Bem Vindo a Castelo Bruxo escrita por Leo Fi


Capítulo 13
Felipe




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Felipe ficou extremamente feliz quando o enorme pássaro vermelho chegou com o bilhete de Vanessa informando a data, hora e local onde se encontrariam para comprar os materiais, mas quem parecia ainda mais animada com a ideia era sua avó. Felipe nunca tinha visto a velha senhora tão agitada e ativa com alguma coisa antes, parecia até que o pássaro, além do bilhete, tinha levado para Dona Odete uma dose de extra energia. Até a antiga máquina de costura ela pôs para trabalhar, quando decidiu que iria arrumar um de seus vestidos que usaria para levar o neto no dia marcado. Felipe estava muito contente de ver a avó daquele jeito, mas também preocupado, pois ela quase nunca saía e sempre voltava bastante cansada. Afinal a descida da Comunidade era bem longa.

No dia marcado, depois de banhos tomados e devidamente arrumados, saíram de casa. A mãe de Felipe os acompanhou até o ponto de ônibus na rua lá embaixo. Ela tinha se oferecido para levar Felipe mas Dona Odete insistiu que levaria o neto e como tinha o trabalho no salão decidiu não discutir com a mãe, cuja relação tinha melhorado bastante desde a visita de Vanessa. Ela até mesmo estava mais atenciosa com Felipe. Quando partiram no ônibus, Felipe ficou se perguntando o motivo da mãe ter mudado tanto com ele, já que nunca demonstrava muito carinho pelo filho e na maior parte das vezes agia como se fosse um obrigação cuidar de Felipe e não por vontade própria.

O trânsito para o Centro estava caótico como sempre, mas chegaram com uma certa antecedência, pois saíram cedo de casa. Ao chegar próximo do local marcado viram Vanessa acenar ao longe e foram até ela, que os cumprimentou entusiásticamente. Logo em seguida uma menina bonita tinha chegado com seu pai. O homem tinha uma ar arrogante que Lipe não gostou muito e a menina parecia triste e aborrecida, mas apertou sua mão quando ele a cumprimentou, e até lhe deu um sorriso tímido. Demorou uns 10 minutos para o rapaz Bernardo chegar com sua mãe e todos entrarem no sebo de aspecto antigo. Era um lugar velho e empoeirado. Antes quando estavam esperando do lado de fora parecia estranho que as pessoas mal notassem o lugar. Letícia fez um comentário engraçado sobre brasileiro não gostar de ler, mas ele sabia que tinha algo de mais mágico rolando ali, o que foi confirmado quando o senhor estranho de roupão verde abriu uma passagem secreta em meio a uma estante de livros.

Felipe ficou bem uns dez segundos parado olhando de boca aberta, era incrível demais pra ser verdade que existisse um lugar daquele no Rio de Janeiro. Quando todos atravessaram o portal que dava para a praça circular, Felipe pode ter uma visão clara do local. Rodeando a praça, ficavam diversos bares, restaurantes e sorveterias. Nas calçadas, mesinhas quadradas de madeira eram espalhadas logo abaixo dos toldos coloridos, como se não pertencessem a um só estabelecimento. Um cheiro gostoso de carne de churrasco vinha de algum lugar. Mas o local não tinha só o térreo, olhando pra cima ele viu parapeitos de ferro em grade e pessoas caminhando. Pelo que pôde contar o local tinha uns 4 andares contando do térreo e lá no alto era aberto por onde entrava a luz do sol. Pela ausência de postes, Lipe se perguntou como o lugar ficava à noite. Mesmo assim, o local parecia um shopping center em estilo colonial.

— Pelo que podem ver, as lojas ficam nos andares superiores, mas vocês vão querer ir no banco primeiro, acho.

Disse Vanessa. Era verdade, pelo menos Felipe havia trazido a caixa com sua herança, que estava bem guardada na bolsa da avó.

— Sim, vou abrir a conta da minha filha, mas não vejo nenhum banco aqui, a não ser que esteja dentro daquele pé sujo.

Disse o pai de Letícia, apontando para um pequeno botequim, à direita. Olhando na direção que o homem apontava Lipe, percebeu uma abertura que dava para um beco escuro, entre o botequim e uma lanchonete mal cuidada. Viu um homem se esgueirar lá para dentro como se não quisesse ser notado. Se perguntou o que era, mas como Vanessa não falou nada deixou pra lá. Na verdade ela respondeu á pergunta do homem.

— Huum não, na verdade fica por aqui.

Disse se dirigindo à esquerda e Lipe pôde ver que entre um restaurante chique e uma sorveteria também havia um beco mas diferente daquele outro, era um tanto mais espaçoso, dando pra passar umas três pessoas lado a lado.

Atravessaram o beco e depois de caminhar uns poucos metros deram de cara com um espaço amplo de alguns metros quadrados ocupado por um prédio enorme, todo branco mármore e na fachada, em letras douradas estava  escrito GRINGOTES. Para surpresa de todos, menos de Vanessa, em pé próximo à porta giratória estava a criaturinha mais feia que Felipe já tinha visto vestir um terno. Não que visse muitas.


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