Quando O Amor Chegar escrita por kcaldas


Capítulo 7
O reencontro


Notas iniciais do capítulo

Seguimos contando a história do nosso casal. Agora eles se reencontram três meses depois de recomeçarem as suas vidas. Aurélio finalmente ganhara o respeito em sua profissão e Julieta despertara pelo amor dele.



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Aurélio viajou toda a madrugada. Chegou ao Vale do Café com a lua ainda iluminando o céu. Instalou-se no hotel e tentou descansar, pois sabia que teria um dia difícil pela frente. Era a primeira vez que estaria representando um cliente numa negociação tão importante e de valores tão expressivos. Apesar disso, o seu maior nervosismo era por reencontrar Julieta.

Depois de ter passado com ela os momentos mais doces de sua vida, após se declarar, Aurélio havia prometido esperar o tempo dela e aguardar uma resposta, deseja-a mais do que a própria vida, mas prometeu esperar. Julieta parecia corresponder ao seu amor, mas, mesmo assim, permaneceu em silêncio durante todo esse tempo. Aurélio não entendia o silêncio ininterrupto da amada, perdeu a conta de quantas noites passou em claro pensando nela e no futuro que sonhava para os dois. Não imaginava mais a sua vida sem a sua Julieta. Sem o seu amor. O amor era tanto que chegava a doer o peito de tanta saudade. A cada dia via renovar a esperança de receber uma mensagem dela o chamando de volta, mas o cair da noite trazia a tristeza de mais um dia mudo sem sinais de Julieta. Quanto mais o tempo passava a vida deixava aos poucos de ter o colorido daquele dia na cachoeira do Vale do Café e ganhava a cor cinzenta de SP, suas esperanças de rever Julieta aos poucos iam se desfazendo.

Essa reunião de negócios no Vale do Café fez a esperança pulsar novamente. A vida profissional que conquistou lhe levaria, mesmo que sem planejar, ao encontro de Julieta. Finalmente ia vê-la novamente. Sem quebrar a sua promessa de esperar por ela, o destino o levava novamente frente a frente à Rainha do Café. O destino, talvez, queria lhe pregar uma peça novamente, mais uma vez eles estariam defendendo interesses opostos.

A família Venâncio era a segunda produtora de café da região, apenas perdia para a fazenda Ouro Verde. Entretanto, rumores de que a fazenda não ia bem se espalhavam pela região do Vale. Os cafezais da já davam sinais de exaustão e as terras estavam quase improdutivas. O sr. Venâncio estava relutante em vender a propriedade que era de sua família há gerações, por outro lado, Julieta tinha interesse na compra devido a nascente de água que passava pelas terras, o que fazia parte de sua estratégia de expansão. Além disso, a água era importante fonte para outras propriedades da região, inclusive de Xavier Vidal, seu inimigo declarado no Vale do Café.

Aurélio chegou primeiro à fazenda. Reuniu-se com o advogado do escritório Araújo para estudar o caso da venda da propriedade. Convenceu-se que o cliente não queria perder suas terras, principalmente porque as terras estavam desvalorizadas. Discutido os termos com o cliente ficaram à espera da outra parte: Julieta Bittencourt.

Pontualmente às cinco da tarde ela chegou, acompanhada de Suzana e de seus advogados. Ao adentrar o salão principal chamou a atenção toda pra ela. Tinha pouca altura, mas uma postura imponente que a fazia gigante perante aqueles homens. Dirigiu o olhar por todos os presentes num breve cumprimento. Entretanto voltou os olhos novamente não acreditando no que tinha visto. Estremeceu. Seus olhos não tinham lhe enganado, Aurélio estava presente ali também, com o olhar hipnotizado sobre ela. Inconscientemente deixou escapar um “Ai meu Deus” numa voz quase muda, reprodução de seu pensamento. Em segundos seu sorriso desapareceu. “O que ele estaria fazendo ali?”

Refeito do transe em que se encontrava com a presença de Julieta, Aurélio foi rapidamente ter com ela:

— Boa tarde Julieta, como está?

— Senhor Aurélio, o que faz aqui? Pensei que estava na capital.

— Eu estava sim a trabalho. Será que eu poderia falar em particular com a senhora antes da reunião começar?

Julieta, um pouco constrangida com a situação, mas sem entender o que estava acontecendo fez sinal que sim. Encaminharam-se para uma sala menor ao lado do salão. Julieta estava muito nervosa andando de um lado para o outro sem parar, visivelmente abalada. Aurélio mal teve tempo de fechar a porta e ela disparou:

— Eu posso saber o que o senhor está fazendo aqui?

— Calma. Eu vou explicar... Os advogados do escritório Araújo, representantes do Sr. Venâncio, pediram ajuda a Jorge, se tratando de uma grande negociação que fariam aqui no Vale. Jorge achou mais adequado que eu viesse. Eu só soube depois que a negociação era contra você.

— Ah, e mesmo assim o senhor veio! Mesmo sabendo que era uma negociação contra mim, que a compra dessa fazenda é fundamental para os meus negócios, o senhor veio? Só pode ser para me afrontar? Tentar impedir, mais uma vez, que eu alcance meus objetivos. – Julieta estava descontrolada. Tinha decidido procurar Aurélio, confessar que o amava, mas antes que pudesse fazer isso, o encontrava como seu adversário mais uma vez? Como pôde se enganar com aquelas juras de amor?

— Calma Julieta. Não é nada disso. Eu não estou aqui pra jogar contra você.

— Ora Senhor Aurélio, poupe a minha inteligência. Se o senhor representa o sr. Venâncio o senhor está contra mim.

— Eu sou representante do sr. Venâncio, mas não sou seu inimigo, por favor, não me veja assim.

Ela permaneceu calada, desviou o olhar dele. Ele se aproximou tão perto que ela podia sentir o calor do corpo dele. Ela se sentiu frágil, queria morar naqueles braços. Ele a olhou nos olhos, do jeito que só ele sabia, mal ela podia sentir as pernas. Os olhos dele estavam mais azuis do que o de costume, quase transparentes, suplicantes pela atenção dela.

— Julieta o que aconteceu com você depois que nos despedimos naquela cachoeira? Não é possível que se esqueceu de tudo o que vivemos? Há três meses que eu espero uma resposta sua e não tem um dia durante todo esse tempo que eu não pense em nós dois. Por favor, não me tome como um inimigo, eu não sei porque o destino insiste em nos colocar em posição contrária, mas você sabe muito bem que eu não sou um inimigo a ser combatido.

Ela recuperou a razão, saiu dos braços dele e disse com o seu tom frio e indiferente que lhe era peculiar:

— Não, eu não sei. Então me diga, o que é o senhor? Ou melhor, quem é o senhor?

Aurélio, triste em perceber que Julieta era indiferente a tudo o que eles haviam vivido, tentou como um último suspiro de quem clama pela vida:

— Eu sou um homem, que está apaixonado, na frente da mulher que ama, pedindo a ela que o ame também. Você pode fugir de nós dois, Julieta, mas você não tem o direito de me tomar por seu inimigo. Você é o amor da minha vida. O meu primeiro amor, o meu único amor, amor que a gente só encontra uma vez na vida e que se deixar perder, corre o risco de nunca mais encontrar.

— Eu lamento Senhor Aurélio, mas eu não posso acreditar nessas suas palavras, mesmo desejando que elas fossem verdadeiras. O fato é que, a partir do momento que sairmos dessa sala e o senhor sentar-se do outro lado daquela mesa, nós estaremos brigando por interesses contrários. E, o senhor vai juntar-se a todos aqueles outros homens que também estão naquele salão com a intenção de me derrubar. Mas já lhe adianto que eu sou mais forte que todos vocês juntos, eu que vou ganhar. – Falou estas últimas palavras e saiu da sala.

Aurélio quase não podia acreditar que aquela em sua frente era a mesma Julieta que havia deixado na Cachoeira das Sete Voltas. Nada que ele dizia a fazia acreditar no seu amor, mesmo declarado e selado por aqueles momentos. Ela realmente só o via como um inimigo a ser combatido. Triste, ele desistiu de argumentar. Voltou para o salão principal onde todos o aguardavam para dar início à reunião. Sentou-se no seu lugar. De fato estava em lado oposto ao de Julieta.

As negociações se iniciaram e o clima de tensão era grande. Julieta e Suzana eram as únicas mulheres presentes no meio daquele mar de homens com interesses em tirar o melhor proveito daquela negociação. De um lado uma família tradicional defendendo suas terras, do outro a Rainha do Café interessada em mais uma conquista.

A negociação parecia interminável e entrou noite à dentro.

O Sr. Venâncio não admitia vender a propriedade pelo preço oferecido. Ele sabia que as terras estavam com baixa produção, mas era ali que ficava a mais importante nascente de água.

Julieta insistia que a venda era o melhor a ser feito e que estava oferecendo um preço justo, já que não havia muito o que produzir naquelas terras.

Os advogados se debatiam em discursos eloquentes tentando convencer cada parte de que a outra é que tinha razão. Os argumentos pareciam infindáveis até que Aurélio propôs:

— Senhores eu acho que eu tenho uma solução para as partes.

Nesse momento se fez silêncio.

— Proponho um contrato de arrendamento por um ano. Dona Julieta ao invés de comprar as terras, nesse momento apenas às arrendaria, detendo total e irrestrita exploração das mesmas, inclusive da nascente de água. Nesse período poderá recuperar a produtividade da fazenda aumentando assim a sua valorização. Em contrapartida, o sr. Venâncio assume o compromisso de que, com a valorização das terras no período de um ano, dará prioridade a dona Julieta nas vendas da terra, com o valor que achar justo abatendo do preço final a quantia investida por ela na recuperação das terras. O que acham?

O silêncio permaneceu por mais alguns minutos. Todos estavam boquiabertos com a solução proposta por Aurélio. Parecia tão óbvia mas tão distante daqueles interesses excessivamente opostos. Quando ele finalmente colocou a proposta na mesa, parecia desanuviar aquele mar sem fim de discussões.

Suzana quebrou o silêncio.

— O senhor está propondo uma conciliação Sr. Aurélio?

— Sim, exatamente uma conciliação! O meio do caminho em que eu acredito que as duas partes só tem a ganhar.

As conversas paralelas foram retomadas, os advogados conversavam entre si, agora com as suas partes analisando a proposta do Dr. Aurélio.

Julieta ainda estava em silêncio não podia acreditar naquilo que acabara de ouvir. Aurélio realmente não a combatia, ao contrário, ele tentava uma solução. Ela estava enganada e ele certo o tempo todo, não era o seu inimigo, era o seu amor. Discretamente ela sorriu e quebrou o seu silêncio.

— Aceito a proposta. Estou disposta a investir e recuperar a produção das suas terras sr. Venâncio, desde que eu tenha a prioridade na venda após um ano.

— Pode ter certeza que sim dona Julieta. Também aceito os termos e condições propostos! – disse o sr. Venâncio apertando a mão de Julieta.

Enquanto esperavam para assinar os olhos de Julieta procuravam Aurélio para agradecer, mas não o encontrou. Terminada a negociação ele foi esperar do lado de fora do salão. Já tinha feito o seu papel de conciliador, agora esperava os seus colegas apenas finalizarem os termos do negócio.

Julieta precisava falar com ele. Desfazer o julgamento que fizera há algumas horas. Pediu a Suzana que cuidasse de ler cuidadosamente os termos negociados enquanto ela iria tomar um pouco de ar e voltaria em breve para assinar o contrato.

Ao sair do salão avistou Aurélio na varanda da casa grande encostado na mureta olhando o céu estrelado.

— Parabéns pela sua eloquência, eu não sabia que advogava tão bem.

— Obrigado. Dediquei o tempo em SP a aprender a advogar. Nunca foi uma paixão, mas era a minha formação. Afinal, depois que perdemos tudo para a senhora eu precisava prover o sustento da minha família.

Julieta sentiu nas palavras de Aurélio um tom bem diferente daquele Aurélio de algumas horas atrás.

— O senhor foi brilhante. Propôs a melhor solução. Conseguiu que as duas partes saíssem contentes mesmo depois de horas de discussão. Eu nunca vi duas partes saírem felizes depois de um litígio. Pra mim sempre foi ganhar ou perder. Desculpe-me pelo o que eu disse hoje mais cedo, eu fui injusta. O senhor é uma boa pessoa, e, realmente não é um inimigo. – Julieta tentou alguns passos tímidos para tentar se aproximar dele.

Aurélio recuou.

— Entenda. Eu vivo num mundo de homens tentando passar por cima de mim o tempo todo. Eu não tive escolha, ou ganhava ou era atropelada pela vida. Eu jamais conheci um homem como o senhor. Aliás, eu jamais conheci alguém com tamanha sensibilidade e generosidade.

— Eu não sei a sua história e nem posso responder pelo o seu passado Julieta. O que eu sei é que eu estou no seu presente e mesmo estando rouco de tanto gritar o meu amor por você, você precisou de uma mesa de negociação para entender que eu não sou igual aos homens que você conheceu.

— Aurélio, por favor, não cometa o mesmo erro que eu cometi, não me julgue como eu julguei você. Você tem um coração nobre, generoso, dê-me a chance de consertar as coisas.

— Julieta eu nunca fui tão sincero em toda a minha vida. Amo você como nunca amei ninguém na minha vida. Atirei-me de peito aberto e declarei o meu amor. Esperei uma resposta sua. A cada raiar do sol nascia a esperança de receber uma mensagem sua e, no fim do dia só o que eu tive foi a tristeza de conviver com o seu silêncio e sua indiferença. Você não se deu ao trabalho nem ao menos de me dizer que eu não te esperasse mais.

— Eu não estava pronta, agora eu estou!

— Agora está? O que mudou?

— Eu já tinha me decidido antes, mas depois de hoje eu não tenho mais nenhuma dúvida.

— É uma pena que você precisou de um contrato de arrendamento de terras para entender o meu amor por você Julieta. Ele era muito mais simples que isso. Aliás, precisamos assinar o contrato, eu vou verificar se está pronto, com licença.

Ao tentar sair, Julieta alcança o braço dele.

— Aurélio.

Ele parou e se virou para ela. Surpreendeu-se com a atitude de Julieta. Ela selou a boca dele com um beijo desesperado, na tentativa de conseguir o perdão pelo mal que causou. O beijo é com paixão, rápido, mas com tempo suficiente para fazer Aurélio recuar.

— Não me dê a minha sentença antes de ouvir a minha defesa...

Aurélio, não respondeu nada ainda sem entender a atitude dela.

— Ainda esta noite, mais tarde eu te procurarei no hotel, ouça-me e só então tome uma decisão.

O silêncio tomou conta daquela varanda por milésimos de segundos. Aurélio não respondeu nada, mas acariciou o rosto dela, o que a fez entender como um sim.

Voltaram para o salão principal, ele foi primeiro, verificou os termos do contrato, pegou a assinatura de seu cliente. Julieta demorou um pouco mais do lado de fora, precisava disfarçar o estado emocional em que se encontrava. Quase perdeu uma guerra sem ao menos ter tido a chance de lutar por ela. Uma guerra que ela travava com ela mesma. Contra o seu próprio orgulho e suas crenças. Aurélio definitivamente mudara a sua vida e não iria perdê-lo sem ao menos tentar.

Voltou ao salão. Recebeu o sim de Suzana e assinou o contrato. Ao terminar de assinar a papelada olhou uma última vez para Aurélio e encontrou os mesmos olhos azuis pelo qual se apaixonara e disse sem dizer palavras “obrigada”!

Julieta precisava se livrar de Suzana para encontrar Aurélio. Não precisou pensar numa solução, a amiga mesmo se adiantou:

— Julieta, agora que está tudo resolvido, será que se incomoda se eu não for pra casa com você agora? Está uma noite linda e eu gostaria de ir até a casa de chá. Aliás, você não gostaria de vir comigo?

— Não Suzana, obrigada. Estou exausta. Irei para a casa, mas é claro que você pode ir, não me importo, desde que amanhã cedo esteja pronta para uma reunião.  

— Está bem. Partirei com os cavalheiros então. Vou à casa de chá e não demoro, logo pego um coche para a casa.

— Ótimo! – “Suzana nunca foi tão eficiente” – Julieta pensou e sorriu discretamente.

Suzana partiu na frente com os advogados. Aurélio em seguida. Julieta gastou um tempo conversando com o sr. Venâncio e sua esposa, agora em clima ameno. Aproveitou para se inteirar da real situação da fazenda e a situação dos proprietários que se utilizavam da fonte de água que agora era sua. A conversa durou por cerca de uma hora, tempo para que todos que haviam saído antes já tivessem chegado há bastante tempo aos seus destinos.

Despediu-se do Sr. Venâncio e partiu ao encontro de Aurélio.

No caminho Julieta pensava nele. No cortejo que ele lhe fazia. Nas declarações de amor. Seus beijos e carícias. Nos momentos inesquecíveis na cachoeira, dia em que ele despertou Julieta Sampaio e a trouxe de volta a vida. Pensou nos conselhos do Padre. Não estava condenada ao luto. Deveria aceitar o presente que a vida estava lhe proporcionando. Precisava o quanto antes dizer tudo isso a Aurélio e rezava para que ele a perdoasse pelas acusações que ela havia feito naquele dia mais cedo. Enquanto estava imersa em seus pensamentos sua charrete parou de repente, causando um pequeno impacto que a fez despertar.

Assustada Julieta abriu a porta para saber do que se tratava e viu homens mascarados cercando sua charrete.

— O que está acontecendo aqui. – Julieta viu Tião, seu cocheiro, desmaiado – O que vocês fizeram com Tião? Eu exijo que nos deixem ir embora. Eu sou a Rainha do Café e essa afronta trará duras consequências.

— Aqui a senhora não é Rainha de nada. – disse um dos mascarados que lhe apontava uma arma. – Acalme-se, minha proposta para a senhora é bem simples. A senhora deve desistir do negócio que fechou com o Sr. Venâncio e, o mais importante, deixar o Vale do Café ainda esta noite. Assim poupará a sua vida, já a do seu funcionário não garanto que sobreviveu, mas poderá levar o corpo.

Julieta não conseguia raciocinar direito. Estava em pânico, mas não se abatia pelas ameaças do inimigo.

— Então Rainha, o que me diz.

— Minha resposta é não.

O homem mostrou-lhe a arma.

— A Rainha parece que não entendeu a minha mensagem. Ou desiste do Vale do Café e parte hoje mesmo, ou seu destino será esse aqui. – mostra a arma novamente girando o tambor para intimidá-la.

— O senhor não me amedronta. Eu não conheço a palavra desistir. Aceito a morte se esse for o meu destino. Não vai me fazer desistir das minhas conquistas. Vai ter que me matar para me fazer parar.

— Eu acho que a senhora está muito nervosa, não teve tempo suficiente para refletir na minha proposta. Está com sorte porque eu estou com paciência hoje. - Amarrem a Rainha!

— Me solta seus covardes! O que vai fazer comigo?

— Vou leva-la para um outro lugar para que possa pensar melhor. Quem sabe amanhã com a cabeça um pouco mais relaxada a senhora possa rever sua resposta.

— O que fazemos com o empregado senhor? Parece que não respira mai. – disse um dos capangas.

— Deixe aí. Só tirem do meio da estrada. Daqui a pouco os urubus dão conta da carcaça. Enquanto isso, vamos levar a nossa querida Rainha para dar um passeio. Cuidado para não a machucarem muito, afinal queremos que ela esteja bem lúcida pra tomar a decisão certa.

Os mascarados partiram dali levando Julieta. Ela não tinha a menor ideia para onde eles estavam a levando. Estava amarrada e vendada, mas ainda assim, não sentia medo por sua vida. Sentia o coração apertar porque não chegaria ao encontro de Aurélio e se morresse ali não teria a chance de também declarar o seu amor.

Aurélio estava ansioso para a chegada de Julieta. Finalmente poderia ter a resposta que há tantos meses esperava. Entretanto, perdeu a noção de quanto tempo se passou. Desistiu de esperar. Ela mais uma vez escolheu o silêncio.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Espero que esteja se divertindo com a história assim como eu me divirto em contá-la. Deixa o comentário se puder pra eu saber o que estão achando. Já estou pronta para o próximo capítulo. Beijos.