Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Pois é. Como eu disse no anterior... aqui vai mais um.



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Capítulo 14.

 

Mais uma semana passou e só o que eu fazia era fingir que não me machucava ver Lippe no MSN e não falar com ele. Que não ficava mexida com os trechos fofos de músicas que ele colocava na mensagem pessoal.

 

Outra semana, e eu não aguentava mais. Todo dia acontecia a mesma coisa. Eu abria uma janela de conversa mas não sabia o que dizer. Ele digitava várias vezes, mas sempre acabava escrevendo uma mensagem pessoal.

 

O dia de hoje não estava sendo muito diferente. Porém, quando fui fechar a janela de conversa, algo foi dito. Era mais um trecho de música. Dizia: “I wanna tell you about the day we first met and how I feel when you’re holding me tight (Eu quero te dizer sobre o dia em que nos conhecemos e como eu me sinto quando você me abraça apertado).”

 

Estava com parêntese e tudo. Resolvi completar: “Oh, and how you’ve changed my life (Oh, e como você mudou minha vida).”

 

Esperava que ele simplesmente saísse, ou escrevesse o mesmo trecho na mensagem, mas não.

 

*Acho que essa história de escrever música ta ficando chata.

 

*Foi você que começou.

 

*Eu sei. Por isso mesmo... Tá na hora de falar diretamente com você.

 

*Oh... Ele resolveu amadurecer.

 

*Não fala assim... Pensa que pelo menos eu vim falar com você

 

*Devo me sentir honrada? Me desculpe, Sr. Felippe.

 

*Aff, Babi. Sabe que não é isso que eu quero dizer.

 

*Então diz o que quer dizer. A gente já perdeu muito tempo enrolando.

 

*Eu não tava te enrolando.

 

*Não foi o que eu disse.

 

*Mas ficou implícito.

 

*Se é o que você pensa... Ok.

 

*Então, já que quer tanto, eu digo o que realmente quis dizer aquela hora.

 

Meu coração disparou. Será que, mesmo ainda estando, tecnicamente, brigado comigo, ele diria que me ama?

 

*Ótimo.

 

*Quis dizer que eu tive coragem de falar com você. Mas você não teve coragem de falar comigo.

 

Claro que ele não ia dizer.

 

*Não foi por falta de coragem. Eu não quis. Simples.

 

*Sério?

 

*Claro que sim. Não acredita em mim?

 

*Acredito.

 

*Ok.

 

*Tenho que sair

 

*Tá legal.

 

*Tchau. Beijos.

 

*Tchau.

 

Assim que ele saiu, comecei a chorar. Não queria ser tão fria. Não queria mesmo. Mas era inevitável... Eu sentia necessidade de falar aquelas coisas. Mesmo que doesse.

 

Mais uma semana... E depois mais uma. Ótimo, um mês sem falar direito com Lippe. Na metade da terceira semana ele desistiu de tentar conversar comigo Eu fiquei péssima. Precisava falar com ele, mesmo que fosse pra cortá-lo.

 

Por isso que eu estava sentada na varanda de uma casa desocupada bem na frente da casa dele e... Oh meu Deus. Era a casa com a qual eu sonhava antes de conhecê-lo... Por falar em sonho, tinha parado de sonhar com ele. Não sei porque... Vai ver era por estarmos afastados... Sei lá. Voltando a casa... Quando me dei conta do local, me arrepiei. Será que meus sonhos se tornariam reais, literalmente?

 

 

Fiquei mais algum tempo pensando, até que resolvi voltar pra casa. Estava quase na esquina, quando uma voz um tanto familiar me chamou.

 

_Babi!

 

Me virei pra ver com era e dei quase de cara com Diego, irmão do Felippe.

 

_Ah... oi Diego...

 

_Que faz aqui?

 

_Nada de bom. Tava sentada na frente da sua casa...

 

_Como assim?

 

_Na verdade, na varanda daquela casa desocupada em frente a sua...

 

_Aah... Fazendo o que lá?

 

_Pensando...

 

_Na vida?

 

_Por aí...

 

_Hm...

 

_Na verdade, eu pensava se batia na sua casa ou não...

 

_E por que optou pelo não?

 

_Por que sou covarde.

 

_Ei, não diz isso.

 

_Mas é verdade...

 

_Não é, não... Mas... sabe, não quer aproveitar que ainda tá aqui e ir até lá?

 

_Não não... Acho melhor não.

 

_Que isso... Vai falar com ele... Ele não aguenta mais ficar sem você..

 

_Ok... Eu acho.

 

_Vai mesmo.

 

_Tá bom... Você já volta?

 

_Não... to indo encontrar uns amigos no cinema.

 

Isso me lembra algo... O que mesmo? Ah, claro.

 

_Aaaaaah, por falar em cinema, Sr. Diego... Por que fez aquilo?

 

_Aquilo o que?

 

_Não se faz de desentendido. Sabe bem do que eu to falando.

 

_Bom, talvez eu saiba... Mas juro que não lembro.

 

Olhei ameaçadoramente pra ele.

 

_Quer que eu te faça lembrar?

 

_Não precisa, acabei de lembrar.

 

_Ótimo.

 

_Eu queria que vocês conversassem... Sei lá. Que pelo menos se vissem.

 

_Hm... É mas... Caso você não lembre, foi por eu marcar com duas pessoas no mesmo lugar que o Lippe brigou comigo.

 

_Foi mal...

 

_Tudo bem. Agora me deixa ir antes que fique tarde. A propósito, seus pais estão em casa, né?

 

_Hã... claro... que tão.

 

Fiquei meio desconfiada, mas assenti.

 

_Ok...

 

Andei até a casa deles com o coração pulando no peito e os dedos quase caindo de tanto tremerem. Não, imagina, eu não estava nervosa. Nem um pouquinho, juro.

Cheguei até a casa e toquei a campainha. Esperei pelo menos 2 minutos e já estava quase tocando novamente, quando a porta foi aberta.

 

ADIVINHA quem abriu?

 

ÓBVIO que foi ele.

 

Precisei de alguns segundos para lembrar de como se fazia para respirar. (Totalmente Twilight, eu sei. Mas juro que aconteceu)

O porque disso tudo? Simples. Ele estava de calça jeans um pouco justa e regata BRANCA. Só porque não podia agarrá-lo pelo pesocço. Merda.

 

_O-oi..._ posso saber porque eu gaguejei? Ah, claro. Porque eu ainda sou a Bárbara e sou idiota.

 

_Oi.

 

_Será que..._ engoli em seco_ agente podia conversar?

 

_Se for pra eu ficar levando corte, não.

 

Ele já estava fechando a porta, mas eu o impedi.

 

_Ninguém te ensinou que é falta de educação fechar a porta na cara das pessoas?

 

_Será que você não viu que eu tava tirando a corrente que me impede de abrir a porta um pouco mais?

 

_Não...

 

_Ok.

 

Ele fechou a porta, destrancou, saiu e depois a fechou. Sentou-se no primeiro degrau da varanda e fez sinal para que eu me sentasse ao seu lado.

 

Sentei e começamos a conversar. Durante quase toda a conversa, eu chorei ou gritei. Ele também gritava. Nós estávamos brigando mais do que há um mês atrás. A diferença é que não estávamos com raiva, exatamente.

 

De repente, paramos de falar (ou gritar...) e ficamos nos encarando. Lippe então abaixou a cabeça e começou a chorar. Aí éramos os dois chorando que nem crianças.

 

_Chega... Eu vou embora. A gente só se machuca.

 

Levantei e desci os dois degraus até a calçada. Lippe desceu correndo e me segurou pelo braço. Senti minhas pernas tremerem e minha respiração falhar quando ele me tocou.

 

_Solta. Tá me machucando.

 

Ele não soltou, apenas diminuiu a força com que me segurava.

 

_Eu já mandei soltar.

 

_Mas eu não quero soltar. A menos que você volte a conversar comigo.

 

_Eu não tenho mais o que dizer.

 

_Claro, foi só você que falou...

 

_Fala de uma vez o que quer falar. E depois me deixa ir.

 

_Vou falar sim. Mas não vou te dexar ir.

 

_E porque não?

 

_Porque já fiquei tempo demais longe de você.

 

_E daí? A gente ficou mais tempo separados do que juntos...

 

_Por isso mesmo... Eu não aguento mais. E quero recuperar o tempo perdido.

 

_Se tem algo que não se pode recuperar é tem...

 

Fui interrompida pelo seu dedo indicador, que ele pousara delicadamente sobre meus lábios, enquanto fazia ‘shhhhh’. Ele foi se aproximando... se aproximando... Estava perto o suficiente pra eu sentir seu hálito... Então ele disse ‘eu te amo’... E me beijou.

 

Nosso beijo começou como sempre começava: doce e calmo. A saudade que sentíamos um do outro estava toda ali, no contato entre nossas bocas. Aos poucos, tudo se intensificou.

 

Quando percebi, minhas pernas estavam envoltas em sua cintura e eu era carregada pra dentro da casa.

 

Dentro de casa, Lippe me deitou suavemente no sofá. Tudo sem interromper o beijo. O clima estva ficando cada vez mais quente. Talvez mais quente que na outra vez...

 

Eu estava tão feliz por ter Lippe outra vez comigo, que nem me dei conta de que estávamos passando dos limites. Eu tinha que interromper, ou poderia me arrepender das consequências. Mas eu não queria interromper, esse era o problema. Tentei várias vezes parar tudo... mas só o que saía da minha boca eram murmúrios.

 

_Lippe...

 

_Hmm?

 

_Pa-para...

 

_Não...

 

Ele continuou me beijando, beijando meu pescoço, alisando minhas costas, minhas pernas... Aí eu perdi as forças que tinha juntado pra tentar pará-lo e me deixei levar novamente.

 

Tentei pará-lo mais umas duas vezes... Na terceira, consegui.

 

_É melhor a gente parar por aqui, Lippe.

 

_Também acho...

 

Ficamos nos encarando por alguns segundos, até que avançamos na direção um do outro ao mesmo tempo. Assim que nossas bocas se encontraram, senti uma espécie de choque. Automaticamente, me afastei. Lippe parecia ter sentido o mesmo, pois sua expressão estava como eu imaginava que a minha estivesse. Ele me olhou e então começamos a rir. Ríamos incontrolavelmente. A cena tinha sido muito engraçada.

 

Primeiro, avançamos um no outro ao mesmo tempo... em seguida, nossas bocas provocaram um choque uma na outra...

A crise de riso não durou muito tempo. Logo estávamos nos amassando no sofá, outra vez.

 

Num ato totalmente impensado (ou não), segurei a barra da camiseta de Lippe e comecei a puxá-la. Estava já na metade, então ele ficou de joelhos no sofá e a tirou. Aí mesmo que eu dei tchau pra vida e só pensei no que via. Não cansava de admirar aquele corpo... Enfim. Fiquei tanto tempo concentrada em sua... han, barriga... que não percebi que ele ria...

 

Ele chegou bem perto de mim e sussurrou no meu ouvido:

 

_Se quiser, coloco de novo a camisa...

 

_Se fizer isso, eu... quer dizer, não precisa. Eu nem reparei e... esquece.

 

_Aham... Onde foi mesmo que paramos?

 

_Hmm...

 

Fingi pensar por um segundo, então sorri de forma um tanto maliciosa e puxei seu rosto na direção do meu, lhe beijando novamente.

Foi aí que tive a impressão de que alguém abria a porta.

Constatei que não fora só uma impressão quando ouvi Diego falando:

 

_Oh meu Deus, tirem as crianças da sala!

 

Fala sério! Alguém tinha sempre que atrapalhar?

 

_Aff, sempre um Diego no caminho.

 

Se olhar matasse, eu estaria perdendo meu namorado para sempre. Eu o fuzilei com o olhar.

 

_Tá, desculpa, meu amor.

 

_Cara, se eu soubesse que o fato de vocês não terem se beijado no dia em que se conheceram ocasionaria isso...

 

Lippe não deixou o irmão continuar, atirou uma almofada na cara dele. Foi impossível não rir das caretas que ambos faziam. Elas se desmancharam em seguida e eles me acompanharam no riso.

 

_Bom... como eu não quero ser assassinado pelo meu próprio irmão ou coisa do tipo, vou pro meu quarto. Finjam que ainda estão sozinhos... Prometo que não vou filmar...

 

_Mano, cala a boca!

 

_Diego, não precisa subir. Ou melhor, não quero que você suba.

 

Lippe me olhou confuso.

 

_Nem me olha assim, Lippe. É melhor ele não nos deixar sozinhos...

 

_Aah... Tudo bem, então. Você fica, chato.

 

_Se é o que querem...

 

_Na verdade, eu não queria, seu imbecil. Mas acho que a Babi não tava gostando...

 

_Dá pra falar diretamente comigo? É óbvio que eu tava gostando..._ morri de vergonha ao dizer isso. Lippe sorriu._ mas acho que se a gente continuasse... poderia... han... a gente poderia... foi melhor parar pra evitar arrependimentos... se é que me entende.

 

_Acho que entendi.

 

_Ótimo.

 

Nessa hora eu estava mais vermelha que tomate maduro e falava em apenas um fio de voz. O constrangimento não seria tão grande se o mala do meu cunhado não estivesse se contorcendo em uma cadeira de tanto rir da minha cara. E como se não bastasse rir, ele ainda disse:

 

_Isso aí, garota. Explica pro meu irmão que eu não posso ser tio aos 15 anos!

 

Fala sério.

 


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Notas finais do capítulo

E tudo volta ao normal, ooo beleza (ou não, haha)

Capítulo descontraído até demais pro que ainda ta por vir, muahahahaha

Sim sim, muita coisa tem que acontecer, afinal a vida não é um moranguinho :P

Acho que vou postar mais um... ou não, sei lá.
De qualquer forma, até o próximo. Beeijo!

Como disse antes: se alguém quiser comentar...

E como diz uma grande autora do Nyah e do TBF... um 'Oi, to gostando' ou "oi, to odiando' não vai fazer cair o dedo de ninguém... e como a mesma diz... nunca subestime o poder de um review ;) :*