WSU's Raiju escrita por Lex Luthor, WSU


Capítulo 10
Hediondo




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O velocista ia desacelerando aos poucos e, com isso, as ondas gravitacionais se tornavam cada vez menos visíveis. Ele parou, observando tudo ao seu redor, com seu corpo irradiando a energia azulada dos átomos que o bombardearam.

Ele reconhecia o lugar onde estava. Não era a pacata Primavera, mas a movimentada 23 de Março, em São Paulo.

Avistou uma banca, não uma que conhecia, talvez fosse nova. Correu em meio as pessoas que lotavam o asfalto, estáticas, e foi na direção aos jornais, apanhando um deles.

 

“02 de Abril de 2021”

 

— Merda — resmungou, ao perceber que correra demais.

“Rebelião no Campo de Concentração Jerico” — uma foto estampava a notícia da primeira capa, com pessoas correndo portando colares com luzes amarelas na nuca e quebrando a cerca de luz neon azul. — “Mais de cem corrompidos foragidos”.

Mais abaixo, ainda na primeira capa, uma foto menor ilustrava um homem louro de costas usando com um tipo de armadura. Era uma couraça azul revestindo seu tórax indo até as coxas e braços, mas parando nos coturnos e luvas dourados.

Ele segurava, pelo pescoço, uma garota loira, de traje branco e capa dourada, armando o outro punho para um soco.

— Karen Maximus! — pasmou o Gladiador Azul, ao reconhecer a líder da Frente Unida, o grupo global de heróis, sendo esganada pelo adversário.

Observou a manchete com atenção.

 

“De qual lado da guerra você está, Raiju?”

 

— Não! — gritou assustado, jogando o jornal no chão. — Onde eu estou errando? — Cobriu o rosto, consternado.

Olhou para o relógio eletrônico de rua, eram cinco e vinte e sete da tarde. Não deveriam ter tantas pessoas num horário de pico na rua, mas sim milhares de veículos. Até tinham, todos abandonados mais à frente.

As pessoas estáticas fugiam de algo, um homem de aparência peculiar e cerca de três metros de altura. Longas vestes brancas, pele num dourado artificial, uma vasta barba castanha e uma coroa negra repleta de joias na cabeça.

Ao lado da figura que parecia ter saído da realeza da antiga Pérsia, como mostrava na foto do jornal, estava o próprio Arthur. O Raiju não tinha seus óculos azuis e o tradicional capacete parecido com o de um gladiador.

— Não vou me tornar isso! — esbravejou, com a garganta dando um nó. — Preciso sair daqui.

As cargas elétricas brotaram de seus pés, ele acelerou o bastante para tornar as ondas gravitacionais visíveis novamente.

 

 

 

Avenida Presidente Vargas, presente

 

Já era noite quando agentes da ANIC recebiam toalhas enquanto saíam aos montes pelo portão do terminal F da subestação. O brutamonte Hur, sendo algemado, era conduzido novamente para o furgão que o trouxera.

— Tivemos apenas alguns feridos, senhora — respondeu um dos oficiais, com uma prancheta em mãos. — Nenhum morto.

— Ótimo — respondeu Trap, ao perceber o seu celular vibrar.

Era o alerta de invasão emitido por Jacobo.

— Temos um alerta de segurança cinco! — ela gritou, avisando a todos. — Quero homens armados no Phoenix Labs agora mesmo!

O alvoroço dos agentes para se reorganizarem foi instantâneo e sua líder tratou de correr até o furgão do prisioneiro, que já estava em movimento.

— Parem! — exigiu, ao correr para a avenida com as mãos erguidas para a frente ao capô do carro.

O veículo freou bruscamente, próximo de colidir com ela.

— Vamos precisar desse homem! — falou, quando um dos seguranças descia com um molho de chaves.

Quando as portas duplas da traseira do furgão se abriram, o grandalhão cabeludo se levantou automaticamente.

— Já sentiu saudades, princesa? — perguntou ironicamente.

 

 

 

Brasília, quatro meses depois

 

— Estamos em frente à residência do presidente Michel Rodrigues — disse a repórter, segurando o microfone em frente à câmera —, onde uma multidão aguarda um pronunciamento a respeito do Estatuto dos Corrompidos, aprovado hoje no senado.

Placas e faixas protestavam contra a decisão, outras apoiavam. A polícia fazia uma barreira humana para conter os mais revoltados.

— Uma noite para ser marcada na história brasileira — frisou, focando nos revoltosos civis. — Dentre o conjunto de leis, estão: acompanhamento psicológico anualmente por duas vezes; menor idade penal reduzida para dezesseis anos...

Um rapaz segurava uma faixa, de cabeça baixa.

 

“Não sou louco e não preciso ser constrangido”.

 

— Pena de morte para crimes hediondos — continuou a jornalista —; presídios especializados para os outros casos; jornada de trabalho maior, caso as habilidades tragam alguma vantagem; aumento na idade mínima de aposentadoria e a lista de mudanças não param por aí.

Um senhor, de cabelos brancos, revoltado, invadiu o foco da câmera e interrompeu a mulher.

— Eu deveria me aposentar esse ano — gritou, enfurecido, quando seus olhos irradiaram um vermelho sobrenatural. — Que todos esses engravatados tomem no centro do cu!

A repórter parou assustada, mas, quando o grisalho se juntou à multidão, ela continuou.

— Em menos de uma hora de aprovação, cinco mortes já foram registradas aqui na capital. — A apreensão era visível em seus olhos, que seguiam o script. — Em meio às tensões de um possível estado de calamidade a ser decretado, crescem os boatos de um Ato Institucional para colocar as Duallids nas ruas. Serão unidades especiais de combates previstas nas leis, que podem ativas estar hoje mesmo.

O velho aproximou da parede humana policial, os observou encarando com seus revoltosos olhos avermelhados e ergueu o punho fechado irradiando um tipo plasma da mesma cor de seus globos oculares. O movimento agressivo fez com que o oficial na frente dele fechasse seus olhos, mas tudo pareceu congelar naquele momento.

A mão do senhor foi abaixada em direção ao chão e, quando as faíscas de eletricidade apareceram no local, a rajada disparada por ela atingiu o solo sem ferir ninguém. O senhor grisalho teve de volta o colorido natural de seus olhos e, espantado, olhou seus dedos esfumaçados.

Dentro da residência, o velocista olhou todo aquele luxo: jardins imensos e descuidados; uma piscina seca e imunda, coberta de lodo e ratos passeando em seu interior.

Na sala de estar, com um enorme televisor, o presidente brasileiro via as notícias. Paralisado como uma estátua de expressão apreensiva e segurando uma caneta. Em cima de sua mesa, dois contratos: Mechtech, uma empreiteira nacional do ramo de tecnologia e fornecedora dos androides das Duallids e outro, de seu velho conhecido Phoenix Labs.

Eleito se dizendo um homem honesto, agora inserido como um peão neste sujo tabuleiro de interesses, no qual o Gladiador Azul também estava imerso junto de toda a população corrompida do Brasil. No fundo ele tinha conhecimento, olhando no rosto daquele homem quase paralisado, que Azar estava certa. Usando as palavras do próprio: “o futuro era nublado”.

Cerrou o punho próximo ao peito do chefe de estado nacional e parou. Aquilo mudaria para sempre o destino dos corrompidos, mas seria para melhor, ou pior? E embora ninguém soubesse quem seria o real criminoso que tiraria a vida do presidente, a sua vida também cambiaria.

Nunca havia matado, mas já estava tentando digerir a ideia de sua cabeça ficar mais pesado no travesseiro, quando fosse dormir. O herói fechou os olhos. Acelerado, seu punho partiu rasgando o vento em direção ao peito do político.

O som emitido pelo impacto foi tão estranho para ele, que decidiu abrir seus olhos. A cisma do quase anti-herói tinha uma razão: outra mão segurou o seu punho, impedindo o impacto letal.

Ele viu um outro, outro como ele.

Um velocista.

Revoltado, franziu o cenho observando a viseira verde do capacete negro cobrindo todo o rosto dele. Olhou de cima a baixo aquele uniforme, que suportava alto atrito e aquecimento, cor de oliva.

Porém, toda aquela admiração teve fim. Uma torção aplicada pelo corredor verde, fez com que seu punho estralasse e, em seguida, ele fosse arremessado contra a televisão.

Revoltado, o Raiju logo levantou e partiu para cima do estranho. Desferiu um soco em seu peito e o arremessou contra a janela de vidro.

— Seguranças! — gritou o presidente, assustado ao ver o eletrodoméstico quebrado. Abaixou-se, se protegendo no sofá e viu os estilhaços seu carpete. — Esses coxinhas invadiram aqui e vão me matar!

Os velocistas trocavam socos rápidos até para que eles mesmos vissem os golpes. A luta continuou enquanto ambos corriam irradiando cores tais quais seus uniformes e arrancando faíscas elétricas do chão.

Não se deram conta de que as ondas gravitacionais tomaram o lugar da capital brasileira, que esmaecia aos poucos naquela imensidão do tecido espaço-tempo.

 

 

 

Phoenix Labs, atualmente

 

Zero-K congelou um dos guardas e se escondeu atrás de uma pilastra, Azar pulou aplicando uma tesoura no pescoço de outro e girou, levando o homem ao chão. Aquele corredor estava ficando pequeno demais para o problema em que tinham se metido.

— Farol, precisamos sair daqui — a mulher falou para o comunicador. — O Raiju conseguiu?

Eu não tenho mais sinais dele no GPS — respondeu a garota ruiva.

— Então, parabéns! — intrometeu-se Kelvin. — Esqueça Trump, Putin e Karen Maximus. — Riu ao dizer, enquanto os tiros atingiam o concreto que o protegia. — Seu irmão acaba de se tornar o homem mais poderoso do planeta.

O som agudo de sino sinalizou a chegado do elevador ao andar mais baixo.

— Estou com um mau pressentimento — falou a loira, depois de ter rolado para uma coluna quadrada alguns metros à esquerda de seu companheiro.

— Não é você quem vê a porra do tecido tempo? — perguntou o homem, revoltado.

— Isso quando não tem uma anomalia gravitacional no meio — explicou a criminosa. — Como um agente temporal tentando mudar o futuro!

Ela espiou de lado e, na mínima brecha quando as portas do elevador se separaram, viu o cano da arma disparando. Foi o bastante, para recolherem-se.

— Estão mexendo com o filho da puta errado, ouviram?! — gritou Jacobo, empunhando sua metralhadora. — Onde está o “azul”?

Ele parou ao ver destravada a porta do acelerador de partículas.

— Ele foi mudar o futuro podre que você está armando, Jacob! — respondeu o grisalho, olhando para sua parceira.

Inhabili”, foi a palavra que o criminoso leu nos lábios dela em seu sussurro. Ele consentiu com a cabeça, apontando para o outro lado do corredor, onde estavam as cordas de rapel dando acesso ao buraco da subestação e ela devolveu o gesto.

— Todos os dias pequenos buracos negros são feitos com partículas microscópicas! — esbravejou o empresário, atirando mais uma rajada de projéteis entre as duas pilastras. — Fazem ideia do que a burrice de vocês podem ter causado?!

Aproveitando o momento de fúria em que o atirador parou os disparos, Kelvin correu para o meio das duas colunas e, enquanto Azar corria por trás dele em direção ao túnel vertical, o corrompido criou uma parede de gelo entre ambas as sustentações de concreto.

Entretanto, não era um velocista. Não foi rápido o suficiente para que Jacobo mirasse em Azar atingindo o meio de suas costas e a fazendo cair de cara no chão. Ele sabia que daquela distância não era um disparo letal, mas eficaz ao ponto de anular temporariamente as habilidades dela e abrir um sangramento.

— Não! — gritou, ao ver sua parceira ao chão.

O muro estava feito. Ele correu e, de joelhos, retirou o dardo e virou sua mulher de costas ao chão.

— Meu amor — falou, com o choro na garganta —, você bem?

Ela abriu os seus olhos.

— Tudo bem, Kelvin — respondeu, sentindo o incômodo da dor. — Eu nem podia usar os meus poderes agora mesmo.

Zero-K a segurou nos braços e correu apressado. Do outro lado da parede, Jacobo rosnou como um animal raivoso, socando diversas vezes o gelo e só parou com os punhos ensanguentados. Sentiu um toque de uma mão repousando sobre seu ombro.

— Saudades do seu mercenário favorito? — perguntou Hur, ligando seu isqueiro preto. — Se não fosse essa tornozeleira eletrônica, ficaria por aqui mesmo.

A chama se envolveu em seu braço e com um soco, o brutamonte fez com que a parede cedesse como isopor. Logo atrás, vinha uma operação inteira da ANIC.

Os criminosos puderam ver a barreira sendo quebrada, enquanto se amarravam as duas cordas que os guiariam para cima.

— Não vai dar — disse Kelvin, parando de amarrar-se.

Com o prisioneiro na frente, os agentes corriam em direção aos invasores.

— Vai em frente. — Beijou a loira. — Eu já volto para ver a história que acabamos de reescrever.

Ele não podia ver as diferentes probabilidades, mas sabia que suas chances eram poucas. Observou a sua mulher subindo de cenho franzido, preocupada. Foi então, que correu em direção ao comboio.

A rajada congelante lançada por ele se chocou com a bola de fogo lançada por Hur. Resfriou-se ao máximo, fazendo aquele corredor parecer um frigorífico. Os disparos das armas dos agentes não chegavam até ele, congelavam no meio do caminho.

O prisioneiro continuou a ir em direção a Zero-K e, ao se encontrarem, desferiu um direto no rosto, que devolveu com um cruzado nas costelas do grandalhão. A cada vez que se tocavam, podia-se ver a fumaça do choque térmico subindo.

A agente Trap olhou para Jacobo, o encarando. Ele jogou a outra metralhadora branca em direção a ela.

— Use isso — disse o empresário —, vai ser mais eficaz que as balas dos seus fuzis nacionais.

Mais à frente, os corrompidos continuavam se digladiando. Hur já não entendia por que o movimento de seu adversário se opunha aos seus golpes, ele havia atingido a massa negativa outra vez.

Quando o prisioneiro tentou um chute frontal mirando o estômago de Zero-K, o corpo do oponente voltou contra o seu pé e o arremessou na parede do corredor. Com o grandalhão caído, avançou com as gélidas mãos sobre seu peito, fazendo com que a temperatura corporal dele caísse. Porém, ele não se deu por vencido e segurou os ombros do invasor, queimando sua roupa e pele.

Um disparo e o homem grisalho arregalou os olhos. Suspirou como se estivesse cansado e viu seu corpo se aquecer a ponto de seus ombros queimarem em carne viva. Olhou para sua perna e viu o projétil de inhabili alojado na coxa esquerda.

 — Para, Hur! — ordenou Trap, com a metralhadora branca nas mãos. — Esse daí já era, prendam-no.

— Sim, senhora! — Largou os ombros de Zero-K, que desabou exausto e neutralizado no chão.

Os agentes trataram de algemar o invasor. O prisioneiro e a líder da operação se aproximaram do túnel vertical e viram as cordas cortadas.

— Acho que o resto pegou a Highway to Hell — analisou Hur, mirando o vasto túnel acima de suas cabeças.

— Pegamos um, ao menos — respondeu ela. — Podemos chegar aos outros com ele.

— Esse pode ser o menor dos problemas — disse Jacobo, se aproximando dos dois. — Eles conseguiram o que queriam.

— E o que queriam? — indagou Trap, franzindo o cenho em desconfiança. — O que é tão sério que você não apresentou na queixa? Tá com o rabo tão preso que a lei não pode saber?

— Não importa, agente — respondeu sereno. — O que importam são as possíveis consequências.

No acelerador de partículas, uma fagulha acendeu-se. Um pequeno e microscópico ponto negro, que crescia rapidamente e começava a tornar mais visível sua estrutura semelhante à de um olho de tornado.

Quando os agentes da ANIC passaram pela porta do acelerador, se assustaram ao ver aquela estrutura metálica ser sugada como papel. A força dos ventos era tamanha que levou os guardas mais próximos consigo.

Hur se agarrou no buraco deixado pela porta sugada, suas pernas não foram o bastante para se firmar no chão e o vento o ergueu. Ficou sustentado apenas pelas mãos algemadas, agarradas na parede de titânio do acelerador 

 — Afastem-se da porta! — avisou Jacobo, correndo de volta para o fim do corredor, segurando nas pilastras de concreto.

— O que é isso?! — indagou Trap, assustada ao se agarrar noutra coluna.

O brutamonte viu um agente se prender em sua perna, apavorado.O chutou com a perna livre, o que o fez cair dentro da singularidade.

— Você sempre cuspia na minha bebida lá no presídio! — esbravejou, com a vasta cabeleira a balançar pelo vento em seu rosto. — Agora eu dei o troco!

O prisioneiro viu o corpo do empurrado se alongar fora do comum, dentro daquele buraco cósmico e se desfaze em energia gravitacional. Poucas coisas o assustaram na vida, mas, no instante em que aquela coisa aumentou com a energia ganha, foi mais uma.

— É uma singularidade gravitacional! — gritou o empresário, em resposta. — Vai sugar tudo pelo tecido espaço-tempo, até que não sobre mais nada!

Cada vez maior, a anomalia tocou os pés de Hur, que já não aguentava mais segurar-se. Ele fez um esforço e recolheu as pernas, percebendo que a tornozeleira eletrônica já não estava mais nele, sorriu.

— Meu último momento de vida vai ser em liberdade! — bradou, dando uma risada.

De repente, o buraco desapareceu dali. A ventania se acalmou e o agora ex-prisioneiro caiu rindo ao chão, gritando como se fosse um caubói que acabara de passar oito segundos montado num touro.

— Aquilo ia sugar tudo? — perguntou Trap, descabelada.

Jacobo a olhou sem seus óculos no rosto.

— Aquilo vai sugar tudo — respondeu absoluto. — Vai se mover de ponto em ponto da cidade, depois do país e quem sabe fique tão grande que engula o universo todo.

 

 

 

Centro de Primavera

 

Carros, árvores e as estruturas na praça eram sugadas próximas a nova localização da singularidade. As pessoas corriam apavoradas, fugindo e gritando em desespero com o buraco cósmico.

— Cadê você corredor azul? — perguntou o triste garoto, fantasiado como o herói de sua cidade.


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