Ovelha Negra escrita por Rayanne Reis


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?
Acho que todos estamos de acordo que, sim, fui maldosa ao terminar naquela parte, rsrs.
Vamos a explicação do que aconteceu.



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—Atiraram em mim? - Edward estava chocado. - Não me deixa morrer irmão, por favor. - suplicou fechando os olhos.

Emmett olhava para o irmão mais velho sem saber o que fazer.

—Acertou nele? - Carlisle perguntou ajoelhando ao lado deles. - Droga! Olha o que você fez Charlie. - ele retirou o cinto e prendeu no braço do filho para conter o sangramento.

—Já estou morto? - Edward abriu um olho e ao constatar que ainda estava vivo, pelo menos ele imaginava que sim, abriu o outro também.

—Atingiu de raspão. - Carlisle o tranquilizou. - Mas é melhor corremos para o hospital. Ajuda aqui, Emmett. - pediu tentando levantar Edward.

—Vai ficar tudo bem irmão. - ele murmurava em uma tentativa de confortá-lo.

—Eu sinto muito. Não tive a intenção. - Charlie tentava se desculpar, mas era ignorado pelos homens Cullen.

—O que aconteceu? Meu Deus, Edward, está ferido? - Esme gritava histericamente, o que alertou todos da casa.

Carlisle e Emmett colocaram Edward sentado no sofá, ele estava pálido e parecia estar em estado de choque. Não ofereceu muita resistência e se deixou ser levado pelo pai e pelo irmão através da trilha que dava acesso a casa. Eles não estavam muito longe, o que facilitou a volta deles.

—Edward! - Bella gritou e ajoelhou ao lado dele. - Fala comigo, você está bem? - ela colocou as mãos no rosto dele para que pudesse olhar em seus olhos. Queria saber se ele estava bem. O desespero tomou conta dela assim que o viu ferido.

—Seu pai atirou em mim. - explicou calmamente

—O quê? - ela virou para encarar o pai, que encolheu num canto.

—Foi um acidente. Estava mirando em um animal e esse daí entrou na frente. A culpa foi dele.

—Ah claro. Tenho certeza que Edward deve ter ficado na sua frente, de propósito, só para ser baleado. - murmurou irônica. - Vou te levar ao hospital. - avisou passando a mão no rosto dele. O sangramento parecia controlado e se ele estava falando, aquilo deveria ser um bom sinal, não teria pegado em nenhum órgão vital. Ela não conseguia raciocinar direito, mas era o que ela imaginava e torcia para estar certa.

—Você é uma boa esposa. - ele fechou os olhos e Bella o sacudiu.

—Não durma. - ordenou e ele sorriu.

—Sim senhora. - desistiu de bater continência, o braço dele doía demais para ser erguido.

—As chaves do carro. - Bella levantou e correu até o quarto para pegar os documentos do marido.

—Vou com vocês. - Emmett ofereceu assim que ela retornou. A cunhada não estava em condições de dirigir, e ele estava bem preocupado com o irmão. - Ele parece que vai desmaiar a qualquer momento. - e ele estava certo. - Vem irmão. - passou o braço em volta dele, o erguendo.

—Quando voltarmos teremos uma séria conversa. - Bella apontou o dedo para o pai o ameaçando. - Tomara mesmo que tenha sido um acidente. - resmungou dando as costas para eles.

 

[...]

 

—Não seja um bebê chorão, Edward. – Bella revirou os olhos e bufou irritada. O tiro pegara apenas de raspão e não seria necessária cirurgia, o que os deixou bem aliviados. Mas seria preciso dar pontos e tomar vacina para evitar possíveis infecções. Ela depois de se recuperar do susto, achava que o marido estava sendo bem dramático. – Você parece uma criança. Que adulto tem medo de agulha?

—Um adulto sensato. E para de ficar menosprezando os meus medos e dores. – lançou um olhar desconfiado para a enfermeira que continuava parada ao lado deles esperando o momento de agir. A cor dele havia voltado ao normal e eles já estavam há 30 minutos naquele terrível impasse.

—Edward. – Bella segurou o rosto dele entre as mãos. – É só uma agulha, não seja infantil. – pediu o mais paciente quanto foi possível. – Não vai doer nada.

—Era isso que a minha mãe falava e sempre doía bastante. – reclamou fazendo bico.

—Olha. Minha paciência já está esgotando. – ergue as mãos, exasperada. – Já que vai agir feito um idiota, vamos embora e você continua sentindo dor.

—Não quero sentir dor. – se ele não estivesse machucado, Bella teria batido nele.

—É só não pensar na agulha perfurando o seu corpo. – Edward a encarou chocado. – Ok, péssima escolha de palavras. O que quero dizer é: não pense no que vai acontecer. Se concentre em outra coisa.

—O que poderia me distrair? – a olhou semicerrando os olhos, estava sentindo muita dor.

—Você é irritante. – resmungou e inclinou para ficar próxima dele.

 Edward a olhou sem entender e ela aproveitando o momento de confusão, segurou o rosto dele e colou os lábios nos dele. Bella só queria que ele se distraísse para que a enfermeira pudesse fazer o trabalho dela e eles finalmente poderiam ir embora, mas quem acabou se distraindo foi ela e os dois se deixaram levar pelo momento. Edward colocou o braço bom em volta da cintura dela e a puxou para mais perto dele, queria sentir o calor dela, desde o momento deles no carro, as coisas ficaram um pouco estranhas e tê-la em seus braços, estava sendo uma das melhores coisas que ele já havia experimentado.

Bella deu uma mordida no lábio inferior dele e ele soltou um grunhido que não se sabia se era por causa da mordida ou da fisgada da agulha.

—Fica comigo. – sussurrou acariciando os cabelos dele que eram tão sedosos e macios e ela gostava de puxá-los, mas o local não permitia uma maior intimidade. E lembrar-se de onde estavam, foi o que a fez se afastar um pouco, já que Edward mantinha o braço na cintura dela.

—Você é uma excelente distração. – falou tão baixo que Bella quase não o ouviu.

—Prontinho. – a enfermeira anunciou e Edward relaxou um pouco, afrouxando o aperto na cintura da esposa. – Agora não vai mais sentir dor. O médico já vem para verificar como está o seu braço.

—Obrigado e desculpa pelo meu momento. – pigarreou olhando para o chão.

—Tudo bem, estou acostumada, vem muitas crianças por aqui. – ela deu uma piscadela para Bella que riu envergonhada do momento deles.

—Agora vai ficar tudo bem. - Bella passou as mãos no cabelo dele e Edward fechou os olhos desfrutando do momento. Descobriu que amava um cafuné nos cabelos, era tão relaxante. - Está tão calado agora. - Bella murmurou e ele a encarou.

—Estava pensando. Eu quase morri hoje. - Bella revirou os olhos para o drama dele. - Eu sei que não foi grave o ferimento, mas poderia ter sido. Poderia ter atingido algum órgão vital ou sei lá, a vida é tão imprevisível e não tenho nada preparado. Se tivesse morrido, teria deixado você e Agnes desamparadas. - ele ergueu os olhos para encarar a esposa. - Não quero deixá-las sozinhas.

—Fica calmo Edward. - deu um beijo na testa dele. - Você não teria me deixado desamparada, sou sua esposa e ficaria com todo o seu dinheiro. - tentou fazer graça para dissipar o clima tenso, e deu certo, pois ele deu uma risadinha. - E eu jamais deixaria a Agnes sozinha. - garantiu e ele relaxou ainda mais. - Mas eu sentiria muito a sua falta. Não consigo imaginar o que seria voltar para aquele apartamento vazio. O que seria conviver sem o seu drama, sem os seus pratos deliciosos e sem ver esses olhos maravilhosos e bondosos.

—Sentiria mesmo a minha falta? - perguntou surpreso.

—É claro que sim, seu cabeçudo. Eu te… - Bella parou no meio da frase e Edward a olhou em expectativa, o coração dele batia rápido. - Eu te garanto que sim. - completou satisfeita por ter conseguido contornar a situação. Edward, é claro, notara o que ela estava prestes a dizer, mas optou por fingir ignorância. - Seria bem difícil perder você. - deu um soco mental nela mesma e se afastou de Edward. Era difícil pensar e dizer palavras coerentes estando tão perto dele.

—Mas aposto que seguiria em frente rapidinho. Iria encontrar um marido. Só espero que não seja nenhum dos cabeludos loiros. Se bem que o brutamonte tem chances, já que você disse que casaria com ele. - agora foi a vez dela o olhar com surpresa. Achava que ele não tinha prestado atenção.

—Eu só disse aquilo para te provocar. - confidenciou encarando a porta. - Estava zangada, porque acha que a Agnes fosse sua amante. Então, numa atitude bem infantil, eu quis que ficasse com ciúmes. Queria que visse como eu também poderia arrumar outros. Que se você não levaria o nosso casamento a sério, eu também não perderia o meu tempo levando. - ele deu um meio sorriso, aquela era uma ótima notícia, apesar de ter ficado com muita raiva na hora, ele estava satisfeito por ouvir aquela explicação.

—Bella? - chamou e ela virou o encarando. - Quero que me prometa uma coisa. - ela assentiu sem nem ouvir o que era. - Se algo me acontecer, quero que cuide da Agnes, por favor. - suplicou com os olhos marejados. Bella esperava que não fosse de dor.

—Eu prometo Edward. Agora vamos parar de pensar no pior, por favor. - ele concordou, por ora, mas assim que chegassem em casa, ele ligaria para Jasper e cuidaria para que as duas ficassem protegidas. Não poderia deixar suas garotas desprotegidas.

 

[...]

 

—Como está querido? - Esme olhava aflita para o filho.

—Estou bem mãe. Foi só um susto mesmo. Devemos agradecer a péssima pontaria do Charlie. - lançou um olhar questionador ao sogro.

—Quantas vezes vou ter que dizer que não fiz de propósito? - questionou irritado com as insinuações de todos.

—É melhor ir dormir, amor. - Bella sugeriu e Edward olhou vitorioso para a expressão de fúria do sogro. Sim, ela me chamou de amor, era o que ele queria gritar, mas se conteve, principalmente porque não sabia se ela tinha dito aquilo apenas como uma forma carinhosa ou se o considerava seu amor. Nem ele sabia se a considerava seu amor, talvez não, ainda era muito cedo para sentirem algo. Ou não? Foi trazido de volta à consciência quando Bella estalou os dedos a frente do rosto dele.

—Não estou com sono. Acho que é a adrenalina que está me deixando aceso. - ela deu de ombros e virou para ficar de frente para o pai.

—Quer dar a sua versão, Charlie? - deu ênfase no nome dele.

—Sim, filha. - respondeu no mesmo tom. - Estávamos caçando. Ouvi um barulho e quando virei, tinha um animal atrás, então mirei e atirei. Esse daí levantou do nada e acabou sendo atingido.

—Está me chamando de animal? - Emmett perguntou. - Porque eu era o único perto do Edward, não tinha animal nenhum.

—É claro que tinha. Estava atrás de vocês. - retrucou gaguejando.

—Que animal era? - Rosalie acompanhava tudo com curiosidade. Ela já tinha ouvido muitas histórias sobre os Cullen e Swan e sempre fora fascinada para saber o porquê haviam se distanciado. Quando ela perguntava, Emmett apenas dizia que um dia, Charlie e o pai dele brigaram e Carlisle disse que não era para eles nunca mais sequer pensarem nos Swan. Mas que não explicou o motivo e eles também não insistiram em saber.

—Isso não vai fazer a menor diferença, vocês já decidiram que sou o culpado. - respondeu resignado.

—Queria que pensássemos o quê? Num momento está tentando me chantagear e acabar com o meu casamento e no outro está atirando no meu marido? Muita coincidência não acha?

—Você realmente só pensa o pior de mim. Eu jamais mataria alguém.

—Talvez só o quisesse machucar. - Carlisle retrucou. - Não sabia que guardava tanto rancor assim de mim. Mas se queria vingança, deveria ter atirado em mim e não no meu filho amado.

—Amado? - Edward riu debochando. Ajeitou a tipoia e encarou o pai. - Você é do mesmo saco de farinha do Charlie, não dá a mínima para os seus filhos. Fica jogando um contra o outro.

—É. Edward tem razão. O senhor quer é guerra.

—Não é seu pai quem está sendo julgado aqui. - Esme saiu em defesa do marido.

—É claro, porque o seu marido é um santo. - agora foi a vez de Renée defender o marido. - Ele quase acabou com a nossa família, nos deixou na lama.

—Não seja exagerada, sua… - Renée ergueu o dedo para Esme em um sinal de ameaça caso ela completasse a frase.

—Já chega. - Charlie gritou chamando a atenção de todos. - Eu não atirei por querer, foi um acidente.

—Você queria era me tirar da jogada. - Edward o acusou. - Justo agora que as coisas estão esquentando entre sua filha e eu. - resmungou fazendo bico.

—Ah seu moleque ordinário. Deveria atirar em você de novo. - ameaçou cerrando os punhos.

—Ah, então admite que foi por querer? - Edward o confrontou e se não fosse a palidez no rosto dele, Charlie até poderia ter sentido um pouco de medo, mas tudo que ele fez foi rir.

—Tão tolo você, garoto.

—Um tolo que está trazendo muito dinheiro para a sua empresa.

—Não preciso mais de você. - Charlie balançou a mão o dispensando. - Está demitido. - Edward o encarou chocado com a atitude repentina. - Dominic Jensen vai assumir o seu lugar.

Bella começou a roer uma unha, enquanto Edward abria e fechava a boca sem saber como reagir. Não a ser demitido, mas em ser substituído por aquele homem.

—Vai se arrepender disso. - falou por fim dando as costas para ele e foi para o quarto. A adrenalina acabou e o sono chegava de mansinho.

—Vou cuidar do meu marido. - Bella avisou para ninguém em específico e correu atrás dele.

—Sabia disso? - saiu mais como uma acusação a pergunta dele.

—Claro que não. Conversei brevemente com o Dom e ele não me disse nada.

—Muito conveniente isso, não? - Edward passou a mão no cabelo. Estava irritado e queria socar alguém.

—Espero que não esteja querendo insinuar nada, Edward. - Bella começou num alerta. - Não sabia dos planos sórdidos do meu pai, mas pode ter certeza que tirarei essa história a limpo. Só não quero ouvir acusações. Sou sua esposa e escolhi você ao invés da minha família.

 

Tell the world that we finally got it all right

I choose you

I will become yours and you will become mine

I choose you

I choose you

(Yeah)

 

Diga ao mundo que nós finalmente acertamos

Eu escolho você

Vou me tornar sua e você se tornará meu

Eu escolho você

Eu escolho você

(Yeah)

 

—Eu também escolhi você, Bella. - parou bem perto dela e passou a mão em seu rosto.

—Estou aqui por você, Edward. E não deixar que ninguém o magoe. Somos parceiros.

—Droga, Bella. - colou os corpos deles. - Preciso desesperadamente de você. - exigiu e a beijou para provar o quão desesperado estava.

—Ei. - ela sussurrou quando ele a largou. - Não precisa ter medo, não vou a lugar algum. Estou com você.  

 

I am not scared of the elements

I am underprepared, but I am willing

And even better

I get to be the other half of you

 

Eu não estou com medo dos maus tempos

Estou despreparada, mas estou disposta

E melhor ainda

Eu vou ser a outra metade de você

 

—Agora vá para cama e deite. – ordenou indo até a porta.

—Não estou sono, a adrenalina voltou. – reclamou, mas a obedeceu.

—Que bom, pois não vamos dormir. – sorriu maliciosamente e trancou a porta. – Agora ninguém vai nos interromper. – caminhou lentamente até ele. – E não precisaremos ficar espremidos.

—Certo, mas você vai ter que fazer todo o trabalho pesado. – sorriu apontando para o braço.

—Não vou me opor nenhum pouco. – garantiu avançando sobre ele.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Foi ou não por querer? Esses dois são muito fofos juntos, gosto demais deles. Está sendo uma evolução muito interessante. No próximo vai ter a explicação da briga entre Charlie e Carlisle. Ia colocar nesse, mas achei melhor terminar aí, para me redimir um pouco do outro capítulo.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.