Circus escrita por MaryDiAngelo, Semideusadorock


Capítulo 7
Ato VI - Fugitivo


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas e cerejinhas ♥
Como vocês estão? Esperamos que bem!

Good Reading ^-^



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— Pai — Nico o chamou, dando dois toques na porta do quarto e abrindo a porta. — Nós precisamos conversar.

Hades franziu o cenho, voltando seu olhar para o filho passando pela porta. Estava sentado na ponta da cama, procurando algumas coisas nos livros que havia pego na biblioteca principal da cidade que lhe pareceu bem suspeita.

— Sobre? — questionou, estranhando o fato de ele estar em casa tão cedo.

— Isso não vai dar certo. — Pontuou.

— O que?

— Eu não consigo ficar perto de Thalia. Não desse jeito. Ainda mais com a Bianca ali do meu lado dando risada sempre que acontece alguma coisa e...

— Ela te deixou no vácuo de novo?

— Isso não vem ao caso! — Nico repeliu, confirmando as suspeitas do pai quando seu rosto se tingiu de vermelho. — Então, eu meio que me retirei da missão e tal...

— Bom — Hades se levantou —, então você tem duas semanas para conseguir a confiança dela. E eu deixo Bianca fora disso para evitar mais micos, tudo bem?

— Eu acabei de falar que não consigo! Cada vez que eu fico perto dela, fica um clima estranho e eu acabo me afastando mais dela. Eu vou acabar falhando na missão! — seu timbre denunciava que estava incrédulo. Seu pai havia mesmo o escutado?

O pai o fitou por alguns segundos impassível. Depois, deu as costas e saiu para entrar no banheiro do quarto, deixando-o para trás sem uma resposta concreta verbalizada, pois em sua mente estava um “eu não me importo, meu amor”.

— Você tem duas semanas! — a voz soou abafada de trás da porta do banheiro, fazendo Nico levantar as mãos em sinal de frustação. Isso não se faz!

Com isso, ele decidiu que não conseguiria ficar em casa depois do que havia sentido com a garota. Então, Nico pegou sua jaqueta preta e vestiu, saindo de casa com um destino em mente. Provavelmente se Hades descobrisse o que ele estava tramando iria matá-lo. Mas não era como se não tivesse se arriscado em sua vida.

Assim, se viu parado em frente a tenda do circo, seus olhos passando por todos os filetes que caiam aos poucos. No estado deplorável que aquela tenda estava, cheia de buracos. Seus olhos oscilando entre a realidade e a ilusão que alguma criatura estava causando do lado de dentro.

— Nico? — a voz tão familiar o fez subir as sobrancelhas, surpreso por ser notado tão rápido e pela pessoa certa.

Thalia sorriu, saltitando nas pontas dos pés até ele, como uma criança feliz.

— O que está fazendo aqui? Veio ver mais uma sessão?

— Na verdade, eu vim falar com você... Tem um minuto? — Nico olhou para o céu escurecendo, comprimindo os lábios, já deveria ser por volta das sete horas. Hades iria surtar. Vir de noite no circo era pedir para morrer. Ainda mais sozinho.

— Claro! — ela sorriu, abraçando seus próprios braços conforme acompanhava o andar dele para longe da tenda.

— Eu queria me desculpar por hoje mais cedo — começou ele, suspirando baixo e levando as mãos para os bolsos da jeans negra. — Meio que... Eu não sei! — admitiu. — Eu queria manter nossa essência de quando éramos crianças, sabe? O jeito tão bom que nossa amizade tinha..., mas eu notei que nós dois mudamos muito. E queria me desculpar por... Bom, você sabe.

Thalia sentiu seu corpo aderir a uma quentura involuntária. Maldita vergonha.

— Tudo bem, Nico. Eu entendo... — respondeu, abrindo um pequeno sorriso. — Me desculpe também, eu mudei muito também... Não sou mais aquela garotinha de quando eu tinha dez anos.

— Mas eu adoraria que você voltasse a ser minha amiga — Nico viu uma brecha e juntou com uma ideia maluca que havia surgido em sua cabeça. — Então, jantar na minha casa depois do espetáculo?

— Eu não sei se meu pai vai deixar — mordeu o lábio inferior, contrariada —, mas se ele deixar, é claro!

— Fala pra ele que eu vou te levar até lá e, se quiser, eu posso te trazer de volta. Não tem com o que se preocupar — o di Angelo sorriu levemente, vendo-a corar e assentir.

— Thalia nosso uni... — Leo interrompeu a gritaria assim que viu Nico, deixando a palavra “unicórnio” morrer em seus lábios e emendar outra para disfarçar: — cavalinho fugiu!

— Eu tenho que ir — Thalia riu baixo, desviando o olhar do chão para o moreno a sua frente e acenando brevemente com a cabeça antes de dar as costas e correr em direção a tenda. Assim que entrou, gritou: — Oh, caralho! Vem aqui, meu filho!

— Talvez tenha sido minha culpa... — o Valdez confidenciou meio apreensivo, vendo o cavalo alado branco pular entre as pessoas sem se importar, parecendo estar se divertindo muito com o fato de ser um unicórnio rebelde.

— Quando não é? — ela retrucou, pulando nos degraus e ouvindo as madeiras gemerem pelo peso sem aviso prévio. Começou a se esgueirar nas pontas dos pés até estar perto o suficiente do unicórnio. — Vem aqui, tu tem que parar de fugir!

Um relincho saiu da criatura, que mais parecia com um “não vai rolar”, começando a saltitar em zig zag para não ser capturado tão fácil.

— Sério, as vezes eu me pergunto o que essas pessoas estão vendo! — Leo comentou, observando a amiga se esticar por cima de uma garota para segurar uma das patas do cavalo, que se virou com uma cara indignada, bufando.

Assim, o unicórnio apagou. Thalia fechou os olhos, ouvindo o baque quando ele atingiu o degrau, fazendo as madeiras reclamarem e não cederem ao peso por um milagre.

— Obrigado, foi bem mais fácil apagar o bichinho — o lobo negou em reprovação.

Um troll caminhou até eles, pegando o unicórnio como se fosse um pequeno gato de estimação, indo em direção as cortinas e entrando ali com ele nos braços.

— Pronto, problema resolvido — Thalia deu-se por satisfeita, colocando as mãos na cintura.

Ela olhou para a entrada da tenda, por onde Jason iria passar. Franziu o cenho, vendo-o arrumar um...terno?

— Onde está indo? — perguntou, apressando-se em pará-lo antes que saísse.

— Indo resolver aquele nosso problema — respondeu o loiro, fitando-a nos olhos por poucos segundos antes de dar as costas, saindo da tenda.

Thalia não teve tempo para ficar com isso na cabeça: logo ela teve que iniciar o show; e, mais tarde, estava se arrumando para ir até a casa de Nico – que, só teve sucesso, pois Leo se prontificou a busca-la –.

— Você não respondeu pra ele?! — o lobisomem questionou, arregalando os olhos ao ver o di Angelo sentado em um banco próximo ao circo, fitando o chão desinteressado. — Gente, esse menino está muito desesperado!

Ela subiu as sobrancelhas, dando um tapa no ombro do amigo, que prendeu a risada.

— Você sabe que eu tenho razão. — Disse, acenando com a cabeça para ele.

Nico, por sua vez, estava concentrado em sua cicatriz de anos atrás. Os dedos vagando pelas marcas do cigarro inusitado, trazendo os pensamentos da infância com a garota. Ela mudou. Eu não estou enganando aquela garotinha que tinha dez anos. Ela não é mais isso. É um monstro. E monstros precisam ser detidos.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça? Alguma teoria? Nós gostamos de ouvir teorias!

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Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥



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