À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 89
Oficialmente Vizinho


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas!

Preparadas para o final? Esse é o "último" capítulo, mas ainda teremos o epílogo.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/760597/chapter/89

Ficamos o dia inteiro juntos. Sábado e domingo também. Eu tinha a impressão que nunca enjoaria da presença daquele homem, de estar ao seu lado, ou grudada nele. Era uma sensação tão agradável e mágica, muitas vezes eu nem conseguia descrever. Não que precisasse, sentir era o suficiente.

Natanael parecia se sentir igual a mim, já que algumas vezes eu o pegava me olhando, porém, não desviávamos o olhar, apenas dávamos um sorrisinho e continuávamos ali, nos observando. Era muito fofo.

Apesar de todas essas sensações maravilhosas que eu estava sentindo na semana, havia um detalhe que me incomodava. Um detalhe bem grande, digamos assim.

Às vezes eu me pegava lembrando da aventura que tive, desde o primeiro dia, quando derrubei Nathaniel no meio da rua enquanto ele lia um jornal. Quando concordei em o acompanhar até seu consultório, a forma que ele me observava quando perguntava algo e eu respondia, dizendo mais do que ele tinha perguntado. Nossos encontros ao longo dos dias, quando eu me toquei que estava começando a gostar dele. Aquele jantar, as taças de vinho, a dança... e depois nosso primeiro beijo....

Quão louco era pensar que nos beijamos várias vezes. Que eu beijei o tataravô de Natanael, que é ele também. Agora que nos encontramos e nos beijamos... eu não sinto que eram pessoas diferentes. É como se estivéssemos juntos desde sempre, desde àquela época. Não há nada diferente, tirando que estamos na época certa, algumas características dele que são um pouco diferentes, o que é completamente compreensível, como o fato dele sempre me tocar quando conversamos, ou a forma que ele me segura enquanto nos beijamos. São meros detalhes que acabam diferenciando Natanael de Nathaniel. Porém, apesar disso, eles são o mesmo, eu sinto.

E mesmo tendo isso em mente, ainda me perturbo, como se fosse algo tremendamente importante dele saber. Como se eu não conseguisse me dar completamente sem contar a ele sobre tudo o que aconteceu.

Como eu contaria a ele? Olha, eu conheci seu tataravô, Nathaniel, e nós meio que tivemos um romance, não que isso interfira no que eu sinto por você, vocês são a mesma pessoa e...

Isso soa tão ridículo. Eu não sei o que soa mais impossível. A viagem no tempo em si ou o fato de eu ter dado uns amassos no tataravô dele, que é ele naquela vida. Eu sei que vai ser difícil convencê-lo e sei que não deveria tentar, mas como posso conviver com isso? É como esconder o maior segredo da minha vida.

Todos os dias, quando via Natanael em seu apartamento, arrumando os móveis e outras coisas, ficava pensando em como entrar no assunto. A cada dia, ele trazia suas coisas, aos poucos, e íamos ajeitando tudo. No final da noite, jantávamos vendo algum filme, dávamos uns beijos e eu ia para casa, com aquilo martelando minha cabeça.

Na sexta-feira, assim que cheguei, vi a porta dele aberta, mas preferi ir até lá mais tarde. Tomei um banho, belisquei alguns pedaços de pão e coloquei alguns filés de frango já temperados para grelhar. Tinha purê de batata, ciabattas e pedaços de queijo. Seria um bom jantar acompanhado de vinho, é claro.

Fui até o apartamento de Natanael e, como a porta estava aberta, entrei, a fechando. O lugar já estava praticamente pronto. Os móveis estavam em seus lugares, já haviam cortinas, tapetes, alguns quadros, fotos e poucas decorações.

— Nate? A porta estava aberta — anunciei a minha entrada.

Ele colocou a cabeça para fora da porta do quarto. — Ops, esqueci. Eu estava trazendo a última caixa com as minhas roupas. — E voltou para dentro, para onde eu fui. Haviam quatro caixas grandes, duas em cima da cama e duas no chão, e ele estava tirando as roupas de uma e organizando nos nichos do guarda-roupa.

— Então você já vai ficar?

— Sim. Agora sou oficialmente seu vizinho. — Nate sorriu, feliz e eu não pude deixar de sorrir com ele. — Só falta encher a dispensa.

— Por falar em dispensa, eu vim perguntar se você quer jantar comigo.

— Seria uma honra, senhorita. — Não faz isso, menino. — Posso tomar uma ducha antes? Prometo que serei rápido.

— Tudo bem, assim eu termino de cozinhar.

— Ok, te encontro em dez minutos. — Se aproximou, dando um beijo em minha têmpora, e saiu do quarto, indo para o banheiro.

Voltei para a minha casa e terminei de fazer a comida. Pus a mesa enquanto ouvia música no sistema de som e logo Natanael chegou. Comemos conversando, tranquilamente. Ficamos um bom tempo sentados, rindo e bebericando vinho. Depois que a comida baixou um pouco, recolhemos as louças e ele fez questão de lavar, e eu ia colocando tudo na lavadora de pratos.

Várias vezes, ele me pegava o olhando e sorria, o que fazia meu coração derreter pouquinho por pouquinho.

Depois de enxugar a pia, agradeci, lhe dando um beijo no rosto. Natanael me puxou pela mão para o meio da cozinha, nos posicionando e começando a dançar de forma lenta. Sorri com o gesto espontâneo, tendo a impressão de que saiam corações da minha cabeça. Era nesses momentos que eu não sabia o que fazer com tanto amor, e eu só podia observá-lo com cara de boba apaixonada e me deixar levar por todas as sensações que ele me causava. Era incrível como o toque de suas mãos em mim causava tantas coisas, ou sua mera presença no mesmo cômodo. Era quase mágico.

You’ve been on my mind. I grow fonder every day, lose myself in time just thinking of your face — cantarolei baixinho com música da Adele, que tocava no sistema de som.

Ele sorriu, aproximando seu rosto do meu, deslizando seus lábios em minha bochecha e queixo, até chegar em minha boca, onde deu um beijo delicado. Subi a mão para seu rosto e o beijei com carinho, e Natanael retribuiu, apoiando minhas costas e me puxando para mais perto. Eu poderia dar um milhão de suspiros, que nunca seriam o suficiente para colocar para fora tudo o que eu sentia.

Senti uma leve mordida em meu lábio inferior, acendendo uma pequena chama em mim, um calor além daquele que já fazia em pleno verão. Retribuí a mordiscada e o senti sorrir. Provavelmente ele também começou a sentir aquele magnetismo impossível de ser ignorado, uma necessidade um do outro que nos fazia querer mais toques, mais carícias e beijos mais demorados.

Diferente de antes, eu não me sentia mais impedida de demonstrar meus desejos, que guardei por tanto tempo. Eu não queria reprimi-los novamente, queria e sentia urgência em mostrá-los a quem os causou.

Não demorou muito para que Natanael reagisse a minha mão que foi para debaixo de sua camiseta, nas costas, e logo suas duas mãos desceram para meus quadris, só me fazendo contorcer internamente. Acabei ficando na ponta dos pés e acariciei sua pele quente, indo até a barriga, fazendo sua roupa subir. Com isso, seus beijos se tornaram mais urgentes e sedentos, enquanto ele me puxava junto dele para trás, até que eu encostei na mesa de jantar.

Ele deixou meus lábios e distribuiu beijos, trilhando pelo pescoço, ao mesmo tempo que escorregava as mãos com certa pressão até minha bunda. De forma automática ergui a perna direita, já que eu estava apoiada no tampo de madeira da mesa, e Natanael apertou, enchendo a mão. Soltei o ar pela boca, dando um risinho.

Ouvi sua risada e ele ergueu o rosto para voltar a me beijar, aproveitando a posição da minha perna e deslizando as mãos para baixo do vestido, o subindo até o começo da barriga, por onde acariciou com a ponta dos dedos. Não achei aquilo justo e levantei mais sua camiseta, e ele acabou por se afastar para tirá-la, logo voltando a me apertar contra ele.

— Você não gostaria de ir para um lugar mais aconchegante? — questionei entre os beijos, já com a respiração alterada.

— Se você quiser, para mim aqui está ótimo — sussurrou, dando uma mordiscada em meu queixo, me fazendo rir. — Tudo bem, podemos ir. — Natanael apoiou minha lombar com um abraço, ao mesmo tempo que me erguia e eu enlaçava seu corpo com as pernas. Caminhou para o corredor e entramos no quarto, indo diretamente para a cama, onde ele se sentou e me colocou em seu colo, de frente para ele.

Voltei ao beijá-lo enquanto desfivelava seu cinto. Suas mãos continuavam brincando em meu corpo, ora acariciando, ora apertando. Quando estava prestes a abrir o botão de sua calça, ele me fez erguer os braços para puxar o vestido e o largou ao nosso lado, começando a beijar meu pescoço e clavículas.

Forcei a pélvis em sua direção, impaciente, e Natanael fez o mesmo, descendo os beijos até entre os seios. Suas mãos subiram em direção ao fecho do sutiã e ele afastou o rosto para admirar a vista. Fiquei observando sua expressão e notei uma reação diferente, e baixei o olhar, encontrando minha corrente pousada sobre a pele, travando no mesmo segundo.

Natanael voltou uma mão para frente e pegou o pingente, para analisar mais de perto.

— Como... você tem um desse? — E me encarou, confuso.

Opa... Por que eu não lembrei de tirar essa corrente só hoje... — É... É uma história bem longa.

— Você por acaso sabe que esse é o brasão da minha família? — perguntou, divertido e curioso.

Ai, Nate, assim você me complica. Eu sei que não posso contar para você, mas... eu sinto que deveria ser sincera. Castiel vai querer me matar se eu contar. Eu não quero começar nossa história com uma mentira. A mentira mais importante da minha vida...

— Nate... — Mordi o lábio, receosa, deslizando a ponta dos dedos sobre seu peito, tentando raciocinar.

— Sim?

— Você... acredita em viagem no tempo? — Encarei seu rosto.

Ele estranhou a pergunta. — Isso tem alguma coisa a ver com o pingente?

Ergui as sobrancelhas, não querendo confirmar, mas também não querendo negar. Nate me observou, esperando para ver se eu falaria mais alguma coisa, então, soltou a corrente e voltou as mãos para as minhas costas.

— Bom... O que acha de deixarmos isso para depois? No momento tenho algumas outras coisas mais interessantes para fazer. — E senti o fecho do sutiã ser aberto, me causando alguns arrepios de expectativa.

— Acho que você está completamente certo.

Me aproximei, voltando a beijá-lo, enquanto as alças da peça eram puxadas dos meus braços, nos deixando iguais. Pacientemente, explorando, Natanael passou as mãos em minhas costas, como em uma massagem, da cintura até os ombros, descendo pelos braços, chegando em minha barriga, e voltando a subir, até que chegou onde eu queria, tocando e acariciando com uma pressão moderada. Suspirei ao mesmo tempo que ele mordeu meu lábio e usava a pontas dos dedos para provocar ainda mais.

Eu tinha me esquecido completamente como era possível sentir tanto calor e querer estar grudada com alguém, querer sentir nossas peles deslizando.

Não que não soubesse antes, mas agora eu tinha completa certeza de que amava Natanael e queria ficar com ele pelo resto da vida, e pelo resto das outras também. Eu pedia, inconscientemente, que nossa relação nunca acabasse, independentemente de nascermos em países, continentes ou galáxias diferentes. Pedia para que sempre nos encontrássemos e vivêssemos todos aqueles sentimentos milhares e milhares de vezes, pois eu nunca me cansaria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oficialmente acabaria aí, mas a maioria de vocês (que responderam aquele meu questionário) disseram que querem que a Lolo conte sobre a viagem no tempo e sobre o Nathaniel, então por isso postarei o epílogo.

Quem quiser ver como ficou a casa do Nate, está aqui na pasta: https://br.pinterest.com/machbiia/%C3%A0-procura-de-adeline-legrand/casas/

Mas toma a imagem direto pra quem tiver preguiça: https://i.pinimg.com/564x/6a/f3/dd/6af3dde9338ef16f58cf2ac00758397f.jpg

Sofreram muito nesse capítulo? shaushu Espero que tenham gostado!

Agora nos veremos no último capítulo :')

Até mais o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "À Procura de Adeline Legrand" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.