SuperGrimm – Uma Caçada Wesen escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 7
Jogo de perguntas e respostas


Notas iniciais do capítulo

Hello, peoples! Cheguei com mais um capítulo!

Gostaria de não demorar tanto para atualizar, mas são ossos do ofício :v

Decidi mudar de estratégia, fazer sprints diários revezando a escrita das minhas 5 fics (7, contando 2 que estou escrevendo in off) e revezar a atualização também. Tem um aviso no meu perfil sobre isso, mas em resumo estou atualizando por ordem alfabética kkkkkkkkk e chegou a vez desse chuchuzinho aqui ♥

Eu estou amando escrever essa história e ela está crescendo na minha cabeça, então não terá mais 10 capítulos, acho que terá bem mais... Vamos ver kkkkkkkk

Boa leitura! Foi o capítulo que mais curti escrever até agora ♥



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A Loja de Especiarias que Rosalee herdou de seu irmão podia ser um território neutro. Porém, o clima de desconfiança e tensão ainda pairava entre os Winchesters, Nick e Monroe.

Em meio a uma infinidade de livros e frascos contendo produtos Wesen, os quatro se olham em silêncio há cerca de dois minutos. É um silêncio perturbador e — como o Grimm acaba se convencendo nesse instante — desnecessário diante da curiosidade que precisa ser saciada.

Pensando assim, ele decide se pronunciar logo:

— Eu proponho revezar as perguntas e, já que a ideia foi minha, eu mesmo começo. — Com o olhar cravado ora em Sam, ora em Dean, Nick vai direto ao ponto: — Vocês falaram ao Monroe que não cometeram aqueles assassinatos bárbaros em 2011. Mas há registros em vídeo, além de fotos nos arquivos da polícia, que colocam vocês dois nas cenas dos crimes. Como explicam isso?

E também do jeito mais direto que consegue, Dean expõe a verdadeira história por trás dos bizarros crimes:

— Simples, não éramos nós. Leviatãs fizeram aquilo, ok? Eles são criaturas imundas e famintas por caos e carne humana, vivem no Purgatório, mas tinham escapado naquela época. Os desgraçados assumiram a nossa aparência e mancharam o nome Winchester. Obviamente, eles foram decapitados, não o Sammy e eu. Daquela vez, não fomos nós que morremos.

Um tanto zonzo com a explicação absurda, Burkhardt não tem tempo de redarguir, já que o Winchester mais novo rapidamente toma a palavra em seu lugar:

— Nossa vez. O que exatamente é um Grimm?

Por mais que esteja ansioso para entender melhor os dois forasteiros na sua frente, Nick sabe que deve seguir a entrevista mútua que ele mesmo sugeriu.

Sem se preocupar, no entanto, que eles absorvam bem suas palavras, simplesmente deixa que elas saiam na mesma velocidade em que lhe vêm à mente:

— Em resumo, caçadores de Wesen. Não todos os Wesen, é claro. — Ele troca um olhar significativo com Monroe antes de prosseguir: — Nem todos representam perigo. Boa parte só quer se encaixar num mundo dominado por kerhseites... Digo, por humanos. Eu posso enxergar a verdadeira face deles e, quando dão problemas, faço o que é preciso para detê-los. Pessoas como eu são descendentes dos Irmãos Grimm e de outros que vieram antes deles, possuindo o mesmo dom de enxergar o Woge. Os Irmãos Grimm foram os primeiros a registrar isso em livros. Da enciclopédia sobre as criaturas Wesen que catalogaram, surgiram os contos.

Dean abre a boca e está prestes a disparar o próximo questionamento, mas Monroe é mais rápido e mostra que também aderiu ao jogo de perguntas e respostas:

— Como assim “Daquela vez, não fomos nós que morremos”?

Os irmãos caçadores se entreolham, cientes de que essa é uma das maluquices mais complicadas de explicar para alguém de fora. Mesmo aqueles que compartilham a mesma “profissão” que eles ficam impressionados com a quantidade de vezes que os dois morrem e, de repente, estão na estrada de novo.

Inquieto, Sam limpa a garganta e torce para que isso seja o suficiente por ora:

— A mortalidade na família Winchester é algo recorrente e... via de regra, reversível.

Porém, pelas expressões perdidas que Nick e Monroe fazem ao ouvir isso, seu irmão percebe que é melhor ser mais claro. Então ele revira os olhos e dispara com um senso de humor ácido:

— Breaking News! Eu e o Sammy batemos as botas algumas vezes, tocamos harpa com os anjos e dançamos rumba com o capeta. E daí? Como podem ver, sempre acabamos voltando do Além. O que importa é que nunca fomos decapitados naquela maldita cidade, porque os leviatãs sim foram. É uma longa e maluca história, confiem em mim, vocês não querem saber os detalhes. — Voltando-se para Nick, questiona: — Woge? O que é isso? Uma banda k-pop?

— Não, aquilo que o Monroe fez antes de te derrubar no chão.

— Oh, certo. A verdadeira face Wesen. — Dean finge um tremor de medo e caminha entre as estantes da Loja de Especiarias. — Mas eu vi também. Isso significa que sou um Grimm?

Desta vez, é Monroe quem responde:

— Não, sem chance. Seus olhos não ficaram pretos.

Ao ouvir tamanho absurdo, Sam ri sem humor e esclarece:

— Claro que não. Só ficariam se ele estivesse possuído por um demônio.

Dean aproveita o tópico em questão para afastar a gola da jaqueta surrada e parte da camisa xadrez que está usando por baixo. Tal gesto revela um símbolo tatuado um pouco acima do peito, atraindo a atenção de Nick e de seu amigo, enquanto o caçador explica como se não fosse nada demais:

— Essa tatuagem me protege para que nenhum demônio imundo ouse possuir o meu lindo corpinho. É um escudo contra os filhos da mãe. Sammy tem uma igual. Fizemos há muitos anos.

Ele sorri com certa satisfação e se distrai, quase derrubando um frasco com uma rara substância comercializada na loja. O olhar de Monroe ainda fulmina Dean quando Nick decide explicar melhor:

— Você viu a face Blutbad porque Monroe quis que você visse. Não funciona assim comigo. Eu posso enxergar mesmo quando eles não querem ser notados, quando se mostram por acidente. Quando estão estressados, distraídos ou com medo, por exemplo. Demônios, sério?

Dean dá de ombros e se acomoda numa cadeira perto do balcão antes de replicar com franqueza:

— Sinto muito, eles existem, supere. Geralmente, um pouco de latim e água benta dão um jeito na possessão. Ou a faca da Ruby, em último caso. Ela também era um demônio e nos deixou a faca de herança... Algo assim. Blutbad?

Nick lança um olhar para Monroe, deixando essa resposta por conta do amigo:

— Um tipo de Wesen. Sim, semelhantes a lobos. Mas eu definitivamente não sou um lobisomen, ok? Portanto, pare de me tratar como se fosse. Lobisomens e Blutbaden não são a mesma coisa, supere.

Dean não gosta do tom debochado do sujeito, mas é nítido que sua relutância começa a dar sinais de que está minorando. Por mais maluco que Monroe e o tal detetive soem, não parecem estar mentindo afinal. No fundo, a história dos dois é tão maluca quanto a da família Winchester.

Além disso, o fato de nunca ter topado com nenhum Wesen ou Grimm antes não significa que pessoas assim nunca existiram. Se tem uma coisa que ele e Sam sabem muito bem é que devem considerar qualquer teoria ou nova criatura, por mais esquisita que a história possa parecer num primeiro momento.

Também deixando a estranheza inicial de lado e ansioso para entender como é exatamente a vida dos dois, Nick retoma o interrogatório:

— Desde quando vocês são caçadores? E que tipo de criaturas caçam, se não podem enxergar os Wesen como eu?

— São duas perguntas, Burkhardt — Dean alerta, com um olhar estreito.

— Bom, vocês são dois, Winchester.

Mesmo um tanto a contragosto, o outro esboça um meio sorriso e assente:

— Tudo bem, é justo. — E após uma breve pausa e um olhar terno para o irmão, relata: — Eu e o Sammy começamos a caçar ainda crianças por... uma questão familiar que não vem ao caso. Nós fomos arrastados para esse mundo paralelo que ninguém em sã consciência quer saber se existe ou não, mas que continua lá de qualquer jeito, sempre à espreita.

— Então... alguém tem que fazer o trabalho sujo.  — Sam dá de ombros. — Digamos que o sobrenome Winchester foi premiado e o tal trabalho sujo é uma cota sem fim na nossa experiência.

— É um saco, mas é o nosso propósito, quem nós somos ou nos tornamos por motivos de força maior. Salvar pessoas, caçar coisas, o negócio da família.

Sam olha com tangível orgulho para o irmão. Apesar de todas as brigas, rompimentos, das visões conflitantes que tantas vezes testaram o amor fraternal que têm um pelo outro, ele sente que tudo valeu a pena. Cada sacrifício, cada batalha. Porque Dean estava lá no fim das contas. Porque o que os dois fazem pelo mundo é importante.

É recapitulando a estrada até aqui, que ele aprofunda a explicação:

— Nós já topamos com poltergeists, espíritos vingativos, demônios de olhos amarelos, pretos, vermelhos e até uma desgraçada de olhos brancos... Deuses pagãos também, a Paris Hilton inclusive era um deles. Bom, não ela exatamente, mas assumiu a aparência.

Ele não consegue evitar um sorriso zombeteiro ao recordar a surra que Dean levou da “socialite patricinha" há alguns anos e lança um olhar torto a ele. Este, por sua vez, limpa a garganta e apressa-se em enumerar outras criaturas para desviar o foco:

— Tulpas, sereias, Hitler, metamorfos, leviatãs. Enfim, monstros tão bizarros que deixariam você de cabelo em pé, detetive.

Burkhardt une as sobrancelhas e, mesmo um tanto zonzo com a enxurrada de informações, pondera:

— O antigo Nick talvez ficasse. Mas, hoje, depois de tudo que eu vi como Grimm, duvido muito. Só o que me surpreende mesmo é não ter ouvido falar de nada disso antes. Eu não sabia que existiam mesmo criaturas... sobrenaturais?

— Exato — Sam confirma, enquanto o irmão torna a brincar com alguns frascos. — Nós também nunca esbarramos em nada...

— Wesen — Nick completa a frase para o caçador, que balança a cabeça em anuência.

Monroe, até então mergulhado em pensamentos, intrigado por algo que ouviu em meio à explicação dos forasteiros, franze o cenho e volta-se para Dean ao buscar confirmação:

— Desculpe, você disse...?

Imaginando a quem o Blutbad se refere e sem conseguir disfarçar o orgulho de si mesmo, Dean sorri torto e faz um estalo com os lábios. Para desespero de Sam, que não aguenta mais ouvir o irmão se vangloriando disso, expõe sua grande proeza:

— Não se preocupe, eu matei Hitler.

De imediato, Nick franze o cenho, levando Sam a explicar:

— Ele foi ressuscitado por necromantes nazistas que tinham aprisionado a alma do Füher em um tipo de amuleto. Nós o enfrentamos e... Dean...

— Pode falar, Sammy.

— Matou Hitler — balbucia baixo, contrariado.

Estarrecido com a revelação, Monroe finge calma ao refletir:

— Necromantes nazistas trazendo Hitler de volta? Que maravilha, muito interessante.

Ao captar a consternação e revolta na voz do Blutbad, o Winchester mais velho faz questão de frisar:

— Mas eu dei um jeito definitivo nele, foi tranquilo. Matei o bastardo de novo e dessa vez para sempre.

Com enfado, Sam resmunga baixinho:

— Eles já entenderam, Dean.

— Que eu matei Hitler? — reforça mais uma vez, sorrindo de orelha a orelha. — Tem certeza? Posso dizer só mais uma vez? É como um mantra pra mim.

Ciente de que é inútil fazê-lo parar com a autopropaganda, Sam expira com força e coloca as mãos no bolso, ao mesmo tempo em que desvia o olhar para as prateleiras repletas de frascos e livros antigos. Por um instante, o lugar lhe lembra o bunker dos Homens das Letras. De certo, as especiarias e informações registradas naquelas páginas contêm um vasto conhecimento também.

— Alerta de spoiler — Nick anuncia, chamando a atenção dele e do irmão. — Hitler era Wesen.

De imediato, Dean ri com incredulidade e protesta:

— Sem chance!

Ao contrário dele e apesar de surpreso, Sam está mais disposto a assimilar a revelação e busca confirmar:

— Sério?

Nick olha para ele ao responder:

— Eu vi a verdadeira face numa filmagem, no meu antigo trailer. — Depois, volta-se para Dean. —  Provavelmente, antes de você matá-lo, ele deve ter feito woge. Você só não pôde enxergar.

— Que maluquice — Dean murmura, mais inclinado a aceitar a ideia no final das contas.

— Pois é, nem me fala. — Nick se ajeita num pequeno sofá da loja e retoma: — O que mais existe lá fora e eu não sei?

Sam não precisa pensar muito para incrementar a lista com novos nomes:

— Lúcifer. E não, eu não estou brincando. Miguel, outros arcanjos, anjos de hierarquia mais baixa, cupidos. Infelizmente, a maioria dos anjos não são exatamente bons para a humanidade. A maioria é egoísta e perigosa, mas...

— Mas nós conhecemos pelo menos um que faz justiça às asinhas que carrega — Dean lembra, interrompendo o relato do irmão. Com um leve sorriso, revela o nome para Nick e Monroe: — Castiel.

E antes que qualquer um deles possa dizer alguma coisa em resposta, um farfalhar de asas se propaga no ar repentinamente. Seguido por uma leve e inexplicável brisa que balança as cortinas da Loja de Especiarias e agita as páginas de alguns livros abertos sobre o balcão do caixa.

Pegos de surpresa e muito confusos com a inesperada aparição de um sujeito trajando um longo sobretudo bege, Nick e Monroe ficam em alerta de imediato. Enquanto isso, Sam se diverte por dentro ao notar certo rubor no rosto do irmão e não percebe que um deles está pegando uma arma.

— Olá, Dean — o anjo esboça um discreto sorriso para o boquiaberto caçador. — Me chamou?

Tudo acontece muito rápido. Um som retumbante corta o ar e algo atinge o ombro de Castiel. O projétil da pistola de Nick nem ao menos lhe faz cócegas, tampouco causa qualquer sangramento. Porém, atrai o olhar do anjo mesmo assim. Um olhar nada satisfeito com a recepção grosseira e violenta.

As expressivas orbes azuis encontram o rosto pasmo do Grimm que, aturdido, acabou atirando num momento de puro impulso, numa resposta natural ao ver o sujeito se materializar no centro da loja sem explicação aparente.

— Está tudo bem... — Dean começa a dizer, tentando tranquilizar os ânimos.

E se cala na sequência, quando o anjo ergue a mão direita e, num movimento simples, faz Nick sair do chão e atingir a parede atrás de si. Em cheio e com um gemido de dor no fim.

A arma cai pelo caminho, enquanto Monroe revela sua face Blutbad e parte para cima do desconhecido sem pensar duas vezes. Tocando a testa dele com o indicador, Castiel leva o Wesen a mergulhar num sono repentino e profundo com muita facilidade.

Nesse meio tempo, Nick se levanta e observa o amigo desacordado com preocupação latente. Depressa, ele recupera a arma e torna a apontá-la para o intruso.

— Ei! O que você fez com o Monroe?! E quem é você?!

O anjo de sobretudo e sem muita noção dá um passo à frente, disposto a vencer a distância e colocar a outra ameaça para dormir também. Nick engatilha a arma em resposta, movido pelo instinto de autodefesa e indignado pelo estado de Monroe.

Antes que o clima feche de vez, Dean se coloca entre os dois e ergue um pouco aos mãos, enquanto Sam se aproxima do Blutbad e abaixa diante dele. Não precisa checar os sinais vitais para saber que ele está perfeitamente bem, apenas dormindo.

— Para com isso, Cass! — Dean ralha com o anjo que, de pronto, fica estagnado. — Está tudo bem, eu já disse! Eles são amigos!

Um tanto sem graça por ter usado a última palavra no calor do momento, o Winchester olha para trás e resmunga uma ordem:

— Abaixa a arma, Burkhardt.

Nick hesita, mas acaba dando um voto de confiança ao caçador. No fundo, começa a sentir que há um mal entendido acontecendo.

Ao voltar o olhar para Castiel, Dean o vê inclinando a cabeça em dúvida e ao mesmo tempo envergonhado pela possível gafe.

— Que tipo de amigos?

Enquanto acomoda o desmaiado Monroe num pequeno sofá de espera da loja, Sam responde meio sem fôlego pelo esforço:

— Um Wesen.

Dean olha para Nick, encarando-o por um longo instante. Enfim, deixa o resquício de relutância e a desconfiança natural de lado.

— E um Grimm — responde de uma vez.


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Notas finais do capítulo

Curiosidade aleatória: comecei a escrever fanfics (de Supernatural, em 2013) por causa do meu amor por esse anjinho de sobretudo chamado Castiel *--------------*

Ele só ia aparecer na reta final, mas se intrometeu enquanto eu escrevia o capítulo e não resisti kkkkkkkkkk É isso aí, Castiel veio para reforçar o time de SPN na fic e fazer o Dean passar certa vergonha com sua grande devoção pelo caçador :v

Bom, eu não vou comentar minha própria história, mas amei escrever esse jogo de perguntas e respostas, foi muito divertido, rá!

Siiiiiiiiiiiiim, Dean matou Hitler na série hahahahahha Meu herói sim ou com certeza?

É provável que esse seja o último capítulo do ano, mas em janeiro eu volto com mais ;-)

Beijos e obrigada por tudo!



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