À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax
Notas iniciais do capítulo
Oláá! Saudades da Heloise e sua boquinha aberta? kkk
Boa leitura!
— Faz um tempo que não te vejo. — O rapaz chamado Kentin apertou a mão do loiro ao se aproximar. — Muito ocupado com o trabalho?
— De certa forma, sim. E você, ocupado com as coisas daqui?
— Sempre tem muito trabalho a fazer. — Passou a mão na testa, fingindo secar um suor.
Me aproximei e dei um breve aceno quando o rapaz me notou.
— Essa é Heloise Dumas. Se hospedou hoje. — Nathaniel me apresentou.
— Prazer, senhorita. — Kentin fez uma sutil reverência, sorrindo. — Kentin Pierre.
— Prazer, senhor Pierre.
— Me chame apenas de Kentin, por favor.
— Claro. Você e Oliver são idênticos — comentei, divertida.
— Somos, não é? Alguns acham que somos gêmeos, apesar de estar na cara que Oliver é mais velho que eu. Quem mandou minha mãe fazer uma cópia dele e colocar meu nome — brincou, rindo.
Dei risada. — Acontece.
— Tenho que entrar, Oliver está me esperando. Nos vemos por aí. — E saiu andando.
Nathaniel pegou algo de dentro do casaco. Um relógio de bolso. — Preciso ir agora. Logo tenho mais um paciente.
— Tudo bem.
Me olhou, guardando o objeto. — Se recorda do caminho para o meu consultório?
— Acredito que sim.
— Poderia ir até lá amanhã de manhã? As nove?
— Claro, tudo bem.
— Nos vemos amanhã, então. — Pediu minha mão e a dei, e depositou um beijo nela.
— Até amanhã.
Ele deu um pequeno sorriso e seguiu para dentro, por outra entrada, que devia ser a porta que vi aberta no final do corredor depois da recepção. Olhei ao redor, me sentindo um pouco perdida. Agora o que me restava era aproveitar. Até poderia considerar como férias, porém, férias sem internet, o que seria difícil.
Mas com tanta coisa diferente por aqui, acho que nem sentirei falta.
Voltei a sala de leitura. Andei devagar pelas estantes, olhando os livros que haviam ali.
— Nathaniel já foi? — Me virei, vendo Kentin parando ali perto.
— Sim. Ele tinha um paciente.
— Ah... — Pareceu um tanto tímido, suas bochechas coraram levemente. — A senhorita é paciente ou amiga dele, se me permite?
— Eu... acho que um pouco dos dois. E me chame de Heloise, por favor.
Ele deu um sorrisinho. — Tudo bem. Em qual quarto está hospedada?
— Em um do terceiro andar, não lembro qual é o número, mas é o primeiro do lado esquerdo.
— Então é o quarto quinze. É um bom quarto.
— Sim, gostei bastante dele...
— Kentin... — Oliver apareceu, vindo da sala de estar. — Ah, já conheceu a senhorita Dumas?
— Heloise, por favor — falei rindo, levantando a mão.
— Conheci a nossa nova hóspede, sim. — Kentin disse.
— Tome cuidado com ele, Heloise, não puxe conversa demais ou ele não para de falar.
— Ei! — Kentin fez cara de bravo, mas não deixou de rir.
Eu ri. — Tudo bem, eu também não paro de falar. — Kentin ficou um pouco mais corado, e Oliver riu.
— Anda, ainda não terminamos lá dentro.
— Mas achei que tinha terminado... — O mais novo foi puxado pelo braço.
— Você que saiu correndo. — Foram se afastando.
Esses dois são uns fofinhos... Acho melhor escrever mais no diário.
Voltei ao pátio e fui ao corredor que Nathaniel havia entrado, e realmente era o caminho que vi mais cedo. Andei um pouco e virei, subindo as escadas. Abri a porta do quarto e entrei, a fechei, dando apenas uma volta na chave e a deixei na fechadura. Abri a mochila, peguei o diário e a caneta e me sentei na escrivaninha de frente a janela, que abri antes de começar a escrever.
Anotei tudo o que fiz e falei um pouco sobre os Pierre que conheci. Observei o pátio visto dali. Dava para ver perfeitamente a casa dos Pierre, que tinha uma bela construção.
Ouvi toques na porta, e rapidamente fui até lá para abri-la. A moça da recepção sorriu ao me ver.
— Olá, vim avisá-la que servimos chá de tarde, igual aos ingleses — disse, toda fofinha. — Está servido no salão de refeições, se quiser.
— Ah... obrigada. Já vou descer... Qual seu nome?
— Denise.
— Heloise, prazer.
— Igualmente. — Sorriu, se abaixando levemente, esticando a saia do vestido em uma reverência. — Não demore, ou o chá vai esfriar, hein! — falou andando para a escada.
— Claro, já estou indo!
Apenas guardei o diário na mochila e sai, trancando a porta. Deixei a chave no bolso do vestido e desci. Fui para o salão, onde já tinha algumas pessoas se servindo da mesa posta próximo a janela da cozinha. Além das comidas — baguetes, pães, torradas, tortas doces — tinham xícaras, pires e pratos, e alguns bules muito fofos com chás diferentes, cada um com sua devida plaquinha de sabor.
Peguei uma xícara e enchi com chá de camomila. Peguei um prato, coloquei um croissant e um pedaço pequeno de uma das tortas. Me sentei em uma das mesas vazias e comecei a comer, me deliciando com aquele salgado folhado.
De repente, alguém arrastou a cadeira da frente e sentou, e percebi que era o garçom Castiel.
— Gostou do meu croissant? — Apoiou o queixo na mão.
— Você que fez? — perguntei surpresa.
— Sim.
— Mas se....
— Sim, eu sou garçom e padeiro. Posso ter dois trabalhos, sabe?
— Hm... devo desejar parabéns?
Ele deu um sorriso de lado. — A senhorita não é daqui, é? — Deu ênfase irônica no “senhorita”.
— Não, não sou. Por quê?
— Porque é fácil de perceber. Sinto dizer, mas não tem os modos de uma dama parisiense.
— Se você diz. — Tomei um gole do chá. — Seu croissant está muito bom, meus parabéns.
— Obrigado. Tenho mãos habilidosas. — Mostrou a mão direita. Comecei a rir com a “sutileza” dele, me lembrando muito o “meu” Castiel.
— Do que está rindo? — indagou suavemente, com um sorriso provocativo.
— Você me lembra muito um amigo meu.
— É, você já comentou isso antes. Esse amigo é só amigo mesmo?
— Sim, só amigo — reforcei a palavra. — Vocês são parecidos, mas alguns detalhes os tornam diferentes.
— Por exemplo...?
— O cabelo. O dele é grande, até os ombros. — Indiquei em mim a altura.
— Eu acho legal cabelos compridos, mas não combina com meu trabalho. Imagine se está comendo um pão e acha um fio de cabelo nele. Seria engraçado, mas me custaria um desconto no salário... Com que esse seu amigo trabalha?
Como posso explicar que ele trabalha com nanotecnologia? — Ele... é inventor.
— Ah, bem cara de inventor ter cabelos grandes — debochou. — E você? Trabalha com alguma coisa?
— Eu... sou professora de inglês. — Resolvi falar a verdade.
— Professora? Uau. — Deu um riso. — Diga algo em inglês para mim.
— You think you can get me with your smiles, but it will not.
— E o que disse?
— Disse que você é um ótimo padeiro. — Segurei o riso.
Ele me olhou de forma desconfiada. — Não sei se acredito em você.
— Por que não? — Me fiz de inocente.
— Você falou isso de uma forma muito... provocativa.
— Por que acha isso?
— Eu sei tudo sobre provocação.
— Castiel, vamos? — Uma voz feminina soou, chegando perto. — Olhamos para o lado ao mesmo tempo, vendo uma garota parando ali. Não diria que ela era igual a Castiel, mas lembrava alguns traços, principalmente os cabelos pretos e ondulados.
— Terminou de fofocar com Denise?
— Não estávamos fofocando.
— Então você estava admirando a beleza do Oliver?
— Castiel! — O repreendeu, ficando vermelha. Ele começou a rir e a garota me olhou, emburrada. — Desculpe os modos do meu irmão.
Então Castiel tem uma irmãzinha... Deixa ele saber disso. — Não se preocupe, acho que estou me acostumando.
— Ah, vocês se conhecem há muito tempo?
— Não, mas eu conheço o jeito dele. Tenho um amigo exatamente assim.
— Coitada de você, então.
— Vamos? — Outro rapaz apareceu, parecido com os outros dois, mas mais alto que Castiel. — Não era essa senhorita que você estava...
— Rindo? Sim, é ela. — Castiel respondeu, olhando para ele.
Observei sem entender o cara de pé, entretanto, não consegui olhar muito, ele era muito bonito para se olhar sem ficar vermelha.
— Você ama deixar as pessoas constrangidas, não é mesmo? — Ele repreendeu Castiel. — Perdoe meu irmão, ele não tem modos.
Mais um irmão... — Não se preocupe... Vocês não se apresentaram.
— Clarisse Riviere. — A garota se apresentou. — Meu irmão mais velho de todos, Neville, e irmão um ano mais velho, Castiel.
— Sou Heloise Dumas... Então vocês têm outros irmãos?
— Sim, tenho mais três irmãos mais velhos. — Clarisse explicou, com um sorrisinho.
Gente...!
— Vamos, a mamãe está esperando. — Neville os apressou. — Prazer, senhorita Dumas.
— Prazer.
Clarisse acenou para mim e seguiu seu irmão. Castiel suspirou, levantando e saiu sem dizer mais nada.
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Aaaaaaaaa Castiel tem um monte de irmãos xD
Não sei o porquê, mas gostei tanto disso. Porque imaginamos o Castiel sempre como filho único, né? Então quando eu percebi, estava colocando vários irmãos para ele kkk
E ele é like Julius, tem dois empregos HAUHAUAH
Bom, é isso! Espero que tenham gostado.
Não esqueçam de favoritar a história e colocar nos acompanhamentos!
Nos vemos no próximo! ♥