Pandora escrita por majestyas


Capítulo 5
Capítulo V. Diversão em meio ao caos.


Notas iniciais do capítulo

ei pessoinhas, tudo bom?
No capítulo de hoje veremos MUITAS reviravoltas porque é disso que eu gosto. Como eu já disse, a fic tem um ritmo acelerado, ainda tem muito o que acontecer, muitas escolhas a serem feitas e muitas confusões por aí. Não dá pra ficar com capitulozinho água com açúcar, mais sem sal que a Bella, não!
E sobre o final... Sim, eu fiz isso com vocês! MUAHAHAHA
Repito, a caixa de comentários tá ali para você se expressar. Diz o que achou, qual foi sua reação, para qual casal você torce, o que acha que vai acontecer... Isso me incentiva a escrever cada vez mais!

Com amor, Yas ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759645/chapter/5

 

 


Finalmente sábado chega e eu percebo que esqueci de avisar o pessoal sobre a fogueira em La Push. Me arrumo apressadamente e desço praticamente correndo as escadas, na intenção de pedir ajuda a Alice para arrumar a mochila que iria levar.

— Já vou arrumando — diz, subindo as escadas ao meu lado. Agradeço e vou tomar meu café. Não faço ideia do horário que é para eu ir lá. Ou se alguém virá me buscar.

— Bom dia, Pandora — Esme sorri, colocando meu suco e beijando minha cabeça — dormiu bem?

— Bom dia, mãe. Dormi sim. Edward é como um ursinho de pelúcia para crianças. Funciona muito bem — rio.

Ela também e sinto alguém me abraçar por trás.

— Sou um ursinho de pelúcia, é? — Edward sussurra no meu ouvido. Acabo me arrepiando, surpresa.

— Que susto, cara! — disfarço, me afastando um pouco. Mas sei que ele percebeu.

— Minha função como ursinho é abraçar — faz uma cara com falsa inocência.

— Não. É ser abraçado — corrijo.

— Dá no mesmo — ele dá de ombros e senta ao meu lado — planos para hoje?

— Sim. Aliás... — me viro para Esme, que está andando de um lado para o outro — posso ir na fogueira dos quileutes hoje? Sam e Emily até ofereceram sua casa para eu dormir.

Ela hesitou um pouco, mas sorriu.

— Claro, querida — ela pega o celular e sai da cozinha, provavelmente indo falar com Carlisle.

— Eu não gosto disso — Edward comenta. Sua feição mostra claramente como se sente.

— Por quê? — permaneço calma enquanto como.

— Porque lobisomens são seres terrivelmente temperamentais. Eles são instáveis e qualquer coisa os irrita. Eles podem explodir a qualquer momento. Principalmente os jovens — explica.

— Eu ficarei bem, Edward. Prometo — sorrio para ele. Mas até que penso um pouco nisso. Será um perigo ficar perto dos lobisomens? No nosso primeiro encontro eu vi como eles podem ser ameaçadores.

— Ainda não concordo. Eu confio em você. Eu não confio neles — sua aversão é visível.

— Voltarei amanhã viva e bem, prometo — mando um beijo para ele.

Rosalie vem pisando forte até nós.

— Quem convidou o cachorro? — há uma raiva mal contida na sua voz.

— Cachorro? — estranho.

— Jacob Black — Edward disse como se fosse veneno em sua boca — logo ele.

— Jacob está aqui? Deve ser para me buscar! — me apresso até a sala, onde Alice já está esperando com minha mochila em mãos e meu violão. Abraço ela — muito obrigada, sis!

— Disponha — ela parece um pouco incomodada — tome cuidado. No seu celular estão os números de todos aqui e o de casa. Qualquer coisa ligue ou mande mensagem.

— Pode deixar — me despeço dos outros e saio. Jacob está esperando encostado no carro de Sam. Quando me vê, logo abre um super sorriso.

— Oi — ele diz.

— Oi, Jay — abraço ele — tudo bem?

Ele demora um pouco para responder, me olhando.

— Eu? Sim, sim. Claro — parece meio aéreo — e você?

— Bem, obrigada.

— Idiota — Rosalie diz, mas consigo ouvi. E se eu consegui, com certeza Jacob também.
O lobo ignora ela e abre a porta para mim.

— Olha só, um cavalheiro — comento, surpresa. Entro no carro vendo o sorriso satisfeito dele, que guarda minhas coisas no banco de trás.

— Você merece — diz.

— Ganhou pontos com isso, Black — sorrio.

— Quantos pontos eu preciso ganhar para um encontro? — arregalo os olhos com a investida dele. Edward rosna e avança, mas é segurado por Jasper e Esme. Jacob pisa fundo e gargalhou — desculpe, eu tinha que ver a cara do sanguessuga.

— Isso não foi engraçado, Jacob — cruzo os braços. Irritar Eddie não é algo muito esperto, principalmente se você não é da família. E com certeza o pior jeito é me usando para conseguir isso. Mas algo em mim se agita satisfeito. Vingança. Uma pequena e boba, por causa da suposta amizade dele com a Swan. Céus, é melhor eu tirar isso da cabeça!

— Queria que fosse pra valer? Porque pode ser — Jacob me olha de relance, me tirando dos meus devaneios — se você quiser. É só dizer. Sério. Podemos fugir para Port Angeles agora mesmo. Só diga.

— Só dirige — reprimo um sorriso, olhando a paisagem.

 

·.༄࿔


Tudo estava indo bem até que eu vi ela. Minha assombração dos últimos tempos. Isabella Swan.

— Pandora — ela murmura, parecendo admirada, confusa, surpresa e intimidada. Sua cara é um livro aberto.

— Olá. Desculpe, acho que não me lembro de você — dou um falso sorriso culpado, mantendo as aparências. Claro que lembro. A louca obsessiva que fica em cima da minha família, mais especificamente do meu querido irmão.

Ela cora e desvia o olhar.

— N-não nos conhecemos. Sou Bella Swan, estudamos na mesma escola — diz, insegura.

— Bella? — faço uma cara pensativa e dou outro sorriso — ah, claro! Me lembro de você na aula de biologia.

— Isso mesmo — ela sorri de volta e morde o lábio inferior, tomando coragem para algo — seus irmãos vão vir também?

— Não. Sou só eu essa noite. — chego mais perto dela — decepcionada?

É engraçado como ela reage as pessoas. É muito tímida e reservada, mas com certeza tem uma certa determinação. Consigo ver as engrenagens trabalhando na sua cabeça, procurando respostas.

Ela nega, de cabeça baixa. Decido acabar com sua tortura e peço licença, saindo em busca de Jared. Quem sabe ele possa me animar.

— Oi, você! — ele me acha, na verdade. Me dá um forte abraço e deixa seu braço ao meu redor, enquanto vamos até a fogueira.

— Olá, Jared — digo. Sento-me em um dos troncos e ajeito meu violão em meu colo.

— Parece que temos uma artista entre nós — o senhor Black ri me olhando. Jacob havia nos apresentado mais cedo.

— Pensei que poderia tocar um pouco — disse um pouco envergonhada.

— Yeah! — Seth ergueu o punho em reconhecimento, já que ele está com um violão também. Sorri para ele, que começou a dedilhar.

— Alabama, Arkansas, I love my mom and... — começo a cantar, sendo seguida por Seth e logo pelos outros. Alguns não conhecem a música, mas a letra é fácil de cantar.

Finalmente terminamos com aplausos animados e risos, servindo de introdução para que comecem as histórias.

— Bom, agora que tivemos essa ótima animação inicial da minha futura nora e o pequeno Clearwater, podemos começar — o senhor Black diz, sorrindo largamente.

Risos são dados enquanto eu estou de boca aberta, surpresa.

— Uou — rio baixinho depois de um tempo em choque. Ele é um senhor bem atrevido mesmo.

Vejo Jacob olhando para mim, ao seu lado está Isabella, olhando para ele. Desvio o olhar e presto atenção nas histórias.

 

·.༄࿔


Até tento convencer Leah a ir comigo até a casa de Sam e Emily, mas ela recusa. Depois da fogueira, poucas pessoas sobraram e eu estava esperando o casal. Sam como líder, era um dos últimos a ir embora.

Jacob tinha ido levar a Swan para casa depois da segunda lenda, mas logo voltou e ficou ao meu lado o resto da noite. Ele foi super gentil, simpático e tive a leve impressão que ele estava dando em cima de mim. Ri com a ideia. Não é possível esse lobão estar interessado em mim de verdade. Ele parece ter uma certa rixa com Edward, deve ser por isso.

— Do que está rindo? — ele perguntou, curioso. Estávamos logo atrás de Sam e Emily, no caminho para casa deles.

— Lembrando da Isabella Swan intimidada comigo hoje — inventei.

— Ah, isso — ele riu também — eu também me intimidaria.

— Se fosse a Leah eu entendo, mas eu? Sou só eu, Jay — digo.

Ele me olha por um tempo, me deixando um pouco desconcertada com tamanha intensidade.

— Você não tem ideia do quanto é extraordinária — diz finalmente.

Sorrio para ele, agradecida pelo elogio.

— Obrigada, Jacob — digo e dou um beijo da sua bochecha.

— Ei! Quero distância de um braço. Está tarde, Pandora — Sam diz olhando para nós. Emily ria.

— Tudo bem — digo e abraço meu novo amigo — boa noite, tenha bons sonhos.

— Boa noite. Até amanhã. Cedo — ele sorria quase bobamente.

— Não precisar ser cedo — Sam comenta, fazendo uma rápida careta.

— Sam! Deixe os pombinhos — Emily puxa ele para dentro de casa.

Aceno para Jacob entrando logo atrás deles.

— Ainda tem algum biscoito aí? — pergunto para Emi, que foi pra cozinha.

— Tem sim. Vou esquentar e levar para sala — ela diz.

Eu e Sam sentamos no sofá, ligando a TV em um canal qualquer. Está passando um filme de comédia. Ficamos assistimos e comentando até ela chegar com uma travessa de biscoitos e três copos de leite quente.

— Vou dormir em dois minutos — comento, depois de comer um pouco. Eles riem do comentário e continuamos a assistir o filme e conversar. Não percebo exatamente quando pego no sonho, mas acordo no outro dia com Sam e Emily na cozinha. O cheiro do café da manhã me deixava quase tonta.

— Bom dia — digo, me espreguiçando. Até que o sofá é confortável e foi muito gentil da parte deles terem me colocado deitada e  coberta.

— Bom dia, querida — Emi pergunta — Dormiu bem?

— Bom dia, Pan — Sam sorri, parecendo de bom humor.

— Demais — sorri.

Depois de fazer minha higiene matinal e trocar de roupa, fui tomar café com eles. Quando eu terminei minha última torrada o pessoal chegou. Saímos eu e Sam, enquanto Emi ficou na cozinha.

Leah, Seth e Jacob haviam chegado. Pelo o que Sam explicou, Jared, Paul e Quil estavam "patrulhando" e logo trocariam com eles.

Infelizmente não passamos de cumprimentos, já que um uivo foi ouvido.

— Vou ver o que está acontecendo, fique com Emi... — Sam ia dizendo, mas se interrompeu e olhou para a estrada.

De repente um carro cercado por uns três lobos aparece. É o carro de Edward.

— Bom dia — Esme sai do carro apressadamente e me olha aliviada.

— Desculpem por vir até aqui, mas é urgente — Edward sai do carro.

— Isabella Swan morreu, filha. E não foi de causas naturais — ela esclarece — não poderia deixar você ficar longe de nós depois disso.

Todos ficamos paralisados. Ontem mesmo aquela sonsa estava atenta as lendas. E hoje... Já não existe mais.

— Bells? — Jacob sussurra. Ele fica estático no lugar e eu acho que vai chorar. Sinto um aperto no peito e eu corro para abraça-lo, não aguentando mais ver sua dor.

Ele me abraça fortemente e eu sinto algumas lágrimas caindo.

— Querida, precisamos ir — a voz de Edward é doce, porém impaciente.

Jacob rosna baixinho em resposta e não quer me soltar, mas eu lhe dou um beijo na bochecha e me solto dele, sendo abraçada pela minha mãe e levada até o carro.

— Desculpa por tecnicamente quebrar o tratado — ela parecia desesperada enquanto me abraça — mas como mãe eu estava preocupada com minha filha. E como parte de uma aliança, também gostaria de avisar pessoalmente vocês.

— O que houve? — Sam parece alarmado. De todos os Cullen ela seria a última a fazer tal coisa. Nenhum tratado valia naquele momento, a coisa é séria.

— Vampiros — Edward esclarece, claramente desconfortável — Do tipo malvados que sugam sangue humano e larga o corpo morto por aí. Bella foi morta assim.

Jacob está tremendo muito, muito mesmo. Principalmente quando Edward chama a Swan pela apelido que ela gosta. Bom, gostava.

— Sanguessugas por Forks? E não percebemos nada? — Jared se surpreende.

— É algo entre Forks, Port Angeles. Tem cara de ser nômade  — diz meu irmão. Ele faz uma careta — Acho melhor irmos logo. Carlisle logo chega em casa.

Assinto e me despeço do pessoal, pegando minha mochila e violão, entrando no carro e ficando ao lado de Edward.

— A partir de hoje você vai viver colada no Edward, entendeu mocinha? — mamãe diz enquanto manobra o carro, com os quileutes observando atentamente — apesar que eu não sei como podem ser mais colados além de dormirem juntos, mas tudo bem — ela da uma risadinha nervosa — eu deveria ter tirado foto da primeira vez, a cara de vocês quando acordaram e viram todo a família na porta foi...

Um barulho estranho nos chama a atenção e logo depois reconheço Jacob na forma animal avançando. Ele parece com muito ódio.

— Acelera, mãe — há um traço de diversão na voz de Edward, que passa o braço por meus ombros.

Olho uma última vez para Jacob sendo contido pelos outros.

 

·.༄࿔


— Eu realmente não acho que isso seja necessário — opino, ajeitando o vestido.

— Querida, como sabemos qual o vestido perfeita se não provarmos? — Alice diz, me olhando de todos os ângulos possíveis.

— Ainda falta quase um mês para a festa, Lice — me olho no espelho. Esse vestido é realmente lindo, todo branco de cetim, mas muito curto e aberto.

— Por isso mesmo temos que ir escolhendo — ela rebate.

Depois do susto com os vampiros novos na área, Alice decidiu que se distrair seria uma boa ideia e nada melhor do que me fazendo de Barbie. Enquanto isso, Esme faz os convites e disse que mandaria amanhã mesmo.

Depois de horas com Alice e eventualmente Rosalie, finalmente vou para cama exausta. Me arrumo para dormir e quando deito Edward já está ao meu lado.

— Está se sentindo bem? — pergunta. Ele me olha intensamente, fazendo minha cabeça latejar um pouco.

— Eu vou dizer, não precisa tentar arrombar — reclamo.

— Ei, essa é uma casa de respeito — Emmett abre a porta e diz.

— Cala a boca, Emmett! — jogo um travesseiro nele, que ri e bate a porta. Suspiro frustada. Edward pega o travesseiro de volta e coloca no lugar.

— Desculpe. Eu só odeio esse silêncio — ele faz uma careta — Ou essa bagunça.

— Bagunça? — estranho.

— Só flashs de imagens, frases soltas... — ele fecha os olhos — se eu me concentrar bastante consigo tirar algo inteiro.

— Não precisa, você sabe. É só pedir — coloco a mão em seu rosto — eu digo.

— Como você está?

— Confusa, um pouco abalada, nervosa... Cansada — respondo.

— Não vamos deixar nada de mal acontecer com você — ele diz — como Esme disse, vamos viver colados agora. Estarei sempre te protegendo.

— Eu não preciso ser protegida — fico emburrada, mas não é pra valer. Sei que preciso ser protegida.

— Você é o bebê da família agora — ele ri — todo o cuidado é pouco com a caçula mais adorada.

— Eu queria poder dizer que não precisa de tudo, mas... Eu me sinto mais segura assim. Com a minha sorte, eu acabaria encontrando esses vampiros e virando lanchinho — estremeço com o pensamento.

Edward erijece a postura ao meu lado.

— Isso nunca vai acontecer, eu prometo — ele beija minha testa — agora durma um pouco.

Assinto, já fechando os olhos. Então sou embalada pelo cansaço e a doce voz do meu irmão.

 

·.༄࿔


Depois de uma semana com Edward quase literalmente grudado comigo, eu estou a beira de um colapso. Ele deu um jeito de ter todas as aulas comigo, além de me seguir por todos os lados. Até quando vou a floresta meditar, prometendo não demorar e  não me afastar de casa, ele faz questão de ir comigo. O único momento no qual eu não vejo ele, é quando vou ao banheiro.

Na sexta eu já estou no limite, pedindo aos céus uma ajudinha. E então faz um lindo dia de sol. Ok, talvez não tão lindo, mas para os padrões de Forks, até que é um dia quente.

— Não vamos para a escola hoje — constata Rosalie, olhando pela janela. Bom, se eles não irão a escola, eu também não vou.

— Oh, sol! Faz tanto tempo — digo dramaticamente, abrindo a porta de casa e sentindo o calorzinho — e eu quero aproveitar ao máximo! Mamãezinha!

Corro até a cozinha, onde Esme está preparando meu café da manhã.

— Sim, querida? — ela diz, colocando panquecas no meu prato.

— Posso ir a praia?

— Que praia?

— Lá em La Push, é claro. Assim estaria no território dos lobos e vocês não precisariam se preocupar — sorrio.

— Espertinha — Emmett comenta, entrando na cozinha e ficando de braços cruzados, observando o desenrolar da cena. Eu sei o que ele está esperando. Ou melhor, quem.

— Mas é claro que não — Edward surge ao meu lado. É claro.

— Eddie, eu te amo muito, mas preciso de espaço — tento explicar o mais gentilmente possível.

— Como assim? — ele parece levemente magoado.

— Não me leve a mal, mas estamos grudados demais. Que tal eu aproveitar esse dia de sol me bronzeando enquanto você, sei lá, toca um pouco, joga vídeo game com os garotos, assiste um jogo de qualquer esporte, algo assim? — ponho a mão no seu rosto — tenho certeza que será um dia muito divertido.

— Com você na praia sem nenhum de nós — ele diz, com cara de tacho.

— Isso aí — sorrio.

— Nem pensar — ele realmente me frusta. Os outros já tinham chegado na cozinha para observar a discussão.

— Quando você foi para o Alasca eu não fiz você ficar, porque sabia que precisava disso. Agora você não quer me deixar sair por algumas horas? — ponho as mãos na cintura.

— Nem tente comparar as duas situações, são totalmente diferentes! — ele praticamente rosna.

— Eu só quero ir na praia, Edward! Não é como se eu fosse ficar uma semana em outro estado! — rebato, furiosa.

— Para de lembrar disso, eu me afastei para proteger a todos, inclusive você!

— Eu vou e pronto! — cruzo os braços e bato o pé — você não é meu pai, só meu irmão e não pode fazer nada sobre isso!

— Eu posso sim! Quer ver eu te trancar no quarto? — ele é realmente um pé no saco.

— Vamos ver se essa casa sobrevive então — aceito o desafio, sentindo meus cabelos flutuarem de raiva.

— Ei, ei, ei, calma lá vocês dois! — Esme se colocou entre nós — Jasper?

— Logo agora que estava ficando bom? — Emmett resmunga em desagrado.

Logo uma onda de calmaria se apossa de mim, me fazendo descruzar os braços lentamente e ficar mais comportada.

— Mãe, por favor. Só estou pedindo uma tarde. Só uma tarde na praia! Eu estarei cercada dos quileutes, nada me acontecerá lá — quase imploro. Faço um biquinho fofo, imitando Alice.

Ela me olha por um instante.

— Tudo bem — cede. Abraço ela com a maior força que tenho, a fazendo rir — mas teremos condições. Você será levada por um de nós e te buscaremos também. E voltará para casa antes de anoitecer. E vai mandar mensagens, ligar, mandar sinais de fumaça, que seja, ouviu mocinha?

— Sim! Sim! Sim! — dei pulinhos animados no lugar.

— É só praia — Alice me olha sem entender — e nem é uma das melhores.

— Se eu ficasse com Edward na minha cola por uma semana, também ficaria assim — comenta Rosalie com veneno, voltando pra sala logo em seguida.

Olho para Edward, que está impassível. Logo ele some de vista. Pondero se devo ou não segui-lo agora.

— Deixe ele pensar um pouco — aconselha mamãe.

— É, enquanto isso vai comendo seu café — Alice da tapinhas no meu ombro — eu vou separando suas coisas para praia.

Concordo, vendo ela subir com Jasper para o meu quarto, provavelmente.

Pego meu celular, procurando o número da casa da Emily. Depois de três toques, ela atende.

— Alô?

— Oi, Emi! Tudo bem?

— Pan! Que saudades! Estou ótima e você?

— Já viu o sol que está fazendo? Estou radiante! Aliás, liguei para combinar uma tarde na praia. Que tal?

— Parece ótimo. Vou falar com os outros, pode ser?

— Perfeito. Algum deles pode me encontrar  na fronteira de carro?

— Vou providenciar isso. Nos vemos mais tarde, querida.

— Tchauzinho! — desligo.

— Emily parece ser bem simpática. — comenta minha mãe.

— Ela é. Parece com você. Tipo uma mãe para os lobos — conto.

Ela sorri e começa a separar algumas vasilias.

— Quer me ajudar a preparar algumas guloseimas para levar depois que acabar o café? — pergunta.

— Claro! — como mais rápido, animada.

 

·.༄࿔


Emmett surpreendeu nos ajudando na cozinha. A bagunça que nós fizemos foi assustadora, mas valeu a pena, foi muito divertido. Duas cestas de piquenique depois, eu estou pronta para sair.

Alice separou para mim um vestido branco soltinho, um biquíni (muito pequeno!) preto e sandálias douradas. Me sinto uma deusa grega indo para praia.

— Tudo pronto? — Esme pergunta, pegando as chaves do carro de Rose com ela.

— Sim, mamãe — confirmo animada. Emmett coloca as duas cestas no carro, já que estão pesadas demais para mim.

— Obrigada, mano! — abraço ele.

— Divirta-se, esquisitinha — bagunça meu cabelo. Ele vira-se para ir embora, mas seguro sua mão.

— Edward...?

— Relaxa, ele só está com dor de cotovelo — riu — Logo passa.

Reviro os olhos.

— Ele está bem?

— Está andando de um lado para o outro no quarto — ele parece se concentrar mais — uhh, Alice entrou lá e está discutindo com ele. Tchau, mana! Isso eu não perco!

E então ele desaparece. Suspiro.

— Vai ficar tudo bem, querida — Esme coloca a mão no meu ombro — quando você voltar vocês se resolvem.

Assinto, entrando no carro. Logo estávamos na estrada, ela dirige tão rápido quanto os outros, mas é mais cautelosa em parecer uma humana comum.

Logo avisto o carro de Sam. Sorrio ao ver dois conhecidos.

Esme para o carro perto do deles, saindo para pegar as cestas. Dou uma corridinha até os rapazes, pulando em cima de Jared.

— Ow! Não sabia que fazia tanta falta — ele ri, me abraçando de volta.

— Não faz. Tô há uma semana com meu irmão na minha cola, é tãooooo bom ver vocês pra variar um pouco — conto.

— Ficamos felizes em ver você também — Seth sorri animado. Abraço ele, bagunçando seus cabelos.

— Cadê o Jacob? Geralmente ele que vem — estranho. Quer dizer, foi só uma vez, mas a ideia de virar rotina me agrada.

Os dois trocam olhares.

— Ele está na ronda, mas logo estará na praia conosco — explica Jared.

— E eu acabei de ficar dez pratas mais rico — comemora Seth, dando soquinhos no ar.

— Como assim? — pergunto.

— Nada não — ele tenta disfarçar, olhando para além de mim. Olho para trás e mamãe está nos olhando sorrindo.

— Pessoal, aquela é minha mãe, Esme. Mamãe, esses são Jared e Seth — apresento eles.

— É um prazer, meninos — ela sorri simpaticamente e se aproxima.

Seth continua com seu sorriso, mas Jared vacila um pouco.

— Fizemos essas guloseimas para vocês — ela diz, estendendo as cestas — tentei tocar o mínimo possível, sei que é desagradável para vocês.

— Ela não é super atenciosa? — quase dou um gritinho de orgulho, beijando sua bochecha. Ela sorri e me entrega uma cesta, que eu quase deixo cair. Dou para Seth. Faço o mesmo com a outra.

Me despeço da mamãe e entro no banco de trás, sozinha.

— E então, estão todos bem? — puxo assunto.

— Ah, sim — Jared responde — nenhuma novidade.

— E os nômades? — pergunto mais baixo.
Seth desfaz seu sorriso habitual.

— Nada deles. Parecem água, sempre escapando por nossos dedos — diz.

— Ou melhor, patas — comento.

Isso serve para descontrair um pouco o ambiente.

Ao chegar na praia, me deparo com uma boa quantidade de pessoas. Entre elas Emilly, que estava organizando a refeição em mesas de piquenique. Trato logo de ir ajudá-la.

 

·.༄࿔


A tarde passou de maneira rápida e divertida, eu aproveitei cada segundo. Jacob não apareceu, o que me deixou um pouco decepcionada, mesmo sem saber ao certo o por quê. Comemos, jogamos futebol, vôlei e até fizemos competições como de corrida e nado. Conversei bastante com Emi e fiz Leah se juntar a nós pelo menos um pouco, o que alegrou a primeira. Conheci outros garotos do bando. Olhar ao redor e ver a felicidade genuína daquelas pessoas fez meu coração doer um pouco. Um dia, em breve, eu não poderei mais presenciar aquilo. Não serei mais bem vinda, nem amada e acolhida. Me odiarão, como odeiam minha família.

— Ei, tudo bem? — nem percebo Jacob se aproximando, logo sentando-se ao meu lado.

— Oi, Jay! — abraço ele, aproveitando seu calor. Até que ficamos tempo demais, então me distancio — você demorou.

— A ronda durou mais do que deveria — explica — mas por que está chorando?

Nem percebo algumas lágrimas molhando meu rosto. Seco e volto a encarar as pessoas se divertindo.

— Nada demais — falo.

— Sabe que pode confiar em mim, não é? — segura minha mão.

— Promete guardar segredo? — olho nos seus olhos.

— Claro — ele diz intensamente. E é nesse momento que eu decido me abrir um pouco com alguém que não seja minha família. Confiar é algo difícil, mas olhando o quileute agora, me olhando assim, me parece tão fácil falar para ele meus receios e tristezas.

— O fato d'eu ser muito poderosa me faz ter um alvo nas costas. Minha ex tutora sempre disse que a vida seria complicada para mim, além da mansão em que morava. Que eu precisava ser protegida. E então quando eu fui adotada, era muito mais que uma família, é uma garantia de que ficaria protegida e um dia serei tão indestrutível que poderei me proteger. Para sempre — conto — não fico triste por saber que terei a eternidade com pessoas que eu amo, mas sim porque sei que perderei outras no processo. E isso me parte o coração, mesmo que seja meu destino.

Ele leva somente alguns segundos para entender. E então começa a tremer, tremer muito mesmo. Apertou minha mão muito forte. Grito de dor e puxo ela, me afastando dele.

— Pandora, sai daí! — Sam gritou, correndo até nós. Sua cara de pavor e dor é um reflexo da minha.

Foi em questão de segundos. Segundos para que Jacob se transformasse, e como eu estava muito perto, me machucasse no processo.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

MÚSICA TOCADA NA FOGUEIRA


https://www.letras.mus.br/edward-sharpe-and-the-magnetic-zeros/1576508/traducao.html



Eu sinceramente amo essa música, espero que gostem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pandora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.