.

— Vem mamãe, não faz medo não. — o garoto se levantou e estendeu a mãozinha para Regina que continuava deitada.

— Tem certeza?

— Aham. — Henry afirmou com a cabeça.

— Então  bom.

Com um pouco de dificuldade Regina se levantou e começou a pular devagar na cama elástica.

— Mais alto, mamãe. — o garoto pedia enquanto pulava ao redor dela.

— E assim? — perguntou pulando.

— Mais alto.

— Mais alto?

— Até tocar na lua.

Pularam e pularam até cansarem, e foi quando finalmente caíram e ficaram feitos de costas olhando para o céu.

— Você tá vendo a lua, mamãe? — Henry apontou para a grande a lua cheia ao horizonte que banhava cidade com o seu brilho.

— Eu acho que já está na hora de vocês saírem. — Emma avisou.

— É, eu tô sim filho. — Regina se levantou e estendeu a mão para que Henry a pegasse e que pudessem sair.

Depois da cama elástica também foram no carrossel a pedido de Henry, que montado em um cavalo branco, brincou de ser o príncipe encantado, enquanto Emma, que estava em um unicórnio ao seu lado, era a sua princesa. Regina que acompanhava o filho no cavalo, só tinha olhos para assistir a ele e Emma brincando, e imaginou como seria tê-los brincando na sala de casa.

— Emma, você viu que a mamãe e tava com medo? — Henry falou olhando para cima, enquanto caminhava segurando na mão de Emma e da sua mãe depois de saírem do carrossel.

— Eu vi, ela estava morrendo de medo de pular.

— Que mentira! — Regina protestou.

— Nem vem, Regina.

— É, nem vem mamãe. — Henry imitou.

— Vocês dois juntos são um terror.

Emma olhou para baixo e piscou para Henry, o garoto também tentou imitar o gesto, mas só conseguia picar os dois olhos juntos, o que arrancou uma risada de Emma.

— Mamãe, eu tô com fome.

— E o que é que você quer comer?

Henry olhou todo o perímetro ao seu redor, ali tinha tantas coisas que ele queria, mas um food truck com enorme hot dog em cima foi quem lhe chamou mais atenção.

— Eu quero cachorro quente.

Quando foram subir os degraus do food truck, cada uma suspendeu o menino por um de seus braços fazendo com que ele subisse dois degraus de cada vez.

— Iupi!

— E o que é que você vai querer, amigão? — Emma perguntou depois que ela e Regina fizeram os seus pedidos.

— Eu vou querer o mais grande de todos que você tem aí. — disse sério a atendente, que não se conteve riu.

— Agora me diz, para onde que vai tudo isso aí, heim? — fez cócegas na barriga dele fazendo com que Henry soltasse um gritinho agudo.

Enquanto os seus pedidos eram preparados, desceram os degraus, fazendo com que Henry pulasse muitos de uma vez novamente, e escolheram uma mesa para se sentarem e esperarem.

— Eu tirei algumas fotos enquanto estavam na cama elástica. — Emma disse tirando o celular do bolso.

— Você deixa eu ver, Emma? — o garoto pediu.

— Claro. Você passa para cá,  bom? — entregou o celular a Henry.

— Uhum. Olha essa aqui mamãe.

Henry virou para Regina, e na foto em questão estavam os dois no ar, com os cabelos ao vento enquanto seguravam um na mão do outro.

— Você pode mandar para mim depois? — Regina pediu.

— Claro, bom, a qualidade não é a mesma com a qual você está acostumada a receber na revista, eu queria ter trago uma das minhas câmeras, mas acabei esquecendo.

— Até quando você não está trabalhando, você está trabalhando. Depois me chamam de workaholic. — Emma riu.

— É só que... gosto de guardar os momentos, e também nunca se sabe quando você vai precisar alguma foto autoral. Ser fotógrafa de modelos não a minha maior aspiração de vida, Regina.

— E qual é a sua aspiração, Emma Swan? — Regina apoiou os cotovelos na mesa e o queixo nas mãos.

— Talvez um dia, em um futuro distante, montar a minha própria exposição.

— E vai ter foto minha? — Henry ficou de pé em cima da cadeira, fazendo lembrar que ele também estava ali.

— Mas é claro que vai. — Emma bagunçou o cabelo dele.

— Mamãe, olha a Robin ali.

Henry apontou na direção em que as meninas estavam e Regina acenou com a mão para que elas os vissem.

— Vocês foram no trem fantasma? — Henry perguntou quando migrou da cadeira em que estava para o colo de Emma, para que Alice pudesse se sentar, enquanto Robin fazia os seus pedidos.

— Fomos, e foi bem besta, não levamos nem um sustinho sequer.

— Que chato, eu fui no carrossel, no carrinho de bate-bate e na cama elástica, não foi mamãe?

— Foi sim.

— Você foi nisso tudo e não chamou? — Alice fingiu estar magoada.

— Não fica assim, a gente vai de novo e leva você, viu?

—  bem.

Os pedidos delas chegaram primeiro que o pedido das garotas, e como Henry estava no colo de Emma, foi ela que o ajudou com lanche.

— Não quer me dar ele? — Regina perguntou baixinho.

— Não, está tudo bem.

— Nossa Henry, que cachorro quente grande, me dá um pedacinho? — Robin provocou o primo cutucando o lanche dele.

— Não, sai daqui. Você já pediu o seu.

— Manda ele dar uma mordida, tia.

— Manda ela sair daqui mamãe. Eu vou mandar a Emma bater em você. — ameaçou.

— E o que eu tenho a ver com a briga de vocês, Henry?

— Lembra o que vovô disse, que você não pode ser egoísta?

— Mas é a minha comida. — Henry fez um biquinho e todas irromperam em risadas.

O menino só baixou a guarda com o seu lanche quando os pedidos de Alice e Robin chegaram.

— Pintora. — Henry disse com a boca cheia.

— Mastiga e engole primeiro, depois você fala. — Regina advertiu.

— Pronto. — disse abrindo a boca e colocando a língua para fora, para mostrar que já tinha engolido a comida.

— Muito bem.

— Pintora — se virou para Alice. —, a Emma já tirou um monte de fotos minhas, você vai pintar um quadro para mim também?

— Henry! — Regina e Robin ralharam o mesmo tempo. Emma e Alice gargalharam.

— Então, você pode me chamar de Alice mesmo, ou só de Allie, e segundo, do que é que você gosta?

— Henry, eu não te criei enxerido assim.

— Eu gosto dos avengers — disse ignorando a fala da mãe. —, gosto do Hulk, eu tenho um copo dele, sabia? E eu gosto da lua, gosto mais dela do que todos eles.

— Certo, quando eu fizer o seu quadro, mando a Emma te entregar, está bem?

— .

— E como que se diz filho?

— Obrigado Pin... Allie. — se corrigiu.

Terminado os seus lanches e com as energias repostas, voltaram a passear pelo parque. As garotas iam caminhando na frente, com Henry entre elas, que carregava consigo um par de luvas no formato do punho do Hulk, o garoto tinha ficado em estado de êxtase quando Emma comprou para ele, que vinha logo atrás com Regina.

— Você já tinha morado em Boston antes, se não me engano, não era? — Emma perguntou.

— Já sim.

Em uma vida que agora parecia muito distante, Regina pensou.

— Você já tinha vindo aqui?

— Nunca, e você.

— Eu e os meus pais costumávamos vir toda temporada, morávamos em Norwood e eles faziam questão de me trazer, e continuamos vindo depois que a Allie nasceu, e as vezes eu vinha sozinha escondida também. — confessou.

— Vejam só, uma garota que fugia de casa. Você deveria aprontar horrores.

— Um pouco. — coçou a nuca.

— Mãe, olha lá a roda gigante. — Henry apontou empolgado para o círculo luminoso que se erguia diante deles.

Ela piscava em vermelho, verde e azul, ora as luzes se comportavam como os graves das batidas de uma música, ora rodavam como um cata-vento, convidando a todos para um passeio nas alturas.

— Você tem medo de altura? — Emma perguntou a Regina.

— Não.

— Iria na roda gigante comigo se eu pedisse?

— Se eu disser que não?

— Te levo nos braços e sem discussão.

Emma pegou na mão Regina e marchou em direção ao brinquedo, onde quase todas as cabines que comportavam quatro pessoas pareciam estarem ocupadas, e o brinquedo próximo de começar a rodar.

— Olhem o Henry. — Regina gritou por cima do ombro e jogou a mochilinha do filho para Robin.

Mostram os seus carimbos, a roda girou um pouco fazendo com que uma cabine chegasse até elas, e sem mais pessoas na fila, o responsável pelo brinquedo fechou a porta de proteção, e a roda gigante, lentamente como se despertasse de um sono profundo, começou a girar.

A medida em que iam subindo, toda uma Boston luminosa se mostrava para elas, e com a cidade, a lua cheia e o Prudential Tower, que com a sua enorme antena no topo, parecia ser uma criança travessa querendo espetá-la com uma agulha.

Durante a primeira volta apreciaram a vista da cidade, enquanto viam todos diminutos lá em baixo, e até acenaram para Henry, que saltitante acenou de volta.

— Você não tem mesmo medo de altura, não é? Porque se você enfartar aqui em cima, eu não vou saber o que fazer.

— Não, eu só estou pensando em se o brinquedo parar com a gente no todo. — Regina deu uma cotovelada de leve em Emma.

— É que você ficou tão quieta de repente.

— Eu só estou me segurando para não passar todo esse tempo te olhando e perder essa vista.

— Eu não me incomodaria com isso.

— Não?

— Hum-hum.

Emma se virou ficando de lado para ela, onde fez um carinho na bochecha dela com o dorso da mão. Com os olhos fechados, Regina se permitiu sentir muito mais do que só aquele toque macio, sentia o calor emanado pela pele dela, fruto do sangue que corria em suas veias e do coração pulsante.

— Estamos parecendo crianças. — Regina riu e baixou a cabeça.

— Mas você sabe que não tem ninguém como nós aqui, não sabe?

— Adultos fingindo serem crianças?

— Apaixonadas.

— Apaixonadas?

— É.

Regina aproximou o seu rosto do dela e roçou os seus lábios no alto da mandíbula de Emma, e logo sentiu a respiração dela mudar, passando a ser mais curta, com o ar sendo expirado pela boca. Desceu deixando uma trilha de beijos até a boca dela, e quando os seus lábios finalmente se tocaram, mesmo lento e calmo, seu beijo era passional, e com uma eletricidade que já era mais do que conhecida entre o toque delas.

— O que você tem que me prende tanto a você assim? — Regina perguntou baixinho enquanto roçavam seus narizes em um beijo de esquimó e Emma sorria.

— Talvez esse seja o meu super-poder, acho até que faço parte dos vingadores

—Acho que você está mais para a Super Girl, de dia trabalha em uma revista e a noite salva a cidade de todo o mal.

— Foi a falta de um óculo de grau que me entregou? Agora que você descobriu a minha identidade secreta, você não pode contar para ninguém, nem mesmo para o Henry.

— Acho que posso guardar esse segredo.

— Se você guardar o meu, prometo também guardar o seu.

— E por acaso, qual seria o meu segredo?

— Que você está apaixonada por mim.

— Emma...

— É uma inverdade?

— Não! É só que... tem tantas coisas que nós ainda precisamos saber sobre a outra. — Regina baixou um pouco o seu tom de voz.

— Eu bem sei. — Emma olhou para as suas mãos que seguravam as de Regina.

 

— Mamãe, eu vi você e a Emma lá em cima. — Henry saiu correndo na direção de Emma e Regina assim que elas desceram da roda gigante.

— Você viu, filho?

—Aham, vocês tavam bem pequenininhas lá em cima. — Henry segurou na mão dela e de Emma quando voltaram a andar, para ele tudo continuava exatamente como quando elas entram no brinquedo.

Emma tirou algumas fotos de Robin e Alice a pedido delas com balões temáticos da Elsa e do Olaf, e Henry também pediu que ela tirasse uma foto dele com as suas novas luvas no formato dos punhos Hulk, e depois pediu que a sua prima tirasse uma deles três, a sua mãe, a sua incrível amiga e ele.

Emma colocou o seu mais novo amigo nos ombros, que bateu os punhos um no outro, e se surpreendeu quando Regina a abraçou pela cintura, o que lhe passou, mais do que nunca, a sensação de pertencimento.

— Alice, você viu se já passamos pelas barraquinhas de jogos? — Emma perguntou a irmã quando voltaram a andar.

— Não que eu tenha notado.

— Você viu, Robin? — as duas, ela e Alice caminhavam de mãos dadas.

— Não passamos ainda, elas devem estar mais para frente.

— Emma, você é péssima nesses jogos, só vai passar vergonha de graça.

— Deixa Alice, é isso mesmo que eu quero ver. — Regina brincou.

— Vocês vão ver, eu vou ganhar todos os prémios.

 

— Vamos Henry, o que você quer que eu ganhe daqui? — Emma falou ao chegarem nas barracas de alvo.

— Hum... eu quero aquele ursinho ali. — Henry apontou para urso marrom com gravata borboleta pendurado em um painel.

— Eu esperava algo mais desafiador, mas tudo bem. O que eu tenho que fazer para ganhar aquele urso? — perguntou ao dono da barraca.

— Acertar cinco garrafas com cinco argolas.

— E quantas argolas eu tenho?

— Sete.

— Puff! Cinco argolas seriam o suficiente. — zombou.

A primeira argola que Emma arremessou, nem ao menos chegou a alcançar as garrafas, ela caiu no chão no meio do caminho.

— Eu acho que você não vai conseguir esse urso, filho, não desse jeito. — Regina gargalhou.

— Essa vai. Espera. Eu só preciso estar na distância certa. Espera... Aê! — gritou em comemoração quando finalmente acertou.

A terceira argola ricocheteou e quase acertou Emma de volta, sem margens para erros, a quarta caiu por trás das garrafas, e sem mais chances para conseguir o urso para Henry, todas as outras jogadas foram uma sucessão de erros.

— Você é muito ruim, Emma.

— Até você Henry?! — disse indignada. — Eu só estava me aquecendo. Vamos para barraca de tirou ao alvo. Qual é o maior prémio que você tem aqui?

— Aquele unicórnio de pelúcia ali, moça.

— Emma, eu acho que você quer ir à falência. — Robin também brincou.

— Então, quantos tiros eu tenho? — Emma perguntou ao moço sem se importar com o que elas diziam.

— Onze tirou para dez alvos.

No primeiro tiro dado por Emma, ao puxar o gatilho, a espingarda deu um tranco forte a coronha acertou o seu rosto. Ninguém nunca descobriu onde a balinha foi parar.

— Chega Emma, eu não consigo mais ver isso. — Regina puxou a trava de segurança e tomou a espingarda das mãos de Emma.

— Ei! — protestou — Eu ainda tenho mais dez.

— Eu sei, e eu vou ganhar esse unicórnio.

Regina apoiou a soleira onde o seu ombro se articulava com a escápula, encostou a bochecha na coronha e fechou um dos olhos enquanto mirava. Certa de que acertaria o alvo, tirou a trava e puxou o gatilho. Em questões de segundos o alvo estava tombado.

— Mas como que...?

— Aê mamãe! — Henry comemorou batendo as suas luvas uma na outra e pulando.

— Uou, é isso aí, tia!

— Porque você não fez isso antes, em vez de deixar ela passar essa vergonha toda, heim? —

— Alice! — Emma repreendeu a irmã mais nova. — E como você fez isso?

— Contra as ordens da minha mãe, o meu pai ensinou a mim e a Zelena a atirar para caçar lebres da neve durante o inverno. E também acho que ele ensinou a Robin escondido.

— Se o Jekyll descobre isso, ele nunca mais te olha atravessado na revista.

— Você quase estragou toda a noite, Emma.

— Desculpa.

— Vem cá, eu vou te ensinar a usar uma espingarda. Segura ela.

— Assim?

— Não, você coloca ela aqui e apoia o rosto assim.

— Mas ela vai bater no meu rosto.

— Desse jeito não, porque assim você vai se movimentar com ela.

Regina se colocou atrás de Emma unindo o seu corpo ao dela e simulou o tranco que a arma daria.

Emma precisou respirar fundo enquanto mordia o seu próprio lábio inferior.

— Viu o que vai acontecer se você ficar assim.

— Uhum, vi.

— Então você segura ela como eu mandei e se posiciona assim, porque desse jeito você vai ter mais apoio. — disse separando as pernas de Emma com a sua.

 O roçar do corpo de Regina no seu era quase torturante para Emma, que se perguntava se ela fazia de propósito.

— Agora você mira, e quando o alvo estiver bem no meio dessas barrinhas verdes que aparecem na mira, você pode puxar o gatilho.

A espingarda disparou e o alvo caiu.

Quando Regina afastou o seu corpo do de Emma, ela quase pediu para que a morena voltasse.

— Acho que agora você consegue derrubar os outros sozinha.

— Não, eu não consigo, ainda preciso da sua ajuda.

Regina riu abertamente, sabia que tinha provocado Emma.

— Tudo bem, vou te ajudar de novo, mas só dessa vez.

— Está bem.

Regina se posicionou atrás dela de novo e repousou suas mãos na cintura de Emma enquanto ajeitava a espingarda.

— Você está pronta? — perguntou ao ouvido de Emma, que respondeu apenas com um aceno de cabeça.

Terceiro, quarto, quinto... décimo, todos os alvos tombaram, mas Regina se manteve ali enquanto Emma acertava cada um deles, com o queixo apoiado no ombro dela, sentia o cheio do cabelo recém lavado da loira e o perfume emanado pela pele alva. Se perguntava como seria passar uma noite inteira sentindo aquele perfume.

— Muito bem. — Regina sussurrou e deixou um beijo no pescoço de Emma.

— Aqui a está o seu prêmio. — o moço da barraca entregou o grande unicórnio de pelúcia a loira.

— Acho dá para eu ir para casa montada nisso aqui. — brincou.

Quando voltaram para o carro, Henry mal conseguia andar e carregar o peso das luvas ao mesmo tempo, estava tão cansado, que adormeceu assim que foi colocado na cadeirinha.

Quando Regina estacionou em frente ao prédio de Emma, Alice e Robin desceram para se despedirem, afinal, no dia seguinte a mais nova dos Mills voltaria para casa, deixando as duas sozinhas no carro.

— Ele apagou mesmo. — Emma disse olhando Henry por cima do ombro.

— Acho que foi muita diversão para um dia só, e tudo graças você, de novo.

— Só achei que vocês fossem gostar.

— A ideia não foi da Alice para sair com a Robin, não?

— Então... foi minha.

— Foi uma ótima ideia, aliás.

— Sério?

— Uhum.

E sem deixar que dissessem mais uma palavra, Emma puxou Regina pelo colarinho da blusa e a beijou, suas línguas travavam uma pequena guerra pela dominância, mas era justamente ela que tornava aquilo ainda mais libidinoso. Regina tentou trazer Emma mais para perto si, o que infelizmente foi esforço fracassado, o unicórnio no colo de Emma as impediu, fazendo com rissem entre os seus beijos.

— Nos vemos na revista amanhã? — Emma disse parada do lado de fora do carro.

— Na porta da minha sala tem uma placa com o nome “Editora Chefe” escrita, não tem erro. — brincou.


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Notas finais do capítulo

Bjus e até o próximo capítulo.