Pov. Renesmee

Fechei meus punhos para poder disfarçar as minhas mãos tremulas, meu coração não poderia estar mais acelerado, eu sentia cada parte do meu corpo suar, eu podia sentir o nervosismo à flor da pele, não só o nervosismo, mas a raiva também. Fixei meus olhos em Claire que tinha uma espécie de sorriso de vitória pairando sobre os lábios, Jacob permanecia calado.

—Não tocará em um fio de cabelo meu, estou esperando um filho estou esperando o herdeiro do futuro rei. – Se gabou sorridente, como se tivesse vencido alguma disputa

Olhei aquela situação e comecei a rir, em escarnio, Jacob por fim me olhou sem entender por cima dos ombros, Claire franziu o cenho para mim, os olhos fulminados de raiva. Eu não conseguia parar de rir, seria cômico se não fosse trágico.

—Ora Claire, o que esperas agora? Que eu tire meu vestido e lhe dê para que se case em meu lugar? Ou melhor, talvez façamos um acordo, eu não me caso com Jacob, porém, você fica com ele em segredo? – Sorri cinicamente – Você é tão tola que me causa náuseas. – Constatei e ela me fitou enraivecida

—Eu...

—Vamos analisar a situação senhorita.... Você eis prima do futuro rei, tinham um caso escondido, coisa que a igreja católica abomina, o seu filho, aquele que você acha que te garante alguma coisa, é fruto do pecado, é fruto de um incesto, isso se não nascer uma aberração. – Disse e ela me fitou amedrontada

—Aberração?! ....

—O preço do pecado é caro. – Avisei e ela engoliu em seco – Coloque nessa sua cabecinha que o que carregas em seu ventre nada mais é do que um bastardo, que nunca terá favorecimentos e nunca lhe proporcionará favorecimentos. – Expliquei

—Jacob! – Chamou por ele que a encarou friamente

—Não tens como provar que essa criança é minha, te deitavas com metade do palácio. – Ele respondeu ríspido

—Desgraçada! – Bradou a mim e eu sorri calmamente

—E você é apenas uma meretriz, posso ser desgraçada como xingas, mas em poucos minutos serei sua rainha, e você se arrependerá de ter cruzado meu caminho. – Avisei e ela engoliu em seco abraçando a barriga, empinei o nariz cobrindo meu rosto com o véu

—Jacob, por Deus! Eu carrego um filho seu, eu juro que está criança é sua. – Claire se ajoelhou implorando com o rosto já repleto de lágrimas

Jacob a fitou sério, inexpressivo, eu engoli em seco, eu não poderia sentir pena dela, não poderia!

—Venha, meu senhor. – Estendi minha mão para ele que tirou os olhos de Claire me olhando

—Com licença, após o casamento decidiremos seu destino prima, até lá sugiro que se contenha. – Jacob ordenou firme eu o olhei e vi que ele não hesitava ao olha-la

Jacob pegou minha mão, eu sai do quarto com ele logo atrás de mim, assim que sai pude ver meu pai e minha mãe me aguardando a uns metros à frente.

—Oh.... Minha filha! Está maravilhosa, por Deus. – Meu pai disse meio embasbacado eu sorri caminhando até eles, o abracei suspirando fundo, meu porto seguro, aquela sensação de conforto e segurança me tomaram por inteira, como se o chão tivesse se reconstruindo embaixo dos meus pés novamente e todo esse tempo eu estivesse flutuando, perdia e sem chão, sem algo firme aonde eu pudesse me sustentar, senti meus olhos se encheram de lágrimas e meu peito esquentar.

—Pai.... Estava com tantas saudades. – Muxoxei e ele se separou de mim pegando meu rosto entre suas mãos

—Minha princesa, eu também estava. – Disse ele e sorri assentindo, logo me virei para minha mãe que tinha o rosto inundado em lágrimas

—Mãe, não precisa prantear desta maneira. – Resmunguei a abraçado sentindo aquele famoso e reconfortante cheiro de mãe.

—Querida filha, está deslumbrante. – Disse ela se afastando um pouco e me olhando por inteira

—Obrigada! – Sorri

—Por Deus, é o seu noivo, o futuro rei? – Comentei afoita desviando seus olhos de mim para Jacob que mantinha uma pose galante e elegante a alguns metros de nós

—Hã, sim sou o noivo....

—Príncipe Jacob, é uma honra conhece-lo. - Meu pai deu um passo à frente e Jacob se curvou em uma breve reverencia

—Rei Edward, é uma honra também. – Disse ele

—O noivo ver a noiva antes do casamento da azar. – Bela comentou assustada e meio desesperada eu ri

—Tudo bem mãe, já estamos praticamente no pé do alta, não tem como dar alguma coisa errada. – Comentei tentando a acalmar

—Ora sem discussões, vá para seu lugar no altar sr. Jacob. – Mandou minha mãe e ele riu – Ah e é um prazer conhece-lo milorde. – Acrescentou e meu pai riu

—Perdoe minha esposa sr. – Meu pai brincou – Bela sempre será mandona. – Disse ele

—Tudo bem, eu já deveria estar lá. – Jacob avisou se aproximando de mim – Até logo, minha princesa. – Disse ele puxando minha mão e a beijando, olhei em seus olhos e sorri sem jeito

—Bom, vou espera-los lá dentro. – Bela disse sorrindo – Amo você. – Disse ela beijando minha testa

—Amo você. – Disse e ela assentiu entrando no salão também

Respirei fundo fitando as enormes portas que estavam fechadas a minha frente, senti minhas mãos geladas e frias e meu coração acelerado. Naquele exato momento eu tive aquela sensação de frio na barriga. Meu pai sorriu em silencio se colocando ao meu lado e me oferecendo o seu braço, eu o fitei e suspirei fundo.

—Está pronta? – Questionou e eu assenti

—É claro que estou, eu sou uma Cullen. – Brinquei para aliviar a tensão e ele soltou um risinho

—Tudo bem se estiver com medo. – Sussurrou para mim e eu sorri

—Não estou com medo.... Estou curiosa, o desconhecido não me causa medo e sim curiosidade. – Disse firme e ele assentiu com um certo sorriso de orgulho

—Eis mesmo uma Cullen. – Disse Edward e eu soltei um risinho

Logo pude ouvir de longe a orquestra de violinos tocando uma canção nupcial, as grandes portas foram abertas em um único rompante, revelando o salão repleto de pessoas e muito bem decorado, parecia que estávamos no paraíso. No final do corredor que levava ao altar eu pude visualizar Jacob, me esperando. As suas mãos estavam cruzadas em frente ao corpo, ao seu lado estava Adrien e a sua direita estava minha mãe, um pouco mais abaixo a sua esquerda estava Claire com uma expressão furiosa. Comecei a caminhar por aquele corredor, um passo de cada vez, lento, sentia minhas pernas tremendo e meu rosto queimando pela vergonha, tinham tantas pessoas me olhando que eu nem podia contar, meu coração parecia que ia sair de minha boca a qualquer momento.

Abaixei os olhos para as pétalas de rosas vermelhas que estavam ao chão, fui contando uma por uma até o final do extenso corredor. Por fim paramos em frente a Jacob que sorriu para mim, meu pai pegou minha mão a entregando na mão dele que o cumprimentou brevemente se curvando um pouco, meus dedos frios tocaram os seus e ele olhou dentro dos meus olhos e sorriu com o canto dos lábios, eu senti um frio na barriga e devolvi com um pequeno sorriso.

—Sentem-se por favor. – Pediu o padre e todos obedeceram, ele nos fitou e sorriu – Estamos reunidos diante de Deus para unir essas duas almas em uma só, nossos futuros rei e rainha. – Nós nos olhamos brevemente, engoli em seco, só Deus sabe o turbilhão se sentimentos confusos que estão se fundindo dentro de mim – É sob os olhos de Deus que lhes faço uma pergunta importante para a realização deste matrimonio, é de livre e espontânea vontade que o fazeis? – Questionou

—Sim. – Respondemos em uníssono

—Prometem amar a Deus e que irão se amar alegremente sem ferir o outro ou se odiar, todos os dias de suas vidas? – Perguntou

—Sim, prometo. – Jacob disse

—Sim, prometo. – Repeti sua frase

—Vocês expressam aqui o seu desejo de se doar mútua e definitivamente com o fim de viver uma aliança de amor fiel e fecundado? – Questionou

—Sim. – Respondi

—Sim. – Jacob disse logo em seguida

—Aqui cumprirão os votos perante Deus e os homens. – Disse o padre calmamente - Não desejarás a mulher do próximo. – Ditava ele os comandos – Não pecarás contra a castidade. – Continuou –Seguires os mandamentos sagrados até o fim. – É de livre e espontânea vontade que desejam fazer estes juramentos? – Perguntou

—Sim, eu juro. – Disse e olhei para Jacob que engoliu em seco, ah o pecado de fornicar com a prima queima em seus olhos futuro rei?

—Sim, eu juro. – Jacob disse por fim

—O pacto pelo qual o homem e a mulher constituem entre si o consórcio íntimo de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e a procriação e educação da prole, entre batizados foi elevado por Cristo nosso Senhor à dignidade de sacramento. Pelo que, entre batizados não pode haver contrato matrimonial válido que não seja, pelo mesmo facto, sacramento. – Ditou as palavras erguendo a sua mão sobre nós

—Amém. – Dissemos juntos

—Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os no Matrimónio a uma íntima comunhão de vida e de amor entre si, assim, eles não são mais dois, mas uma só carne. – Disse o padre

—Amém.

—Assim sendo uniremos essas duas almas em matrimonio, e que Deus os abençoe, como marido e mulher e como rei e rainha. – Disse ele por fim e eu suspirei

Me virei lentamente para Jacob e ele fez o mesmo, o fitei e ele sorriu levantando meu véu, engoli em seco, ele estava tão perto fisicamente de mim, mas naquele momento eu senti que eu estava distante emocionalmente, nada me fazia acreditar de que a história com Claire havia terminado e que enfrentaríamos muita coisa ainda. Ele segurou meu rosto dentre suas mãos e se aproximou lentamente, eu olhei em seus olhos e ele beijou meus lábios suavemente, só encostando se afastando em seguida e logo veio a chuva de aplausos.

—E o que Deus Uniu o homem não separara. – Abençoou o padre