P.O.V. Isabella Swan

— Mamãe.

— Mamãe.

— Mamãe.

— Mamãe.

— Mamãe! — Duas vozes gritaram ao mesmo tempo, me fazendo despertar.

— Oi, filhas. Bom dia também. — Resmungo, olhando para o relógio de cabeceira e me assustando com a hora.

Falta uma hora para me arrumar, arrumar as meninas, fazer o café e sair de casa correndo.

— Mamãe, nós acordamos cedo e já nos arrumamos. — Ambas abriram largos sorrisos e as olhei atentamente.

Renesmee e Carlie estavam com seus cabelos penteados e a roupa da escola, perfeitamente arrumadas.

— Escovaram os dentes?

— Sim, mamãe.

— Ótimo, vou tomar banho, me esperem na sala.

Elas assentiram e correram para fora do quarto. Rapidamente corro para o banheiro para sair o menos atrasada possível, para minha sorte, Renesmee e Carlie são espertas, mesmo com sete anos ambas aprendem rápido e amam ir para a escola, o que as faz se acordarem de bom humor todos os dias. Me pergunto se o pai delas também seria assim, porque eu quando acordo cedo meu humor é horrível.

Me arrumo correndo e vou fazer o nosso café da manhã, que é leite e cereal por causa do tempo apertado. Comemos rápido e pegamos nossas coisas, indo para a primeira parada, a escola delas.

(...)

— Mamãe, a tia Kate disse semana passada que ia ter um bebê. — Renesmee falou.

— Quem vai dar aula para a gente? — Carlie perguntou.

— E como é que ela vai ter um bebê? — Renesmee perguntou também.

— Bem, eles conseguiram uma nova professora para vocês. E, bem, o marido da tia Kate colocou uma sementinha dentro dela, essa sementinha virou um bebê. — Explico da melhor forma que consegui.

— Hum. E quem colocou uma sementinha em você? — Renesmee perguntou, e ambas me olharam curiosas.

Esses momentos são os que eu fico frustrada por ter filhas espertas.

— Chegamos. — Falei, rindo nervosamente e estacionando. Com certeza ainda não estou preparada para explicar a situação.

— Eba! — Elas gritaram e saíram correndo.

Desci do carro e as acompanhei até a porta da sala, normalmente as deixo ir sozinhas, mas a professora delas está de licença por estar em uma gravidez de risco e ficará em casa, então tenho que verificar a nova professora delas.

— Renesmee, não corra!

— Mãe, eu sou a Carlie!

— Nossa mãe não sabe nos diferenciar, francamente, mulher. — A Renesmee – que eu pensei ser Carlie – falou.

— Desculpe, filha. — Me desculpo, quando elas estão com os ombros cobertos é um pouco difícil diferenciar.

— Brincadeira, mãe. Sou a Renesmee mesmo.* — Rolo os olhos, isso é típico delas.

Ao chegar na porta da sala eu vejo um homem conversando com uma garotinha no canto da sala, quando ele nos viu, veio com um sorriso.

— Olá, princesas, eu sou Edward Cullen, o novo professor. — Ele disse, me olhando, depois se abaixou e apertou a mão delas. — E quais são os nomes dessas princesas?

— Eu sou Renesmee Swan.

— E eu sou Carlie Swan.

—  A gente pode chamar você de tio Edward? — Renesmee perguntou, fazendo ele rir.

— Claro, fiquem à vontade. — Ele falou gentilmente, elas assentiram e foram para os seus lugares de costume.

— Oi, vim substituir a professora Denali, você deve saber a situação dela. — Ele falou, então olhei em seus olhos, vendo um verde esmeralda lindo e familiar.

— Ah, claro. Fiquei até surpresa de ver um homem aqui dando aulas para eles, não é algo comum, sim? — Pergunto, receosa de soar grosseira.

— Sim, tanto que sou o único da escola, mas é o que eu amo fazer. — Ele disse, sorrindo. — Espero que suas filhas gostem das aulas, acho que ainda vou confundi-las por algum tempo. — Ele brincou.

— Até eu as confundo às vezes, boa sorte, elas são travessas quando querem. — Digo. — Tchau, tenho que correr.

— Certo, ficarei de olho. Tchau, senhora Swan. — Ele acenou.

— Senhorita. – Corrijo, já acostumada. – Até mais, senhor Cullen.

(...)

— Bella, você precisa de um homem.

— Rosalie, eu não preciso de um homem, estou muito bem do jeito que estou. — Digo, rolando os olhos e pegando minhas pastas de um processo.

— Qual é, você acha que suas filhas nunca vão perguntar do pai?

— Eu espero que demore mais um pouquinho. — Digo sinceramente, indo para a minha sala do escritório.

Ser uma advogada e mãe solo de gêmeas que são agitadas é um pouco cansativo, mas eu não mudaria nada. Faço tudo por elas, sempre as quis, então apenas respiro fundo e sigo em frente, com elas sendo a minha maior motivação. Rosalie apesar de ser a minha secretária, com o tempo também se tornou uma amiga, então ela me ajudou também no tempo da gravidez.

Foi um pouco difícil, ainda mais depois quando tinha que me separar delas para trabalhar, mas apesar de darem muito trabalho, basta apenas elas me olharem com seus olhos verdes intensos que eu me derreto inteira.

(...)

No fim do dia eu já tinha preparado toda a papelada do caso que vou ter que defender amanhã, encaminhei outras e poderia me considerar organizada, sou tão ansiosa em fazer as coisas e organizar que quando eu era pequena meus pais me levaram ao médico para ver se eu não tinha TOC**.

Ao chegar na escola eu vejo Edward e as meninas sentados em um banco do pátio conversando.

— Eu cheguei atrasada? — Pergunto e elas me notam.

— Mamãe! — Elas correram e me abraçaram, e eu retribuí o abraço.

— Não, é que alguns pais vieram adiantados, então ficamos aqui conversando um pouco. — O senhor Cullen explicou.

— Certo, o dia estava um pouquinho puxado, obrigada por tê-las distraindo um pouco. — Agradeço sinceramente.

— Por nada, essas princesas se comportam como verdadeiras ladys. — Ele falou, se abaixando e novamente beijando a mão delas, que o abraçaram pelo pescoço.

— Tchau, tio Edward, até amanhã.

— Tchau, até, senhorita Swan.

— Até, senhor Cullen.

Fomos para o carro e depois de elas se arrumarem na cadeirinha, as prendi, indo para o meu lugar.

— O que acharam do novo professor de vocês? — Pergunto, curiosa para saber se elas gostaram tanto como pareceu.

— Ele é muito legal!

— Ele ensina muito bem!

— Ele é um príncipe!

— Ele é gentil!

Ambas começaram a falar animadamente, realmente o novo professor conquistou elas.

— E o que aprenderam hoje?

— Matemática. – Ambas falaram animadas, e eu fiz uma careta, eu e números não nos damos muito bem.

— Fico feliz que tenham gostado, meninas.

— Nós amamos, mamãe, essa é a palavra. — Renesmee falou.

— Exato, gostar é muito pouco. — Carlie completou.

— Minhas meninas são muito intensas. — Brinquei.

— Sempre, mamãe. — Responderam em uníssono.

No começo era assustador ter dois bebês iguais, mas a personalidade delas são distintas, apesar de terem gostos parecidos, também tem suas diferenças.

Carlie escreve com a mão direita, Renesmee com a esquerda. Carlie come toda a comida, Renesmee tira cada tempero que vê. Carlie tem um sinal no braço esquerdo, Renesmee tem no direito. Essas e outras diferenças são o que me ajudam a diferenciar elas e não enlouquecer sem saber quem é quem, como quando eram bebês, eu tive que colocar pulseirinhas com seus nomes gravados por algum tempo. Cada uma tinha um turno para chorar de madrugada, quando uma calava a outra chorava, às vezes as duas choravam ao mesmo tempo e eu ficava desesperada, mas faço tudo por minhas filhas, e peguei o jeito depois de um tempo.

— Mamãe, o senhor Cullen pode ser nosso professor para sempre? — Renesmee perguntou.

— Não, filha, mas você sempre pode vê-lo na escola. — Respondo.

— E a gente vai poder ver ele na escola para sempre? — Carlie perguntou.

— Sim, filha. — Respondo, as observando pelo espelho.

Talvez elas tenham se apegado a Edward pela figura paterna que ele representa, apesar de eu dar tudo de mim para suprir as necessidades delas, temo que essa sempre vai estar na vida delas, mas realmente não tenho como dar um pai para elas de uma hora para outra, e darei o máximo para que eu seja suficiente, pelo menos por enquanto.