Bem Vindo a Castelo Bruxo escrita por Leo Fi
Vanessa sabia que era a criança certa, pois de outra forma o menino jamais poderia ter reparado nela, mesmo de tão perto. Quando Felipe entrou para chamar a avó, Vanessa abriu novamente a bolsa e pôs a mão dentro, achando ser seguro, principalmente já que teria que falar com a família do menino. Depois de ter fechado a bolsa olhou para trás e viu uma menina com o cabelo preso em xuxinhas coloridas a olhando da janela de outra casa. Vanessa acenou e a menina saiu correndo pra dentro. Nesse momento Felipe chegou seguido de uma senhora idosa num vestido simples. Ao vê-la a senhora a olhou séria e depois deu um suspiro.
— Eu sabia! Entre, entre, você é muito chamativa, Lipe vai passar um café para a gente.
Felipe olhou de uma pra outra de boca aberta, parecendo não entender nada, o que era perfeitamente compreensível. Mas Vanessa se surpreendeu mesmo foi com o olhar de compreensão da senhora. Acompanhou a idosa até a sala enquanto Felipe foi encher a chaleira de água.
— Boa tarde, me chamo Vanessa Pereira e…
— Sim, sim, me chamo Odete, por favor fique a vontade.
Disse ao chegarem na sala e apontar para um sofá de dois lugares enquanto empurrava a cadeira de balanço para ficar de frente para a Vanessa.
— A senhora.. sabe por que eu estou aqui?
— Claro! Por que mais senão pelo Lipe?
Disse casualmente apesar de aparentar estar nervosa.
— Eu o que vó?
Disse, Felipe deixando cair um talher no chão da cozinha.
— Nada meu filho, continua o que tá fazendo e cuidado pra não se queimar!
Voltando a atenção para Vanessa, Dona Odete, disse.
— Bom.. mas por que tanto tempo? Claro, imaginei.. a mãe dele nunca.. Quer dizer.. Meu marido se foi…
— Seu marido? Entendo… Mas insisto acho melhor conversar sobre tudo quando Felipe estiver presente e também… ele só tem a senhora? Quer dizer… não seria melhor o pai e a mãe também estarem presentes?
— Sim sim, me passe o telefone por favor.
Disse apontando para o aparelho na mesinha ao canto. Vanessa foi buscar e entregou para Dona Odete.
— Ele só tem a mãe e a mim. O pai, bom... Esquece aquele lá.
Dona Odete discou o número e logo em seguida disse em voz alta.
— Teresa, venha em minha casa, agora! Não discuta! Venha agora! É sobre o Lipe.
Por fim desligou o telefone e o deixou no colo. No meio tempo em que esperavam a mãe chegar, Lipe veio trazendo a garrafa térmica e dois copos um dentro do outro. Debaixo do braço um descanso de prato de plastico. Vanessa se adiantou e pegou o descanso de prato e os copos, pondo-os em cima da mesa. Felipe, pôs a garrafa e agradeceu indo até a cozinha de onde trouxe o que parecia ser achocolatado e um pacote de biscoitos, se sentou na poltrona de três lugares ao lado e ficou olhando as duas mulheres. A porta da sala se abriu e entrou, esbaforida, uma mulher negra de uns 30 anos vestindo bermuda djeans e uma blusa verde, calçando chinelo. Parecia irritada e preocupada.
— O que aconteceu mãe? Onde está.. Quem?
Disse confusa ao encontrar os três sentados, reparou em especial na estranha cheia de joias.
— Mãe a senhora me chamou e disse... O Lipe... Eu tava trabalhando, vim correndo!
— Chega Teresa!
Disse a senhora interrompendo a filha.
— Acho bom que você tenha ficada preocupada com seu filho, mas é um assunto importante e envolve o futuro dele e... O passado de seu Pai.
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