Bem Vindo a Castelo Bruxo escrita por Leo Fi


Capítulo 15
Bernardo




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O Mercado Circular da Uruguaiana era de longe o melhor lugar em que Bernardo já estivera, pelo menos na parte em que se estavam, rodeados de restaurantes e lanchonetes. Distraído tentando descobrir de onde vinha o cheiro delicioso de churrasco, levou um tempo para perceber que os adultos estava se deslocando até Letícia cutucar seu ombro, sorrindo.

Letícia era a primeira garota em muito tempo a ser simpática com Bernardo, ou pelo menos tão simpática quanto podia ter sido no curto espaço de tempo em que se conheceram. Mas o melhor é que ela não parecia ser igual àquelas patricinhas da sua escola que viviam tirando sarro dele. Atravessaram o estreito corredor lado a lado o que o deixou extremamente nervoso. Na hora em que roçara sua mão na dela, quase pediu desculpas por ser um gordo desajeitado. Definitivamente se dava melhor com animais do que garotas.

Letícia saiu momentaneamente de sua mente quando conheceu o duende Grongo. Era uma criatura fascinante. Expressão esticada, nariz e orelhas compridas, dedos longos e finos. Nem os olhos negros, argutos e cruéis diminuiu sua fascinação. Ia perguntar para o Duende no que consistia sua dieta quando Vanessa guiou o grupo para dentro e os alertou sobre as criaturas. A curiosidade de Bernardo só aumentou.

O grupo se separou e cada um foi para um balcão para ser atendido por um Duende. Bernardo sabia que sua mãe não abriria uma conta pra ele. Ela jamais deixaria o filho controlar aquele ouro sozinho, pois segundo ela, Bernardo só gastaria com bobagem. O que era injusto já que ele só gastava sua mesada com Action Figures e Jogos. Em vez de abrir a conta ela trocou o dinheiro que achava ser suficiente para comprar o material, depois de ter conversado com Vanessa.

Terminada a transação viram que Felipe e sua avó estavam indo para uma sala nos fundos do banco. Letícia, animada e seu pai, que parecia aborrecido, vinham em sua direção. Vanessa seguia logo atras.

— Dona Odete e Felipe foram conhecer o cofre, eles disseram que encontrariam a gente depois. Eu sugeri na livraria no segundo andar.

Informou Vanessa.

— Cofre é?

Disse Gilberto olhando por onde eles desapareceram.

— Aquele orelhudo disse que o da minha filha só será liberado depois que os fundos do meu cheque fossem conferidos, francamente.

— Pai! O importante é que conseguimos trocar pra comprar o material. 

Disse, Letícia, olhando com raiva para pai.

— E espero que esse material não saia caro como o da última escola.

— Bom, vamos?

Disse Vanessa cortando.

— Temos muito o que comprar.

— Verdade, eu achei esse lugar fascinante!

Disse Amélia.

— E você tem que me contar mais sobre esses Duendes.

Sussurrou para Vanessa.

Bernardo soltou um riso pelo nariz, sua mãe era tão nerd quanto ele. Refizeram o caminho até a praça com a fonte e seguiram para as escadas que ficavam do outro lado de um dos restaurantes. Bernardo percebeu que a escada era mais larga, para as pessoas poderem passar com suas compras sem atravancar o caminho, apesar que de longe parecia tão estreita quanto a passagem para o banco. Ele estava adorando essas demonstrações de magia e estava doido pra poder aprender logo na escola.

— Quando iremos comprar minha varinha?

Perguntou para a mãe e para Vanessa que estavam andando juntas e conversando sobre os duendes.

— Sim! Também minha varinha.

Disse Letícia, que escutava a conversa das duas com bastante atenção. Bernardo e Letícia se olharam um instante e deram um sorriso tímido de cumplicidade.

Vanessa se virou para ele sorrindo, simpático.

— Logo, logo, assim que Felipe e Dona Odete voltarem do Gringotes. Primeiro acho que devemos ir comprar os malões e as mochilas.

— Desculpe? Mas Letícia já tem mochila e temos malas de viagem em casa.

Vanessa olhou para trás onde estava Gilberto e o respondeu.

— Sim, sim, mas os malões escolares são encantados para caber mais coisas e serem mais leves assim como as mochilas. Mas claro que vocês podem optar pela bagagem comum.

— É claro que iremos comprar os malões mágico, não é mesmo pai?

Disse, Letícia, enfatizando bem a última parte. Pra uma menina legal, Bernardo achava o pai dela muito chato.

Foram até a loja de bagagens onde compraram os malões e as mochilas. O pai de Letícia reclamou algumas vezes do preço e Amélia saiu conformada quando Vanessa disse que ela não poderia comprar um “bolsa linda” de couro de dragão, pois apenas bruxos podiam obter produtos bruxos. Saíram da loja depois da garantia de que os produtos seriam entregues em casa e foram para a livraria no terceiro andar.

A loja era mais incrível e mil vezes mais limpa que o sebo da entrada mágica. Estantes iam até o teto, abarrotadas dos mais incríveis livros de magia. Plaquinhas de madeira escritas em tinta dourada indicavam as mais diversas sessões. Feitiços, Transfiguração, Auto-ajuda Mágica. Tinha até uma seção menor dedicada a Literatura Não Mágica, na qual Bernardo percebeu vários de seus títulos preferidos de fantasia, mas estando ali, quem se importava?

Uma atendente vestida num robe amarelo veio lhes atender, perguntando se queriam os livros escolares. Nesse momento Felipe e sua avó apareceram.


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