O destino do tigre - POV diversos escrita por Anaruaa


Capítulo 28
Um novo mundo - Kishan




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Depois que nos lançamos no vórtice criado pela corda, eu só me lembro de girar dentro dele e ver Kelsey se afastar de mim, então eu apaguei. Depois disso, senti gotas de um líquido sendo despejadas em minha boca e despertei. 

Eu estava em uma tenda. Kelsey estava ao meu lado. Procurei pela corda e Kelsey me disse que estava com ela. Então abri os olhos e vi Durga. A bela deusa estava de pé, parada a minha frente. Tão linda e tão real quanto uma mulher comum. 

Eu me prostrei diante dela, demonstrando a minha devoção. Durga andou lentamente até mim e eu podia ouvir seu coração batendo forte conforme ela se aproximava. 

— O que é Durga? — Ela cuspiu bruscamente. — E por que é que está se curvando? Ele perdeu o controle de suas faculdades? Talvez sua mente seja tão débil como o seu corpo. — Ela se inclinou e falou comigo em voz alta como se eu fosse surdo. — Você pode se levantar agora. Me confundiu com outra pessoa.

Não compreendi a forma rude com que a Deusa me tratou. Ela sempre parecia querer me desafiar, mas nunca deixou de ser doce e gentil. Olhei para ela sem entender o que estava acontecendo e me levantei rapidamente, frustrado. Kelsey nos disse que aquela mulher se chamava Anamika. Eu ainda não tinha entendido o que estava acontecendo.

— Anamika? — perguntei. — É assim que ela está chamando a si mesma?

A deusa, ou Anamika, colocou a mão no punhal e me ameaçou. Eu segurei seu pulso antes que ela pudesse retirá-lo da cintura e a encarei irritado. Ela me encarou de volta.

Eu estava profundamente mexido por causa daquela mulher, que não era a minha doce deusa, mas se parecia muito com ela. Eu estava com raiva, mas ali, tão perto dela, olhando aqueles olhos verdes e seus lábios de rubi, desejei tomá-la em meus braços e beijá-la.

Kelsey segurou minha mão e eu consegui me desligar daquela mulher perturbadora. Sentindo seus batimentos acelerados, soltei o pulso de Anamika e passei para o lado de Kelsey. Ren imediatamente se colocou à minha frente e começou a conversar com Anamika. 

Em pouco tempo de conversa, a mulher era toda sorrisos para Ren. Fiquei com raiva da interação deles e pensei em um modo de interrompê-los. 

— Minha noiva está cansada. Posso pedir um pouco de comida e um lugar onde ela possa descansar?

Ren se virou e olhou para Kelsey. Anamika olhou para mim nervosa. Kelsey ficou irritada. 

— Eu estou bem. Não preciso descansar.

— Talvez seja melhor assim — Ren argumentou calmamente.

Com um sorriso, Anamika respondeu:

— Pedirei aos meus homens para preparar a cama mais macia que puderem encontrar.

— Tenho certeza de que Kelsey achará mais que bem-vindo.

Por algum motivo que eu não conseguia entender, eu senti a necessidade de mostrar para Anamika, o quanto eu era cuidadoso e me preocupava com a minha mulher. Mas Kelsey não gostou nada da minha atitude. Assim que Anamika deixou a tenda, Kelsey cruzou os braços e virou-se para mim e para Ren.

— Vamos deixar uma coisa bem clara agora. Eu não me importo com o século ou mesmo o planeta em que estamos. Vocês dois não falam por mim. Se qualquer um detém em suas cabeças me fazer desempenhar o papel da noiva frágil que precisa de um homem grande e forte para pensar por mim, vocês serão sábios se reavaliarem suas posições! Vocês não vão me mandar para o quarto para que eu perca todas as discussões importantes.

Eu tentei me explicar:

— Kells, eu não quis dizer… Eu não estava tentando me livrar de você. Eu só queria que você se sentisse confortável.

— Eu sou perfeitamente capaz de fazer-me confortável.

— Eu sei, é só…

— Só o quê?

— É que nós não sabemos exatamente onde estamos. Nossas roupas são diferentes, nossa fala, nossas maneiras. Kelsey, eu anunciei o noivado para te dar conforto e te proteger. Uma mulher solteira não cuida de si mesma. Não neste tipo de ambiente.

— E a Abelha Rainha ali? Eu não vejo um anel em seu dedo, e ela parece estar cuidando de si mesma muito bem.

— É diferente para a realeza — expliquei. — Ela provavelmente é protegida por seus homens armados ou mesmo um grupo de guarda-costas.

— Mas você está se esquecendo que eu posso me proteger.

— Não faz mal manter as aparências.

Ren acrescentou:

— Peço desculpas por deixá-la de fora da nossa conversa. Eu estava simplesmente tentando avaliar quem ela é e qual língua fala. Isso vai nos ajudar a determinar onde e em que momento da história estamos sem ter que perguntar abertamente — ele pegou a mão de Kelsey — Eu não tinha a intenção de deixá-la de lado. Sinto muito. 

— Oh — Kelsey suspirou . — Bem, eu não gosto dela, e eu não confio nela. Devemos ir embora.

— Onde mais você espera que a gente vá, Kelsey? — Ren perguntou.

— Nós deveríamos estar procurando Lokesh.

— Nós não sabemos onde encontrá-lo — afirmei — Eu não gosto da megera, mas a nossa melhor opção é descobrir o que ela sabe.

Saí para inspecionar a tenda e Anamika chegou em seguida. Ela afirmou que Kelsey ficaria com ela na tenda, enquanto Ren e eu ficaríamos em outro lugar. Eu não me sentia à vontade deixando Kelsey sem proteção. Mas eu estaria atento.

Demorei a dormir, pensando em Anamika. Ela me perturbou profundamente. Ela obviamente não era a deusa, embora se parecesse com ela fisicamente. Quando eu finalmente consegui dormir, tive um sonho estranho. Era o mesmo sonho que eu tive em Shangri-la: Kelsey, segurando o bebê de olhos dourados. Desta vez eu estava diante dela, olhando orgulhoso para o bebê, mas Kelsey parecia não me ver. Olhei para o lado e Durga estava lá. Ela segurou a minha mão e me olhou nos olhos. Eu sorri para ela, que devolveu o sorriso e então disse:

— Ele será um grande homem!

Acordei ouvindo gritos.


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