Ovelha Negra escrita por Rayanne Reis


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Queria agradecer a todos que estão acompanhando e espero que estejam gostando.



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Bella, como havia avisado ao marido, saiu bem cedo para a manifestação. Ficou surpresa ao ver que Edward tinha deixado as chaves do volvo para que ela pudesse usar o carro. Ele não se mostrou muito feliz com as atividades dela, mas pelo menos concordou em emprestar o veículo e aquilo já era um grande passo.

Foi uma das primeiras a chegar ao local e começou a retirar os materiais de dentro do carro quando sentiu alguém parar ao lado dela.

—Precisa de ajuda? – ela se virou para o dono da voz grossa e sorriu ao vê-lo ali.

—Achei que não fosse vir. – ajeitou o cabelo num gesto inconsciente e seu sorriso alargou ainda mais quando ele depositou um beijo na bochecha dela.

—Tinha umas coisas para resolver, mas percebi que isso era mais importante. Seu discurso motivacional me inspirou. – deu de ombros e começou a ajudá-la com os cartazes.

—Que bom que consegui te inspirar. – respondeu envergonhada. – Espero conseguir convencer esses abutres a deixarem o prédio em paz.

—Depois que conversamos ontem. – ele começou a falar e ela o encarou com interesse e admiração. – Falei com algumas pessoas e mexi alguns pauzinhos.

—O que você fez? – perguntou impaciente com o suspense que ele estava fazendo.

—Um grupo de investidores está disposto a reformar o prédio se conseguirmos impedir a demolição dele. Vai levar um tempo, mas eles querem entrar nessa conosco e acho que... – a fala dele foi interrompida por Bella que pulou nos braços dele.

—Oh, James! Não acredito que fez isso. – ela o abraçou com força.

—Não foi nada demais, Bella, você estava certa, é um belo prédio e faz parte da nossa história e cidade. – ela deu um beijo no rosto dele.

—Você é incrível, sabia? – ela estava muito emocionada.

—Já contou a novidade, amor? – Bella congelou no lugar ao ouvir aquela voz. Ela tinha mesmo que estragar o momento?

—Já sim, Irina. – James estendeu a mão para a namorada e ela parou ao lado dele o apertando de maneira possessiva.

—Oi Bella. – cumprimentou forçando um sorriso.

—Irina, como vai? – Bella tentou soar o mais gentil possível. – Fico feliz que tenha vindo ajudar. – ela olhava para todos os lados, menos para o casal a sua frente. – Preciso resolver umas coisas. – falou de repente. – Obrigada pela ajuda, James. Vejo vocês por aí. – avisou saindo praticamente correndo de lá.

Bella quis bater nela mesma, como podia ser tão idiota assim e continuar a manter esperança numa coisa que nunca se realizaria? Ela gostava muito de James, mas ele não correspondia aos sentimentos dela, muito pelo contrário, ele tinha sido muito claro quanto ao nível da relação deles. Claro até demais para o gosto de Bella. As palavras dele a magoaram bastante, e ela não falava com ele há algumas semanas, mas acabou engolindo o orgulho e pediu ajuda a ele. James fazia parte do grupo e tinha muita influência, tanto que conseguiu o que Bella vinha tentando há meses. Pessoas para investir na restauração do prédio e apoiar assim a causa deles.

—Tudo bem? – James perguntou se aproximando dela com Irina a tira colo.

—Ah, sim. Só estava pensando um pouco. – Bella retirou o gorro e as luvas. Quando ela chegou, fazia um frio de doer os ossos, mas agora o sol já estava bem alto e ela estava começando a suar.

—O que é isso? – Irina perguntou apontando para a aliança.

—Uma aliança. – Bella respondeu segurando para não revirar os olhos.

—Está casada? – James a olhou com espanto. Eles não se falavam há seis semanas e agora ela estava casada?

—Sim.

—Posso saber quem é o felizardo? – questionou irritado e Bella deu uma risadinha ao ver que ele estava com ciúmes.

—É claro que pode. – Bella ficou na ponta dos pés para acenar e o casal a sua frente se virou para ver quem estava chegando.

—Achei que só teria você aqui, mas estou impressionado. – Edward comentou apontando para as várias pessoas que estavam manifestando.

—Que bom que veio querido. – Bella se jogou nos braços dele e lhe deu um beijo.A princípio, ele ficou sem entender o que estava acontecendo, mas depois acabou correspondendo e a apertou em seus braços e resolveu se aproveitar da situação. Deslizou a mão no corpo dela e Bella deu um pulo quando ele deu um aperto nas nádegas dela. Ele tinha mesmo que estragar o momento? O empurrou de leve, se afastando dele.

—A que devo tudo isso? – perguntou sem fôlego. Ele não esperava por essa demonstração de carinho e amor.

—Só estou feliz em ver meu amado marido. – respondendo corando. – Quero te apresentar aos meus amigos. – limpou a boca e apontou para o casal. – James e...

—Irina Denali. – Edward completou e estendeu a mão para cumprimentar a loira.

—Edward Cullen. – Irina sorriu para ele.

—Já se conheciam? – Bella perguntou surpresa.

—Somos velhos amigos. – Edward piscou e Bella entendeu na hora o que aquilo significava, mal pode esconder sua cara de nojo e decepção.

—Parabéns, cara. – James estendeu a mão para Edward. – Espero que saiba a mulher maravilhosa que tem ao seu lado. – James apertou com força a mão de Edward. E sendo esperto do jeito que era Edward levou poucos segundos para juntar as peças.

—Muito obrigado e pode ter a certeza de que sei muito bem da sorte que tenho. Bella é uma mulher maravilhosa e sou eternamente grato por ela ter aceitado se casar comigo, os outros jamais saberão o que perderam. – devolveu o aperto de mão e os dois homens trocaram olhares nada amistosos.

—Estamos prontos, Bella.

—Ótimo Seth. – agradeceu o jovem e suspirou aliviada pela interrupção. – Vamos nessa? – perguntou puxando o marido pelo braço, e relutante, James soltou a mão dele.

—É esse o cara? – Edward perguntou flexionando a mão.

—Não quero falar sobre isso. – Bella tentou se afastar dele, mas ele colocou o braço sobre os ombros dela.

—Sinceridade, lembra? – a lembrou sobre o acordo deles. 

—Sim, é ele. – sussurrou olhando em volta para ver se alguém estava ouvindo a conversa deles. – Ele me deu um belo de um fora e agora está namorando aquela vaca da Irina. Sabia que ela é advogada e ajuda a defender a maioria das empresas contra as quais lutamos? Eles se conheceram em um dos julgamentos. A empresa que ela defendia estava poluindo um lago e por causa disso, centenas de pessoas ficaram doentes e ela teve a cara de pau de dizer que estávamos loucos e inventando tudo isso. E mesmo assim, ele ficou com ela. – Bella cerrou os punhos e Edward a abraçou.

—Ei, calma aí. – começou a massagear os ombros dela. – Você precisa relaxar e se te serve de consolo. Ele, além, de idiota é um corno. – Bella ergueu os olhos o encarando. – Fiquei com a Irina e com a amiga dela essa semana. – Bella fez uma careta. – Bem, se serve de consolo, ela não é tão boa assim de cama não. – Edward revirou os olhos e Bella deu um tapa no braço dele.

—Não, não serve. – retrucou brava. – O que faz aqui, afinal? – perguntou por fim. Os dois estavam quase no centro da manifestação.

—Fiquei meio entediado e vim para garantir que meu carro não será rebocado. – Bella percebeu que ele escondia algo.

—Só por isso? – perguntou erguendo a sobrancelha.

—E também porque percebi que faria bem para a minha imagem apoiar algumas causas. Já postei várias fotos na internet e estou fazendo um tremendo sucesso. – sorriu torto balançando o celular. - Ao invés de ficar brava, deveria ficar feliz, você estava com a maior cara de boba vendo o casalzinho lá.  – Edward teve que abaixar um pouco para falar bem próximo ao ouvido dela, o barulho dos manifestantes era bem alto.

—Não estava com cara de boba. – deu um cutucão nele. – Você que ficou com cara de bobo e levou aquele tempo todo para corresponder ao beijo.

—Fui pego de surpresa. Você beija bem. – deu um tapa no bumbum dela.

—Edward! – exclamou surpresa com a ousadia dele. Já era a segunda vez no dia que ele se aproveitava dela.

—Que foi? – perguntou fingindo inocência. – Queria fazer isso há um tempão já.

—Então você também tinha uma queda por mim quando éramos novos. – apontou e ele encolheu os ombros.

—Não sei do que está falando. – passou os braços em volta dela ao perceber que uma confusão tinha iniciado. – Eu te protejo Swan. – prometeu a segurando até a confusão acabar. Os dois ficaram cara a cara e muito próximos.

—Que bom que você veio. – Bella agradeceu e afastou dele. Pegou um megafone que estava jogado em um banco. – Vamos manter a ordem pessoal. – pediu chamando a atenção do grupo. – Estamos aqui para manifestar pacificamente. Então, nada de brigas. – esperava que aquilo fosse o bastante para manter os ânimos controlados, mas ela sabia muito bem como as coisas poderiam fugir do controle facilmente.

—Então você que é a líder da gangue? – Edward perguntou parando ao lado dela.

—Só conto se você contar o verdadeiro motivo de estar aqui. – empurrou um cartaz para ele e pegou um para ela.

—Tudo bem. – suspirou derrotado. – Fui atacado. – confessou envergonhado.

—OMG! Como assim? Você está bem? Chamou a polícia? – Bella o olhou, preocupada.

—Deveria chamar um padre para exorcizar aquele monstro verde. – Bella começou a ri.

—Espera, foi atacado pelo Fish? – ela estava chorando de rir.

—Não teve graça e vamos focar nessa manifestação, acho que é agora que a coisa fica séria. – apontou para o grupo que faria a demolição do prédio.

—Sim. É agora que a coisa fica séria. – respondeu marchando para mais perto do prédio.

[...]

—Bella? – Edward chamou batendo a porta do quarto dela. Ela tinha dito que sairia cedo e ele não viu as chaves do volvo na mesinha ao lado da porta, então imaginou que ela já tivesse ido, mas ouviu uns barulhos estranhos vindos do quarto dela e resolveu verificar o que era. – Está aí? – chamou mais uma vez. – Vou entrar, então se não quiser que veja algo, é melhor cobrir. – abriu a porta e mal teve tempo para sair da frente do coelho que veio correndo em sua direção. – Ei, peludinho.

Edward abaixou para pegar o pequeno animal que tremia e tentava se enfiar debaixo do sofá.

—O que aconteceu? – o coelho estava muito agitado. Edward já estava indo devolvê-lo a gaiola quando notou o motivo de todo o alvoroço. O monstro verde, como ele chamava, estava solto e caminhando até ele com os dentes a mostra, pelo menos era assim que ele via. – Parado aí seu demônio. – colocou o coelho em cima do sofá, torcia para ele ficasse seguro ali. – Não dê mais nenhum passo. – alertou a iguana que o ignorou e continuou avançando. – Estou avisando, vou contra atacar, então fique onde está. – procurou por uma arma, mas tudo o que achou foi uma almofada e na falta de uma arma melhor, aquela teria que servir. – Sai daqui bicho dos infernos. – gritou e jogou a almofada no animal. Ele nem quis saber se tinha acertado ou não. Tudo o que fez foi sair correndo, mas pelo menos teve a decência de não gritar.

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Edward é uma figura total. Coloquei o link com a foto do Fish e do Pernalonga, aí vocês podem julgar se o medo dele tem ou não fundamento, rsrs. Será que está pitando um clima entre as ovelhas negras?

http://www.saudeanimal.com.br/wp-content/uploads/2015/12/destaqueIguana.jpg
http://www.alfabetopet.com.br/wp-content/uploads/2017/08/Coelho-Branco-Florida.jpg

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem.

Bjs e até mais.