Bem Vindo a Castelo Bruxo escrita por Leo Fi
Aquilo estava muito estranho para o gosto Lipe. Ele estava feliz por ter passado de ano e ter ganhado o presente de Natal antecipado, mas de repente tudo ficou maluco com a visita daquela moça elegante. Depois que sua mãe se sentou do lado do dele, a mulher chamada Vanessa começou a falar e a partir dali tudo mudou para ele.
— Bom, primeiro me desculpe por ter causado tanta confusão, geralmente esse tipo de visita causa um nó na cabeça dos troux.. bom...
— Que tipo de visita?
Interrompeu, Teresa.
— Você é alguma parente? Ganhamos alguma herança?
Disse por fim, reparando as jóias de Vanessa.
— Deixe a moça falar. Repreendeu, Dona Odete.
— Prossiga.
Incentivou. Vanessa soltou um leve pigarro.
— Bom acho melhor ir direito ao ponto. Acontece que o menino Felipe aqui, é um..
— Bruxo!
Disse, Dona Odete, surpreendendo Mãe e filho.
— O que?
Exclamaram os dois. Lipe assustado e Teresa com raiva e incredulidade.
— Bom, sim, um bruxo.
Perseguiu Vanessa.
— Bom naturalmente eu também sou uma bruxa e bem... pode ser um choque, mas existe bruxos e bruxas vivendo pelo Brasil inteiro, bem, na verdade pelo mundo inteiro.
Vanessa reparou que Teresa parecia prestes a explodir e gritar qualquer coisa, mas Dona Odete se adiantou.
— Teresa, seu pai era um bruxo.
— Como assim bruxo? Eu não sou macumbeiro, bom fui uma vez no terreiro...
Disse Felipe não entendendo absolutamente nada. Teresa não aguentou mais e se levantou xingando.
— A SENHORA ESTÁ ESCLEROSADA? QUEM É ESSA MULHER Q...
Vanessa rapidamente levou a mão á bolsa, fazendo Lipe se encolher por reflexo, mas ela apenas tirou uma vareta de madeira. Todos pararam pra olhar, mas Dona Odete parecia a única que parecia não se importar. Vanessa apontou para o copo de vidro vazio e de repente onde tinha um copo apareceu um pequeno colibri que saiu voando pela janela.
— Opa, desculpa, devia ter pensado melhor e transformado num ratinho.
— Num rati…
Teresa parecia prestes a desmaiar. Dona Odete olhou para a filha, irritada.
— A pelo amor de Deus, Teresa, até você percebeu que Felipe era diferente.
Lipe sentiu uma pontada de desapontamento com as palavras da avó, que pareceu reparar e olhou para ele explicando de forma carinhosa.
— Meu querido, o que eu quero dizer é que você tem poderes incríveis, assim como essa moça que fez meu pote de requeijão sair voando. E assim como seu avô você vai aprender como controlar eles. É pra isso que você veio não é?
Disse olhando animada para Vanessa.
— Sim isso mesmo.
Devolveu a varinha para a bolsa e retirou uma carta que parecia ser bem antiga pelo papel amarelado. Nele tinha um selo quadrado, verde escuro, com um símbolo gravado um C e um B floreado. Entregou para Felipe que o recebeu com as mãos tremendo. Lipe olhou atrás e leu seu endereço, não só a Comunidade como a indicação do caminho até sua casa e a posição de seu quarto. Engolindo em seco ele abriu a carta. Dentro tirou duas folhas dobradas. Uma dizia.
— Felipe Baltazar Moreno da Silva.
Leu em voz alta meio envergonhado. Odiava o segundo nome, sempre zoavam ele na escola na hora da chamada. Bem vindo á ESCOLA DE MAGIA CASTELO-BRUXO. A cada vez que leu menos acreditava e mais ficava excitado. Parecia incrível e menos provável ainda. Sua mãe tomou, da mão dele, a primeira carta e ele pegou a segunda onde encontrou uma lista de livros, materiais e uma varinha. Sua mãe pegou a segunda carta também e leu.
— Como… mãe! Uma Escola de Magia! Eu… não pode! Isso não existe! E mais, não tem como eu pagar por isso tudo! Isso deve ser caríssimo!
Felipe ficou preocupado com essa afirmação, tirando as despesas da casa e roupas não sobrava muito para eles mesmo que a mãe ajudasse e ela estava segurando o quanto podia do dinheiro dela para montar o proprio salão. Felipe ficou com um leve arrependimento por ter ganhado o Tênis. Mas pelo visto sua avó sabia mais do que jamais contou para ele.
— Não se preocupe com isso.
Disse para a filha e olhou para o neto, seus olhos brilhavam.
— Meu amor, pegue a caixa da vovó lá no armário, por favor.
Mãe e filho ficaram surpresos e Vanessa ligeiramente curiosa. Enquanto Lipe foi buscar o objeto Teresa disse.
— Aquela caixa velha? Eu nunca consegui abrir e quando você me pegou tentando, não deixou mais eu chegar perto e isso faz séculos.
Felipe voltou com a caixa nas mãos, sempre soube da existência dela, mas ao contrário da mãe nunca tentou abrir mesmo sabendo onde a avó guardava a chave, pois pensava que eram lembranças pessoais da vovó e do vovô. Ofereceu para a avó mas essa recusou com um gesto e indicou para ele se sentar. Colocando a caixa sobre o colo ele olhou para avó, como nunca a olhara antes. Sempre pensara nela como uma senhora humilde de pouco estudo que lutava para manter a família unida, mesmo que de certa forma tenha falhado com a filha rebelde que se envolveu com a pessoa errada. Mas nunca em alguém que guardasse um segredo vindo dos livros de fantasia. A velha senhora retirou o cordão que prendia o óculos e dele, como sabia muito bem, uma pequena chave que entregou á Felipe.
— Como muito bem lembrou minha filha, quando era um pouco mais velho que Felipe, ela roubou essa chave e tentou abrir a caixa, mas nunca conseguiu abrir, nem quando a jogou no chão tentando quebrar. Mas acho que dessa vez o Neto de Baltazar Moreno, vai conseguir.
Disse a velha com orgulho. Lipe pegou a chave, colocou na fechadura da caixa e a girou. Ouviu um clique e quando abriu a tampa, o que encontrou lá dentro não conseguiu acreditar.
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