catch me if you can escrita por Izzy Aguecheek


Capítulo 8
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Aviso logo que escrevi esse capítulo quase todo pelo celular com a síndrome do túnel do carpo atacando :v então deve ter alguns erros de digitação. Se encontrarem algo, podem dizer, que eu corrijo.



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Os O’Callaghan eram conhecidos por procurar desculpas para celebrar, então ninguém ficou realmente surpreso quando eles fizeram uma festa de comemoração uma semana depois da volta de Rori. Bem, ninguém, exceto Anne-Marie, Adela e a Conselheira-Chefe, que estava lá para ver quão dramático fora o retorno. Mas Rori insistira para que seus pais fizessem alguma coisa; ela disse que se recusava a vê-los tristes por sua causa.

A própria Rori, porém, não parecia estar aproveitando muito a festa. Anne-Marie a encontrou na varanda do segundo andar, sozinha, com uma taça de champanhe na mão, olhando para o horizonte, perdida em pensamentos. Ela se assustou quando Anne-Marie se aproximou, mas sorriu ao identificar a namorada.

— Fugindo dos holofotes? – perguntou Anne-Marie. – Não é muito a sua cara. 

Rori soltou uma risada desanimada. 

— É, acho que não. Pelo menos, não costumava ser. 

Anne-Marie não disse nada, sem querer pressionar a namorada a falar. Ela só se apoiou no parapeito ao lado dela, e as duas olharam para as luzes do Vilarejo lá embaixo. Não era tão bonito quanto a vista do prédio onde elas haviam se beijado pela primeira vez; as luzes da cidade comum podiam não ser mágicas, mas definitivamente eram mais brilhantes.  

— É só que... Tudo tem estado tão esquisito – disse Rori, por fim. – Tão bizarramente parecido com normal.  

— E não está normal pra você – adivinhou Anne-Marie. Rori balançou a cabeça. 

— Não está normal de verdade pra ninguém, Annie. Pelo menos, ninguém da minha família – Ela baixou o olhar para as próprias mãos. – Mas acho que esse é o nosso normal agora, não é? 

Ela não soava triste, apenas cansada; porém Anne-Marie sabia que Rori só estava tentando ser forte. A última coisa que ela queria era que sua família se sentisse culpada. Ela provavelmente passara a última semana agindo como se nem sentisse falta da magia, encorajando Skye a voltar a praticar e sorrindo ao ver sua mãe completar tarefas domésticas com feitiços. Mesmo que Anne-Marie a pegasse flexionando os dedos de vez em quando, como se tentasse fazer magia ela mesma. Mesmo que Skye tivesse dito que a ouvira chorando à noite, e que o resto dos O'Callaghan estivesse visivelmente preocupado. 

— Acho que sim, Rori – murmurou ela. – Sinto muito. 

Rori respirou fundo.  

— Tudo bem. Não foi sua culpa. 

— Talvez se você tivesse esperado, eu pudesse ter pensado em outra coisa – disse Anne-Marie. – Talvez eu pudesse ter resolvido de forma diplomática... 

— Nós não vamos ter essa conversa de novo – cortou-a Rori. – Eu passei muito tempo me.culpando por algo que não foi minha culpa, Annie, e não vou permitir que você faça o mesmo. Esse era o fim mais diplomático possível, e isso não é sua culpa. 

Anne-Marie se calou. Rori segurou a mão dela e a apertou em um agradecimento silencioso. 

— Além disso, você ajudou o suficiente – continuou ela. – Foi o seu discursinho sobre sacrifício que me deu a ideia, e eu não estou dizendo isso para fazer você se sentir culpada. Foi o que você disse que fez com que eu me lembrasse da história de como Gwyn conseguiu se casar com Creiddylad, e, bem, eu imaginei que ele fosse apreciar um bom autosacrifício.  

Fazia sentido. Pelo que Anne-Marie lembrava, Gwyn “roubara” Creiddylad de seu noivo original, e precisava lutar pela sua mão novamente a cada ano.

— E você teria ficado presa naquela Irlanda paralela se não fosse por mim – observou Anne-Marie, empurrando a namorada com o quadril de forma brincalhona. Rori retribuiu o empurrão. 

— Não comece a se achar, mas é verdade que eu provavelmente teria morrido se não fosse por você. 

— Que nada, você daria seu jeito – A expressão de Anne-Marie ficou série. Ela se virou para a namorada e tocou o rosto dela delicadamente até que ela também se virasse. – Foi a coisa mais corajosa que eu já vi, Rori. De verdade. 

Mesmo sob a pouca iluminação, deu para ver Rori corando. 

— Eu só estava falando o que me vinha na cabeça, na maior parte do tempo.  

— Ou seja, você só estava sendo você, e mesmo assim conseguiu fazer uma barganha com Gwyn Ap Nudd em pessoa – apontou Anne-Marie. – Nãoé ora qualquer um.  

Rori riu. 

— Uma barganha não muito animadora, certo, mas acho que ainda conta. 

— Ah, deixa disso, vai – Anne-Marie se aproximou. – Olha só. Eu sei que é muita coisa pra digerir, mas não esquece que estamos juntas nessa, tá? 

Ela sabia que não era exatamente verdade; afinal, sua magia ainda estava intacta, e ela não tinha como entender completamente como a namorada se sentia. Rori teve o tato de não apontar esse fato. Ao invés disso, ela disse: 

— Eu vou entender se for demais pra você... Ou se não for o suficiente. Juro. 

Demorou algum tempo para Anne-Marie fazer a associação: Rori achava que Anne-Marie ia terminar com ela por ela ter perdido sua magia. A ideia era tão absurda que ela teve que rir. 

— Meu Deus, Rori – disse, sacudindo a cabeça. – Nem pense nisso. – Ela se inclinou para dar um beijo na testa da namorada. – Você continua sendo a pessoa mais mágica que eu conheço, Rori O'Callaghan. E não estou dizendo isso só porque você é minha namorada. 

Ela puxou Rori para um abraço, enquanto a garota ria. 

— Talvez Creiddylad tivesse razão em um ponto – disse ela. – Talvez seja a hora de providenciarmos um claddagh pra você. 

Anne-Marie beijou-a suavemente nos lábios. 

— Eu gostaria disso. 

— Ótimo – Rori começou a se afastar, puxando a namorada pela mão. – Agora, a nova Rori pode até fugir dos holofotes, mas ela não vai perder a festa inteira, e definitivamente não vai deixar você escapar da pista de dança! 

Sorrindo, Anne-Marie a seguiu para dentro da casa. Levaria algum tempo, mas ela achava que elas podiam fazer aquele novo normal funcionar. 


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Notas finais do capítulo

E assim termina essa história que era uma oneshot, depois virou uma oneshot MUITO longa, depois uma shortfic com seis capítulos, daí com sete, e acabou tendo sete capítulos E um epílogo. Se você leu até aqui, muito obrigada.



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