Bem Vindo a Castelo Bruxo escrita por Leo Fi


Capítulo 4
Felipe




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Aquilo estava muito estranho para o gosto Lipe. Ele estava feliz por ter passado de ano e ter ganhado o presente de Natal antecipado, mas de repente tudo ficou maluco com a visita daquela moça elegante. Depois que sua mãe se sentou do lado do dele, a mulher chamada Vanessa começou a falar e a partir dali tudo mudou para ele.

— Bom, primeiro me desculpe por ter causado tanta confusão, geralmente esse tipo de visita causa um nó na cabeça dos troux.. bom...

— Que tipo de visita?

Interrompeu, Teresa.

— Você é alguma parente? Ganhamos alguma herança?

Disse por fim, reparando as jóias de Vanessa.

— Deixe a moça falar. Repreendeu, Dona Odete.

— Prossiga.

Incentivou. Vanessa soltou um leve pigarro.

— Bom acho melhor ir direito ao ponto. Acontece que o menino Felipe aqui, é um..

— Bruxo!

Disse, Dona Odete, surpreendendo Mãe e filho.

— O que?

Exclamaram os dois. Lipe assustado e Teresa com raiva e incredulidade.

— Bom, sim, um bruxo.

Perseguiu Vanessa.

— Bom naturalmente eu também sou uma bruxa e bem... pode ser um choque, mas existe bruxos e bruxas vivendo pelo Brasil inteiro, bem, na verdade pelo mundo inteiro.

Vanessa reparou que Teresa parecia prestes a explodir e gritar qualquer coisa, mas Dona Odete se adiantou.

— Teresa, seu pai era um bruxo.

— Como assim bruxo? Eu não sou macumbeiro, bom fui uma vez no terreiro...

Disse Felipe não entendendo absolutamente nada. Teresa não aguentou mais e se levantou xingando. 

— A SENHORA ESTÁ ESCLEROSADA? QUEM É ESSA MULHER Q...

Vanessa rapidamente levou a mão á bolsa, fazendo Lipe se encolher por reflexo, mas ela apenas tirou uma vareta de madeira. Todos pararam pra olhar, mas Dona Odete parecia a única que parecia não se importar. Vanessa apontou para o copo de vidro vazio e de repente onde tinha um copo apareceu um pequeno colibri que saiu voando pela janela.

— Opa, desculpa, devia ter pensado melhor e transformado num ratinho.

— Num rati…

Teresa parecia prestes a desmaiar. Dona Odete olhou para a filha, irritada.

— A pelo amor de Deus, Teresa, até você percebeu que Felipe era diferente.

Lipe sentiu uma pontada de desapontamento com as palavras da avó, que pareceu reparar e olhou para ele explicando de forma carinhosa.

— Meu querido, o que eu quero dizer é que você tem poderes incríveis, assim como essa moça que fez meu pote de requeijão sair voando. E assim como seu avô você vai aprender como controlar eles. É pra isso que você veio não é?

Disse olhando animada para Vanessa.

— Sim isso mesmo.

Devolveu a varinha para a bolsa e retirou uma carta que parecia ser bem antiga pelo papel amarelado. Nele tinha um selo quadrado, verde escuro, com um símbolo gravado um C e um B floreado. Entregou para Felipe que o recebeu com as mãos tremendo. Lipe olhou atrás e leu seu endereço, não só a Comunidade como a indicação do caminho até sua casa e a posição de seu quarto. Engolindo em seco ele abriu a carta. Dentro tirou duas folhas dobradas. Uma dizia.

— Felipe Baltazar Moreno da Silva.

Leu em voz alta meio envergonhado. Odiava o segundo nome, sempre zoavam ele na escola na hora da chamada. Bem vindo á ESCOLA DE MAGIA CASTELO-BRUXO. A cada vez que leu menos acreditava e mais ficava excitado. Parecia incrível e menos provável ainda. Sua mãe tomou, da mão dele, a primeira carta e ele pegou a segunda onde encontrou uma lista de livros, materiais e uma varinha. Sua mãe pegou a segunda carta também e leu.

— Como… mãe! Uma Escola de Magia! Eu… não pode! Isso não existe! E mais, não tem como eu pagar por isso tudo! Isso deve ser caríssimo!

Felipe ficou preocupado com essa afirmação, tirando as despesas da casa e roupas não sobrava muito para eles mesmo que a mãe ajudasse e ela estava segurando o quanto podia do dinheiro dela para montar o proprio salão. Felipe ficou com um leve arrependimento por ter ganhado o Tênis. Mas pelo visto sua avó sabia mais do que jamais contou para ele.

— Não se preocupe com isso.

Disse para a filha e olhou para o neto, seus olhos brilhavam.

— Meu amor, pegue a caixa da vovó lá no armário, por favor.

Mãe e filho ficaram surpresos e Vanessa ligeiramente curiosa. Enquanto Lipe foi buscar o objeto Teresa disse.

— Aquela caixa velha? Eu nunca consegui abrir e quando você me pegou tentando, não deixou mais eu chegar perto e isso faz séculos.

Felipe voltou com a caixa nas mãos, sempre soube da existência dela, mas ao contrário da mãe nunca tentou abrir mesmo sabendo onde a avó guardava a chave, pois pensava que eram lembranças pessoais da vovó e do vovô. Ofereceu para a avó mas essa recusou com um gesto e indicou para ele se sentar. Colocando a caixa sobre o colo ele olhou para avó, como nunca a olhara antes. Sempre pensara nela como uma senhora humilde de pouco estudo que lutava para manter a família unida, mesmo que de certa forma tenha falhado com a filha rebelde que se envolveu com a pessoa errada. Mas nunca em alguém que guardasse um segredo vindo dos livros de fantasia. A velha senhora retirou o cordão que prendia o óculos e dele, como sabia muito bem, uma pequena chave que entregou á Felipe.

— Como muito bem lembrou minha filha, quando era um pouco mais velho que Felipe, ela roubou essa chave e tentou abrir a caixa, mas nunca conseguiu abrir, nem quando a jogou no chão tentando quebrar. Mas acho que dessa vez o Neto de Baltazar Moreno, vai conseguir.

Disse a velha com orgulho. Lipe pegou a chave, colocou na fechadura da caixa e a girou. Ouviu um clique e quando abriu a tampa, o que encontrou lá dentro não conseguiu acreditar.


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