À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax
Notas iniciais do capítulo
Oi, xuxus! Tudo certo?
Continuamos com o almoço em grupo e mais umas coisinhas :3
Boa leitura!
Oliver se sentou do outro lado de Kentin, e tirou os suspensórios dos ombros antes de se servir.
— Do que estavam falando? — Kentin deu uma leve arregalada de olhos, e Castiel já fez cara de quem ia falar demais.
— Estávamos falando de como seu irmão é uma menininha envergonhada.
— Ei, não fala assim do meu irmão. — Oliver o defendeu, de bom-humor. — Você era tão tímido quanto ele quando era mais novo. Senão mais do que ele. Não conseguia nem falar com gente estranha que se escondia.
— Ah, mas quando era mais novo.
— Vinte anos não é novo, Castiel. — Clarisse riu dele.
— Eu não era tímido com vinte anos, não inventa. — Todos deram risada.
— Onde estão os outros? — perguntei.
— Os mais velhos comem primeiro. — Denise disse. — E o Oliver prefere comer com a gente.
— Está me chamando de velho na cara dura mesmo? — Ele brincou, dando um empurrão nela.
— Se você entendeu isso, então... — Riu.
— Deixa você... — E me olhou. — Eu prefiro comer com os mais novos. Os mais velhos só sabem falar de contas e problemas da pensão. Eu mereço uma folga pelo menos na hora de comer.
— Todo mundo merece uma folga dos problemas — concordei.
— Claro, ou podemos enlouquecer.
— Igual aconteceu antes — comentou Castiel, raspando seu prato. Olhei para Oliver, querendo saber sobre aquilo. Ele deu de ombros.
— É. Eu estava com a mente tão cheia de problemas que não conseguia dormir. Eu só pensava nas coisas que tinham para fazer e ficava ansioso.
Me lembrei do que ele tinha dito a Nathaniel quando o vimos na primeira vez.
— Então você teve consultas com Nathaniel?
— Tive. Como sabe? Ele contou?
— Não. Quando viemos aqui a primeira vez, você disse “veio ver se eu não perdi a cabeça de novo?” ou algo assim.
— Ah, é mesmo. Bem, foi praticamente isso.
— Eu fiquei tão preocupada. — Denise me olhou. — Ele aparentava estar cansado sempre. Estava pálido, com olheiras roxas...
— Parecia um monstro. — Oliver riu.
— Parecia um zumbi, então. — Dei risada e todos me olharam.
— Um o quê? — Kentin se pronunciou.
Eita. — Um... zumbi. Um morto vivo.
— Um zumbi é um morto vivo? — Denise perguntou. — Nunca tinha ouvido essa palavra.
— Tem gente que usa, onde eu moro.
— Por falar nisso. — Oliver falou. — De onde você é?
De novo isso não... — Sou de muito longe. Muitas horas de viagem.
— Mas é daqui mesmo, da França?
— Sim...
— De qual cidade? — Clarisse questionou.
Eu poderia falar qualquer uma que viesse a mente, mas não me vinha nenhuma.
De repente, rostos viraram para frente, e eu também olhei. Neville estava vindo com um prato grande de vidro com tampa, e quando chegou, a colocou na mesa.
— Você esqueceu sua obra prima? — Ele perguntou para Clarisse.
— Esqueci mesmo! — Colocou as mãos na boca. — Obrigada, Nev.
— Vou cobrar por isso — disse sério, e foi se sentar ao lado de Oliver.
Clarisse riu, levantando. — Coloca na conta. — Pegou o prato e o colocou no centro da mesa, tirando a tampa. — Fiz uma receita nova... e queria que vocês experimentassem.
— Poderia ter deixado lá em casa que eu experimentaria sozinho. — Castiel brincou.
— Fica quieto — resmungou para ele. — Vou pegar uma espátula — avisou Denise, que concordou, e foi para dentro da casa.
Neville me olhou, como se estranhasse minha presença, e Oliver riu.
— Ela não é igual as hospedes que costumamos ter.
— Nem fez cara feia quando viu a comida. — Castiel falou. O olhei feio, e ele deu aquele sorriso zombeteiro. Balancei a cabeça.
— Os hospedes de vocês são tão... — comecei.
— Esnobes? Sim, grande parte — respondeu Oliver. — Principalmente e logicamente os que ficam no terceiro andar.
— Mas temos uma exceção dessa vez. — Kentin sorriu.
— Você está no terceiro andar e está comendo conosco? — Neville perguntou, um pouco surpreso.
— Eu só estou lá porque o valor está baixo, se não fosse por isso, estaria no primeiro. E mesmo assim não teria problema nenhum com isso. — Oliver sorriu, afirmando, como se tivesse orgulho daquilo que falei e sorri com a reação dele.
— Não que eu tivesse problema se o caso fosse outro. — Neville se defendeu. — É que... não é algo comum, entende?
— Sim, entendo... — E pode acreditar que vai ficar ainda pior mais para frente.
Clarisse voltou com uma pilha de pratos de sobremesa, garfos e uma espátula.
— Eu não vou lavar tudo isso, viu? — Denise avisou.
— Castiel lava. — Ela riu, começando a cortar a torta.
— Só se alguém me ajudar. — Já pegou um pratinho e o estendeu na direção da irmã.
— Tudo bem, eu ajudo — anunciei. — Já que eu sou a única aqui que não trabalha, acho que é válido fazer algo.
Clarisse riu, e quando colocou a torta no prato de Castiel, o pegou e estendeu para mim. Castiel lhe lançou um olhar carrancudo, e ela ignorou. Eu ri e peguei o prato, seguido de um garfo. Cortei um pedaço. O creme clarinho de dentro escorreu um pouco, por estar muito cremoso.
Coloquei na boca e já senti o sabor cítrico.
— Consegue adivinhar do que é? — Clarisse indagou, cortando outros pedaços.
— Limão! Está uma delícia.
Ela sorriu, feliz, e serviu a todos, e logo começou a comer também.
— Está divino, Clarisse! — Denise exclamou. — Já pode casar, hein? — brincou.
Clarisse corou, e apenas eu vi seu olhar rápido para Oliver, que estava ocupado raspando seu prato e lambendo a colher. Ele levantou a cabeça e a olhou.
— Posso repetir?
— Pode, mas tem que deixar para os outros também, então o pedaço vai ser menor.
— Tudo bem. — Entregou o prato a ela.
Com um sorriso, cortou outro pedaço e devolveu. Eles trocaram um olhar amigável, e ela corou um pouco mais antes de servir outro pedaço a Kentin, que aguardava a vez.
Não é possível que esses dois não vão ficar juntos.
Todos repetiram, e Neville ajudou a recolher as louças, junto de Castiel, que as levaram para dentro. Como eu ia ajudar, os segui.
Ali já era a cozinha. Logo a direita ficava a pia, abaixo de uma janela grande. Na parede da direita, havia um armário enorme, branco com portinhas de vidro, onde era possível ver as louças. Do outro lado, de frente para a pia, havia um fogão grande, e ao seu lado, uma mesa de apoio branca.
Castiel se posicionou na pia e começou a lavar os pratos. Acabei ficando parada próximo a porta, olhando seus braços e mãos trabalhando. Suas mangas já estavam dobradas e...
Senti pingos d’água em meu rosto e eu levantei o olhar.
— Vai ficar aí parada? A louça não se seca sozinha. — Apontou para a parede.
Então vi que havia um pano pendurado ali. O peguei e fui para o outro lado dele, próximo ao armário, onde ele estava colocando os pratos. Da janela, via Denise, Clarisse e Kentin arrumando tudo. Oliver entrou naquele instante, e ficou perto de Neville, conversando.
Apesar das preocupações que todos tinham, pareciam uma família feliz e unida.
— Então... — Castiel começou. — Por que passa com um psicólogo?
Pensei naquela pergunta, tentando achar uma resposta. — Não sei. Eu só me encontrei com Nathaniel duas vezes... Ele pediu para me estudar.
— Como assim?
— Sei lá, ele diz que sou muito diferente... Queria me entender.
— E você concordou com isso? Sem receber algo em troca?
Dei de ombros. — Concordei, não tenho nada melhor para fazer enquanto estiver aqui.
— Hm... e o que está fazendo aqui?
— Estou... esperando uma antiga amiga voltar de viagem.
— Para quê?
— Apenas para revê-la.
— Você viajou muitas horas, como mesma disse, só para rever uma amiga?
— Sim. Qual o problema?
— Nenhum. Só é... estranho.
— Você quis dizer perda de tempo?
Ele riu. — Também.
— Você não tem nenhum amigo que valesse a pena passar por horas de viagens para revê-lo?
— Não, não tenho. Mas acho que... valeria para rever minha família, se eu estivesse longe.
— Você gosta de ter muitos irmãos, não é?
— Estaria mentindo se dissesse que não. — Deu um sorriso de lado. — Posso xingá-los, brigar, discutir, mas... não consigo imaginar minha vida sem eles.
Que fofinho... Queria poder gravar, só para o outro Castiel ouvir isso.
Meu olhar foi parar nos dois mais velhos, e notei que Neville estava me olhando, como se estivesse interessado em saber mais sobre mim através dos meus gestos e expressões. Desviei de volta para louça, sentindo o rosto esquentar, e deixei os pratos já secos no armário.
— Mas que milagre é esse que o Castiel está lavando louça aqui? — Ouvi uma voz feminina e olhei para trás, vendo uma jovem senhora.
— Milagres acontecem, sabe? — Castiel falou, sem olhá-la.
— E esse milagre não é porque uma senhorita bonita está te ajudando? — Deu uma piscadela para mim.
— É incrível que para você eu só faço as coisas porque tenho interesse em ganhar algo em troca.
— Mas na maioria das vezes é por isso mesmo. — Se aproximou dele e o abraçou por trás, rindo. — Não precisa ficar nervoso, seu bobo. — Castiel revirou os olhos para mim e Oliver riu.
— Deixa ele, mãe. Tem que aproveitar quando os milagres acontecem.
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E essa moça está errada em achar que o Castiel só faz as coisas quando vai ganhar algo em troca? xD
Então nosso Riviere mais novo gosta de ter muitos irmãos. Quem diria, hein? Mas que é fofo, isso é!
Oliver e Clarisse novo shipp fixo sim ou claro? Esses dois, viu :33
Heloise só deu uma gafe no capítulo de hoje, novo recorde hauahuah
Olhem aqui a imagem que eu me inspirei para fazer a cozinha da casa dos Pierre:
https://i.pinimg.com/564x/ea/21/b3/ea21b32fd7c7fb98422b60d5c99c4f1f.jpg
Na pasta do Pinterest tem a outra imagem com outra visão da cozinha, deem uma olhadinha lá! Sigam a pasta, se quiserem :33
https://br.pinterest.com/biahmastrocollo/%C3%A0-procura-de-adeline-legrand/
Espero que tenham gostado! Nos vemos no sábado o/