Pandora escrita por majestyas


Capítulo 6
Capítulo VI. O vampiro elemental e o Imprinting.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Sinto muito pela demora, mas eu achei VÁRIAS fics antigas minhas, algumas já com forma, outras são só ideias. Mas me surpreendi, porque são realmente boas, então acabei distraída desenvolvendo e organizando. Tem de HP, JV, Crepúsculo, The originals, crossover... Estou enlouquecendo! Hahaha
Espero que gostem desse capítulo, fiz questão de incluir algumas coisas originais do livro.
Só deixando claríssimo que esse personagem novo NÃO É um interesse romântico para Pandora, já escrevi os próximos capítulos e ele já tem um parzinho esperando por ele.
Finalmente temos a esperada revelação e quero só ver quem vai pegar a referência do diálogo que teve aqui e tbm teve nos livros e filmes.
Também estou feliz pela fic ter quase mil acessos. Obrigada!

Beijoooooos



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Jacob-lobo petrifica no lugar, enquanto eu choro descontroladamente. Minha barriga está com um corte com cerca de um palmo mais ou menos, não parece fundo, mas doí como o inferno. Minha mão nem se fale.

Sinto alguém me pegar no colo e começo a gritar, desesperada. Nuvens estão se formando no céu, o tempo está fechando rapidamente. Ouço alguns gritos.

— Calma, Pandora, sou eu, sou eu — Jared diz, tentando me acalmar.

Assinto, parando de me contorcer e olhando para os lobos a minha frente. Jacob está fazendo sons de choro, Sam está meio que na minha frente, um outro menor está ao lado de Jacob.

Jared corre até seu carro, me colocando deitada no banco de trás. Seth chega com as minhas coisas, colocando-as rapidamente no carro.

— Temos que levá-la a um hospital — Seth diz.

— Não! Para casa. Meu pai é médico, lembra? — falo, minha voz está estranhamente distorcida pela dor.

— Seu pai é um vampiro! — Jared retruca — aliás, sua casa está cheia deles. E você está sangrando.

— Me leve para casa! — grito em meio a dor.
Ele rosna, mas acelera mais. Meu celular começa a tocar. Estendo a mão para Seth.

— Estamos indo te buscar agora! — Edward praticamente rugiu — eu sabia que isso acabaria mal!

— Passa pra mamãe, Edward — digo o mais friamente possível.

— Como quiser! — e então a voz raivosa é substituída.

— Querida? O que houve? Como você está?

— Jacob acabou se transformando perto de mim, foi um acidente — minto — eu estou... Hmm... Acho que não vou pra escola por um tempo.

— Pandora, não faça isso comigo — sua voz era chorosa — onde está? Vou te buscar.

— Estamos chegando — avisa Jared.

— Estamos chegando, mamãe — repito — chame o papai, vou precisar dele.

— Ele já está aqui, meu bem — ela diz — Estaremos te esperando.

— Até logo — desligo, dando novamente o celular para Seth.

Menos de cinco minutos depois já estávamos de frente para minha casa. Edward nem espera ninguém descer do carro, já abre a porta e me pega no colo.

— Não vou deixar você morrer porque é teimosa — diz.

— Ok — falo, exausta demais para discutir. A dor é demais.

— Ela não está bem mesmo — Emmett comenta. Não sei onde ele está. Na verdade, nem sei onde eu estou.

— Mamãe? — chamo. Logo sinto sua mão fria na minha mão boa. E então eu apago.

 

·.༄࿔


Bom, depois do acidente com os lobos, graças ao meu pai eu já estou bem melhor. Tanto que hoje, apenas um dia depois do acidente, como o tempo está péssimo, decidimos que não faz mal eu acompanhar a todos em um jogo de baseball. Estou com a mão com bolsas térmicas geladissimas em cima e em baixo, segundo meu pai, ficar com aquilo por um tempo irá ajudar. Também estou tomando anti-inflamatório. Já na barriga, foram necessários cinco pontos. Fiquei bem triste por ter uma cicatriz.

Nenhum quileute apareceu depois daquilo, mas Emily me ligou para saber como eu estou.

— Pronta para contar minhas vitórias? — Emmett me pergunta, enquanto eu sento confortavelmente nas almofadas que mamãe havia trazido. Também estou enrolada em um cobertor super quente e com minha mão para fora, cheia de gelo.
Graças ao meu dom, o elemento vida estava me ajudando e minha cura está acelerada.

— Vou acabar cochilando no meio do jogo — dou de ombros, conformada. Não entendo nada daquilo.

Ele ri, passando a mão pelo meu boné "time Cullen" (coisa de Alice) e indo até seu lugar. Mamãe permanece ao meu lado quando todos estão se ajeitando.

Como disse, acabei cochilando no ombro de Esme, mas sou acordada com seus pedidos urgentes.

— Querida, temos que ir agora! — ela me levantava delicadamente, mas com pressa. Alice está vindo até mim, junto com Jasper e Edward. Todos com caras péssimas.

— O que foi? — pergunto, preocupada.

— Os nômades — Jasper responde, lançando olhares para onde Carlisle, Emmett e Rosalie estão virados.

Arregalo os olhos, colocando a mão delicadamente sobre os pontos e olhando para mamãe em seguida.

— Não dá tempo de sair — Alice constata — sinto muito, eu não vi, eles iam passar reto, mas decidiram falar conosco...

— Está tudo bem, Lice — seguro sua mão rapidamente. Pego o cobertor e coloco no carro atrás de nós. Tiro as bolsas térmicas da mão e estendo-a para Edward, que segura delicadamente. Nossa relação não está das melhores, mas tudo importa agora é minha segurança.

Minha mãe já havia guardando as almofadas também. Logo está a minha frente, tapando minha visão.

Mas eu consigo ver um pouco. São três, dois homens e uma mulher. Parecem um pouco selvagens. Principalmente a ruiva.

Como eles estão mais a frente, não consigo ouvir o que falam, só sorrir um pouco quando Carlisle nos apresenta.

E então vem. Uma rajada de vento por trás de mim, me fazendo prender a respiração, temendo o que vem depois. O loiro automaticamente me olha de uma maneira assustadora.

De repente tudo se torna um caos, com Esme me colocando dentro do carro e lobos surgindo. Vejo Jacob despedaçar o loiro com Edward e Jasper. A ruiva escapa das mãos de Alice e alguns lobos. Já o outro não teve tanta sorte, com sua cabeça arrancada por Emmett em conjunto com Paul, suponho. Eu assisto horrorizada, mas com medo demais para desviar.

— Ah, querida! — Esme lamenta, acelerando o carro. Logo Edward entra, me fazendo gritar assustada. Ele me olha com pena.

Respiro fundo, estendendo a mão para ele, que pega gentilmente.

 

·.༄࿔


Depois daquele catastrófico final de semana, eu fiquei em casa por uns dias, desfrutando da minha mãe me mimando.

Após aquela luta toda, caçaram a ruiva (que eu descobri se chamar Victoria) e descobriram que ela foi para bem longe. Decidiram que deixariam assim, se ela voltasse para se vingar, estaríamos de olho.
Minha mão já está cem por cento e eu estou sem pontos. É quinta-feira e eu finalmente estou indo para escola.

— Qual a história sobre minhas faltas mesmo? — pergunto preguiçosamente para Rose, que dirige concentrada.

— Durante nosso acampamento no final de semana você pegou uma gripe bem forte — a loira responde.

— Ah, sim... Coitada de mim — digo. Ela revira os olhos e Emmett ri.

O dia se passa tranquilo, mal posso esperar para chegar em casa e ver alguns preparativos da minha festa. Sim, Alice está me contagiando.

— Temos visitas — anuncia ela, enquanto subiamos as escadas de casa.

— Quem? — pergunto, curiosa.

— Benjamin, ele é de um clã do Egito — conta.

— Egito?! Nossa, que demais! — me empolgo.

— Você vai gostar dele — comenta.

Mamãe e papai estão na sala com um cara que posso descrever como charmoso. Ele parece ser um ou dois anos mais velho que eu, mas tem um sorriso que me lembra um pouco Seth. Jovial. Ele usa calças de linho, blusa preta de manga comprida, um colete e um cachecol. Parece elegante e despojado ao mesmo tempo.

— Aí estão eles — Carlisle levanta junto com Esme e o visitante. Fomos para perto deles — esses são meus filhos, Edward, Pandora, Emmett, Alice, Jasper e Rosalie.

— Olá, meu nome é Benjamin — ele sorri amigavelmente. Seu olhar cai curiosamente sobre mim e eu tento não tremer diante daqueles olhos vermelhos — então você é a minha irmã de dom?

— Como? — pergunto, confusa.

— Temos o mesmo dom. Só que você consegue manipular a vida e a morte, eu não — explica.

— Isso é... Tão legal! — chego mais perto dele, sorrindo radiante. Todo o meu receio por ele se esvai. Sentamos lado a lado no sofá e engatamos uma conversa. Vejo Edward bufar e desaparecer de vista. Reviro os olhos e presto atenção no vampiro elemental.

Logo percebo que todos saíram da sala, nos deixando a sós. Não me importo, fui com a cara do egípcio.

Conversamos por horas, sem nunca ficar sem assunto. Foi sobre poderes, para Egito, minha vida, música e filmes.

— Querida, hora do jantar — Esme me chama — você deve estar faminta.

— Estou sim, mamãe — confesso — mas a conversa está tão boa que nem percebi.

Ben sorri, lisonjeado.

— Fico feliz em te entreter, Pandora, mas não quero que se esqueça das suas necessidades — diz.

Assinto, pedindo licença e indo até a cozinha, onde um caprichado jantar me esperava.

 

·.༄࿔


Depois de jantar e tomar um banho, ainda fico um tempo com Ben.

— Ainda são onze horas... Quer ver um filme comigo e Edward? — pergunto para ele.

Ele aceita prontamente, enquanto vamos ao meu quarto. Chegando lá Edward já estava deitado na minha cama, com a cara emburrada vendo o catálogo da Netflix.

— Que tal comédia? Ou preferem terror? Suspense? — sento ao lado de Edward. Minha cama é grande, então Ben se senta ao meu lado.

— Drama, que tal? — Edward sugere. Olho pra ele, estranhando. O dito cujo apenas da de ombros, com a cara inocente. Inocente demais.

— Ben? — viro-me para o outro.

— Pode ser — concorda, provavelmente por educação. Drama não é a primeira opção de ninguém em uma situação dessas.

Acabamos escolhendo um filme sobre um cachorro que morre no final. E eu choro, choro muito. No meio da minha choradeira, Edward vira-se para Ben.

— Ela não está nada bem, chega de filme por hoje. Como eu durma com ela, você pode ficar no meu quarto. É o do lado — ele aponta. Ben concorda e eu seco minhas lágrimas pela milésima vez, me virando para ele.

— Desculpe por isso, Ben. Acho que estraguei sua noite, né? — falo, meio rouca.

Ele sorri, colocando a mão suavemente sobre meu ombro.

— Sem problemas, pequena Hator — sinto Edward se remexer ao meu lado — tenha uma boa noite.

E então ele sai, me deixando chorosa com meu irmão.

— Acho que espantei nosso hóspede, Eddie — lamento.

— Tenho certeza que ele não se importa. Agora se apronte para dormir, tudo bem? — ele diz.

Rapidamente faço tudo e logo durmo, pensando no convidado inesperado.

 

·.༄࿔


Eu e Ben passamos bastante tempo juntos, Edward estava perto a maior parte do tempo, aparentemente gosta da companhia do convidado egípcio também. É fascinante ver a parceria dos dois, algumas conversas eu nem participo, só fico ouvindo os dois falarem.

É sábado e as mulheres da casa estão a todo vapor. Daqui duas semanas é minha festa e várias pessoas confirmaram presença, todos clãs e nômades amigos dos Cullen. Apenas os lobos e os Vulturi não se manifestaram.

— Acho que vou dar uma passada na reserva, antes do casamento de Sam e Emi — comento, mexendo distraidamente no meu notebook, terminando um relatório de história.

Estamos praticamente todos na sala, menos Carlisle que está em seu escritório e Ben... Se alimentando.

— Tem uma cicatriz da última vez que foi — rebate Rosalie.

— Foi um acidente!

— Por que mente para defender ele? — Alice parece mais curiosa do qualquer outra coisa. A pequena está sentada no chão, deixando vários papéis na mesinha de centro, com seu fiel tablet de última geração em mãos. Do outro lado está Esme, combinando cores e texturas. Parece até que vamos reformar a casa para a festa.

Arregalo um pouco os olhos, surpresa. Não esperava por isso.

— Achou que não íamos perceber seu coração agitado? — fala Rose.

Ouço Edward errar uma nota de Clair de Lune.

— É complicado. Eu não sei explicar direito. Eu gosto muito do Jacob, mais do que é aceitável já que não nos conhecemos há muito tempo. Sinto essa necessidade de protegê-lo um pouco. Mas fiquei bastante decepcionada com sua atitude na praia, mesmo que saiba que a culpa não foi cem por cento dele. Ele simplesmente não conseguiu se controlar — esclareço um pouco.

Emmett nem presta atenção na conversa, está focado no jogo que passa TV. Jasper lê concentrado um livro no canto da sala. Edward toca piano. Rose está ao meu lado no sofá, do seu outro lado está Emm.

— E por que ele ficou tão descontrolado, meu bem? — Esme perguntou.

— Eu estava triste olhando o pessoal, triste pelo o que vou perder quando me tornar vampira. E então ele estava me consolando e mesmo que eu não dissesse as palavras, ele entendeu. Não disse nada, só... Surtou — conto.

Outra nota errada, dessa vez até Jasper virou para olhar nosso irmão músico.

— Tudo bem, Eddie? — pergunto.

— Claro — diz, continuando a tocar.

Dou de ombros, deixando para lá.

— Quero conversar com ele sobre isso, sobre a explosão dele, mas estou com medo da sua reação. Não quero ficar mais magoada — confesso.

— Entendo, querida — Esme assente — talvez devesse ir, mas conversar com Emily. De todos lá, ela parece a mais... Amável.

— Claro, é a única humana — ri Alice, sendo acompanhada por nós duas e Rose.

— Seria bom se eles não viessem — Rose diz depois de um tempo — sem querer te magoar, Dora, mas sinceramente eu acho que misturar todos os tipos de vampiros e lobisomens no mesmo local não é seguro. Sem contar nos Vulturi — ela estremece — se algum deles vier, a coisa vai ficar feia.

Reflito um pouco.

— Você tem razão — suspiro — na festa do casamento conversarei com eles sobre isso.

A loira assente e muda de assunto, me mostrando músicas para a playlist da festa, me distraindo.

 

·.༄࿔


— Quando for vampira, vai seguir a... Dieta alimentar do seu clã? — pergunta Ben.

Estamos na floresta, dando um passeio. Mamãe só deixou porque ele veio junto, ainda estamos com um certo receio da ruiva psicopata querer se vingar.

— Eu não sei, provavelmente sim — dou de ombros — Espero ser forte o suficiente.

— Vai ser. Já é determinada assim humana, imagine vampira — sorri divertido — vai ser muito poderosa também. E nossa, você vai amar ser veloz e praticamente indestrutível!

— Caramba! Obrigada, Ben — sorrio. É tão bom ter amigos!

— Por nada, Hator — ele pisca para mim.

— Hator... Por que me chama assim? — mudo de assunto.

— É nome da deusa egípcia da beleza — ele conta — achei que combinasse com você.

Rio sem graça, sentindo meu rosto esquentar. Muitos elogios para uma garota só.

— Obrigada novamente, então. Mas não sei se mereço todos esse elogios. Sou só uma humana ainda e nem chego perto das mais bonitas para o padrão humano — desato a falar. Ele parece achar graça.

— Você é belíssima, mas sua beleza também está em sua personalidade, seu poder, sua aura alegre — explica.

— Ok, eu realmente não sei lidar com tudo isso — sorrio sem graça novamente — eu convivo Rosalie Hale, a garota mais deslumbrante desse mundão. Alice é com certeza a beleza mais delicada e Esme a mais amorosa. Acho que sendo rodeada por elas, as vezes eu esqueço que também sou bonita.

— Acho que é normal para uma humana que vive com vampiros — ele ri e eu o acompanho.

— Mas me diz, Ben... Você apareceu do nada, não que eu esteja reclamando, sua amizade é incrível. Mas... E o seu clã? Sua companheira? — pergunto a primeira coisa que passou pela minha cabeça desde que ele chegou.

Olho sua feição, que muda completamente. Ele parece abalado.

— Eu... — mas ele não consegue completar a frase, porque um grande lobo vem em nossa direção. Me ponho a frente de Ben rapidamente.

— Ele é meu amigo! Calma! — grito.

Ben me coloca atrás dele protetoramente. Mais de perto vejo que o lobo é Seth. Tão corajoso e inconsequente, reviro os olhos internamente.

— Seth, calma! Esse é Ben, um vampiro amigo — digo, ficando ao lado de Ben, que está em postura defensiva.

O lobo rosna e aponto com o focinho o rosto do vampiro. Os olhos. Vermelhos.

— Sim, ele não segue a mesma dieta... Mas... Mas ele é um convidado dos Cullen e não se alimentará nas suas terras, nem Forks ou algo assim — falo. Seth chega mais perto de mim, deixando Ben paralisado.

— Eu não gosto disso — o vampiro recua um pouco.

— Eu sei — suspiro — pode ir pra casa, te encontro lá. Tome cuidado.

Ele hesita, mas vai. Quando está longe o suficiente, Seth vai para trás de uma árvore e se transforma.

— Jake e Embry estão vindo — avisa.

— Por quê? Eu já disse que Ben é um amigo.

— É... Eu vi que vocês são bem amigos — o menino lobo estreita os olhos — E Jake também, por isso está vindo.

— Jacob não tem nada a ver comigo — cruzo os braços, agora um pouco na defensiva.

— Pan, ele não fez aquilo por mal. Entenda, a ideia de você... — ele estremece — de você mudar, perturba muito ele. A um ponto irracional.

— Ele é meu amigo. Pensei que entenderia, confiei nele — balanço a cabeça.

— Olha, ele tá chegando e então vocês podem conversar — diz.

— Eu preciso ir para casa — insisto.

— Eu te acompanho até lá — Jacob aparece entre as árvores.

— N-não precisa, eu sei o caminho — dou um passo para trás.

Ele suspira pesadamente, passando a mão pelos cabelos. Embry e Seth trocam olhares, se despedem, correndo floresta a fora.

— Eu sei que você sabe, mas precisamos conversar — ele finalmente diz.

Assinto, esperando ele ficar ao meu lado para então recomeçar a andar.

— Pode dizer — falo depois de um tempo.

— Eu não sei como dizer — ele suspira novamente, mas logo fala — Eu sofri um imprinting.

Arregalo os olhos, surpresa. Minha mente volta para as lendas contadas ao redor da fogueira. Imprinting... Amor verdadeiro. E ele joga a bomba assim? Do nada?

— Isso é... Uau. Inesperado — paro por um momento virando-se para ele — e o que isso tem a ver com o que aconteceu?

— Muito a ver — ele me olha com expectativa.

Penso um pouco, até uma ideia vir em mente.

— A garota que você sofreu imprinting é parecida comigo e você surtou quando falei em me tornar vampira por que se lembrou dela? — sugiro rapidamente. Ele me olha como se eu fosse um ET.

— A explicação óbvia, Pandora — revira os olhos.

— Eu sou seu imprinting?! — fico de boca aberta. Por essa eu não esperava. Céus! Edward vai surtar!

— Sim — ele sorri. Aquele sorriso que derrete almas de tão quente — você é.

Várias coisas passam pela minha cabeça ao mesmo tempo, me causando um delay. Minha testa deveria estar escrito "carregando...".

— Me fale mais sobre isso — peço, recomeçando a andar — não me lembro muito bem sobre esse assunto na fogueira.

— Imprinting  é uma espécie de amor à primeira vista, acontece quando um dos lobos da minha tribo encontra sua "alma gêmea". Raro acontecer, mas quando ocorre é mais forte que tudo. A pessoa que sofre isso não consegue sair de perto da pessoa com quem teve imprinting, vive por ela e para ela — explica.

— É tudo tão intenso — comento, nervosa. Isso é muito responsabilidade, ser amada assim. Amar de volta.

— Sim — ele diz apenas. Ficamos alguns minutos em silêncio, comigo digerindo toda aquela informação — quando você disse aquilo... Eu me perdi o controle, porque a simples hipótese de você se transformar é absurdamente dolorosa para mim. Eu não queria aquilo, me arrependo cada maldito dia. A sua dor é a minha dor, Pandora. Espero que possa me perdoar.

Ele agora me olha com aqueles olhos castanhos suplicantes e tudo que eu conseguia pensar era "como eu posso recusar algo a ele?".

— Está tudo bem agora, Jacob. Eu só... Só preciso achar um jeito de lidar com... — suspiro gesticulando para nós dois — isso.

— Nós — corrige ele — Entendo. Você vai ver, não será tão complicado. Agora que já sabe, tudo ficará mais fácil — ele diz, mais despreocupado.

Por um momento ele para e pega minha mão, me fazendo parar também. Olho para ele sem entender.

— Eu sei que isso pode ser meio precipitado, mas talvez te ajude a clarear as coisas — ele diz, me deixando curiosa. Segundos depois sua boca está colada na minha.

Logicamente minha primeira reação foi choque. Depois, sem pensar, eu dou um soco na barriga dele. Eu definitivamente não deveria ter feito isso.

— Ai! — choramingo, enquanto ele se afasta. Minha mão está quebrada? Acho que sim. Céus, eu sou louca. Acabei de estragar meu primeiro beijo!

— Por que fez isso? — ele pergunta, incrédulo, pegando gentilmente minha mão.

— Foi reflexo! Ninguém nunca tinha me beijado antes, eu entrei em pânico! — falo — ai, meu Deus, Eddie vai me matar, mamãe vai me amarrar na cama e nunca mais me deixar sair de lá, Ros... — parei de falar quando percebi o sorriso idiota na cara do quileute — que foi, maluco?

— Seu primeiro beijo? — sinto minha cara pegar fogo. Tirei minha mão da dele e fiz cara de choro, mudando de foco.

— Minha mão está doendo — reclamo. Ele me pega no colo, me fazendo dar um gritinho — minha mão está ruim, idiota, não minhas pernas!

— Calma, gatinha! Só vou te levar até em casa mais rápido — ele ri e sai correndo. Olho admirada para ele. Esse negócio de lobo é incrível mesmo.

Logo chegamos em casa, onde Esme me olha com uma expressão cansada na entrada.

— De novo, filha? — diz.

— A culpa não foi minha! — digo rapidamente. Ela lança um olhar para Jacob, que fica envergonhado e me coloca no chão. Olho para ele — é melhor você sair daqui. Bem rápido. Te dou uns segundos antes que ele te alcance.

— Não tenho medo d... — mas ele é interrompido por um rosnado dentro de casa. Reviro os olhos.

— Por mim? — uso minha influência de Imprinting recém descoberta. Ele não demora nem um segundo para ceder, me dando um selinho rápido e correndo de volta para a floresta.

— O que foi isso? — mamãe diz, meio atônita.

— Nem eu sei, mãe, nem eu sei — falo, entrando em casa com ela.

Edward está de pé no meio da sala, com Jasper segurando seu braço, provavelmente usando seu dom nele.

— Tentando assoviar e chupar cana ao mesmo tempo, Dora? — meu querido irmão grandalhão me recebe.

— Dei um soco em um lobisomem — dou um sorriso que é prontamente retribuído.

— Valentona... Vai ser uma recém criada bem durona — diz ele.

— O bastante para te vencer, grandão! — sorrio em desafio.

— Essa é minha irmã! — Emmett gargalhou, bagunçando meus cabelos — qual motivo?

— Ele a beijou! — rosna Edward.

Um silêncio toma conta da sala. Carlisle surge, pegando minha mão.

— Vamos lá, vou dar um jeito nisso, sua encrenqueira — meu pai sorri, me conduzindo até seu escritório.


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