Bem Vindo a Castelo Bruxo escrita por Leo Fi


Capítulo 14
Letícia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/760807/chapter/14

Além das piadas de seu pai, o que Letícia mais odiava era a arrogância do homem de se achar melhor do que os outros, só porque ganhava um pouco mais do que a maioria das pessoas que conhecia. Teve vontade de chutar a canela dele pelo jeito que olhara para Felipe e sua avó ao serem apresentados. E além disso tinha a forma que ficava olhando para o relógio como se quisesse ficar em qualquer outro lugar menos ali. Era irritante. Por isso ficou contente quando finalmente entraram no sebo. Quem sabe vendo alguma coisa mágica seu pai mudasse de comportamento. Os anseios de Letícia não foram atendidos, pois se seu pai viu as pessoas vestidas de forma extraordinária ali dentro, não teceu comentários, a não ser para reclamar da poeira, coisa que Letícia sabia que seu pai não era alérgico coisa nenhuma.

O menino Felipe fez um comentário sobre as pessoas não repararem na loja, mas apesar da brincadeira dela, tinha percebido a mesma coisa. Os dois rapazes pareciam legais, apesar de Bernardo relancear olhares pra ela como se quisesse dizer alguma coisa, mas não tinha coragem. Era um pouco irritante, mas ela mesma era bem tímida. Depois da surpresa inicial quando a passagem por trás da estante se abriu para o Mercado Circular, que para Letícia era o lugar mais legal que ela já tinha ido, seguiram para o tal banco. Seu pai claro, mais uma vez deu uma de engraçadinho o que a fez morrer de vergonha.

Atravessaram a passagem estreita, os adultos na frente e as três crianças atrás. Bernardo estava ao seu lado, tentando evitar encostar em sua mão ao caminhar. O que foi bem fofo quando sem querer a mão dele resvalou na dela e ele afastou rápido. Para Letícia, Bernardo era um rapaz bonitinho ao seu modo, principalmente com as bochechas rosadinhas e olhos castanhos claros. Olhou pra frente onde Felipe caminhava. Também o achava gatinho, apesar de ser um pouco mais baixo que ela. Pelo que percebeu ele era bastante curioso pela forma com que olhava tudo a sua volta. Letícia teve quase certeza que ele reparou no beco estreito próximo ao boteco que seu pai tinha apontado.

Quando chegaram no espaço onde ficava o banco, Letícia quase deu um gritinho ao ver a criaturinha estranha de terno na porta do prédio de mármore. Vanessa parou e disse para o homenzinho, pelo menos Letícia achava que fosse do sexo masculino.

— Boa Tarde, Grongo.

— Boa Tarde Dona Vanessa, pelo visto trouxe novos clientes.

Ao dizer isso a criatura parecia dizer novas presas, pelo jeito arrastado que falava e o olhar de predador que dava para o grupo.

— O que é ess...

Gilberto começou a falar, mas foi interrompido rapidamente por Vanessa.

— Grongo é um Duende de Gringotes é administrado por Duendes e são os Duendes que cunham e guardam o dinheiro dos bruxos.

Grongo fez uma reverência.

— Agora, com licença Grongo, essas pessoas tem negócios a tratar no banco.

— Sim, claro, serão muito bem atendido.

Depois de entrarem no grande salão luxuoso, Vanessa se virou para o grupo, em especial para as crianças e informou.

— Tem umas coisas que eu preciso avisar, façam o que vieram fazer, abram suas contas, mas evitem fazer qualquer tipo de negócio com Duendes, leiam atentamente os papéis que eles lhe derem para assinar e principalmente não os irrite. Duendes são seres mágicos e muito melindrosos, por assim dizer.

Nem o pai de Letícia ousou fazer algum comentário ante àquele aviso. Puxou a filha para junto de si e disse.

— Então com quem falamos para abrir essa conta?

— Ah! Deixe-me ver…  hoje o banco não está muito movimentado então é só ir até algum balcão.

Vanessa apontou para três balcões lado a lado onde duendes estavam esperando para atender. Gilberto e Letícia foram até um deles onde um Duende mal encarado os cumprimentou com uma voz rouca.

— Boa tarde! O que desejam?

— Err.. bom.. Quero abrir uma conta em nome de minha filha. Disse apontando para Letícia.

O duende a olhou e disse com um sorriso de dentes afiados.

— Bruxos em idade escolar não podem requisitar um cofre permanente até completar 17 anos e a taxa mínima de depósito é de Cem Coroas de ouro.

Gilberto olhou espantado para o Duende.

— E quanto isso vai dar em Reais?

O duende olhou uns papeis em cima do balcão.

— Quinhentos Reais, senhor.

— Caramba e aquela mulher disse que o valor de câmbio não era tão alto assim.

Disse Gilberto deixando Letícia morta de vergonha pois seu pai se referia a vanessa que estava a dois balcões a frente.

— Ok, ok, aceitam cheque? Disse o pai tirando o talão do bolso da calça.

— Aceitamos senhor, contanto.. Que tenha fundos… caso contrário a punição será severa.

Disse o Duende olhando para Gilberto como que esperando que o cheque do homem fosse sem fundos. Gilberto engoliu em seco e disse meio rouco.

— Sim, sim é claro que tem fundos, errr… Então.

Disse olhando para sua filha.

— Vou depositar aqui todo o dinheiro da pensão que é o que foi combinado com sua mãe e ela que se vire para sustentar aquela casa sem mim.

Letícia emburrou a cara pro pai, mas não discutiu. Agora que tinha o dinheiro o poderia comprar o que mais almejava desde que conheceu Vanessa, sua própria varinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bem Vindo a Castelo Bruxo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.