À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 9
Almoço em Grupo


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas!

Ansiosos para ver como Heloise se safou da última gafe? ahuahuah

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/760597/chapter/9

— Jack é... — Pensa agora, Heloise! — É o meu gato.

— Seu gato? Hm... Por acaso trouxe alguma foto dele para cá? — Pareceu mais interessado.

— Sim, tenho no meu cel... — Acho que vou me jogar na rua. — Não, não trouxe — consertei no mesmo segundo. Balancei a cabeça sem perceber, negando minha falta de senso.

— O que foi? Trouxe ou não?

— Não, achei que tinha trazido, mas me lembrei que não trouxe.

Mais um ponto para a loucura.

— Heloise... aconteceu alguma coisa?

Neguei. — Não, só estou mais atrapalhada do que o normal. — Me sentei.

Se continuar assim vou me comprometer, então é melhor parar por agora.

— Quer parar? Te ofendi de alguma forma?

— Não, estou com a mente um pouco cheia... Acho melhor ir embora. — Calcei meus sapatos.

— Tudo bem. — Fechou o caderno e se levantou junto comigo. — Espero que esteja realmente bem.

— Estou sim, não se preocupe. — Me dirigi a porta e a abri, saindo e vendo Rosa nos olhando. — Até mais, Rosa.

— Até.

Nathaniel foi até a entrada comigo. — Está bem para voltar sozinha?

— Estou, fica tranquilo... Até mais.

— Até.

Saí andando de volta para a pensão, perdida em pensamentos. Assim que cheguei, resolvi ir ao jardim, e vi Denise carregando duas caixas de madeira empilhadas., vindo da lateral da casa dos Pierre. Ela nem tinha me visto, já que a caixa estava tampando seu rosto.

Fui até ela e peguei a caixa de cima.

— Ah! Heloise, oi! Que susto. — Deu risada.

— Desculpe. — Vi que continham diversos legumes na caixa. — É para o almoço?

— Sim. É função do Kentin levar essas caixas para a cozinha, mas ele sumiu.

— Eu te ajudo, vamos lá.

— Não precisa, você é hóspede...

— Para, eu quero ajudar.

Ela sorriu. — Tudo bem, mas se outra pessoa vir perguntar, você explica.

— Pode deixar, fica tranquila.

Denise foi na frente. Entramos pelo corredor e fomos para a cozinha, que estava perfumada pelos aromas das comidas sendo preparadas. Deixamos as caixas em cima da ilha do fundo.

— Tem mais duas caixas lá — comentou, me olhando incerta.

— Então vamos.

— Você é muito legal, sabia? — disse, saindo de novo.

— Imagina, eu gosto de ajudar.

Atravessamos o pátio, e Denise entrou em um corredor largo do lado esquerdo da casa, que eu nunca tinha reparado. Seguimos a parede, e eu vi que havia outra entrada para a casa, mas seguimos reto, onde saímos em um amplo jardim com vários varais cheio de lençóis brancos pendurados. Era quase uma cena de filme.

Um pouco mais à frente, havia uma cerca de madeira, os portões estavam abertos, e na grama, duas caixas iguais àquelas nos esperavam.

— Deixaram as caixas de legumes aqui hoje cedo, e Kentin e Oliver estavam levando, mas Oliver teve que cuidar de alguma coisa na pensão, e Kentin desapareceu — disse, indo fechar os portões baixos.

— Não deve ser fácil carregar um monte dessas caixas, ele deve ter ido descansar.

— Que nada, ele carrega cinquenta caixas rapidinho. — Voltou e pegou uma delas. Peguei a outra e começamos a voltar.

— Qual seu parentesco com Kentin e Oliver?

— Sou prima. Minha mãe é irmã da mãe deles.

— Ah, legal. Vocês se parecem um pouco.

— Sim, nossas mães são bem parecidas. Parecem gêmeas, até, mas a minha é um ano mais velha.

— E você tem irmãos?

— Não, minha mãe não conseguiu mais engravidar depois de mim... Mas com Kentin e Oliver sempre no meu pé, é como se eu não fosse filha única.

Entramos, e vimos Kentin descendo as escadas, ia seguir reto, mas...

— Kentin! — Denise o chamou alto e ele se virou no susto. — Que história é essa de largar as caixas para eu levar? Perdeu a cabeça? — brigou com ele.

Seus olhos estavam arregalados, e quando me viu, corou. — E-eu esqueci, me desculpe. — Se aproximou. — P-pode deixar que eu levo. — Ofereceu para pegar a minha caixa.

— Pode deixar, eu levo. Estou fingindo que sou tão forte quanto você — brinquei, e ele ficou mais vermelho ainda.

Denise o olhou, estranhando aquela reação, mas seguiu para o corredor do salão. — Vem, Heloise.

Deixei o envergonhado para atrás e a segui para a cozinha. Deixamos as caixas no mesmo lugar que as outras.

— Eu preciso terminar de ajudar aqui, mas... quer almoçar comigo hoje?

— Claro, seria legal.

— Mas eu só almoço depois da uma, tem problema?

— Não, eu te espero.

— Legal! — Bateu palmas de leve. — Pega aqui. — Foi até a outra ilha e tirou o pano da forma com os croissants. — Escondido, rápido.

Peguei um depois que olhei ao redor, para ninguém ver, e Denise riu.

— Eu te chamo no seu quarto quando acabar aqui.

— Okay.

Saí de fininho da cozinha e fui para o meu quarto comendo. Assim que cheguei, resolvi escrever no diário enquanto ouvia música nos fones de ouvido, sentada na cama. Quando terminei, fiquei ali, de olhos fechados, aproveitando a melodia suave, e acabei caindo no sono. Senti mãos balançando meu ombro e acordei no susto, e puxei os fones das minhas orelhas, me sentando ao mesmo tempo.

— Desculpe, você não me ouviu batendo na porta. — Denise disse com uma carinha assustada.

— Ah... desculpe. Nem percebi que dormi.

— O que é isso? — Apontou para os fones. — É para abafar barulhos?

— Não exatamente. — Me levantei com o celular na mão. — Fica parada.

Encaixei os fones em suas orelhas e dei play na música. Denise arregalou os olhos e pareceu uma estátua.

— Que coisa estranha! — gritou.

Dei risada e tirei um dos fones. — Não precisa gritar, menina.

— C-como pode? — Tirou o outro fone e o olhou. — Como sai música disso?

— Bom, eu não sei exatamente, mas... é uma coisa que tem só onde eu moro. É um dos primeiros protótipos, então... vai demorar para chegar em outros lugares. — Bota demorar nisso.

— Uau... — Colocou de volta. — Como pode a música sair de uma coisa tão pequena?  Uma vez eu ouvi música de um gramofone, era enorme e tinha que usar a manivela para funcionar...

— As coisas vão evoluindo. Vou desligar... Depois prometo que te deixo ouvir mais.

— Tudo bem! — Me devolveu os fones e desliguei a música.

— Você não pode falar para ninguém, essa invenção ainda é segredo, tudo bem?

— Sim!

Deixei o celular na cama. — Vamos lá.

Saímos do quarto, tranquei a porta e descemos. Eu já ia virar para ir para o salão, mas Denise segurou meu braço.

— Vamos comer lá em casa.

Atravessamos o pátio, passamos pelo corredor lateral da casa e saímos no jardim. Próximo da entrada no centro da parede, havia uma mesa de madeira com seis cadeiras, com algumas panelas e pratos.

Kentin já estava comendo junto de... Castiel e Clarisse?

— Olha só quem veio comer com a plebe. — Castiel falou quando chegamos perto.

— Não começa, Castiel — reclamou Clarisse. — Vem, Heloise, senta aqui. — Deu batidinhas na cadeira ao seu lado. Me sentei ao lado dela, e Denise ao lado de Kentin, ficando na minha frente.

— O que aconteceu? Não quis ir almoçar com o psicólogo hoje? — Castiel continuou querendo provocar.

— Hoje não, ele não quis me pagar. — Todos ficaram em silêncio, me olhando, não sabendo como reagir, nem mesmo Castiel. — É brincadeira, gente. — Dei risada.

— Você tem um senso de humor tão incomum. — Denise riu, se servindo das panelas.

— Me ensina? — Clarisse pediu. — Assim eu posso deixar meu irmão sem saber o que falar.

— Eu estava com a boca cheia — defendeu-se Castiel, não convencendo ninguém.

— Tá bom. — Fingi acreditar, começando a me servir.

Todos começaram a comer, ficando alguns segundos de silêncio.

— O que foi, Kentin? — Clarisse perguntou. — Ficou quieto.

— Tem uma senhorita diferente na mesa, ele está tímido. — Castiel debochou. Kentin o olhou, como se fosse responder, mas não o fez.

— Ok, a culpa é minha. Desculpe, Kentin — pedi, o olhando.

— O que você fez? — Castiel questionou.

— Ele foi me levar uma carta e eu atendi a porta só de toalha. Não foi a intenção, eu esqueci completamente...

Castiel olhou inconformado para o outro e balançou a cabeça, como se estivesse decepcionado com a reação dele.

— Me perdoa, Kentin? Por favor?

Ele me olhou e suspirou. — A culpa não foi sua, não precisa se desculpar.

— Daqui a pouco ele esquece. — Denise disse. — Ele é envergonhado mesmo.

— Então esquece logo, não quero que você fique assim toda vez que eu estiver perto. — Dei uma cutucada na perna dele por baixo da mesa.

— Tudo bem, desculpe. — Deu um sorrisinho.

— Ei, crianças. — Vimos Oliver se aproximando. — Nem me esperaram.

— Começamos agora, ainda tem comida para você. — Denise riu.

Dei uma espiada para Clarisse, que olhava um tanto diferente para o Pierre mais velho e sorri, vendo ali um amor inocente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aaaah! kkkk

E é claro que até aí Nathaniel ama gatos xD

Hmmm sentimos cheiro de amor vindo por aí? Novo shipp surgindo?

Estão gostando da história até agora? O que acharam de tudo?

Vocês têm teorias? Porque se tiverem vou adorar saber!

Bom, nos vemos na quarta o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "À Procura de Adeline Legrand" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.