Meu nome é Eva / SKAM escrita por micca


Capítulo 5
Somos todas v a d i a s




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— Eva. — Ouço meu nome ser chamado e logo encaro o ser idiota vulgo Hulk.

— Fala ae chefe. — Sarcástica, olho-o atentamente e sorrio. 

— Você vai ficar no grupo da Sana. 

Sana? WHO IS SANA?

Olho para os lados a procura de Sana, esperando que ela me de um tchauzinho e fale "Oi, sou a Sana" 

MAS NADA

NÃO ACONTECEU NADA

TIPO

CRI CRI CRI

Sim, esse é o meu barulho de grilo.

— Aquela é a Sana. — Ouço Chris, sim, o maldito Chris sussurrar no meu ouvido e acabo dando um leve pulo.

Porque  1- Eu estava distraída.

2 - Ele sussurrou no meu ouvido

3 - Deu um leve arrepio

4 - FOI A PORRA DO MEU OUVIDO.

Mas ignorando tudo e fingindo que nada aconteceu, olho na direção que ele apontava e vi que Sana estava lá, parecendo um pouco irritada ou aquele era o jeito dela de dizer "eae coleguinha de grupo, vem cá... Sou a Sana".

Eu não sei, mas ignorei Chris do meu lado e segui na direção dela, já que nosso grupo começou a ser formado.

Eles estavam quietos.

Até demais.

Olhei para Hulk tentando pedir ajuda e quase tive que jogar uma pedra nele, até porque ele conversava com um grupo qualquer de garotas.

E quando consegui a atenção dele, disse baixinho "me ajuda"

Mas ele riu e se aproximou. 

— Que grupo animado. — Irônico, ele fitou os cinco indivíduos na frente dele e suspirou. — Esse é o mapa. E vocês vão ter que descobrir aonde está o tesouro... A pista está aqui. — Ele me olhou. — Tentei fazer algo bem difícil, até porque a princesinha aqui consegue andar até de olhos fechados nessa região.

— Que legal. — Sana murmurou e e é nessa hora que todos pensavam "uau, ela foi simpática." Mas não, ela só estava sendo irônica mesmo.

Olho para o grupo e percebo que eles estavam bravos, tipo, putadíssimos. E antes que minha professora de português apareça e me xingue por usar palavras que não existem, quero já deixar um grande "foda-se"

— Obrigada por fazer todos me odiarem. — Murmurei no ouvido do Hulk.

— Para de pensar só em você Eva... 

— Blá blá blá. — Murmurei ao puxar o mapa da mão dele e foquei nas pistas e o lugar que ele queria que nós chegássemos. 

— Caverna? Mas aqui nem tem... — Quando ia terminar minha frase, percebo que Hulk nem estava perto da gente e bufo baixinho ao ver que todos pareciam ocupados demais mexendo no celular. — Hello... Temos uma missão aqui?

Eu tentei usar o humor e ser uma pessoa legal, até porque já tinha feito muita merda.

Mas não deu certo.

E a única pessoa que se mexeu foi um cara irritante de cabelos rosas. 

Que merda de cabelo. Quero dizer, eu amo rosa... Mas estava todo zoado e ai lembrei que alguém tinha me falado sobre os trote e tal.

— Vamos logo terminar com isso. — Ignorantão ele tomou da minha mão e começou a tagarelar dizendo que sabia aonde ficava e que nos levaria lá.

E quer saber, eu fiquei quieta.

Até porque não existia caverna nenhuma nessa floresta.

 Tratei de segui-los e só vi ele e mais dois babacas ficarem irritados enquanto não achavam o lugar.

Passou uma hora.

Duas malditas horas.

E Sana continuava quieta.

E eu irritada.

— Ok, não vamos chegar em nenhum lugar se não trabalharmos juntos... Sabe? Uma equipe... Não sei se vocês entendem o sentido do acampamento Skam, mas é unir pessoas. EQUIPE PORRA. — Minha voz soou irritada e acabei dando uma corridinha para alcançar os primeiros meninos e tomei o maior cuidado para não cair nessa grama fofinha. — Você pode... — Apontei para o mapa e peguei-o. — Valeu. — Olhando para um mapa bem elaborado da floresta, porem com diversas pegadinha acabei achando difícil.

Tento achar nossa localização e acabo demorando mais do que o normal.

Sana aproxima-se de nós e fica ao meu lado, talvez eu não tenha dito isso, mas não vi Sana sorrir em nenhum minuto. 

— Estamos aqui. — Ela disse e me assustei.

— Uau, quase pensei que você tinha ficado muda do nada. — Sorri para ela, porem só a vi revirar os olhos como resposta.

— Não, estamos aqui. — O rapaz moreno disse.

— Acho que Sana está certa.

— Mulheres. — Ouvi o rosinha murmurar. 

— Não entendi seu comentário, então foda-se... Mas é só você ver... Tem sentido. — Apontei para o mapa. — E outra, estamos duas horas andando sem achar o lugar... Então acho que você nem deveria falar nada rosinha. — Pisquei um dos olhos e olhei para Sana. — Ache o lugar, por favor.

Ela pegou o mapa e analisou-o. — Acho que temos ir para a esquerda. — Apontou na direção que dizia. 

— Ela acha. — Aquele rosinha era irritante.

O moreno deu de ombros quando o rosinha falou algo que resolvi ignorar e o terceiro membro era quase um enfeite, esse sim não falou nada, apenas revirava os olhos e ficava mexendo no celular.

O acampamento skam não é mais o mesmo.

Quando Sana começou a por ordem em tudo, só passei a segui-la. 

E logo estávamos no lugar que foi marcado, e como eu disse. "Não tinha nenhuma caverna."

Apenas uma caixa e tratei de abri-la. Havia algumas garrafinhas de águas e barrinhas de chocolate.

Todos pegaram e aproveitei para ler a carta.

"Vocês chegaram no ponto final do seu passeio. Agora podem voltar para o acampamento... Qual é o premio de vocês? Bom, nenhum. Até porque o sentido dessa atividade é essa, nem tudo na vida vai ter uma recompensa.

Até logo grupo da caverna."

Todos bufaram e eu acabei rindo.

— Vamos voltar? — Perguntei para eles.

— Vamos. — Sana disse.

— Você deveria voltar é para a sua casa. — O rosinha disse.

— Pleno 2018 ainda tem pessoas querendo fazer qualquer tipo de bullying comigo? Eu sou muçulmana Jake, aceite isso. Estou cansada de você me zoando a semana toda. — Sim, Sana era muçulmana e só agora entendi o que Hulk queria dizer.

Eles não me odiavam.

Odiavam Sana e só por ela ser muçulmana.

Ok, mundo... Por que tantas pessoas maldosas, hm?

— Não, eu não aceito isso Sana... Sua....  sua.. — Ele gritou. — Ninguém nesse acampamento tem coragem de ficar perto de você? Todos temos medo...

Ok, babaca detectado com sucesso. 

— Cala a boca rosinha. — Disse sarcástica.

— E você está se achando só porque seu vovô é dono daqui.

Contei mentalmente até 10 e joguei a minha garrafinha de água na direção da cabeça dele.

— Sua vadia...

Eu soltei uma gargalhada.  — O que é ser vadia Jake? Porque eu acho que no final somos todas vadias mesmo....  Vindo de um cara como você, acho que isso é um elogio... E se você quer continuar a falar merda por causa de uma religião, ok? Pode até falar... Mas eu não vou ficar quieta, porque eu tô cansada dessa palhaçada aqui. — Suspiro ao olha-lo de forma ameaçadora. — Eu sou vadia, que legal.... Descobriu o meu maior segredo. Até porque caras como você não sabem dizer outra palavra do que "vadia". Então se você gritar comigo novamente, saiba que não vou ficar quieta.... — Olhei para a Sana. — E vamos sair desse lugar logo. — Cansada, tratei de voltar para o acampamento e nem vi se eles estavam me seguindo, apenas sai em disparada e o caminho que faríamos em 1 hora eu fiz em 30 minutos.

Eu aproveitei para pensar no que tinha acontecido e entendi o motivo de Sana ficar quieta o tempo todo, porque aqueles idiotas não paravam de rir de alguma piadinha interna deles e mesmo aquilo tendo me incomodado o caminho todo, eu sabia que não era comigo.

Mas ela sabia com quem era.

 Quando voltamos Hulk nos esperava e logo fui até ele. — Verdade, não deveria pensar só em mim... Mas porra, como tem gente babaca aqui. — Entreguei a carta e sai com passos rápidos.

— Eva? — Ouço alguém me chamar e viro, olhando para a Sana. — Não precisa me defender, minha vida toda passo por isso... Então eu sei me virar.

— Não estava te defendendo, Sana... Não se de tanta importância assim. — Eu estava defendendo ela sim, mas não iria dizer isso em voz alta, ainda mais depois disso que ela disse.

Apenas vi ela sorrir ao revirar os olhos e acabei sorrindo também.

Fui a caminho do meu chalé e abracei meu próprio corpo ao me sentir vulnerável com tudo isso.

Quando estou passando pelo chalé dos meninos, observo alguém parado fumado em uma das arvores perto dele e encaro o ser, até porque era proibido cigarros ou bebidas.

Chris.

Era o Chris.

— Você quer? 

— Eu não fumo... — Disse.

Ele esbouçou um sorriso. — Por que?

— Porque não quero ter um câncer no pulmão... Acho que essa é uma ótima resposta.

Ele deu ombros e continuou a fumar e eu apenas continuei meu caminho. — Eva?  — Virei para olha-lo. — É um prazer conhece-la. — E foi com esse sorrisinho de lado que sai quase correndo para o meu acampamento e me senti uma criança tímida e perdida.

Desculpa Eva do futuro, não fique com vergonha dos meus atos. Por favor.


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