Ovelha Negra escrita por Rayanne Reis


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?
Para quem estava com saudades do Jackson, digo, Jasper, ele está de volta e vamos ver o que ele vai achar do novo emprego...

P.S estou com problemas ao postar e está saindo um pouco desconfigurado, então relevem isso.



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—Jackson! - Edward chamou agitando as mãos. Jasper caminhou hesitante até o chefe. Ele mantinha a pasta bem junto ao corpo. Não queria correr o risco de alguém ver o conteúdo e fazer uma espionagem corporativa.

—Sinto que estamos traindo o seu pai. Ele jamais vai me perdoar. – sussurrou com medo de que alguém o reconhecesse e contasse para Carlisle.

—Não seja dramático. - deu um tapa nas costas dele. - Venha conhecer o pessoal.

—Foi bem recebido? - perguntou surpreso.

—Ah, é claro que sim. Todos me adoraram.

 

 —Bom dia a todos, meu nome é Edward Cullen e serei o presidente interino, até o Charlie voltar.

—Espera aí. Cullen? - um dos acionistas o interrompeu.

—Charlie deve ter surtado para colocar uma criança como presidente da empresa.

—Não vou receber ordens de um Cullen. - retrucou outro.

—Sabemos da sua fama e não vamos deixar isso acontecer. Você não tem escrúpulos, garoto. – todos começaram a falar juntos e Edward não conseguia entender nada, mas sabia que não eram palavras de boas vindas. Teve que assobiar para chamar a atenção dos acionistas.

—Gostando ou não, o problema é de vocês. A decisão já está tomada. E Charlie confia em mim e se não estão sabendo da novidade. - ergueu a mão mostrando a aliança. - Sou da família agora, então se acostumem. Agora vamos aos negócios... 

 

—Achei que eles fossem reclamar. – Jasper o olhava com desconfiança.

—Que isso, me trataram como parte do time. - colocou o braço ao redor do ombro dele. - Vamos pular as apresentações, até porque não sei o nome de ninguém. Só da minha assistente, a Glória. Ela tem uns 80 anos, mas é muito competente e faz um café delicioso. – o conduziu até o escritório.

—Espero que não me troque por ela. - comentou enciumado.

—Não, Jackson. Você é meu fiel escudeiro e a Glória não vai durar muito tempo. Mas você poderia aprender a fazer café com ela.

—Foi muito indelicado da sua parte, senhor.

—Delicadeza não é o meu forte.

—Não diga. - resmungou puxando a cadeira. - Essas cadeiras são mais confortáveis do que as nossas.

—Também achei e a vista daqui é melhor. – parou em frente à parede de vidro e contemplou a vista da cidade.

—Quando pretende contar ao seu pai? - perguntou voltando a questão principal.

—Agora mesmo. – respondeu tirando o celular do bolso. – Olha só quem está ligando. – Jasper engoliu em seco. – Bom dia, pai. Como vai nessa linda manhã de segunda?

—Posso saber onde se enfiou? Temos uma reunião daqui a cinco minutos. Até o Jasper sumiu. – Edward afastou o celular do ouvido e nem foi preciso colocar no viva voz para que o assistente conseguisse ouvir e temer pelo emprego.

—Estou no meu escritório. – respondeu sorrindo.

—Não. Eu estou no seu escritório e não vejo o menor sinal de você.

—Estou sim. Não estou Jackson? – Jasper começou a gesticular, desesperado.

—Vamos pular essa brincadeira. – Carlisle pediu controlando a respiração. Ele não queria ter um infarto. – Onde você está?

—No meu novo escritório, na Swan Corp. – Silêncio total... – Pai? – mais silêncio. – Jackson, ligue para o Emmett e peça para ele ver se o meu pai morreu. – pediu preocupado.

—Não morri. – Carlisle avisou para alívio de Edward – Só estava esperando você dizer que isso é algum tipo de pegadinha, assim como o seu casamento.

—Não tem nenhuma pegadinha. As duas coisas são verdadeiras. – sentou na cadeira e reclinou para ficar mais confortável, a conversa seria longa. – Charlie ficará ausente por alguns dias e me pediu para ficar no lugar dele.

—E por que ele faria isso? – Carlisle parecia chateado e decepcionado. – Preciso de você aqui. Temos a reunião com o grupo espanhol.

—Leve o Emmett. – Edward sorriu quando o pai bufou.

—Ele não está pronto para uma negociação tão importante assim. Preciso de você, Edward. Essa birra sua está indo longe demais. Já provou o seu ponto. É mais competente do que o seu irmão, mas isso não muda o fato de que precisa mudar o seu jeito.

—Não estou fazendo birra. – colocou o celular no viva voz e cruzou os braços fazendo bico. –Não planejei o ataque do Charlie e muito menos pedi para que ele me desse esse emprego. Vou continuar na Cullen Corp, mas agora tenho obrigações na Swan Corp também. Jackson vai me ajudar nessa divisão de tarefas. – Jasper aprumou o corpo e balançou a cabeça concordando. – Mas, infelizmente, não posso comparecer a essa reunião, vai ter que ir sozinho ou remarcar.

—Ok. Vou remarcar, mas espero que compareça e que faça o seu serviço. Você pode estar com raiva, mas ainda é um funcionário dessa empresa e tem deveres a serem cumpridos.

—Relaxa pai. Ao contrário do que pensa, sou um homem compromissado e que honra com a palavra. Não se preocupe que tenho tudo sobre controle. Tenha um bom dia. – encerrou a ligação antes que Carlisle pudesse retrucar.

—Seu pai vai implorar para que assuma a presidência. – Jasper falou orgulhoso, agora que o emprego dele estava a salvo.

—Assim espero, mas não sei Jackson. – comentou pensativo. – Conversei com Bella ontem e ela me sugeriu abrir minha própria empresa e digamos que não é uma ideia tão ruim assim.

—Vai me abandonar, chefe? – gaguejou ajeitando os óculos.

—É claro que não. Você vai estar comigo seja onde eu estiver. É um bom assistente e amigo, Jasper. – piscou para ele e Jasper abriu a boca surpreso ao ouvir o chefe dizer o nome dele certo. – Agora, feche a boca Jackson e mãos à obra. Temos duas empresas para administrar. Pegue a sua agenda e vamos planejar isso muito bem.

—Sim, chefe. – bateu continência com um sorriso enorme estampado.

 

 [...] 

 

—Sr. Cullen, sua esposa está aqui. – a secretaria anunciou e Edward encarou o telefone surpreso e confuso com a visita dela.

—Peça para ela entrar. – gaguejou um pouco inseguro. Ajeitou a gravata e a viu entrar saltitante carregando um embrulho.

—Olá, marido, como está sendo o seu primeiro dia de trabalho? – perguntou docemente colocando o embrulho, com cuidado, em cima da mesa de vidro.

—O que faz aqui? – lançou um olhar desconfiado para ela.

—Vim visitar o meu marido. Não é isso que uma esposa de verdade faz? E te trouxe um presente. – apontou e sentou de frente para ele.

—E você decidiu do nada vir me visitar? Não faz muito o seu estilo. – ela fez um bico, ofendida com a insinuação dele, mas ele estava certo. Não era nenhum pouco do feitio dela ser gentil e doce.

—Tem razão. Não vim por livre e espontânea vontade. – ergueu as mãos em sinal de rendição. – Meu pai me pediu para vir e ver se você não estava com um plano maligno para tomar a empresa dele.

—Nem se eu quisesse conseguiria. – reclamou relaxando na cadeira. Já passava do horário de almoço e ele ainda não tinha comido nada. – Tem alguma coisa de comer aí?

—Viu como sou uma esposa maravilhosa? Trouxe alguns sanduíches. – retirou dois da bolsa, uma garrafa de suco e entregou para ele.

—Um docinho? – perguntou esperançoso e Bella entregou uma barrinha de chocolate para ele. – O que mais tem nessa bolsa, hein?

—Várias coisas. – deu de ombros. – Gosto de estar preparada, às vezes, preciso ficar fora por várias horas e não dá para ficar saindo e comprando comida. Abra seu presente. – pediu empolgada. – Mas tome cuidado. – avisou parando o avanço dele. – É frágil.

—Não é uma bomba é? – Bella revirou os olhos para ele. – Ok. Vamos lá. – abriu com cuidado.

—O que achou? – ele sorriu para ela.

—Gostei. Um peixinho dourado. – ele realmente havia gostado do presente.

—Não é bem um aquário, mas podemos montar um depois e colocar mais peixes. Acho que vai alegrar o seu escritório.

—Vai ter que me dizer o que fazer. Não sou muito fã de animais e não sei cuidar deles.

—Não diga? – perguntou irônica. – Que nome pretende dar?

—Que tal Iguana?

—Quanta criatividade. – riu para ele. - Coitados dos nossos filhos.

—Filhos? Isso quer dizer que vamos ter um herdeiro? – perguntou colocando o peixe em um lugar seguro.

—Vamos conversar sobre isso daqui um tempo. – avisou encarando o chão. – Mas, me diga, como foi recebido?

—Não conte ao Jackson, mas o povo aqui me odiou. – bufou voltando a sentar. – Será que poderíamos dar uma volta pela empresa para que eles vejam que estamos juntos e presumam que seu pai me apoia incondicionalmente e que sou da família e...

—Já entendi. – o parou erguendo a mão. – Você tem o meu total apoio, Edward. Vou bancar a boa esposa e ser extremamente amorosa.

—Diga logo o que você realmente veio fazer aqui, Bella. Você não está sendo você e sei que não veio aqui apenas porque o seu pai pediu.

—Esse foi um dos motivos. O outro motivo é que vim te pedir um favor.

—Sabia. – Edward apontou o dedo para ela.

—Não é nada demais. – balançou a mão com desdém. – Na quinta, preciso fazer uma viagem. É uma coisa do grupo e não posso adiar, então queria saber se pode cuidar do Fish e do Pernalonga. – sorriu o mais doce possível.

—O seu namoradinho vai? – Edward juntou as mãos apertando o nariz para controlar a respiração.

—Se está falando do James, ele não vai, mas se fosse, teria algum problema?

—Não, por que teria? Seria só a minha esposa com outro no que deveria ser a nossa lua de mel. Problema nenhum. – piscou várias vezes num tique nervoso. – Só faria papel de corno.

—Olha só quem fala. E ao contrário de você, eu não o trairia. Agora vamos focar aqui. Preciso que cuide dos dois, pode fazer isso? Não quero dar mais trabalho para Maria.

—Do coelho eu cuido, até acho ele bem fofinho, mas nem pensar que vou cuidar daquele monstro verde. – ele não chegaria perto do animal.

—É só repor as vasilhas de comida e de água. Ele vai ficar na gaiola, você não vai correr nenhum risco. – Bella achava que ele era muito exagerado quanto a Fish.

—Vai ficar fora por quanto tempo? – ele poderia dar uma festinha na ausência dela. Ela disse que iria na quarta, certo?

—Uma semana. – ele a olhou espantando. Aquilo não seria bom para a farsa deles.

—Tudo isso? Somos recém casados.

—Eu sei Edward. Mas isso é muito importante e depois não vou ter muito tempo para ficar viajando. Quer dizer, por um tempo não vou, mas depois acho que terei que fazer algumas viagens.

—Quer se explicar? – perguntou curioso.

—Seguindo o seu conselho. Fiz algumas ligações e consegui um emprego, mas vou precisar fazer uma especialização, por enquanto serei apenas uma assistente. Mas depois serei uma bióloga marinha.

—Por isso do peixe? – apontou para o peixinho dourado.

—Exatamente. – sorriu animada. – Não ganha muito, mas pelo menos não vou precisar depender de ninguém e ainda vou continuar fazendo o bem. Posso apoiar ONGs que lutam contra caça ilegal e por aí vai. – ela estava muito empolgada com o novo projeto. – É claro que ainda vou continuar a lutar pelas demais causas, mas vou diminuir um pouco o ritmo, para focar no meu trabalho.

—Isso é ótimo, Bella. – esticou a mão para segurar a dela. – Tem o meu total apoio e espero que saiba que no que depender de mim, não precisará ter nenhuma preocupação financeira.

—Obrigada, mas já está na hora de seguir meu rumo. Meus pais são muito ricos, mas preciso ter meu próprio dinheiro e parar de depender deles.

—Isso é excelente. Agora podemos fazer aquele tour?

—É claro. Vamos lá. – levantou mais aliviada ao ver que as coisas estavam indo muito bem.

 

Os dois fizeram um tour completo pela empresa e Bella fez um relato de cada um que ela conhecia. A maioria ela já tinha visto nas festas da empresa. Todos encaravam o casal com assombro. Bella não costumava visitar muito o pai, mas ela era conhecida por todos. E a união entre Swan e Cullen estava dando o que falar.

—Ora só quem eu menos queria ver.

—Blake, não é? – Edward perguntou e Bella deu uma risadinha.

—É Jacob Black. – retrucou bufando. – Já bastasse um, agora tem dois encrenqueiros para lidar.

—Sempre tão dramático Jake. Espero que trate o meu marido muito bem. – ele revirou os olhos para ela.

—Espero que sossegue um pouco, Bella e pare de me dar tanto trabalho. Cansei de te tirar da cadeia.

—Cadeia? – aquela informação era nova para Edward.

—Não ligue para ele. – pediu dando um tapinha na mão dele.

—Preciso acertar umas coisas com você, Sr. Cullen. – Jacob anunciou.

—Tudo bem. Acho que nosso tour termina por aqui. – Edward colocou as mãos no ombro da esposa e se aproximou para ficar bem próximo a ela. – Podemos encerrar com uma bela cena? – sussurrou.

—Só não abuse, Cullen. – avisou entrelaçando as mãos atrás da nuca dele, causando arrepios nele.

—Quando é que eu abusei? – colocou as mãos na cintura dela a puxando para mais junto dele. – Vejo você em casa, baby. – sussurrou antes de colar os lábios no dela.

Dessa vez, os dois corresponderam, sem pressa, apenas aproveitando o momento e o sabor dos lábios um do outro. Edward apertou Bella mais forte e ela deu um leve puxão no cabelo dele o fazendo soltar um grunhido baixo, mas que a fez estremecer e se afastar. Era só uma farsa, não precisavam empolgar demais.

—Até mais. – murmurou envergonhada e saiu correndo de lá sem se despedir de Jacob, que encarava os dois de boca aberta.

Charlie havia dito a ele que o casamento era apenas fingimento, mas aquele beijo foi muito real. Precisava relatar aquilo para o chefe e ficar de olhos bem abertos.

—Vamos ao trabalho, Blake. – Edward o cutucou após se recuperar do beijo.  


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Notas finais do capítulo

Só acho que está começando a pintar um clima por aí... Bella é bem da decidida, já está organizando tudo para uma etapa da vida dela. Edward cuidando da dupla dinâmica, será que vai dar certo isso?
Sobre o Blake, digo, Jake, não tem com o que se preocupar, ele não vai muito com a cara da Bella e é um tremendo puxa saco, mas ele é do bem.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.