Sonhei Que Amava Você escrita por LysaHVeloso


Capítulo 4
❀Capítulo 2❀




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Sinto um aperto em minha mão, mas não consigo me mexer, por que não consigo me mexer? Por que dói cada pedacinho dos meus músculos? Por que simplesmente não consigo abrir meus olhos? Por que não consigo falar?

   — Que sua coragem seja mais forte do que seu medo — sussurram ao meu ouvido. Não consigo reconhece a voz, mas será que estou com medo? Medo de quê?

   Lembro-me de estar em um carro com a Jolie e.…? Por que não consigo me lembrar do que aconteceu? Forço a mim mesmo a lembrar do ocorrido, mas nada, em mesmo um flash. Que sua coragem seja mais forte do que seu medo. As palavras do desconhecido invadem minha mente. Mas que medo?

   É como se estivesse em um túnel sem fim, onde a única coisa que posso fazer e correr, mesmo sabendo que talvez nunca possa chegar até o fim.  Meu pai sempre dizia que se lutarmos por aquilo que realmente queremos, sem nunca desistir, poderemos alcança-lo então a esperança será a última coisa que vai morrer em mim.

   Sinto que estou andando em círculos. Ou talvez alguém esteja brincando comigo e toda vez que penso que estou chegando ao fim algo me puxa para o começo, mas não vou desistir enquanto houver esperança.

   Sinto como se as paredes estivesse se fechando me deixando sufocada. Começo a entrar em pânico, minha respiração começa a acelerar. Será que esse é o meu fim? E não tenho mais nada o que fazer para evitar.

   Cada vez resta menos ar.

   Sinto como se alguém estivesse encima de mim, me sufocando, não sei como, mas de um momento para o outro finalmente abri meus olhos, ou achei que tinha os abertos. As luzes brilhantes e as paredes brancas tornaram difícil manter meus olhos abertos.

   — Não... para com isso... não foi... não... — ouço, mas não consigo entender o que ele está falando e não reconheço a voz. Não consigo me mover para ver que é.

   Tento falar, mas algo na minha garganta me impede. Passo minhas mãos pela cama a procura do pequeno controle que chama o médico, quando o acho começo a aperta-lo, não demora muito e escuto a porta abri, mas porque não consigo me mexer.

   — O que houve? — A voz do mesmo homem e ouvida mais uma vez. Só que seu tom de voz é diferente, numa mistura de cansaço e medo.

   — Você não chamou? — Dessa vez ouço uma voz feminina.

   Escuto passo e vejo uma mulher morena de olhos verdes a minha frente, ela mostra um pequeno sorriso e começa a puxar algo que sai rasgando pela minha garganta, mas não sei se consigo fala. Ela verifica a prótese ao redor do meu pescoço.

   — Tente falar alguma coisa — diz ela.

   Abro minha boca algumas vezes, mas não sai nada, só consigo fazer sinal em negação com a cabeça.

   — Vou chamar o médico — ela me avisa e olha para o outro lado. — Você a olha? — Tento olhar na direção. Mas uma dor em meu pescoço se intensifica impedindo meus movimentos.

Ouço os passos pesados vindo em minha direção, por alguma razão meu coração começa a acelerar, escuto o barulho da porta se fechando indicando que a enfermeiras se foi.

   Meus olhos azuis encontram os seus castanhos caramelo, ele parece confuso quando leva sua mão e acaricia meu rosto, meu coração começa a acelerar mais uma vez, os bips das máquinas começam a ficar mais alto, rapidamente sou lembra quem ele é.

— Le... Leo — tento falar seu nome e ele sorrir. Seus olhos têm um brilho natural e hipnotizante.

— Não faça muito esforço — diz quando tento me sentar na cama, gemo um pouco com a dor e ele tenta me ajudar a sentar na cama.

Meus olhos passeiam pelo quarto de hospital. Não consigo me lembra o motivo de estar aqui, minha cabeça doe todas as vezes que tento me lembrar, o ambiente está estranho como se houvesse uma pequena camada de neblina deixando tudo mais surreal. Tudo ao meu redor parece desfocado e só volta a está nítido quando eu foco muito, Leon sorrir de lado, talvez por estar um pouco desconfortado por estar lhe encarando, mas até ele parece não ser real.

— Onde estão meus pais? — Pergunto, minha voz acaba saindo fraca. Minha garganta dói e minha boca está seca.

— Estão no refeitório. — Responde.

— Pode pegar um pouco d'água — ele faz sinal de sim com a cabeça. Ele caminha até a bancada onde tem algumas flores e urso de pelúcia e alguns balões. Sorrio e vejo-o pegando a jarro de água.

A dor em minha cabeça parece aumentar a cada segundo e queria entender porque estou aqui e porque não consigo me lembra do que aconteceu. Leon volta com meu copo de agua e o agradeço quando me entrega. Vejo a porta se abrir. A enfermeira de agora pouco entra acompanhada por um homem que suponho ser o médico.

— Boa Tarde. Sou Dr. Gustavo — se apresenta e caminha até mim. — Como se sente? — Pergunta verificando as máquinas, digo que estou bem e ele sorrir. — Você deve ter muitas perguntas — confirmo. — Mas vamos deixa-las para amanhã, você acabou de acorda de um coma que durou mais de um mês, não queremos que se esforce, não e mesmo — sorrir.

— O quê? — Minha garganta dói. Minha voz saiu tão fina que a dor em minha cabeça só piorou. Olho para Leon, e agora notando melhor, ele me parece um pouco cansado, sua pele está pálida e debaixo de seus olhos já se formaram olheiras. — Que dia e hoje? — Pergunto.

— Vinte de agosto — Leon responde. Ele segura minha mão e volto a olhar para o médico.

— Eu não entendo — digo. Porque não consigo me lembrar do que realmente aconteceu, eu me lembro da minha festa de aniversário, mais depois disso nada. — O que aconteceu? — Pergunto e um chiado forte em meu ouvido faz com que meus olhos se fechem.

— Porque não descansa um pouco. Você vai ficar em observação hoje, e se tudo continuar estável poderá sair em alguns dias — O médico qual não me lembro do nome diz. — Se preocupe com sua recuperação, os detalhes vão voltar aos poucos.

Antes de se retirar, o médico faz alguns testes e sai sem me dizer mais nada além de um — Nos vemos amanhã. — A enfermeira ficou um pouco conosco antes de sair à procura de meus pais.

Leon se senta na poltrona e fica me observando.

 Estou feliz que ele esteja aqui, porque isso significa que ele se importa comigo. Seus olhos castanhos brilham com tanta intensidade, esse brilho me faz sentir como se não houvesse a dor, como se nada importasse, porque tudo vai ficar bem, sorrio com meus pensamentos bobos e acho que ele notou, penso em qualquer coisa para mudar o foco.

— Faz quanto tempo que você está aqui? — Pergunto quebrando o nosso silêncio.

— Desde o acidente, fiquei preocupado com você — seus olhos continuam ficções em mim. Então eu sofri em acidente, será que cai da escada ou algo assim? Penso que não, talvez tenha sido algo mais grave como um atropelamento. A imagem de um carro capotando faz meu corpo gela. — Não queria te perder — completa. Minha atenção volta a está nele, minhas mãos estão tremulas agora.

— Não consigo me lembrar — eu sei que a memória está em algum lugar, eu posso a sentir forçando para se abrir. Eu quero lembrar, porém tenho medo. Que sua coragem seja mais forte do que seu medo. Será que a voz que escutei foi do Leon ou talvez do meu subconsciente me forçando a lembrar do que realmente aconteceu. — Que sua coragem seja mais forte do que seu medo — repito as palavras que escutei fazendo o moreno me encarar. — Foi você? — Pergunto a espera que tenha sido ele mesmo.

— Foi — ele parece preocupado com alguma coisa. Sua testa está enrugada e seus lábios estão em uma linha reta. — Só foi isso que escuto, ou teve mais alguma coisa — balbuciou ele.

— Não, só foi isso mesmo. Você falou algo importante? Porque se falou me desculpa se não escutei.

— Ohh. . . não... eu não falei nada não. — Ele se levanta e caminha até mim. Seus passos são lentos me deixando mais apreensiva, ele se senta na cama e me encara. — Se tivesse acontecido algo mais grave com você, nunca me perdoaria — diz brinca com seus dedos.

— A culpa não foi sua Leon — estico meu braço sentindo as dores em meu ombro, minha mão encontra a sua e sorrio quando seus olhos se alinham com os meus.

— Você estava indo me encontrar naquele dia, eu podia ter ido te buscar ou ter marcado mais cedo ou mesmo ter chegado a tempo para seu aniversário como eu havia prometido.

— Você não podia prever o que iria acontecer, eu só tenho que agradece por ter estado ao meu lado todo esse tempo — ele ri.

— Eu sempre estarei ao seu lado Lizz — algo em suas palavras estava diferente. Mais firmes mais fortes. Seu toque em minha mão chegou a formigar, seus olhos castanhos brilham como duas esferas negras, me puxando para mais perto.

Seus olhos refletiam algo, algo escuro. Eu podia sentir o cheiro de pinheiro e grama molhada, meu corpo estava frio como se estivesse flutuando em uma noite fria e o gosto de ferrugem estava na ponta da minha língua. Tudo ao meu redor estava começando a escurecer e se tornava difícil eu manter meus olhos abertos.


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