Révélation escrita por Bia


Capítulo 5
Capítulo IV - Gato de Rua


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Agradeço a quem comentou nos últimos capítulos, e dedico esse daqui a esses anjos!
Boa leitura!



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— E então, gatinho, você vai me contar?

Marinette perguntou à Chat, que encontrava-se a pouco mais de um metro dela, após o parapeito de barras de ferro.

Apesar do sorriso, Chat sentia-se desarmado, pretendia, queria ter aquela conversa, mas com Ladybug! Só que ela decidiu que achava perigoso demais falarem um sobre o outro, se conhecerem melhor.

Chat passava grande parte do seu tempo livre pensando em uma forma de convencê-la de que o que era uma grande coisa para ela, eles poderiam fazer com que não fosse nada demais, poderiam fazer isso juntos! Imaginava o quanto a relação dos dois poderia melhorar depois disso, quão mais importante ele poderia vir a se tornar para ela! Talvez chegasse até a considerar… Não! Não era saudável manter falsas esperanças. Ladybug já havia o dito que seu coração pertencia a outro garoto, ele não seria cruel e egoísta ao ponto de interferir, ou melhor, de forçar uma interferência, isso só a afastaria mais, e isso era a última coisa que ele poderia querer.

Chat Noir de fato entendia que poderia ser perigoso os dois saberem um do outro, mas se ninguém mais soubesse quem eles eram, se eles se esforçassem, isso nem iria fazer muita diferença. Se, na pior das hipóteses, ele fosse pego, nem sob tortura diria o que sabia sobre Ladybug, não poria a vida dela em risco, mesmo que isso custasse a própria.

Queria tanto poder se aproximar mais dela, conversar sobre mais coisas… Talvez estivesse um pouco carente, a solidão o havia dominado. Fazia poucos meses que ele entrara na escola e fizera mais amigos, ainda estava aprendendo a lidar com tudo aquilo e muitas vezes as situações o deixavam confuso. Mas era tão reconfortante ver que podia contar com seus colegas para auxiliá-lo, ele queria poder sentir mais disso com Ladybug também, queria tê-la como um de seus melhores amigos, mas ela parecia querer exatamente o oposto que ele! Então ele percebeu que a queria mais do que as outras pessoas, fazia mais questão dela do que qualquer outro, não queria apenas a amizade dela, nutria um carinho intenso que não compreendia muito bem no início, mas depois se conformou. Ele a amava, muito. Mas ela não tinha olhos para ele, sequer se conheciam direito por trás das máscaras, não sabia quase nada sobre ela e mesmo assim não parava de achar que ela foi a melhor coisa que lhe aconteceu.

Seu desejo em poder desabafar tudo aquilo com alguém não foi suprido quando se abriu com Plagg sobre isso, ele não conseguia compreender, sequer tentava entender, o que o menino sentia, o Kwami sabia o quanto gostava de queijo e, talvez realmente acreditasse nisso, achava que era a mesma emoção, o mesmo sentimento. Com o tempo, Adrien cansou-se de explicar a Plagg o que estava sentindo, embora nunca deixasse o pequeno gato fora de nada que passasse pela sua cabeça, pelo menos a maioria das coisas.

Adrien não podia falar sobre ser Chat Noir ou mesmo sobre sua paixão por Ladybug para nenhum de seus amigos, por mais próximos que fossem. Já tentara pedir conselhos amorosos até para as pessoas em sua casa certa vez, mas seu pai, seu motorista e Nathalie não eram exatamente a definição da expressão “todo ouvidos” para ele. Então ali, aquele momento, surgiu-lhe a ideia de que, sendo um problema que o acometia quando estava como Chat Noir, nada melhor do que desabafar quando estava transformado. Só que novamente vinha o mesmo problema: com quem poderia falar? A única pessoa, fora ele, que sabia de sua identidade, era Master Fu, e não achava que um homem de quase 190 anos de idade fosse ter interesse em saber sobre suas desilusões amorosas.

Mas ali estava Marinette, uma de suas amigas mais próximas, que via praticamente todos os dias na escola, se interessando por seus problemas e mostrando acolhimento. Aquilo realmente acendeu algo em seu peito. Devia ser a carência e o longo tempo sentindo-se sozinho, mas quando alguém finalmente lhe estendeu a mão, ele sentira que queria ser o melhor amigo dessa pessoa e retribuir o favor como pudesse. Já sabia que Marinette era uma pessoa incrível, já notara, inclusive, semelhanças com a sua própria personalidade, mas além disso ela era incrivelmente gentil, justa, sempre se preocupando com os outros, ajudando-os como podia. Ela era a Ladybug do dia a dia, que não estava ali para salvar pessoas akumatizadas, mas estava sempre disposta a ajudar não só seus amigos, mas qualquer um que precisasse de amparo, até mesmo um gato de rua desolado.

— Chat Noir? – A voz de Marinette o trouxe de volta dos seus devaneios – Você está bem?

Então ele percebera que devia ter ficado com o olhar preso em algum ponto por poucos segundos.

— Está preocupada comigo? – Ele sorriu, deixando-a levemente irritada. Mesmo tendo falado em tom de brincadeira, sentia-se cheio de gratidão, sentia-se… Feliz.

— Não mude de assunto! Se não estava fazendo rondas, o que fazia perambulando por aí?

— Insônia. – ele respondeu, dando de ombros, sua expressão estava séria. Apesar de querer deitar no colo da menina e chorar tudo o que se passava na sua cabeça como um gato abandonado que precisava ser adotado, ele não podia ser irresponsável a ponto de não tomar o cuidado de controlar suas palavras, precisava ir com calma e manter um autocontrole excepcional.

Foi a mesma resposta que ele disse a Ladybug, Marinette pensou.

— Algum problema? – O lado protetor da menina falou mais alto. Ela não podia ver algo de errado com alguém que considerava tanto e simplesmente ignorar – Talvez você queira falar sobre isso?

Ladybug não havia se importado o suficiente naquela noite, não o bastante para dar a mínima em descobrirem suas identidades e cuidar de alguém que precisava de ajuda. Mesmo sendo um súper-herói, ela sabia, mais do que ninguém, que ainda era humano, ainda tinha problemas e inseguranças, precisava de ajuda tanto quanto as pessoas as quais eles ajudavam. Mas não se culpava completamente, naquele momento ela não havia notado a mágoa e tristeza presentes na voz e no olhar dele, não quando estava tão perdida nos próprios problemas. Mas agora, que já conseguira se recuperar um pouco, estava tocada pelo jeito que Chat Noir soava, falando ali, com ela.

— Eu não sei… – Chat disse depois de um suspiro – As coisas são… Complicadas.

Marinette esperou que ele continuasse. Ele não sabia o que falar sem que exigisse uma intimidade que não tinham.

— Você está bem, Marinette? – Ele retomou o assunto que o fez ir até lá naquela noite.

A pergunta a pegou de surpresa. Ele estava ferido, machucado emocionalmente, e ainda assim se preocupava com ela. Coisa que, noites antes, ela não havia feito. Tentou jogar a culpa no fato dele ser um super-herói e ela achar que ele era forte o suficiente para se cuidar sozinho, enquanto que na situação em que eles estavam naquele momento, ela era apenas uma cidadã comum para ele. Se ela estivesse como Ladybug, certamente ele não se preocuparia tanto… Marinette não acreditou em uma palavra dessa desculpa que acabara de criar. Então lhe veio a percepção súbita do quanto Chat Noir era maduro. Principalmente comparado a ela. Decerto ele era muito diferente do que ela pensava…

— Melhor do que alguns dias atrás. – ela falou, ainda surpresa – Mas isso – Marinette o fitou bem nos olhos – é apenas porque eu dei um jeito de dormir melhor, coisa que você deveria procurar fazer também!

— Eu realmente queria… Mas não é tão simples assim – o tom dele era melancólico e ela entendia perfeitamente, ah, como entendia.

Apenas porque estava dormindo por mais tempo, não significava que a qualidade de seu sono havia melhorado.

— Enfim, eu já me demorei demais aqui hoje! Eu tenho outros lugares para passar… – Chat ajeitou sua barra no chão para que ela lhe desse impulso para sair dali – E uma pessoa para encontrar!

Ladybug.

— Chat! – Ela chamou e ele olhou para ela por cima do ombro – Se você precisar… Conversar ou… Qualquer coisa, você pode me procurar, está bem?

Ele sorriu e, sem responder, seguiu seu próprio caminho, até desaparecer da visão da menina.

A última coisa que Marinette queria era magoá-lo, mas decidiu que não iria encontrá-lo naquela noite. Ele precisava entender que aquela havia sido a única e última vez.

Com o coração apertado, voltou para dentro de seu quarto, torcendo para que Chat não passasse muito tempo esperando. Pouco antes de adormecer lembrou-se que o gato não dera explicações do principal: por que ele havia visitado sua casa por praticamente todas as últimas noites? Ele confessara que não era nenhuma ronda, mas não disse muito mais que isso. Para Ladybug, ele até revelou que estava por aí porque gostava de andar para pensar, mas será que ia em todas as janelas de cada civil da cidade?

Marinette não sabia quando teria, e se teria, oportunidade de perguntar isso a ele. Simplesmente não podia fazer essa pergunta como Ladybug, sem que ele desconfiasse de sua identidade. Teria que esperar que tivesse uma outra oportunidade para falar com ele.

Chat Noir sentou-se no mesmo lugar onde ele havia conversado com ela naquela noite, perto da própria casa. Ele esperou. Segundos se transformaram em minutos e minutos se transformaram em horas. Talvez ela estivesse procurando por ele, mas ele não iria atrás, podia dar o azar de se desencontrarem. Além do mais, ele já havia procurado por ela por um tempo antes de encontrar Marinette.

Ele não sabia que horas eram, quanto tempo ficara ali sentado. Mas finalmente chegou a conclusão de que ela não viria. Ela nunca disse que ia. Ele suspirou. Como alguém que ele amava tanto conseguia fazê-lo sentir-se tão bem e às vezes tão mal. Não a culpava, ele que criou uma grande expectativa, ela não prometera nada a ele. E a noite não foi completamente desperdiçada, teve o prazer de encontrar Marinette acordada e trocar umas poucas palavras com ela. Aquela garota era incrível, ainda mais do que pensava. Se cada um que ela ajudasse se sentisse da maneira como ele sentiu ao tomar a consciência de que ela estava preocupada com ele, certamente essa menina era uma princesa. Ele tinha muita sorte de tê-la como amiga! Ao menos alguém se importava com ele.

Adrien sentiu que mal fechara os olhos, já deitado sobre sua cama confortável, que o despertador do seu celular já tocara. Ele levantou-se, exausto. Na noite anterior, passara muito tempo a mais fora do que nas outras noites. Esperou a noite inteira por alguém que não veio. Se sentia cansado, mas acima de tudo frustrado.

Apesar da noite não dormida, seus olhos mal estavam inchados e não havia olheiras sobre eles. O que daria para disfarçar muito bem, fingir que dormira como nunca. Acontece que algumas pessoas passam muito tempo observando ele durante o dia, mesmo que ele não saiba, para deixar algum detalhezinho passar despercebido.

Dito e feito, todos o cumprimentavam e rapidamente voltavam para os seus afazeres. Nino até que pareceu notar algo diferente, mas não soube exatamente dizer o que era.

Marinette mal precisou olhar mais do que poucos minutos para o menino para perceber que seu rosto estava diferente do que mostrava as várias fotos espalhadas pelo seu quarto. De início achou que o problema estava nas fotos por serem tiradas de revistas e provavelmente terem sido editadas em algum programa de computador. Mas ela também tinha fotos dele tiradas por amigos ou por ela mesma, fotos de recordação, da classe, coisas do gênero. Ela sabia que estava alguma coisa errada. Logo notou que ele estava com os olhos minimamente inchados e isso a levou a pensar que ele não teve uma boa noite de sono, apesar do bom humor de sempre.

— Você não acha que Adrien está um pouco diferente? – Marinette cochichou para Alya, pouco antes da aula começar.

Alya olhou para o menino procurando alguma coisa, mas não notou nada de extraordinário. Ela disse isso para Marinette, que o olhou de novo para se certificar que não havia visto coisas a mais. Não, o inchaço ainda estava lá.

Conforme o tempo foi passando, Marinette percebeu que não só ninguém pareceu notar, nem mesmo Nino, seu melhor amigo, como Adrien não falou sobre isso com ninguém. Provavelmente ele não estava confortável em falar seus problemas, mas Marinette ofereceria apoio da mesma forma. Faria isso por qualquer um de seus amigos, mas sendo Adrien, faria isso com certeza.

Esperou o intervalo chegar e quando todos os alunos se dirigiam para o refeitório, Marinette, com um pouco de dificuldade, perguntou discretamente ao menino se eles poderiam falar a sós rapidamente.

Alya e algumas de suas amigas notaram e sorriram achando que finalmente a garota teria coragem para se declarar. Felizmente Chloè e Sabrina não notaram, ao contrário de Nino, que estava ao lado de Adrien na hora e precisou ser arrastado por Alya.

Eles ainda estavam na sala de aula, mas não havia mais ninguém ali.

Adrien estava curioso para saber o que a menina queria conversar com ele, principalmente para saber por que precisava ser tão sigiloso assim.

Ele esperou que ela falasse, mas Marinette percebeu que estava sozinha com Adrien. Já havia acontecido isso algumas poucas vezes, mas ela ainda não se acostumara com a sensação. Poderia se declarar pra ele naquele mesmo momento, mas não estava com coragem para aquilo agora. Saber se ele estava bem era mais importante é tinha sido para aquilo que ela havia o chamado.

— Está tudo bem com você, Marinette? – o loiro disse, ainda não se esquecera da noite anterior, será que ela comentaria com ele sobre a visita de Chat Noir? Ele prestou atenção na conversa dela durante todo o período desde que chegara a escola, para saber se ela comentaria sobre isso com alguém, mas ela nada falou.

— C-comigo? Sim, está tudo ótimo! Quer dizer… Tem um probleminha ou outro, m-mas nada demais, coisa de rotina e escola, c-como todo mundo, n-ne? – Ela estava com as bochechas levemente rosadas – M-mas bem, eu queria saber se estava tudo bem com você, na verdade… – Marinette terminou falando sem olhá-lo.

O garoto ficou em silêncio pela surpresa. Ela estava apenas se certificando se ele estava bem, pela segunda vez em poucas horas, mesmo que ela não soubesse que era ele.

A expressão de surpresa que estava no rosto do menino se transformou em um sorriso adorável, na opinião de Marinette. Ela virou o rosto para ele justamente na mudança de expressão dele.

Antes que ele pudesse responder alguma coisa, ela concluiu:

— É q-que eu p-percebi que você parecia meio cansado e, não que você fique menos bonito por causa disso, q-quero dizer, eu não sei se você comentou disso com alguém, então achei que não ia se sentir c-confortável se eu p-perguntasse na frente de muita gente, por isso pedi pra falar sem mais ninguém ouvindo, eu tive problemas pra dormir há alguns dias e eu precisei de ajuda, e isso r-realmente fez bem, o que eu quero dizer é que se você precisar de alguém com quem falar ou, ou se eu puder ajudar em alguma coisa, eu ficaria feliz em p-poder ser útil… – Ela apenas parou por precisar respirar.

Adrien estava fascinado com o que a menina havia dito. Se sentiu importante para alguém, necessário. E o melhor é que não precisava ser Chat Noir para se sentir assim.

— Você nunca deixa de me surpreender, Marinette – ele disse, sua voz era suave, a gratidão estava expressa em cada sílaba.

O rosto da menina passou de um leve tom rosado para um vermelho vibrante. Mas, ainda assim, ele fingiu não notar.

— Eu não consegui dormir muito bem a noite, mas não é nada que precise se preocupar – ele disse ainda extasiado pelo sentimento de se sentir relevante – Mas se acontecer alguma coisa, você será a primeira pessoa quem eu vou procurar – ele sorriu – e espero que faça o mesmo!

Marinette estava sem reação, mas ainda assim tentou se forçar para dizer alguma coisa.

— A-an… M-mas é c-c-claro que sim! E-eu, a A-alya está me esperando, f-foi ótimo f-falar com v-você!

Ela se virou depressa, para sair dali o mais rápido possível, mas acabou batendo em uma das mesas com força.

— Você está bem? – Ele se aproximou dela, preocupado.

— Ó-ótima!

E saiu apressada.

O loiro ainda ficou alguns segundos parado, sorrindo. Sentia-se incrivelmente bem.

— E então? – Alya perguntou.

Ela, Rose, Juleka, Alix e Mylène estavam sentadas em uma mesa, a qual Marinette se dirigiu.

— E então o que? – Marinette perguntou, sua voz ainda continha um pouco do nervosismo que sentira há apenas alguns segundos.

— Como assim o que? – Mylène perguntou – A sua declaração pro Adrien é claro! Como foi?

— Você está tão vermelha! E parece tão feliz! Claro que deu tudo certo, não foi? Vocês se beijaram? Estão namorando? – Rose perguntou, fazendo Marinette ficar ainda mais enrubescida.

— O quê? – Marinette perguntou incrédula – N-não foi nada disso! Eu apenas perguntei se ele estava bem, por causa da expressão dele o dia todo!

As quatro meninas a encararam descrentes, os sorrisos desapareceram.

— O que você quer dizer com “só perguntou se ele estava bem”? – Alya olhou confusa para ela.

— Bem, ele disse que se acontecesse alguma coisa eu seria a primeira pessoa a saber e que era pra eu fazer o mesmo, e sorriu daquele jeito que só ele é…

Marinette estava sorrindo de modo que seus olhos ficassem fechados de tão largo que era o seu sorriso, as mãos seguravam o rosto e ela balançava o corpo de um lado para o outro a medida que falava.

— Você está dizendo que fez tudo isso, causou toda essa expectativa para perguntar se ele estava bem? – foi a vez de Alix falar.

— Ah, mas eu vou dar um jeito nisso agora! – Alya decidiu.

— C-como assim? O que você vai fazer? – Marinette temia pelas próximas ações da amiga.

Alya levantou o braço, acenando para Nino que havia acabado de terminar de preparar sua bandeja com sua refeição, ele havia esperado Adrien para preparar o que ia comer e os dois estavam juntos. Ao ver Alya acenando para ele, ele se dirigiu à mesa das meninas, sendo acompanhado por Adrien logo atrás de si.

Nino sentou-se ao lado de Alya e Adrien ao lado de Nino, que coincidentemente era, também, ao lado de Marinette. Havia oito cadeiras na mesa, e antes dos meninos chegarem, duas estavam desocupadas.

— Sobre o que estavam falando? – Adrien perguntou, na expectativa de saber se Marinette comentara algo sobre Chat Noir.

— Escola – Alya respondeu – Vamos ter provas em algumas semanas, vocês já começaram a estudar?

Nino pareceu surpreso com a nova informação enquanto Adrien estava tranquilo. Ele tinha que se manter o menino perfeito para o pai dele, isso significava que estudava constantemente para que suas notas não baixassem, principalmente para que ele não mudasse de ideia sobre a escola e decidisse que seria melhor que o filho voltasse a estudar em casa.

As meninas apenas ficaram pensativas tentando descobrir onde Alya queria chegar. Elas estavam falando sobre tudo, menos escola, mesmo antes de Marinette chegar, não haviam sequer tocado nesse assunto.

— As provas são daqui a poucas semanas? – Nino perguntou surpreso – Cara, por que não me avisou? – ele perguntou, dirigindo-se a Adrien.

— E como eu ia saber que você não sabia? – Adrien se defendeu.

— Pelo menos eu já estou por dentro do conteúdo de todas as matérias, menos uma ou outra, mas nada que não dê para eu me virar! – Nino disse.

— Ah, eu queria poder dizer o mesmo… – Marinette pensou em voz alta, fazendo com que virassem para ela.

Ela estava mais tranquila sobre suas preocupações, mas isso não significava que elas desapareceram. Podia até estar dormindo melhor, mas sua concentração só estava perfeita quando seu corpo se enchia de adrenalina na hora das batalhas. No resto do tempo estava a desejar. Isso significava que estava indo um pouco mal em algumas matérias. As que gostava estavam a salvo, outras ainda davam para recuperar, mas uma em específica estava complicada…

Todos permaneciam quietos para que ela pudesse falar algo mais sobre isso. Ela percebeu o olhar dos seus amigos sobre si, particularmente o de um certo loiro, que a olhava como quem dizia “nós não acabamos de conversar sobre isso?”.

Alya percebeu que a menina dificilmente falaria mais alguma coisa sobre isso, e antes que o assunto morresse ou passassem para outro ela se pronunciou:

— É mesmo? Tem alguma matéria que você não se garante? Suas notas sempre pareceram tão boas…

— Assim, não tem nenhuma que seja um caso perdido…

— Mesmo? – Alya a pressionou, fitando a garota intensamente. Ela sabia perfeitamente que aquilo não era de toda verdade, tinha plena consciência de como iam as notas da garota. Todas muito bem ou razoáveis, exceto uma que sempre a pegava.

— Olha, eu não estou muito bem em física – a menina admitiu.

— Mesmo? – Adrien falou, ao seu lado – Você podia ter me falado, é a minha matéria favorita! Se quiser eu posso te dar uma ajuda!

As meninas, inclusive Marinette, olharam para Alya, finalmente compreendendo o que ela arquitetara em tão pouco tempo e surpresas em como aquilo deu certo. Alya por sua vez, sorria vitoriosa.

— Você podia? – Marinette desviou o olhar de Alya para Adrien, o garoto sorria. Ele confirmou com a cabeça.

— Podíamos fazer um grupo de estudos! – Adrien completou.

As meninas recusaram prontamente, mas Nino fez uma expressão alegre de como quem ia aceitar, mas acabou recusando com uma careta de dor após levar um chute de Alya por baixo da mesa.

— Bem, então parece que seríamos só nós dois, Marinette. Algum problema pra você? – A menina ficou calada.

— Mas é claro que não tem nenhum problema, né, Marinette? – Alya respondeu por ela – Podia ser até na casa dela, onde vocês ficariam mais confortáveis. Os pais da Marinette adoram receber visitas e eles ainda fazem lanches deliciosos!

Adrien lembrou-se da vez que fora lá para treinar para uma competição de video game. Os pais dela eram realmente bem hospitaleiros e cozinhavam muito bem!

— Seria ótimo! – Adrien se prontificou – Quando você está livre?

Ele sorriu para ela e aquilo bastou para que acertassem se encontrar duas vezes por semana, que era quando o menino não teria nem esgrima, nem aula de mandarim ou qualquer outra atividade que fizesse fora da sala de aula. Marinette dissera que estaria livre nos horários que ela sabia que ele não teria nenhum compromisso, a propósito, não tinha decorado a agenda dele para nada.

O primeiro encontro dos dois seria exatamente naquela mesma tarde, depois que Adrien terminasse seus afazeres, ela aproveitaria para “limpar” seu quarto, o que significava tirar algumas fotos das paredes e mudar o plano de fundo do seu computador. Tudo antes dele chegar.

Tinha que ser perfeito.


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Notas finais do capítulo

Oi, de novo!

Então, como as datas de postagem estão meio desreguladas, eu queria saber qual dia da semana vocês preferem ou entram mais aqui, e se ficaria melhor novos capítulos pela manhã ou a noite (em torno das 20h)

Vejo vocês depois!



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