Reinos Esquecidos escrita por Dáriojns


Capítulo 3
Capítulo 3 - A Busca por Buscas


Notas iniciais do capítulo

E aí possível e milagroso leitor do Fanfiction? Só passando pra deixar mais um capitulo dessa historinha de fantasia. Nesse caso algo que todos nós passamos nos games só que na visão do personagem. A busca por buscas. Espero que se divirtam como eu me divirto escrevendo essa historia. Vlw.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759848/chapter/3

A manhã veio e acordo escutando a voz encorpada e grave do monge.

— Vamos lá, Fabiano. Já amanheceu.

Levanto-me com uma tremenda dor nas costas. O que passou na minha mente foram as regras que diziam que se o personagem dormisse no relento ele recebia -1 em todos os testes até fazer um descanso prolongado. O livro narrava esse tipo de consequência no personagem com perfeição. E que perfeição! Dores, desconforto e cansaço.

“Acho que estou bem de imersão de jogos por uma vida inteira...” Pensei.

Fui lavar meu rosto, e pela primeira vez, pude ver melhor o rosto do Taúz. Ele era branco quase pálido, cabelos prateados curtos e olhos verdes, no seu rosto tinha uma cicatriz de meia lua que contornava seu olho direito, com 4 pontas saindo da parte côncava dela.

“Um personagem diferente, mas comum de qualquer forma.”

— Acorda, Rafael! O sol já nasceu! - Diz Alabaster batendo no ombro do anão.

Viro-me a tempo de ver o Monge tentando acordar o anão. Ele está meio sem jeito, mas não deixa de ser tão “delicado” como um meio-orc poderia ser. O anão dormia abraçado ao Skim e respondeu com voz sonolenta e ligeira.

— Só mais uns 5 minutos…

— Vamos Rafael, temos que discutir o que fazer hoje! - Bufou o Meio-orc.

—Tá tá tá… Depois das dez, depois das dez... – Falava dormindo o anão um tanto ligeiro.

Alabaste pôs a mão a cintura e com a outra coçava o pescoço. Eu dei um assovio e assim que ele virou para mim, indiquei com a cabeça a fonte da pequena praça próximo dali. Alabaster sorriu, pegou o anão, pôs nos ombros e o levou. O Skim desperta e começa a voar seguindo seu mestre que ainda dormia pesado.

Se aproximando da fonte o monge e diz sorrindo.

— Bem Durgar! Já que se nega a acordar no amor – Assim lança o anão na ar – Que seja pelo frio!

O corpo do anão faz uma pequena parábola no ar, batendo na água e levantando uma coluna de água. Depois de alguns segundos, o anão aparece se debatendo, desesperado quase se afogando.

— Vou morrer, vou morrer, socorro, água!! - Diz se debatendo e parando vagarosamente percebendo que a água não passava de suas coxas.

Virando o rosto procurando o motivo de estar no meio de uma fonte, percebe as duas figuras risonhas, ao lado da fonte. Ele fecha o semblante e sem falar uma palavra, levantando a mão. Um pequeno círculo com símbolos arcanos laranja, se forma no ar sobre seu punho, e quase que simultaneamente, embaixo de nós, forma-se outro círculo maior, que cobria toda a área em que eu e Alabaster estávamos. Antes que pudéssemos reagir, duas colunas de pedra surgem na base de nossos pés e nos jogam para o alto, nos fazendo cair de costas. Ficamos sem ar, mas, mesmo assim, eu e Alabaster ainda riamos muito.

A cidade de Zhentil Keep lembrava de longe aqueles tipos de cidades árabes com uma pegada mística. As pessoas eram predominantemente humanos, mas via também, anões e meio-orc misturados. As roupas eram uma mistura de armaduras e roupas do deserto. Os prédios eram feitos de blocos amarelados, um grande muro circuncidava toda a cidade, com torres de vigias, em cada torre, um cristal azulado em seu alto. O muro acabava nos portos, que tinham vistas para o mar de Moonsean, e nos portos haviam uma mistura mais forte de estilos, devido a grande quantidade de viajantes que chegavam ansiando por aventura, coisas místicas, exóticas ou qualquer outra coisa justificável para sua vinda em Khentil Keep.

Nós três ficamos meio deslumbrados com toda aquele ambiente vivo e raro, que só podíamos ver em nossa imaginação. Agora estava ali! Vivo! Chegava a ser espantoso ver seres místicos tão raros sendo vendidos na rua. Tigres azuis, sapos grandes e posso jurar ter visto uma fênix.

Num suspiro deixando o espanto de lado o Alabaster pergunta.

— Então? Por onde devemos começar?

Antes que eu começasse a falar algo o anão fala na minha frente.

— Quests! É disso que precisamos agora.

— Como é? Agora você quer brincar… Dá pra levar um pouco mais a sério Rafael.

—Ué!?

O Anão para de andar nos fazendo parar de brusco. Se vira para mim e fala com sua voz estridente.

— Se tem uma coisa que estou levando a sério é isso, Fabiano!

Ele se vira novamente e continua andando, eu e o Alabaster nos entre olhamos e voltamos a segui-lo enquanto explica seu raciocínio.

— Pense bem. Estamos dentro de um jogo! E num jogo, não importa onde você começa, tudo converge para o enredo principal.

— Então qualquer Quest que pegarmos agora, nos puxará para o final da campanha. Hum... entendi. - Fala Alabaster seguindo o raciocínio do Durgar.

— Okey, mas o que isso tem a ver com nos levar para casa ou achar meu tio?

— Tudo oras! - Ele se exalta como dissesse algo óbvio. - Se a história dos jogos é como um funil. O que você acha que vai acontecer?

Eu e Alabaster ficamos em silêncio e eu acabo respondendo sem jeito.

— Ela entope?

O anão para novamente e põe a mão na cabeça como chateado com a resposta rasa. Alabaster fala em seguida como descobrindo algo.

— As coisas se juntam em algum momento!

O Anão sorri vendo que a Sabedoria do Monge ainda era afiada com deduções.

— Exatamente, Gilmar. - Ele prossegue caminhando – Por isso, temos que achar uma Quest! O fluxo da historia nos levará para junto do seu tio e a resposta de como sair daqui!

— Tá… E quando vamos começar a procurar uma Quest? - Perguntei já desistindo de contestar.

— O que você acha que eu estou fazendo?

— Andando pela cidade sem destino… - disse meio sarcástico.

— Eu estou procurando provocar um evento.

— Provocar um o que?

— Um evento. Shiu!

Caminhamos pela cidade cerca de 1hr30min procurando por missões para nós três, mas por mais que perguntássemos, as pessoas meio que evitavam nos contratar e olhares frios cruzavam o Alabaster e a mim. Evitando contato ou sendo muito ríspido. Cansados paramos no meio da praça menor e o anão se inclina no chão e fala.

— Porque ninguém nos contrata?

— Caraca, quando eu jogava não parecia ser tão difícil. - disse Alabaster.

— Pois é… Qual deve ser o problema dessa gente?

— O problema é vocês dois! - Diz o anão irritado – O Alabaster causa intimidação assim que chega, e você não pode ter uma conversa menos sombria com as pessoas! Seu psicopata de cabelo prateado!?

Eu e Alabaster ficamos com a cara de desentendido e assim eu falei.

— A qual é… Parece até que fiz algo de errado, eles que me ameaçavam no olhar. E além do mais você que tem maior carisma, vai você.

— Eu tenho MOD 0 e até agora não sei como posso ser mais carismático que vocês!

Cansando vi uma movimentação na praça mais ao longe, assim comentei para Durgar o que estava vendo. Ele ao perceber exclama.

— Finalmente, um evento! - Diz ele se apressando indo para o local.

— Como assim? - Me levanto e começo a segui-lo, Alabaster também bufa e nos segue.

— É uma convocação de missão, é lógico! Finalmente uma missão digna de um mago nível 3!

Ele falava com certa animação. Eu também parecia animado, um sentimento me impulsionava a aventura e a exploração. Acho que era esse sentimento que justificativa dentro do jogo, para nossos personagens se meterem em tanto problemas, Alabaster parecia animado ou irritado… Não dava para ler muito seus sentimentos. Assim pergunto para Durgar antes de chegarmos.

— O que você acha que deve ser?

— Quem sabe, vendo nosso nível, pode ser, conquistar um castelo, resgatar uma princesa ou quem sabe. - Seus olhos brilham - Matar um dragão!

Prontamente nos alistamos animados e ficamos no reunir com diversos outros guerreiros diferentes. Só que o primeiro a exclamar o sobre o objetivo da Quest foi o próprio Durgar.

— Uma missão de escolta!?- Diz de certa forma desapontado.

— Parece justo, 3 dias de viagem, 2 de permanência e 3 dias de volta. - Falei também desanimado, mas, ainda parecia algo bom.

O anão parecia bem desapontado com essa primeira missão, mas seja como for era nosso ponto de partida. Eu olhei ao redor e a escolta me espantou, pois foi pelo menos 20 aventureiros nessa viagem. Eles todos eram diferentes dos demais povos da cidade, pareciam ser de fora assim como nós, quer dizer, como  nossos personagens.

Eu estava correndo a vista na multidão e analisando todos ali. Paro minha visão em uma garota vestindo uma armadura pesada de tom azulado, com as mãos na cintura e olhar distante, mas o que mais me chama a atenção é seu cabelo azulado com uma única mecha vermelha, que se contrastava com sua pele branca e suave. Fiquei um bom tempo a observando sem perceber. Ela olhar para mim e eu viro o rosto rapidamente, envergonhado.

“Droga ela me viu! Tudo bem, tudo bem… Ela não me notou, oras sou só mais um do grupo! Ela não...” Eu voltei olhando rápido para ver a reação dela “Puta merda ela ainda está olhando para mim, caraio!"

Fico um tempo na mente sem olhar para ela esperando que ela também pare de me observar e volto mais uma vez a visão para ela só que dessa vez o mais disfarçado possível. A vejo rir pondo a mão no rosto delicadamente e em seguida caminhando para nossa direção.

“merda, merda, merda, merda… Porque ela tá vindo pra cá!?”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Um pequeno DICIONÁRIO pra quem não entendeu alguns termos.

MOD - (qualquer valor numérico): São os valores adicionais dos personagens que usamos para fazer os Testes no jogo... Em regra geral, quanto maior, melhor.

Quest - São o nome popular para missões, que também pode ser traduzido por buscas. Para iniciar uma Quest, para o jogador acaba virando outra Quest.

Bem por enquanto é só isso... Espero ter ajudado e valeu.