Heartbeat escrita por Ana


Capítulo 12
Where's Robin?


Notas iniciais do capítulo

Sei que já faz um tempo que Heartbeat está sem atualização, e além da rotina puxada, isso aconteceu porque eu acabei perdendo esse capítulo , ele já estava finalizado e acabei perdendo tudo, e ter que começar a escrever tudo de novo foi bem desanimador. Confesso que o capítulo não tá do jeito que eu gostaria que estivesse, mas eu não queria que a fic ficasse parada por mais tempo.



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Depois da tarde passada com Regina e Henry, Emma chegou em casa andando nas nuvens, tanto que nem as piadas de Alice ou ter que pagar dez dólares a ela por uma aposta fracassada lhe incomodaram. Amou tudo naquele dia, e só conseguia pensar em quando seria o próximo final de semana que passariam todos juntos de novo.

Emma terminava de fazer as fotos para revista daquela semana; adorava o clima que tinha criando no estúdio, mas naquele ensaio tudo estava ainda mais vibrante, estava cheia de equipamentos novos e tecnológicos, e também tinha Regina e Henry, que apenas o pensar neles tornava qualquer atividade mais agradável. Sabia que precisa acertar algumas coisas, até mesmo consigo mesma, que precisava resolver, mas tudo isso evaporou de sua mente quando Regina entrou no estúdio cumprimentando todas as modelos.

Regina estava se tornando cada vez mais conhecida, e não mais por ser a nova editora chefe da revista, mas por ser a editora chefe da Gold’s Magazine, que ela gradativamente ia transformando em um espaço de não manutenção dos absurdos padrões estéticos, com casting de modelos ainda mais diversos, e que Emma amava fotografar.

— Como estão as coisas por aqui? — Regina se aproximou de Emma enquanto as modelos se organizavam no espaço para a próxima seção de fotos.

— Tudo indo muito bem. — Emma sorriu.

— Acha que teremos todas as fotos hoje? Gostaria de escolher as que vão para revista ainda essa tarde.

— Talvez um pouco depois do meio dia nós já tenhamos terminado.

— Então eu volto aqui depois, não quero atrapalhar o seu trabalho. — empurrou Emma de leve com a lateral do seu quadril.

— Você nunca me atrapalha, e se não estiver muito ocupada lá em cima, eu não me importo que fique aqui. — disse pagando discretamente a mão de Regina.

— Ok, vou sentar ali atrás enquanto você termina, está bem?

Enquanto caminhava até o fundo do estúdio para se sentar em uma das poltronas, Regina passou por Jekyll, que como em todo ensaio se encontrava sentado intimamente com as modelos e cochichando aos ouvidos delas. Ele lhe lançou um sorriso debochado que Regina retribuíu da mesma forma, se perguntando o quanto ele tinha visto.

Regina ficou vendo Emma trabalhar, assistia a forma como ela regia o ensaio, era de uma maneira tão natural, que ela parecia ter nascido para fazer aquilo. Se movia, voltava ao tripé, se agachava, subia em uma escada dobrável para obter ângulos superiores, pedia aos modelos para que mostrassem os seus melhores carões, obtendo assim as melhores fotos.

Quando o ensaio acabou as modelos começaram a se dispersar, trocavam de roupas e as entregavam a Cruella, que as organizava nas araras para em seguida subir com elas para a redação, e Jekyll saiu abraçado com uma delas, e logo o estúdio estava vazio.

Emma pegou o notebook na bolsa e passou os arquivos dos cartões de memória das câmeras para que Regina pudesse as fotos e fazer as suas escolhas. Com o horário de almoço passando, ligaram para Belle e pediram que ela fizesse os seus pedidos, e com eles em mãos e a falta de mesas no estúdio, sentaram no chão, se encostaram nas poltronas e comeram.

— Você tem falado com a Belle, no outro dia vi que você a levou para a sua sala. — disse mexendo distraída com o garfo na carbonara que tinha pedido.

— Não, mas eu também não perguntei mais nada, acho que se ela se sentir à vontade vai conversar comigo. O Gold deve ter te contado tudo. — Regina acenou em positivo com a cabeça.

— Bom, ele tem tentado, sabe, está abrindo mão de algo que eu não sei se seria capaz. — disse distraída.

— Mas o Gold não é o prejudicado dessa história pela visão histórico-sociocultural, mesmo odiando isso, sei que muitos apontariam o dedo para Belle e a acusariam de ser interesseira e estar querendo dar um golpe, e se ele a ama mesmo, o que seria tão sacrificante em prol do que eles sentem? — Emma falou um pouco mais alto.

— Ele está se afastando da revista, cada dia passa menos tempo aqui, e sempre que vem é para levar algo da sala dele embora, e ela nem ao menos parece conseguir ver isso. — se inclinou para frente.

— Que bom que ele está fazendo algo pela relação deles, mas será que ele não pensou em só apoiar ela? Estar ao lado dela e realmente mostrar que o que as outras pessoas pensam não importa? Só espero que depois ele não apareça querendo jogar na cara da Belle o que ele fez. — largou a comida para o lado e pegou o notebook.

— Emma! Por acaso foram essas coisas que você disse a ela? Porque se sim, fico muito feliz que ela não tenha te dado ouvidos e que agora eles estejam conversando de novo.

— Não, não foi isso que eu disse, na verdade o que falei foi o oposto, disse que ela não deveria ligar para nenhuma daquelas opiniões.

— E o que foi que deu em você?

— Você não seria capaz de fazer o mesmo que ele está fazendo pela relação deles?

— Essa revista é o projeto da vida dele, Emma.

— Uhum. Você acha que essa foto tem potencial para capa? — virou o notebook para Regina.

— O que foi, Emma?

— Nada.

— Emma...? — tirou os restos do almoço que estava entre elas, o notebook do colo de Emma, e sentou de indiozinho de frente para ela.

— É que eu não consigo não me identificar com a Belle.

— Olha, eu não sou o Gold, não sou dona de nada, até gostaria — riu. —, mas não sou, e nós não somos eles. Não vamos deixar que os problemas deles respinguem na gente, vamos ser só as amigas e ajudar caso seja pedido. E além do mais, eu sou bem mais bonita do que o Gold, você não acha?

— Eu não sei não, você já viu o nariz dele? Tem um ângulo impecável.

— O que? O meu é muito melhor.

— Puf!

— Estamos bem agora? — segurou as mãos dela nas suas.

— Não que nós estivéssemos mal antes. — rolou os olhos.

Com a ajuda de Emma terminou de escolher as fotos para a edição e as enviou para Kristin, para que ela as adicionasse ao e layout, e ao final da tarde desceram juntas para o saguão.

Tendo dado o horário em que as crianças estavam sendo liberadas da creche, Emma acompanhou Regina quando foi buscar Henry, queria aproveitar para dar um abraço no garoto, e o que viram fez com que Regina entrasse em modo de ataque, mas foi Emma quem se precipitou.

— Esse é o menino que tem importunado você, Violet? — Jekyll falou agarrando de supetão a mão da menina.

— Não papai. — Violet choramingou.

— O último menino que ficou enchendo o saco da minha filha foi o João. — disso pondo o seu rosto na altura do rosto do garoto.

— Que João? — Henry perguntou se afastando um pouco para trás.

— Exatamente! — mostrou os dentes.

— Mas o que é isso, Jekyll? — Emma pós a mão no ombro dele o afastando de Henry.

— De quem é esse garoto, Swan?

— Esse menino é o meu filho. — Regina pegou na mão do Henry e o tirou de perto de Jekyll.

— Mas é claro que tinha que ser — debochou —, pois trate de manter o seu filho longe da minha filha, Mills, não quero esse pestinha rondando ela.

Com os olhos atentos, as crianças olhavam assustadas de um lado para o outro, acompanhando cada fala.

— Está tudo bem aqui? — a diretora da creche se aproximou daquilo que parecia ser uma pequena e calorosa reunião.

— Tenho certeza de que a Regina cuidará para que fique. — segurando na mão de filha, Jekyll se retirou da creche.

 

— O papai da Violet não gosta de mim, mamãe? — Henry perguntou enquanto sua mãe lhe prendia na cadeirinha. Estavam no estacionamento.

— O papai da Violet é um...

— Regina! — a cabeça de Emma surgiu ao lado da dela. — Ele é só um pai ciumento Henry, só isso, está bem?

— Uhum. — concordou com a cabeça.

— Eu nem sabia que o Jekyll tinha filhos — Regina disse quando fechou a porta de trás do carro. —, nunca o vi na creche vindo pegar a menina, era sempre um outro homem. Não vai me dizer que eles...

— Não, eles são irmãos.

— Irmãos?

— Aham. É sempre ele quem vem buscar a menina, porque o Jekyll normalmente fica na revista até depois do horário que a creche fecha. Na verdade, poucas foram as vezes que vi o com ela.

— Então quer dizer que esse foi o meu dia de sorte?

— Exatamente.

— E a mãe dela?

— Eu não sei bem quanto a veracidade de tudo isso, mas Ruby me contou que ela foi embora, que fugiu logo depois de ter dado a luz, sumiu e ele nunca conseguiu encontrá-la.

— Se nem ela conseguiu aguentar ele, não me admira que eu consiga apenas tolerá-lo. Okay, dizer isso foi um pouco infeliz da minha parte.

— Acho que tudo bem, ele não sido não tem sido nem de longe uma boa pessoa com você

Depois de uma manhã inteira e parte da tarde de sábado em reunião com os anunciantes da edição de Páscoa da revista, Regina passou para pegar o filho na casa de Granny, onde teve uma bela surpresa ao encontrar Elsa Arandelle, uma das mulheres que foram entrevistadas para edição do dia mulheres, sentada no chão da sala e brincando com o seu filho.

— Elsa?

— Regina — a platinada se levantou e a abraçou. —, quanto tempo?!

— Desde quando marcamos a sua entrevista, acho, mas o que você faz a...

— Amor, você viu onde eu coloquei o meu celular? — Ruby perguntou descendo as escadas correndo, o que respondeu a pergunta de Regina antes mesmo que ela a fizesse. — Oh, Regina, eu não sabia que já tinha chegado para pegar o Henry.

— Tudo bem, Ruby? — a redatora sorriu passando a mão na nuca e acenou em positivo com a cabeça.

—  na cozinha, tia Ruby. — Henry respondeu.

— Ah, obrigada.

— A Granny está aqui? — Regina perguntou.

— Ela está na cozinha. — Elsa respondeu.

— Ela  fazendo um bolo de chocolate só para mim, mamãe.

— Só para você? — se sentou perto do filho — Mas você não acha que um bolo inteirinho só para você é muito?

— Não — negou com a cabeça —, cabe tudo aqui. — apontou para a própria barriga.

— É se te der uma dor de barriga?

— É só eu ir no banheiro, mamãe.

— Meu Deus, como eu não tinha pensado nisso antes? — bateu na própria testa.

Em casa com o Henry e com uma grande fatia de bolo para mais tarde na geladeira, Regina ajudou o filho com banho, que cada vez se tornava mais independente, ainda fazia muita bagunça com o sabonete, mas a higiene era descente. Com ele limpinho e assistindo desenho na sala, se permitiu tomar um bom banho também, com água morna para relaxar os músculos.

Vestida no roupão, penteava os cabelos de frente para o espelho do closet quando ouviu o vibrar do celular vindo de dentro da bolsa que tinha usado no dia. Quando finalmente conseguiu encontrar o aparelho, seja lá quem que estivesse ligando, tinha desistido de aguardar na linha.

Quando desbloqueou o celular a infinidade de mensagens de texto e de voz, e de ligações não atendidas lhe surpreendeu. Tinham algumas do seu pai e de Robin, o seu cunhado, mas a maioria esmagadora eram de Zelena.

Regina digitava o número irmã para ligar de volta, quando o celular voltou a tocar.

— Até que fim que você me atendeu.

— O que foi? Ia olhar agora as suas mensagens, mas nem tive tempo para ...

— A Robin está com você?

— O que? Não.

— A Robin fugiu, Regina!

— Como assim fugiu?

— Depois do aconselhamento universitário na escola ela não voltou para casa, achei que estivesse com o papai, mas ela não estava, e agora a pouco o John, amigo do Robin, disse que viu ela perto da rodoviária mais cedo. Eu acho que ela foi para aí, que foi para Boston.

— Ela não me procurou, não me ligou e nem nada, porque acha que ela veio para cá?

— Por causa da irmã da sua namorada.

— Ela não é minha namo... Porque você acha que a irmã da Emma tem alguma coisa a ver com isso?

— Desde que nós fomos aí, elas têm se falado por mensagens e ligações. Eu só não peguei o carro ainda por que o Robin não deixou, e ele não quer assustar o Roland, ele queria que eu falasse com você primeiro.

— Ele está certo, eu vou falar com a Emma, e se a Robin estiver com a Alice, eu vou encontrá-la, mas por favor, só não pegue a estrada essa hora, daqui a pouco vai anoitecer e eu não quero você dirigindo no escuro. Eu vou achar a Robin.

Assim que encerrou a ligação Regina ligou para Emma.

— Emma, a sua irmã está por perto?

— A minha irmã?

— É Emma, a sua irmã.— disse nervosa.

— O que você quer com ela?

— Por favor, Emma, ela está aí ou não?

— Não — respondeu sem entender nada. —, ela saiu de casa cedo, foi para a universidade e ainda não voltou.

— Você pode ligar para Alice e perguntar se a minha sobrinha está com ela?

— Posso, mas você pode me explicar o que está acontecendo? Eu não estou entendendo nada.

— A Robin fugiu de casa e a Zelena acha que ela veio para cá, e que está com a sua irmã.

— Ai não...

— O que foi, Emma?

— Vi e ouvi várias vezes a Alice falando no telefone essa semana, devia ser com a sua sobrinha.

— Por favor, liga para ela.

— Vou ligar, espera na linha, está bem?

— Aham. — e então a ligação ficou muda, e os minutos seguintes pareceram serem intermináveis.

— Ela não me atende, se elas estiverem juntas, deve sabe o porquê de eu estar ligando. — ouviu Regina suspirando do outro lado da linha.

— Você não sabe mesmo onde ela está? Nenhum lugar vem a sua mente, algum lugar que a Alice possa ter levado ela? Elas estão... estão apaixonadas, não é? devem estar em algum lugar especial para Alice.

— Tem alguns parques e galerias que a Alice gosta de visitar, mas eu não sei em qual ela levaria alguém.

— Me diga todos, por que eu preciso encontrar a Robin.

— Você não vai sozinha, eu vou com você. Vai deixar o Henry na Granny?

— Não, eu acabei de pegar ele lá.

— Então ele vem a gente. Em menos de quinze minutos eu vou estar aí.

Regina se vestiu, mandou mensagem para Zelena dizendo que sairia para procurar as garotas, e antes mesmo dos quinze minutos estipulados, Emma interfonou da portaria.

Quando desceram, Henry logo se atirou aos braços de Emma assim que a viu.

— Eu tava com soudade, Emma. — Regina abriu a boca para dizer que o certo era saudade, e não soudade, mas ele estava não confortável nos braços de Emma, que o abraçava apertado, que deixou para lá.

— Vamos? A minha irmã não para de me mandar mensagens preocupada.

Colocaram Henry no assento do passageiro e seguiram procurando por lugares que Emma achava ser possível de elas estarem. Foram a parques, algumas galerias de arte próximas, ao teatro e nada de achá-las.

— Nós vamos andar de bicicleta de novo? — Henry perguntou.

— Hoje não, amigão.

— Nós estamos indo pegar a Robin e a Alice, filho.

— A Robin tá aqui de novo? Ela trouxe o Roland dessa vez?

— Não, ela veio sozinha. — suspirou.

— Roland? — Emma perguntou.

— É o meu sobrinho mais novo.

— Ah.

— Para onde vamos dessa vez? — Regina questionou vendo Emma pegar a rodovia para fora da cidade, que levava para Cambridge.

— Próximo à estação de metrô que liga Boston a Cambridge tem um parque, os alunos da universidade gostam de se reunirem lá, e é onde a Alice manta o tempo antes de vir para casa.

Regina se encostou pesadamente no encosto do banco, passava o celular de uma mão para outra, que estava no silencioso devido a enxurrada de mensagens mandadas por Zelena.

Quando chegaram ao parque, assim como Emma tinha falado, muitos adolescentes se encontravam lá, alguns reunidos em grupos com violões ou apenas jogando conversa fora, e outros em grupos menores, deitados no gramado.

O olhar delas era atento procurando as garotas, mas foi Henry quem as viu primeiro.

— Mamãe, ali a Robin e a pintora.

— Onde, Henry?

— Ali. — se soltou da mão dela e correu em direção a prima.

— Tia? — a garota que estava deitada com a cabeça no colo de Alice se levantou de sobressalto quando Regina e Emma se aproximaram. — Eu... 

— Você faz ideia de quantas mensagens e ligações dos seus pais tem no meu celular?

— Ela ficou sem bateria. — Alice também se levantou e tratou logo em dizer, não queria que Robin ficasse em apuros.

— Alice! — Emma a repreendeu. — E por algum acaso você também ficou sem bateria ou só desligou o celular mesmo?

— Você deixou todo mundo preocupado em casa, Robin.

— Tia, eu não ... Nós podemos conversa em casa?

Regina tinha todo um sermão preparado para dar na sobrinha, mas perdeu o raciocínio quando Henry começou a puxar a sua mão.

— Mamãe, eu  com fome.

— Henry, agora não.

— Eu queria tanto um sorvetinho.

— Um sorvete só não faz mal a ninguém, Regina. — Emma intercedeu pelo garoto.

— Você esqueceu do bolo de chocolate que comeu, mocinho?

— Mas já faz um tempão.

— Como assim você comeu bolo de chocolate e não guardou um pedacinho para mim? — Emma pegou Henry no braço.

— Foi a Granny que fez só pra mim.

— Mas você não me daria nenhum pedacinho, heim? — começou a fazer cócegas nele.

— Só um pedacinho-inho.

— Acho que nós também podemos dar mais um tempinho-inho para elas, Regina — Emma cochichou próximo ao ouvido de Regina, ao ver a expressão que a irmã trazia no rosto.

— Mas Emma...

— O que está feito, está feito, e a Robin não vai voltar para casa hoje mesmo, ou vai? 

— Tudo bem — se deu por vencida. —, vamos comprar sorvete para o Henry e vou aproveitar para dar notícias a sua mãe.

Se afastaram com Henry enquanto as garotas voltaram a se sentar na grama. 

Enquanto Emma escolhia com o Henry o sabor dos seus sorvetes, Regina se afastou um pouco para ligar para Zelena, que suspirou aliviada do outro lado da linha ao receber notícias da filha, e exigiu que ela a colocasse em um ônibus na manhã seguindo de volta para casa.

— Está tudo bem? — Emma perguntou ao se aproximar com Henry e o seu sorvete em mãos.

— Está, só que acho que nós ainda não percebemos que a Robin cresceu, sabe? Daqui a pouco ela vai sair do Maine e vai para faculdade, talvez more no campus ou comigo, mas a questão é que ela não é mais uma criança.

— É duro quando percebemos isso, também passei por essa crise com a Alice, mas ela passa, e um sortevinho ajuda. — entregou a casquinha de baunilha a Regina.

— Obrigada.

— Eu que disse para Emma que era a sua favorita, mamãe. — Henry disse orgulhoso de si sobre a escolha do sabor do sorvete para mãe.

Ao olhar para baixo se deparou com filho com a boca e as mãos sujas de sorvete de chocolate.

— Henry...

— É que tava muito bom, mamãe.

Emma gargalhou com a cara de cachorrinho que caiu da mudança que o menino fazia.

Caminharam um pouco pelo parque dando mais tempo Alice e Robin, Henry que corria na frente, parou próximo a um grupo de adolescentes que cantavam e tocavam um instrumento de corda pequeno, que chamou a sua atenção.

— Olha lá Emma, aquele violãozinho, ele é de criança?

— Aquele não é um violão, Henry, é um ukulele.

— Uke o que?

— Uke-le-le. — falou pausadamente para que ele entendesse.

A versão de somewhere over the rainbow tocada no ukelle era rápida e animada, o fez com que Henry se mexer de para um lado, acompanhando o ritmo da música. Também sendo contagiada, Emma pegou na mão dele é começou e rodopiá-lo, dançando junto.

— Vem mamãe. — ele a convidou e Emma estendeu a mão.

— Eu...

— Depois do karaokê isso não é nada. — Emma disse, e logo depois a puxou pela mão.

Em uma ciranda de três, que rodavam ao som da música, e ao final dela, Henry se jogou na grama com Emma fazendo o mesmo e Regina se deixando levar por aquele momento.

Era estranhamente familiar qualquer coisa que faziam, fossem se encontrem no saguão da revista ocasionalmente depois de Regina ter pego Henry na escola, ou como quando o pegava no colo e enchia de cócegas. Tudo parecia tão certo e passional, que toda e qualquer preocupação parecia sumir, chegando até a fazer com que esquecem do susto que as garotas tinham dado a elas.

O carro, enquanto voltavam para o apartamento de Regina, estava imerso em um silêncio quase que absoluto, com apenas Henry conversando e contando sobre o seu dia, com todas elas, sem exceção, refletindo sobre os seus sentimentos, e para onde eles estavam as levando.

— Mamãe, a Emma e a Alice não pode subir com a gente? Eu queria mostrar os meus bonecos para ela.

— Claro que elas podem, quer dizer, se quiserem.

Quando subiram, Henry tratou logo em arrastar Emma para o seu quarto, para lhe mostrar os bonecos do Hulk, Captain Mavel, Iron Man e outros, enquanto Regina anunciou que iria preparar algo para o jantar, e Alice até ofereceu a sua ajuda, mas que educadamente foi negada, e com Robin, a graduanda em artes permaneceu sentada no sofá da sala.

Depois de jantarem uma massa rápida que foi bastante elogiada por Emma, Henry se enfiou no meio das duas adolescentes no sofá, e Regina e Emma ficaram as observando da cozinha, enquanto tomavam café.

— Eu tenho a leve impressão de que o Henry está atrapalhando algo.

— Ele e o Roland são treinados desde pequenos para isso — Regina riu. —, para atrapalharam futuros namoros da Robin.

— Por falar nisso, você acha que a mãe dela vai permitir? Você sabe...

— A Zelena não me parece ter problema nenhum com isso, pelo menos não teve comigo quando eu entendi quem eu era. E os seus pais?

— Se fossem outros diriam que era culpa da minha má influência, mas eles não são assim.

— Você não é má influência nem para uma mosca, Emma.

A loira riu de lado passando a mão na nuca.

— Mamãe, eu  com sono. — Henry pulou do sofá e foi até a cozinha conjugada coçando os olhinhos, mas ao chegar até onde elas estavam, não foi no colo da sua mãe que escolheu sentar. Pediu colo a Emma, que prontamente lhe deu, sentando ele em suas pernas.

— Acho que já está na hora de você ir para cama, não é amigão?

— Você pode me levar, Emma?

— Henry... — sua voz saiu suave. Regina não estava o repreendendo, foi mais como um reflexo, não sabia se Emma gostaria daquilo e não queria que o seu filho cruzasse nenhum limite.

— Está tudo bem. — tocou a mão de Regina por cima da mesa e a afagou com o polegar. — Então vamos.

Se pôs de pé com o garoto nos braços, que passou os seus bracinhos pelo pescoço de Emma a abraçando e apoiando a cabecinha no ombro dela. A respiração tranquila dele contra a sua pele era de um calor reconfortante, daqueles que apaziguam e inebriam.

Enquanto Emma tinha ele nos braços, Regina preparou a cama, tirou as almofadas, afofou os travesseiros e puxou as cobertas, para que então Emma pudesse deitá-lo, que o cobriu, afagou um pouco a juba castanha e antes que percebesse, deixou um beijo ali.

Quando se voltou para Regina, não sabia como interpretar a expressão que ela trazia no rosto, mas supôs ser boa, quando ela se aproximou e uniu os seus lábios em um beijo calmo e apaixonado.

Era ela, pensavam.

Seja por escolhas erradas ou eventos completamente aleatórios, elas estavam ali, juntas, e mais envolvidas do que nunca.

 


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Notas finais do capítulo

Sobre brechas, prometo cobri-las no próximo capítulo, que eu infelizmente não tenho previsão de quando vai sair; Sobre o momento em que elas vão descobrir tudo, ele está próximo, eu só preciso retomar o ritmo da escrita novamente, é que perder esse capítulo me deixou bastante chateada.

Bjus e até o próximo capítulo.



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