Ovelha Negra escrita por Rayanne Reis


Capítulo 33
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?
Obrigada por estarem acompanhando e pelos comentários.
Boa leitura e espero que gostem do capítulo.



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—Tem certeza de que é aqui? - os quatro encaravam a pequena figura que abriu a porta para eles. Carlisle conferiu o número, ele já tinha ido ao apartamento do filho algumas vezes, mas não se lembrava do número exato. Tudo parecia igual para ele, então deveriam de estar no local correto.

—Sim. É no final do corredor. - respondeu a esposa e Agnes sorriu tímida para eles.

—Vocês são os pais da Bella e do Edward?

—Sim. Eles moram aqui? - Renée olhou por cima da garota.

—Moram sim. Entrem. - os quatro entraram ainda confusos com a recepção. - Mãe, pai, eles chegaram. - gritou os deixando ainda mais confusos.

—Sejam bem vindos. - Bella os cumprimentou de longe.

—Está tão linda, filha. - Renée não conteve a saudade e foi abraçar a filha. - Está diferente.

—Senti sua falta, mamãe. - Bella relaxou nos braços da mãe, sentia muito a falta dela. - Oi pai. - Charlie deu um beijo no rosto dela.

—Oi pessoal. - Edward parou ao lado da esposa e da filha. - Agnes, por que não termina de arrumar a mesa enquanto conversamos? Não vamos demorar - ela queria conhecer os avós, mas sabia que a situação era complicada e que precisava esperar mais um pouco.

—Certo, pai. - saiu deixando os adultos parados na entrada.

—Podemos conversar na sala? - Edward não esperou pela resposta e os conduziu até o local. - Obrigado por aceitarem o nosso convite. - sentou ao lado de Bella e segurou a mão dela em busca de conforto.

—Foi meio que inesperado, já que faz tanto tempo que não nos falamos. - Carlisle olhou para as mãos unidas do casal. - Vejo que ainda estão insistindo nesse casamento.

—Por que aquela garota te chamou de pai? Você tem uma filha esse tempo todo e não nos contou? - Esme estava chocada com o segredo do filho.

—Eu disse que ele não prestava. - Charlie resmungou e Edward teve que respirar fundo para se acalmar.

—O nome dela é Agnes e ela não é minha filha biológica, mas ela é nossa filha. Nós a adotamos. - explicou com paciência.

—Agora passaram dos limites. - Carlisle levantou irritado. - Uma coisa é fingir esse casamento, outra é arrastar uma criança para toda essa palhaçada. Espero que seja apenas uma brincadeira.

—Não é uma brincadeira, pai. - Edward também levantou. - Nós realmente adotamos a Agnes, assim como o nosso casamento também é real. Nos casamos apenas para irritar vocês. Charlie queria que Bella casasse com o idiota do Newton e você queria que eu mudasse completamente para só então me dar à presidência. Encontrei com a Bella numa boate e a pedi em casamento. Foi completamente louco isso, mas sabíamos que vocês ficariam com raiva e tudo o que queríamos era nos vingar de vocês e posso dizer que conseguimos com total sucesso. O que não planejamos, foi nos apaixonar.

—O quê? - os quatro perguntaram juntos, surpresos com a revelação.

—Isso mesmo. - Bella também levantou e segurou a mão do marido. - Sempre fui apaixonada pelo Edward, vocês sabem disso.

 -Ele te magoou. Ou se esqueceu disso?

—Não me esqueci, pai. Eu perdoei o Edward e seguimos em frente. Assim como vocês também deveriam de fazer.

—Sei que errei muito, mas eu mudei. Parabéns pai. Conseguiu o que queria. Só saiba que não mudei por você, mas sim pela minha esposa, pelos meus filhos e por mim. Precisava ser um homem melhor, porque é o que todos deveriam ser. Eu amo a Bella e nós estamos juntos e ficaremos para o resto de nossas vidas. - anunciou sem dar chance de alguém retrucar.

—Sim, nos amamos e estou grávida. Então, além da Agnes, em breve terão mais um neto. - Bella anunciou os deixando de boca aberta. - Não é uma brincadeira. - garantiu e Carlisle sentou sentindo o impacto das últimas revelações.

—É muito para digerirmos. - Charlie balbuciou olhando fixamente para a barriga da filha.

—Estou de oito semanas. - respondeu a pergunta silenciosa do pai. Edward foi com ela a consulta e os dois ficaram muito emocionados ao ouvir o coração do bebê.

—Não acredito que vou ser avô. – ele estava em estado de choque.

—Você já é. Agnes é sua neta. Não queremos que tenha distinção entre eles.

—Além de contar as novidades, os convidamos para que vocês possam se acertar de uma vez por todas. Sei que tem muita mágoa entre as nossas famílias, mas agora somos uma família só e precisamos ficar unidos, pelo bem de todos. Então vocês têm duas opções: podem continuar a remoer o passado e ficar nessa briga para sempre, sair das nossas vidas e perder a oportunidade de fazer parte dessa família ou podem superar, perdoar e seguir em frente e se juntar a nós numa refeição maravilhosa. Podem ir até lá e conhecer a neta de vocês ou podem sair por essa porta e perder todos os momentos incríveis que estão por vir. - abriu os braços. - Estaremos na sala de jantar e quem quiser se unir a nós, será muito bem vindo e quem não quiser, saiba que sentiremos saudades, mas a escolha é de vocês… - passou o braço ao redor do ombro da esposa e foram para a sala de jantar.

—Eles não vão ficar? - Agnes perguntou desanimada. Era queria muito conhecer os avós, sonhava com uma família grande.

—Não sei querida. Vou trazer o nosso jantar. – deu um beijo na testa da filha. – Ficou muito linda a mesa, você é incrível.

—Ela é muito linda e me lembra alguém. – os três viram e deram de cara com Esme. – Vem cá, querida. Quero abraçar a minha neta. – Agnes sorriu e correu para abraçar a avó, a pegando de surpresa.

—Obrigada por querer me conhecer vovó. – agradeceu emocionada e Esme a apertou mais forte.

—Assim vou ficar com ciúmes. – Renée reclamou e Agnes a abraçou também.

—Obrigada por terem aceitado ficar. – Bella secou uma lágrima.

—Sempre querida. Você é minha filha e não a nada que faça que mude isso. Podemos não concordar com as atitudes e escolhas de vocês, mas você ainda é a garotinha que segurei em meus braços e que jurei proteger de todos. Sei que errei ao forçar todas aquelas coisas, mas eu juro que só queria o seu bem. Eu te amo meu anjo e quero que seja feliz. E parece que esse idiota te faz feliz, então meus parabéns pelo casamento, pela criança. – apertou a bochecha de Agnes. – e pelo bebê. – apontou para barriga dela. – Ainda não consigo acreditar que o meu bebê vai ter um bebê.

—Ah, papai. – Bella o abraçou. – Também te amo e te perdoou. – deu um beijo estalado na bochecha dele.

—Edward, não queria te mudar. Queria apenas que as pessoas parassem de falar mal de você. Todos comentavam sobre os seus métodos nos negócios e tinha medo que isso o prejudicasse. Não queria que você fosse conhecido como um homem sem caráter, que vivia apenas de farras, pois eu o conheço e sempre soube que você era muito mais do que isso. Queria que você colocasse esse homem incrível que você realmente é para fora, que as pessoas vissem esse seu lado, mas eu acabei me perdendo. Emmett passou a se interessar ainda mais pelos negócios e essa disputa entre vocês subiu a minha cabeça e acabei criando quase uma guerra entre vocês. Me perdoa filho.

—Sem problemas pai. – os dois trocaram um abraço. – Eu não era uma pessoa muito fácil, mesmo.

—Não, não era, mas faz e fazia muito mais do que a maioria é capaz. Acha que não sei dos seus projetos?

—Como você sabe?

—Sua sombra pode ser leal a você, mas ele tem um pouco de medo de mim. Então o pressionei há um tempo e ele me contou.

—Que fofoqueiro. – murmurou rindo.

—Do que exatamente estão falando? – Esme perguntou curiosa.

—Edward continuou visitando o asilo mesmo após a morte do seu pai e ele ajudava todos lá, principalmente a Angela.

—Ela era a minha avó e o Edward nos ajudava muito. Ele até pagava a minha escola.

—É claro, você é a cara da Angela. – Esme deu um tapinha na testa lembrando. – Papai gostava muito dela, acho até que eles meio que tinham um caso. – confidenciou fazendo a pequena rir.

—Aquele lugar só está aberto por sua causa. – Edward sorriu tímido, ele não gostava de contar o que fazia.

—É o mínimo que poderia fazer por eles. – deu de ombros. – Por que não sentam? Vou trazer o jantar.

—Eu te ajudo. – Charlie ofereceu e Bella travou no lugar. – Não se preocupe querida. – sorriu para filha.

—Quer me dizer algo? – perguntou entregando uma travessa para ele.

—Só tenho um pedido a fazer. – suspirou. – Na verdade são dois. Um é me desculpe por ter te demitido, foi um erro.

—Não se preocupe. Eu não era realmente seu funcionário, só estava ajudando.

—Mesmo assim. E o outro e mais importante. Cuide da minha filha. Parece que você realmente a ama e ela está feliz, e é assim que quero que ela continue. A Bella é tudo para mim e não quero que ela se magoe.

—Não se preocupe. Eu amo demais a sua filha e vou cuidar dela. Sei bem como você se sente, também tenho uma garotinha agora e não quero que nada de ruim aconteça a ela. E por falar nisso, poderia me dar umas dicas depois?

—Dicas? – perguntou confuso.

—Sobre como afastar os garotos. Tem um menino que está de olho na Agnes e não sei como agir. – Charlie riu.

—Se eu realmente soubesse vocês não teriam se casado. Só fique de olho para que ele e nenhum outro a magoe. Ela ainda é muito nova, deve ser algo de criança. A situação complica quando entra na adolescência e começa a se arrumar demais. Quando chegar nessa fase, tome bastante calmante e cuide do coração.

—Valeu pelas dicas, Charlie. – os dois seguiram até a sala de jantar, onde Agnes contava com empolgação sobre o serviço da mãe.

—Lá é tão grande e têm tantos peixes, a mamãe me deixa ficar perto de alguns, menos dos maiores, como os tubarões, papai tem pavor deles.

—Tenho mesmo. – Edward concordou.

—Do que estão falando? – Charlie perguntou e Bella sorriu ao ver que os dois pareciam estar se dando bem.

—Do aquário de Seattle, que é onde trabalho.

—Você tem um emprego? – ele olhou para Edward. – Esse garoto não está te sustentando não?

—Não é nada disso pai. – o interrompeu antes que ele voasse em Edward. – Ele tem me dado tudo o que preciso, mas após tudo pelo que passei, percebei que estava na hora de conquistar minha quase independência financeira. Não ganho o suficiente para me manter, mas tenho um bom salário e dá para fazer várias coisas.

—Você não precisa disso, querida. Vou pedir ao Jake para devolver as suas coisas.

—Não precisa pai. – pediu erguendo as mãos o parando. – Estou bem assim.

—Mas, meu anjo. Tudo o que é meu é seu e depois você passará para os seus filhos. Você será muito rica, pequena.

—Nem comece. – o ameaçou. – Quando chegar à hora, ela correrá atrás do próprio dinheiro dela. Não queremos que vocês tentem suborná-la, por favor.

—Não é suborno. Acha que trabalhamos tanto para quê? Para garantir que nossos filhos e netos tenham uma boa vida. – Carlisle explicou. – E por falar nisso, Emmett já sabe da novidade?

—Sim. Contei a ele e ficou muito feliz ao saber que será tio novamente.

[...]

—Como vocês que casaram tem pouco tempo, já vão ter um filho e nós que estamos tentando há anos não conseguimos? – Emmett estava irritado, ele e Rosalie queriam muito ter um filho. Edward pensou em fazer algum tipo de piada, mas não era disso que o irmão precisava. – Quer dizer, estou feliz por vocês, é sério. – forçou um sorriso. – Só estou um pouco chateado.

—Eu entendo Emm. Olha, vocês já fizeram todos os exames e está tudo normal, certo? – ele assentiu. – Então pare de pensar nisso. Quando for à hora, vocês terão um filho. Precisam é relaxar. Saiam para uma segunda lua de mel e aproveitem bastante. Esqueçam um pouco disso de que precisam procriar, pensem apenas em curtir um ao outro. Vocês ficam tão tensos com isso que acaba não rolando.

—Você acha que é por isso? – perguntou encarando o irmão.

—Não sei. Tudo o que sei é que Bella e eu não estávamos pensando no assunto. Leve a Rose para uma viagem bem legal. Papai pode cuidar de tudo. Ele está aposentando mesmo, não fará mal se ele trabalhar em dobro agora. – piscou para o irmão e levantou. Ele precisava resolver uns assuntos.

—Ei, cara. – Emmett foi até ele e o abraçou. – Meus parabéns! Estou realmente feliz por você.

—Obrigado, irmão. E se precisar de umas dicas para inovar, eu posso... – Emmett o empurrou rindo, antes que ele completasse a frase. – Você pode ser maior, mas é meu irmãozinho e é minha função te ensinar essas coisas.

—Você já me ensinou o bastante. – lembrou da aula traumatizante quando Edward o ensinou tudo sobre sexo, mas pelo menos funcionou e quem sabe não era hora de pegar mais umas dicas. Afinal de contas, fazia muitos anos... – Senta aí e desembucha então. – pediu animado e Edward sorriu.

—Pega o papel e a caneta, irmãozinho e preste bastante atenção.

[...]

—Que bom que vocês estão se dando bem. Ele está com algumas ideias para a empresa, vai mudá-la bastante. – Carlisle não estava de acordo com aquilo.

—Sim, ele me contou e deveria apoiá-lo, pai. Emmett é inteligente e vai cuidar muito bem da empresa. Só dê uns dias de folga para ele antes.

—Então você pode voltar para a minha empresa. – Charlie sugeriu.

—Desculpa sogrão, mas estou abrindo a minha própria empresa.

—Quantas surpresas. – Esme encheu uma taça de vinho. – Parabéns querido, espero que dê tudo certo.

—Obrigado, mãe.

—E o que vou fazer com a minha empresa? – Charlie tinha perdido todas as esperanças.

—Você pode se unir a Carlisle e deixar o Emmett cuidar de tudo ou pode vender. – Bella sugeriu.

—Seja lá o que for fazer, tenho interesse em dois funcionários seus.

—Ah é? E quem seria?

—A sua secretária, ela faz um café excelente e vou precisar de um assistente, já que o Jackson vai ser o meu sócio e o Blake, ele é chato, mas é bem competente.

—Glória e Jacob?

—Acho que são esses mesmo. Ela tem uns 80 anos, mas é muito legal.

—Glória tem 42. – Charlie saiu em defesa da funcionária. – E não acho que o Jacob vá querer trabalhar para você.

—Consigo ser bem persuasivo, sogrão.

—Dá para parar de me chamar de sogrão? É irritante. – ele realmente queria se dar bem com o genro, mas ele estava forçando demais a intimidade.

—Tudo bem sogrão. – Agnes gargalhou, ela achava o pai bem engraçado.

—Não sei como você aguenta, Isabella. – resmungou enchendo o prato.

—Com muito amor, papai, muito amor.

—Então, Agnes, quantos anos você tem? Teria interesse em assumir uma grande corporação algum dia? – Carlisle foi interrompido pelo amigo.

—Nem pense nisso, você já tem o seu filho. Quem precisa de um administrador aqui sou eu.

—Vamos unir as empresas. Como deveria ter sido sempre. Me perdoa, meu amigo. Fui injusto com você. Deveríamos ter resolvido a situação juntos.

—Demorou, mas até que fim, hein? – resmungou com a boca cheia. – Está perdoado e acho que podemos fundir as empresas e a Agnes pode cuidar de tudo.

—O quê? – ela olhou para os pais em busca de socorro.

—Podem tirar a nossa filha dessa confusão. Ela só tem nove anos e não precisa que vocês fiquem falando na cabeça dela. Agnes vai fazer o que ela quiser. Então não se intrometam. – Bella ameaçou e os dois encolheram na cadeira.

—Podemos esperar o outro nascer. – Charlie sugeriu e Carlisle concordou.

—Não. Nenhum dos nossos filhos vai ser importunado por vocês. Eles vão ser o que eles quiserem. Eles mesmos vão escolher a profissão deles, sem interferência de ninguém. 

—Ok. – os dois falaram juntos e Bella lançou mais um olhar ameaçador para eles.

—Por que não nos contam mais novidades? Como está sendo a gestação, querida? – Renée tratou de desviar o assunto. – Como descobriram?

—Essa é uma história bem engraçada na verdade. – Edward riu e todos relaxaram.

Não importava as desavenças e nada seria perfeito, mas que família era? O importante era que estavam reunidos e que ninguém levaria um tiro dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Ainda haverá algumas confusões e nem tudo foi resolvido, mas o importante é que deram o primeiro passo e agora podem seguir em frente.
O próximo é o último, mas tem uma surpresa que acho que deixará vocês felizes.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.



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