À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 5
Pensão Pierre


Notas iniciais do capítulo

Oláá! Finalmente vocês vão descobrir quem é o próximo personagem a aparecer!

Boa leitura!



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Abri a porta do final do corredor, e sai em um pequeno pátio quadrado, com arbustos ao redor, alguns canteiros de flores e dois bancos um de frente para o outro. Havia uma pequena fonte entre eles, no centro do lugar, e o barulho da água e dos pássaros por perto deixava o ambiente tranquilizante.

Fechei a porta atrás de mim e segui para o banco. Me sentei ali e admirei a vista.

Peguei meu diário novamente.

“Nathaniel acabou de receber um paciente. Fui deixada em um pátio bem bonitinho. Quando ele acabar lá, provavelmente vamos ir à pensão que ele disse.

Meu plano é o seguinte: Esperar Adeline voltar e falar com ela. Terei que ficar de olho, na espreita, esperando... Espero que o cabelo dela seja igual ao da Íris, assim vai ficar mais fácil de identificar.”

Folheei até a segunda folha e olhei a pequena foto preto e branco. A segurei perto do rosto, tentando ver mais detalhes do rosto de Adeline. Ela estava mais velha naquela foto, talvez com uns quarenta anos. E pela foto ser velha e desgastada, não ajudava muito para ver os traços direito.

Espero muito que ela não seja tão diferente nova.

Deixei a foto no lugar e fechei o diário. O guardei junto da caneta e deitei no banco, olhando o céu azul sem nuvens.

Estava batendo aquela preguiça pós almoço, então me deixei dormir.

Tive sonhos vagos, mas sei que ri pois sonhei que tinha contado a Castiel sobre sua versão daqui e ele tinha me xingado. Então ouvi alguém me chamando...

— Senhorita Dumas?

Despertei, vendo Nathaniel de pé ao meu lado, e por um momento minha mente bugou.

Me sentei, coçando os olhos. — Acho que dormi.

— E pelo jeito muito bem, estava até rindo.

Pronto, mais um ponto de loucura. — Seu paciente já foi embora?

— Sim, há uns cinco minutos. Vamos até a pensão?

— Sim, vamos.

Levantei, colocando a mochila no ombro. Entramos e ele avisou a Rosa que já voltaria.

Saímos para a rua e andamos.

— É muito diferente essa sua bolsa, nunca vi um modelo como esse.

— Ah... é novidade. Existem poucos modelos ainda.

Tentei memorizar o caminho, mas não precisei me preocupar. A tal pensão era na mesma rua da padaria, apenas um pouco mais para frente.

Era um prédio de três andares, com uma placa escrito “Pensão Pierre”.

Entramos, fazendo barulho de sino na porta, e uma moça de cabelos castanhos e olhos verdes, que estava atrás do balcão sorriu para nós.

— Boa tarde! Senhor Berger, como vai?

— Muito bem, obrigado, e a senhorita?

— Estou bem. Gostaria de falar com Oliver?

— Sim, por favor.

— Só um momento. — E saiu pelo portal ao lado esquerdo da sala.

Nathaniel sentou-se em um dos sofás perto da janela, ao lado da porta, e eu me sentei no outro, encostado na parede da esquerda. Poucos segundos depois, a moça voltou acompanhada de um rapaz, muito parecido com ela.

— Nathaniel, veio ver se não estou perdendo a cabeça novamente? — Chegou brincando, estendendo a mão para o loiro.

— Não sei, você está? — Ele riu, trocando um aperto de mão enquanto levantava. — Na verdade... — Virou-se um pouco, e me indicou com a mão. — Essa é Heloise Dumas, uma... amiga e nova paciente.

Levantei, e o rapaz pegou minha mão para beijá-la rapidamente.

— Muito prazer, senhorita Dumas, me chamo Oliver Pierre — apresentou-se, todo simpático.

— Prazer, senhor Pierre.

— Nada de senhor Pierre. Me chame de Oliver, por favor.

Dei um sorrisinho tímido. — Tudo bem.

Ele acenou e olhou para o outro. — E o que os trazem aqui?

— Bom, a senhorita aqui vai ficar alguns dias na cidade e precisa de um lugar para dormir. E como ela não planejava ficar, não tem muito dinheiro.

— Olha, eu tenho dinheiro para pagar algumas noites, dependendo de quanto for, claro. — Me adiantei. Daquele jeito parecia que eu queria ficar ali de graça.

— Não precisa se preocupar com valores, somos bem acessíveis — explicava Oliver, indo para trás do balcão. — Ainda mais que estamos em baixa temporada. Os quartos mais “caros” estão bem mais baratos — acrescentou, em um sussurro que todos ouviram.

Sorri com a alegria dele, automaticamente já gostando do lugar.

— Não tem muita procura nessa época, não é? — Nathaniel questionou, apoiando os braços no balcão.

— Infelizmente não. — Abriu um livro enorme e foleou algumas páginas. — Mas como fazemos preços especiais para os quartos mais aconchegantes, até que temos muitos clientes.... Então o que me diz... — Começou a escrever em uma linha vazia. — A senhorita pega um quarto do último andar, a sua escolha, e paga o valor de um quarto do primeiro andar.

Aí depende do valor, né amigo?

Lancei um olhar para Nathaniel.

— E quanto é um quarto do primeiro andar? — Ele perguntou por mim.

— Dez francos por dia.

— E quanto é um quarto do terceiro andar? — questionei por curiosidade.

— Depende do quarto. Varia de cinquenta a cem francos. — Virou o livro para mim e colocou a caneta sobre ele. — O que acha dessa super oferta?

A oferta em si é realmente boa. Tadinhos, mal sabem que isso não valerá quase nada em euros — Acho que não posso perder, certo? — Assinei meu nome naquela pequena linha.

— É assim que se fala! — Fechou o livro e o colocou no lugar. — Vamos lá para a senhorita ver os quartos.

Oliver foi na frente. Passamos pelo portal. Havia uma escada para o segundo andar a esquerda do corredor, a direita tinha uma parede com algumas portas, e a do fundo estava aberta.

Subimos até o terceiro andar. Viramos o corredor e entramos a esquerda.

— Aqui estamos. — Oliver fez um gesto com a mão. — Pode escolher. Ainda tem mais para lá. — Andou até o final e apontou, e eu vi que virando novamente a esquerda tinha outro corredor com mais três portas. — São sete quartos por andar, todos com toilette.

É melhor eu pegar um quarto perto das escadas. Nunca se sabe o que pode acontecer.

Voltei o corredor e fiquei na frente da primeira porta do lado esquerdo. — Quero esse.

— Dê uma olhada primeiro, vê se a senhorita gosta — disse pegando um chaveiro do bolso da calça, procurando a chave a abrindo a porta.

Ele deu espaço para que eu entrasse primeiro.

O quarto era bem espaçoso. Na parede da esquerda, havia uma cama de casal enorme, toda entalhada na cabeceira. Ao lado dela, na parede da porta, um guarda roupa no mesmo estilo.

Haviam criados mudos nas laterais da cama e na frente dela, um banco fofinho.

Na parede da frente, onde havia uma janela que pegava quase a altura toda da parede, tinha uma escrivaninha. Cortinas grossas emolduravam a janela, dando uma cara ainda mais confortável ao quarto.

Na parede da esquerda, próximo da outra parede do fundo, havia uma porta.

— Aqui fica o toilette — falou Oliver, indo até lá e abrindo a porta.

Dei uma olhada por fora. Era um banheiro comum, a diferença é que não havia chuveiro, somente uma banheira. E que banheira!

— O que achou? — Oliver questionou, parando no meio do quarto.

— É incrível. Vou ficar com esse mesmo — falei admirando tudo.

— Ótimo! A senhorita tem mais bagagens? — Apontou para minha bolsa.

— Não, não tenho. Só essa mesmo.

— Está certo, então. Vou lá embaixo pegar sua chave — avisou, e saiu.

Nathaniel, que estava encostado no batente, entrou, dando uma olhada nos móveis. — A senhorita gostou mesmo? Pelo valor que os quartos estão, há maiores.

— Eu não preciso de muito espaço, este é mais do que o suficiente. — O olhei. — Obrigada pela ajuda, de novo.

— Tudo bem.

— Vo... o senhor conhece bem essa pensão? — Que droga, para de falar “você”!

— Sim, conheço. Por quê?

— Então poderia me mostrar os lugares? Melhor não incomodar Oliver com isso, ele deve ter mais o que fazer. A menos que o senhor também tenha o que fazer... — acrescentei.

Ele sorriu. — Não, estou livre por mais meia hora. Posso te mostrar tudo.

Deixei a mochila em cima da cama e nos dirigimos até o corredor, e na hora, Oliver apareceu.

— Onde estão indo? Aqui está sua chave. — A ergueu para mim e a peguei.

— Vou mostrar a pensão para ela.

— Você está tentando roubar meu emprego, é? — Deu risada, colocando as mãos na cintura.

— A senhorita Dumas não queria lhe incomodar com isso, pois acredita que já tem muitos afazeres.

— Hm, bom, não deixa de ser verdade. Vou perdoá-los dessa vez, mas que não aconteça novamente.

— Claro. — Rimos.

Tranquei a porta do meu quarto e descemos até o térreo. Oliver voltou ao seu trabalho, e Nathaniel seguiu o corredor próximo a escada, para a direita.

Saímos em um salão de refeições vazio. Várias mesas estavam dispostas pelo salão. A esquerda havia uma espécie de janela, por onde passavam as comidas, e ao lado uma porta dupla de madeira.

Na parede da frente, mais uma porta dupla, pela qual passamos, dando em uma sala de estar, com direito a alguns sofás e uma lareira bem grande.

Seguindo a esquerda de novo, passamos por um arco arredondado e saímos em uma sala de leitura, também com alguns sofás e algumas estantes na parede da direita.

Na parede esquerda tinham várias janelas grandes, parecidas com aquela do quarto e outra porta dupla, aberta.

Nathaniel saiu para fora, e assim que saí, fiquei apaixonada por aquele espaço a céu aberto.

Era um pátio, com muitas plantas ao redor e algumas mesinhas de ferros espalhadas.

O pátio era cercado por paredes, da própria pensão, e a construção continuava, como se fosse em formato de “c”.

— Tem mais quartos aqui? — Apontei para aquela construção menor.

— Não, essa é a casa dos Pierre, onde eles moram. — Nathaniel explicou. — Apenas a família tem acesso a essa casa.

As paredes estavam cobertas por trepadeiras floridas. Era muito bonito.

— Ei, Nathaniel! — Alguém disse, animado.

De dentro da casa, saiu um rapaz bem parecido com Oliver, apenas pouco mais baixo.

— Olá, Kentin. — Nathaniel abriu um sorriso ao se virar para o outro.


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Notas finais do capítulo

Pronto, Kentin deu uma palinha de sua presença kkk Calma que ele ainda aparecerá mais vezes :B

Gente vocês têm noção de como é difícil ter noção de quanto o Franco valia? Eu coloquei aqueles valores sem saber se estão certos ou não. Só sei que a moeda ficou muito desvalorizada.

Enfim! Conhecemos um pouco da pensão onde Heloise ficará, outros personagens... E só sei que amo o Oliver! Ele é muito fofo!

Gente, coloquem a história nos acompanhamentos e nos favoritos, vai me motivar muito!

Espero que estejam gostando e nos vemos no próximo capítulo!



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