À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 7
Atraso


Notas iniciais do capítulo

Oi, xuxus!

Mais um capítulo está entre nós! Espero que estejam gostando das loucuras da nossa protagonista!

Boa leitura!



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Terminei de tomar meu chá sozinha e voltei para o quarto. Escrevi sobre o meu café da tarde cheio de irmãos do Castiel.

Provavelmente ele vai falar “O quê? Cinco irmãos?! Tá doido, não aguento nem o Dragon!”

O jantar foi servido perto das oito da noite, e após comer, resolvi tomar um banho. Deixei a banheira enchendo e tirei outro vestido da mochila, o deixando no banco da cama.

Ainda bem que a Íris me fez trazer mais um vestido.

Peguei meu pijama, um blusão e um shorts e o levei para o banheiro. Pelo menos isso ninguém veria e eu não teria que me preocupar. Assim que a banheira encheu, me despi e entrei nela, relaxando automaticamente. Então, lembrei que tinha me esquecido de pegar meu sabonete.

Na pequena estante próximo a banheira até tinha algo que parecia ser um, mas achei melhor não arriscar. Não era hora e nem lugar para minha pele resolver me dar alergia por um produto desconhecido.

Puxei a toalha que estava pendurada acima da minha cabeça e sai da banheira. Pisei na toalhinha branca e enxuguei os pés. Dei uma secada rápida no corpo, só para não escorrer água no chão e voltei ao quarto. Peguei a mochila e procurei o frasco de sabonete líquido. O achei, e antes que voltasse ao banheiro, alguém bateu na porta. Me enrolei na toalha e fui até lá, destrancando e abrindo, dando de cara com Kentin.

Ele segurava um papel, e seu sorriso diminuiu quando percebeu que eu estava apenas de toalha. Seu rosto ficou vermelho igual a cor do cabelo do Castiel no ensino médio.

— Sim?

— C-chegou essa carta para a senhorita. — Desviou o olhar e estendeu o papel.

— Obrigada. — A peguei, e rapidinho ele escapuliu.

Tadinho.

Tranquei a porta de novo, olhando de quem era a carta, mas não tinha outro nome além do meu. Acabei a deixando na cama para voltar ao banho, antes que a água esfriasse. Entrei novamente na banheira e aproveitei um pouco. Depois, me lavei direito e fiquei por lá até meus dedos enrugarem. Saí, me sequei e coloquei minhas roupas. Deixei a toalha pendurada no aquecedor do próprio banheiro e sai, indo direto para a tal carta.

Descolei a cera do envelope e tirei um papel retangular dele.

Senhorita Dumas,

Me perdoe, mas terei que adiar nosso encontro para as dez e meia da manhã. Tenho um caso urgente para atender as nove.

Espero que não se importe. Em todo caso, vejo a senhorita lá.

Atenciosamente,

Nathaniel Berger.”

A letra era elegante e alongada, bem cara de um psicólogo.

Pelo menos vou poder dormir até mais tarde.

Guardei a carta no envelope e a guardei dentro do diário. Deixei a mochila no chão e me deitei debaixo das cobertas fofinhas. Pouquíssima luz luar entrava pela janela, o que ajudou a me fazer pegar no sono mais rapidamente.

Acordei com minha própria baba no canto da boca, e me virei, a secando com as costas da mão. Abri os olhos aos poucos, me acostumando com a claridade. Me espreguicei, achando o máximo aquela cama toda só para mim. Estava acostumada a dormir em uma cama de casal, mas aquela devia caber umas quatro pessoas.

Admirei a decoração do quarto de forma preguiçosa. Ouvia alguns pássaros do lado de fora, e aí me toquei que não havia mais barulho nenhum. Nada de carros, poluição, gritaria de vizinhos chatos... O que era estranho e legal.

Procurei por algo que pudesse me dizer que horas eram, e achei um relógio no criado mudo. Apertei os olhos para enxergar e...

Pulei de cama, jogando as cobertas para o lado e cacei minha escova de dentes e a pasta, e fui direto para o banheiro.

São dez e meia!

Terminei as coisas por lá, joguei na mochila e me troquei, deixando o pijama na cama. Calcei os sapatos, saí do quarto e tranquei a porta. Penteei os cabelos com os dedos conforme descia as escadas. Parei quando cheguei no térreo. Ainda tinha cheiro de café da manhã, mas era bem provável que já tivessem guardado tudo. Ainda assim me arrisquei. Fui até o salão vazio e dei uns toques na porta da cozinha.

Denise apareceu. — Bom dia, Heloise.

— Bom dia, Denise — disse apressadamente. — Será que não tem alguma coisa para eu comer aí? Preciso ir me encontrar com Nathaniel e acordei atrasada.

Ela deu risada, do jeito calmo dela. — Acho que tem sim, espere. — Entrou, e eu dei uma olhada rápida pela cozinha grande. Tinha mais umas quatro mulheres trabalhando, cortando legumes ou lavando louças.

Denise foi até uma das ilhas e tirou um pano de cima de uma forma, deixando vários croissants visíveis. Ela me olhou, os indicando, e eu balancei a cabeça, fazendo um dois com os dedos. Então ela pegou dois, deixou o pano do lugar e veio me entregar.

— Muito obrigada mesmo! — Saí correndo, já dando uma mordida em um.

Andei rápido pela rua, e quando cheguei no consultório, terminei de engolir o último pedaço.

— Bom dia, senhorita Dumas. — Rosa me desejou. — Acho que está um pouquinho atrasada. — Deu risada.

— Eu dormi demais... — Me aproximei de sua mesa. — Ele está aí ainda? — cochichei.

— Está sim, e está a sua espera.

— Ele fica bravo com atrasos?

— Depende do atraso, mas no seu caso, foram apenas vinte minutos. Ele deve estar bem, ainda. Pode ir lá.

Dei um sorrisinho e fui até a porta, dando uns toques antes de abri-la.

— Bom dia, senhorita Dumas. — Nathaniel falou, sentado em sua mesa, lendo algo.

— Bom dia... Me desculpe pelo atraso. — Entrei, fechando a porta.

— Se esqueceu de colocar o relógio para despertar? — Me encarou com um pequeno sorriso e uma sobrancelha erguida.

— É, sim. — Andei até o sofá e me sentei. — Eu estava cansada.

— E se sente melhor? — Fechou seu livro e levantou, indo até uma estante e o guardando.

— Sim, recuperei minhas energias.

— Ótimo. — Sentou-se em sua poltrona. — Podemos continuar com as perguntas?

— Sim.

— Ah... — Ele parou, me olhando. — Seu rosto está... — Apontou para sua boca.

Passei a mão no rosto e percebi que estava com migalhas do croissant que tinha comido. Limpei rapidinho.

— Desculpe, eu vim comendo no caminho.

— Não se preocupe. Então não tomou café da manhã direito? — Neguei. — Gostaria de um chá? Rosa preparou pouco mais cedo.

— Aceito.

Nathaniel foi até a aporta, abriu e falou algo com Rosa, e depois voltou. Pegou o caderno que estava sobre a mesa, que eu nem tinha reparado, e se sentou.

— Então, senhorita Dumas... — O abriu, procurando a página.

— Olha... — E ele me olhou. — Eu estou um pouco cansada dessas formalidades. Já nos conhecemos tem algumas muitas horas, então... não precisa ficar me chamando de “senhorita Dumas”. Me chame de Heloise direto.

— Tem certeza? — indagou, incerto.

— Tenho. Sinceramente acho um pouco estranho, não tenho esse costume onde moro.

— Hm... se é assim, me chame pelo primeiro nome também.

Finalmente! — Okay. Eu te chamo assim na minha cabeça desde que nos conhecemos. — Dei de ombros.

— É mesmo? — Deu um risinho. — Eu também costumo chamar as pessoas pelo primeiro nome em minha mente.

— Não somos tão diferentes então. — Me ajeitei no sofá. — Se importa se eu tirar os sapatos?

— De forma alguma, fique à vontade. É bom que você se sinta bem aqui.

Tirei aqueles sapatos e os deixei juntos. Dobrei os joelhos e me sentei em posição de “índio”. Ouvimos toques na porta, e Rosa entrou carregando uma xícara.

— Aqui, está quentinho. — Me entregou.

— Obrigada, Rosa.

— Por nada. — E saiu novamente. Tomei um gole, limpando a garganta dos restos de massa e suspirei.

— Gosta de chá?

Pensei em dar uma resposta irônica, mas me controlei. — Sim.

— O chá tem relação com algo para você?

— Relação?

— Sim, ele te lembra algo? Te faz sentir de alguma forma específica?

— Me lembrar de algo, acho que não — falei pensativa. — Mas me traz uma sensação de relaxamento, sabe? Me sinto acolhida de alguma forma, independentemente de onde eu esteja.

— Acha que precisa de chá para se sentir bem em lugares desconhecidos?

— Não, não sou tão insegura para precisar de algo assim. — Tomei um gole maior da bebida quente. — Geralmente eu me sinto quase em casa em outros lugares... Engraçado que antes dos vinte anos tinha dificuldade em me sentir bem em ambientes estranhos.

— E agora tem facilidade para se sentir à vontade?

— Sim. É como se eu tivesse uma segunda casa. Claro que não é a mesma coisa, mas... Se eu tiver liberdade de me expressar, consigo ficar relaxada.

— E você sente que tem liberdade aqui? — Afirmei. — O que faria se estivesse em sua casa?

Olhei ao redor, pensando. Se eu estivesse em casa em uma sexta-feira, provavelmente seria uma folga surpresa, então acho que...

— Provavelmente estaria dormindo ainda. Ou então deitada no sofá vendo... ouvindo música.

— Então pode se deitar, só ficarei devendo a música. — Começou a escrever.

Já que ele disse, me deitei com os pés virados para a parede da porta. Eles ficaram erguidos pelo braço do sofá, e meu vestido subiu, ficando abaixo dos joelhos.

— Está ainda mais confortável agora? — brincou.

— Sim, estou. — Sorri.

Novamente, ouvimos toques na porta, e Rosa colocou a cabeça para fora, parecendo muito animada.

— Nathaniel, adivinha quem chegou! — Ela abriu mais a porta, e um homem surgiu ao seu lado. Extremamente parecidos, com os mesmos cabelos loiros claríssimos e a pele clara rosada.

Nathaniel abriu um sorriso enorme, e levantou, indo abraçar o homem que parecia ser seu amigo.


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Notas finais do capítulo

Aaahh mais um personagem aparecendo!

Alguém dá um palpite de quem seja? Posso dar uma dica: Ele é platinado.

Já entreguei hauhauha

Nos vemos quarta o/



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