Quando O Amor Chegar escrita por kcaldas


Capítulo 10
Sim ao Amor


Notas iniciais do capítulo

Perdoem os erros, estou num computador que nao esta configurado para o portugues. Tao logo resolvo o problema corrijo o final.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759043/chapter/10

Aurélio quase não conseguia dormir aquela noite. Andava de um lado para o outro no quarto. Não costumava alimentar sentimentos ruins em seu coração, mas depois de tudo o que ouviu de Julieta sobre o passado dela não conseguia não sentir ódio de Osório Bittencourt! Deu um murro na mesinha de estudo, depois se conteve para não acordar o restante da casa. Desejou profundamente que ele estivesse ardendo no inferno que era o lugar que ele merecia estar! Pensou em Julieta chorando e isso o fez chorar novamente. Não conseguia entender como um homem era capaz de cometer tamanha atrocidade com uma mulher. Respirou fundo. Conteve-se novamente. Precisava esfriar a cabeça para procurar Camilo no dia seguinte.

Ao primeiro raio de sol Aurélio saiu rumo ao Cortiço. Queria chegar bem cedo para encontrar Camilo em casa ainda e voltaria para a casa de Jorge antes de seu expediente no escritório do amigo, pois teria uma agenda cheia a cumprir ainda.

Quando chegou ao Cortiço, deu sorte, encontrou Camilo chegando também, tinha ido buscar o pão da manhã como rotineiramente fazia.

— Camilo, bom dia será que podemos conversar?

— Aurélio? Bom dia. O que faz aqui?

— Gostaria de conversar com você? Podemos?

— Claro, venha até minha casa, tomamos um café e conversamos.

Entraram. Jane esperava o marido com um café fresquinho.

— Camilo, não sabia que teríamos visitas. Como vai senhor Aurélio? Tome café conosco, vou colocar mais uma xícara na mesa.

— Obrigado Jane. Você como sempre muito amável.

À mesa do café, Aurélio rompeu o silêncio:

— Camilo, o que me traz aqui é Julieta.

— Minha mãe? Por que? Aconteceu alguma coisa com ela?

— Não... quer dizer. Aconteceu.... Camilo sua mãe está muito triste com a conversa que vocês tiveram, ou melhor, com a conversa que você não permitiu que tivessem. Eu vim aqui para pedir que reconsidere e dê uma nova chance para ouvir sua mãe.

— Senhor Aurélio eu não tenho intenção nenhuma de ouvir minha mãe. Nós já nos magoamos muito e já dissemos tudo o que queríamos um para o outro.

— Camilo, eu sei que Julieta errou muito com você, com Jane, mas acredite, ela está arrependida e verdadeiramente quer o seu perdão. Não condene sua mãe pelos erros do passado, dê uma nova chance a ela. Eu errei muito com Ema também, por amor, mas errei. Escondi nossa falência, acobertei os caprichos dela com medo de vê-la sofrer. O sofrimento foi muito pior depois. Nós pais erramos tentando acertar, você entenderá melhor isso quando tiver seus filhos. Esteja certo que sua mãe pensou que fazia a coisa certa.

Camilo ouvia atentamente as palavras de Aurélio. Não sabia bem o porquê ele agia em defesa de Julieta, mas é fato que suas palavras começavam a fazer sentido para ele. Na verdade, sentia falta da mãe. Sempre sentiu, desde criança, sentia falta do abraço, do toque, do carinho de mãe. No dia anterior Julieta havia se mostrado frágil, disponível e aberta a mudanças no relacionamento mãe e filho de uma forma que Camilo jamais tinha visto. Quando Aurélio terminou foi a vez de Jane endossar o pedido do advogado.

— Meu amor, você precisa ouvir o senhor Aurélio, ele tem razão. Dona Julieta esteve aqui para te pedir perdão, ela até se ajoelhou o que demonstra que seu pedido é sincero. Dê uma chance a ela meu querido. O perdão é racional, a gente escolhe se quer dar ou não. Já o amor é involuntário, a gente não escolhe quem amar. Você tem o coração bom e cheio de amor. Tenho certeza que ama a sua mãe. O perdão é só uma questão de escolha. Entenda as palavras do senhor Aurélio, os pais agem por amor, mesmo quando erram. Sua mãe errou, mas já reconheceu isso e está arrependida, permita-se recomeçar com ela. Em breve estaremos todos juntos formando a nossa família.

Aurélio sorriu para Jane e recebeu o sorriso de volta. Parecia que as palavras deles em favor de Julieta surtiram efeito no coração machucado de Camilo.

— Jane você tem o coração mais doce e puro que eu conheci, que sorte a minha ter você do meu lado. Você tem razão. Eu vou procurar a minha mãe. Dizer a ela SIM, eu aceito o pedido de perdão e que nós podemos recomeçar. Sim ao Amor dela novamente e que dessa vez seja diferente. Obrigado Aurélio. Eu não sei muito bem porque minha mãe te pediu para vir falar comigo, mas suas palavras e as de Jane me fizeram perceber que estou sendo duro demais com ela. Esteja certo que vou procura-la hoje mesmo.

— Que ótima notícia Camilo. Fico feliz em ajudar. Sua mãe é alguém muito especial que eu aprendi a admirar, ela merece essa segunda chance. Jane, obrigado pela ajuda e pelas palavras doces de amor. Com certeza Camilo é um homem de sorte por ter você do lado. Bom, acho que cumpri minha missão! Tenham um ótimo dia!

— Bom dia Senhor Aurélio. – Disse Jane quando Aurélio lhe beijou a mão.

— Bom dia. E mais uma vez obrigado pelas palavras. – Cumprimentou Camilo no aperto de mão.

Aurélio saiu deixando Camilo intrigado.

— Eu não entendi porque o pai de Ema veio falar em defesa da minha mãe. Eles deviam se odiar pelo o que a minha mãe fez aos Cavalcante. No entanto ele falou de dona Julieta de uma forma tao... diferente...

— Ora Camilo, de certo é porque ele é advogado, e... ele e sua mãe estão se conhecendo melhor...

— Um romance? Não Jane, minha mãe não é dada ao amor. Está sempre muito ocupada para isso fechada em si mesma para os negócios. Não acredito que seja possível.

— Pois ela devia se permitir então. O senhor Aurélio é uma ótima pessoa e tudo fica melhor na vida quando se ama alguém. – Falou isso abraçando e beijando o marido.

Aurélio saiu para o seu dia de trabalho feliz com o resultado daquela conversa. Jamais abriria o segredo de Julieta para Camilo, mas sabia que precisava fazer alguma coisa para ajuda-los a resgatar aquela relação. Sempre acreditou que onde ha amor, ha esperança. Pensava que, apesar dos erros dela, Camilo estava cometendo uma injustiça com a mãe condenando-a daquele jeito, ainda mais depois de tudo o que ela passou. Ele não sabia é claro, mas mesmo assim, se um dia descobrir a verdade o peso do remorso seria muito maior. É melhor que resgate a relação com Julieta o quanto antes para a harmonia voltar e trazer de volta o sorriso dela.

Aurélio sorriu ao se lembrar do sorriso dela e seus pensamentos o levaram tao longe que quase trombou com um senhor que vinha em sentido contrario na calçada. Sorriu mais ainda quando o senhor lhe xingou pelo seu quase atropelo. Encaminhou logo para o seu compromisso, foi se encontrar com Jorge e cumprir os milhares de compromissos que tinha no escritório, desejou que mais tarde pudesse encontrar Julieta, mas deveria esperar por ela.

Camilo trabalhou um pouco mais feliz aquele dia. Não suportava mais aquele abismo criado entre ele e Julieta. Sua vida toda sempre foi só os dois, mesmo Julieta não conseguindo ser a mãe mais amorosa do mundo era a mulher que ele mais admirava. O amor dela sempre foi distante dele, mas ele admirava a força, a coragem e a onipresença dela. Sentia o amor dela presente nas conquistas, da força daquela mulher vinha o amor por ele, mesmo sentindo falta do toque e do calor do abraço dela. – Quando pensou nisso fechou os olhos e se abraçou, uma lágrima discreta escorreu pelo rosto dele. Abriu os olhos e corou, estava no meio do expediente ainda!

Ao final da jornada de trabalho Camilo mal pôde esperar o apito, apressou-se o mais que pôde para sair logo da fábrica, rumou à mansão dos Bittencourt.

Ao chegar foi recebido por Mercedes e logo encaminhado ao escritório de Julieta. Ela estava rodeada de papéis e relatórios. Ela sentiu a presença dele:

— Meu filho, que surpresa!

— Mãe eu gostaria de conversar com a senhora, atrapalho?

— Imagina filho, que bobagem, você não atrapalha nunca! Entre.

— Mãe, eu vim aqui para te pedir perdão pelo o que eu falei ontem. Eu não sinto mais raiva da senhora. Na verdade eu me senti abandonado. Durante toda a minha vida você esteve comigo, sempre fomos eu e você, mas foi só eu contrariar um desejo seu que você virou as costas para mim, fez pior me jogou à minha própria sorte minando qualquer possibilidade que eu tivesse de começar uma vida digna ao lado da mulher que eu amo e escolhi pra mim... simplesmente porque você não concordava com a minha escolha.

— Eu que tenho que te pedir perdão meu filho. Eu pedi ontem, mas pedirei mil vezes se preciso for. Eu sei que eu errei. Jane é uma ótima pessoa, você está muito bem e feliz ao lado dela e quero saiba que do fundo do meu coração é isso que importa para mim, a sua felicidade. Eu achei que tirando de você a vida rica e fácil que você conheceu você não teria pulso para seguir adiante e a paixão ia embora, mas não, você mostrou que o seu amor por Jane é muito maior e te deu força para enfrentar todas as dificuldades que eu criei.

— Eu não posso dizer que você não tem participação nisso. Esse novo Camilo que está diante de você agora é fruto das escolhas que eu fiz. Quando você fechou as portas pra mim me obrigou a fazer o que eu nunca tinha feito na vida: caminhar com as minhas próprias pernas! Eu bati em várias portas procurando trabalho com a formação que eu tenho imaginei que não seria difícil de conseguir, usando meus conhecimentos e nosso sobrenome, me enganei! A Rainha do Café não se contentou em deixar o filho sem posses, tirou dele também qualquer possibilidade de conseguir um emprego em sua formação.

Julieta não continha mais as lágrimas.

— Perdão meu filho, mil vezes perdão.

— Mãe, tudo isso aconteceu para que eu crescesse como homem e como pessoa. Fui atrás das minhas próprias chances. Consegui um trabalho como operário e hoje pago o meu próprio aluguel e posso dar um sustento para a minha família. Pode parecer pouco perto de todo esse império que você construiu, mas eu cheguei aqui com minhas próprias forças. E, mesmo sem querer você me deu isso, me fez ter orgulho de ser que eu sou hoje e de conquistar o meu espaço por mim e não pela senhora, até por isso tenho que te agradecer. Não posso dizer que conseguiria tudo isso sozinho, mas o amor de Jane me fez um homem novo, com mais sede de viver e me deu forças para buscar uma nova chance. A chance que você achou que estava me tirando, mas na verdade me deu uma oportunidade, de ser alguém melhor e digno da esposa e da mãe que eu tenho. Duas mulheres maravilhosas, inspiradoras, e que me fortalecem no amor que sentem por mim. – Camilo se levantou e abraçou Julieta.

— Ah meu filho, o seu coração é enorme e muito mais nobre que o meu. Eu sempre soube isso e achava que essa era a sua fraqueza. Ser amável demais, mas hoje eu vejo que é exatamente aí que está a sua força, no amor e na doçura que você tem. Ao se sentir desafiado buscou essa força no amor que sente por Jane, arregaçou as mangas e foi a luta e eu estou muito orgulhosa por tudo que conseguiu sozinho.

Abraçou o filho novamente, enxugou as lágrimas, segurou as mãos dele e falou:

— Olha, você não precisa mais trabalhar na fábrica. Eu já falei com os meus contatos, você não terá mais problemas em conseguir um emprego à altura de sua formação. E você pode morar com Jane aqui na mansão, essa casa é enorme e ela também é sua, meu filho...

— Mãe eu já tenho um trabalho e uma casa e você mesmo pôde ver que sou feliz lá. Se não se importar, pode ir me visitar quando quiser, as portas estarão sempre abertas para você.

— Esta bem, meu filho.

Julieta sorriu concordando com a decisão de Camilo. Ali estava aprendendo a lição de respeitar a vida e as escolhas dele.

— Eu preciso ir embora.

— Não meu filho, fique mais um pouco, nós temos tanto a conversar.

— Eu virei outro dia com mais calma, trarei Jane e nós podemos almoçar ou jantar juntos. O que acha?

— Eu vou adorar ter a companhia de vocês.

— Então está bem. E a senhora fique à vontade para ir me visitar também, a casa é modesta, mas terá sempre muito amor para lhe receber.

— Obrigada meu filho, por tudo. Principalmente por não desistir de mim. – os olhos marejados novamente Julieta abraçou o filho mais uma vez. Dessa vez um abraço mais demorado.

Naquele início de noite Camilo pôde sentir, pela primeira vez, o calor do abraço de uma mãe. E se sentiu o homem feliz do mundo. Tinha o amor de Jane e de Julieta, as pessoas mais importantes na sua vida. Ele já ia saindo quando voltou:

— Mãe, o que a senhora tem com Aurélio Cavalcante?

Julieta corou.

— Camilo! Que indiscrição!

— Calma! Foi só uma pergunta. Eu não sei o que vocês tem juntos, se é amor, se é amizade. Mas se for amor, aceite o conselho de um filho e de um homem apaixonado: não deixe pra depois! A vida é agora, e o amor faz verdadeiros milagres, é capaz de resgatar a nossa alma! Ele me parece uma ótima pessoa, tenho certeza que te fará muito bem! Sim ao amor é a melhor resposta que podemos dar a vida.

Julieta apenas sorriu.

Camilo foi embora deixando o melhor conselho que alguém poderia dar a Julieta. Não esperar mais para viver um grande amor.

Reconciliou-se com Camilo e, depois de todo o horror que viveu com Osório, o que mais desejava agora era viver o seu grande amor. Ficou um tempo ali agradecida por tudo que lhe aconteceu, pela volta de Camilo e pela chegada de Aurélio, essa nova chance que a vida estava lhe dando de ser feliz.

Jantou sozinha aquela noite. Não estranhava a solidão, muito menos tinha medo dela, mas definitivamente não queria mais estar sozinha. Ao terminar o jantar, tomou coragem e pediu uma ligação para a casa de Jorge, queria falar com Aurélio antes de terminar o dia.

— Eu liguei só para dizer que Camilo voltou!

— Que ótima notícia Julieta, imagino que você esteja muito feliz!

— Sim, estou, mas eu não quero te atrapalhar...

— Você não me atrapalha nunca! Eu gostaria de estar ao seu lado para comemorar essa notícia com você!

— Preciso desligar, já está tarde, eu vou me recolher.

— Julieta... não desligue. Eu queria ouvir mais um pouco da sua voz...

Ela ficou em silêncio, sorrindo do outro lado da linha.

— Eu estava pensando... quem sabe não podemos dar um passeio juntos, um concerto no teatro municipal? Não sei se está muito ocupada, não quero te atrapalhar... só gostaria de poder te ver.

Julieta sorriu de novo.

— Eu adoraria ir ao concerto, tenho certeza que na sua companhia será muito agradável.

— Que bom! Então amanhã eu passo em sua casa para busca-la. Vamos ao teatro e depois podemos jantar juntos?

— Sim, está bem... Até amanhã então. Boa noite.

— Boa noite. – “Meu amor” ele queria dizer, mas Julieta já havia desligado.

Aurélio chegou um pouco antes do horário combinado e ficou aguardando Julieta na sala. Ele vestia traje de gala, como a etiqueta da moda exigia para aquelas ocasiões. Um concerto no teatro municipal de São Paulo recebia somente as famílias mais abastadas e tradicionais da sociedade paulistana.

Julieta desceu a escada em pose esplendorosa. O preto de gala que ela escolheu a deixava mais deslumbrante ainda, ele tinha um decote que revelava parte do colo, mas o vestido não era a única coisa que brilhava, ela estava reluzente. Sentia uma felicidade tão grande que transbordava e refletia esse sentimento por todos os seus poros, ela toda estava iluminada e radiante.

Aurélio ficou hipnotizado com tanta beleza. Acompanhava o andar dela degrau por degrau descendo as escadas em direção a ele. Ele segurava uma rosa vermelha. Ao chegar ao final da escada ele a recebeu:

— Dessa vez eu não trouxe um buquê porque todas as flores do mundo não chegam perto da sua beleza, mas eu trouxe essa aqui, roubada do seu jardim para te dizer que se você quiser e me permitir, todos os dias eu te trarei flores só para te ver sorrir. Ele beijou a rosa e entregou a ela.

Ela recebeu e sorriu.

Ele sorriu de volta.

— Parece que ela tem mesmo esse poder, não?! – ela sorriu mais um pouco, segurou o rosto dele e o beijou. Um selinho para confirmar o seu sim, mas não queria borrar o batom!

Divertiram-se por muitas horas juntos. Emocionaram-se ao ouvir Chopin. Empolgada com a musica, e, sem perceber, Julieta colocou a mao direita sobre a mao esquerda de Aurélio e sorriu emocionada. Ele sorriu emocionado tambem. Foram tocados pelas melodias e pelo simples fato de estarem proximos um do outro. Trocaram olhares e sorrisos durante toda a noite. Julieta nem se lembrava mais quando foi a ultima vez que se permitiu sair e ver alguma coisa no mundo que não fosse negocios. Estava muito feliz. Aurélio tinha esse dom.

Sairam do teatro extasiados com o show que presenciaram.

— O concerto foi maravilhoso, espero que tenha gostado tanto quanto eu.

— Sim Aurélio, foi maravilhoso mesmo, mas se me permite dizer a companhia foi a melhor parte. – Julieta corou ao dizer essas palavras. Sentia-se timida na frente dele, mas queria que ele soubesse o quanto estimava estar ao lado dele.

Aurélio recebeu aquelas palavras de Julieta como a melhor musica que ouviu naquela noite. Estava completamente apaixonado e nao era segredo pra ninguem, pelo menos ele nao queria que fosse. Alias, era até um pouco ingenuo querer esconder a paixao ja que tinha todos os sintomas de um apaixonado, e como tal, sorria a toa e pensava em todas as horas do dia. Tambem estava muito feliz.

— Imagino que esteja com fome Julieta..

— É verdade, eu me emocionei tanto que até esqueci que não jantei. – ela falou sorrindo.

— Eu ousei fazer uma reserva no Carlino para nós. Se você puder me dar a honra da sua companhia por mais um tempo podemos jantar juntos? E, se ainda não fomos à Itália, podemos desfrutar de um pouquinho dela aqui em São Paulo mesmo. É onde eu costumava ir quando estava em SP, desde os tempos da faculdade já era um dos meus lugares favoritos, garanto que não vai se arrepender!

Ela achava graça no jeito dele de argumentar para convencê-la a ficar um pouco mais. Mal sabia ele que não precisava de tantos argumentos, já que o seu maior desejo era ficar ao lado dele por toda a vida.

— Então, vamos à Itália senhor Aurélio Cavalcante! – ela sorriu novamente.

Aurélio parou alguns segundos para apreciar aquele sorriso. Julieta estava tão diferente, era impossível não perceber a diferença desde que Aurélio a conheceu. Aquela mulher austera, com palavras sempre duras e olhar de águia deu lugar a uma mulher sorridente que irradiava alegria que conversava sobre os mais variados assuntos. Definitivamente era o amor da vida dele!

— Aurélio? Nós não vamos? Está aí parado.

— Vamos, é claro! Eu só... estava admirando você. – Falou isso beijando-lhe a mão, recebendo um sorriso terno de volta.

Ao chegarem no Carlino, foram recebidos pessoalmente pelo gerente do estabelecimento.

— Senhor Aurélio, boa noite, que prazer revê-lo, quanto tempo não recebemos o filho do Barão de Ouro Verde nosso restaurante, sentimos a sua falta! Venha comigo, a mesa preferencial do senhor já está reservada.

— Obrigado. Você sempre muito gentil.

O local era muito aconchegante. A mesa estava estrategicamente reservada para Aurélio e Julieta no local mais privativo do restaurante. Uma mesa linda, posta especialmente para eles, com direito à velas e uma garrafa de champagne. No lugar reservado à Julieta uma rosa vermelha a esperava. Aurélio puxou a cadeira para ela se sentar, ela pegou a rosa e novamente sorriu, cheirando e beijando a rosa.

— Parece que a rosa tem o dom mesmo de te tirar um sorriso seu.

— A rosa é um encanto, mas você me devolveu isso. Você trouxe de volta a minha vontade de sorrir.

Ele sorriu de volta. Finalmente tinham motivos para comemorar. A vida lhes deu uma trégua. Estavam em paz com seus filhos e agora poderiam cuidar daquele sentimento que invadiu aqueles corações. Ele estava ali só para ela. Ela estava ali só para ele, e assim brindaram aquele encontro.

Jantaram. Conversaram. Riram juntos. Divertiram-se um pouco mais. Esqueceram-se da hora. Havia poucos clientes ainda no restaurante. Julieta se levantou para ir ao toalete deixando Aurélio, mais uma vez extasiado olhando para cada passo que ela dava. Foi acordado do transe pelo garçom que trazia a conta e por outra pessoa que definitivamente não esperava encontrar ali, muito menos naquela noite tão perfeita:

— Aurélio? Eu só podia encontrar você aqui!

— Josephine? Nossa! Quanto tempo!

Josephine era mulher linda, alta, loira, de olhos verdes e sorriso malicioso, seu jeito de falar parecia o canto de uma sereia que facilmente seduzia os homens que se aproximavam dela.

— E não é que muitos anos se passaram? Mas parece que eles só fizeram bem para você. Nunca esteve tão... interessante! – Aurélio sorriu sem graça.

— Ora Josephine, o que é isso. Com o passar do tempo eu só fiquei mais velho. – Ele ia pagando a conta, nervoso com a volta iminente de Julieta.

— Eu vi que estava acompanhado e esperei a dama se ausentar para lhe cumprimentar, não queria causar nenhum constrangimento. – Ele continuava sem graça com a presença de Josephine ali.

— E você como está? Soube que se casou.

— Sim, mas Deus foi muito bom comigo e logo levou o infeliz me deixando a fortuna. – Aurélio olhou com estranheza. – Ora, meu querido não me olhe assim, meu marido era um ser de quem não se vale a pena gastar uma só palavra do vernáculo! – falou rindo um pouco exageradamente para se fazer chamar a atenção, alias, coisa que sabia fazer muito bem!

Julieta saiu do toalete e avistou diretamente Aurélio sentado conversando com uma mulher loira alta linda diante dele. Ela ficou parada ali na porta por alguns milésimos de segundos, sentiu um estranho incômodo e respirou fundo, chegou a olhar para baixo para fingir que não viu aquela cena, entretanto, rapidamente voltou o olhar para a mesa, aprumou a postura de Rainha e seguiu firme em direção a eles. Ela nunca foi mulher de fugir de nada.

— Boa noite.

— Boa noite. A senhora deve ser a famosa Rainha do Café. – Josephine sorriu.

— Famosa?

— Sim, quem nunca ouviu falar de Julieta Bittencourt, a Rainha do Café! Quem diria que uma mulher tão pequena em altura fosse chegar tão alto nos negócios! A mulher mais poderosa da economia brasileira! Muito prazer, eu sou Josephine, uma... antiga amiga de Aurélio. É uma honra conhecê-la.

— Uma amiga? – Julieta fulminava Aurélio com o olhar, porém mantinha o ar de superioridade que lhe era peculiar.

— Josephine é uma amiga de faculdade. - Aurélio estava visivelmente nervoso com aquela situação desconfortável. Josephine insistia em se fazer presente ali e não imaginava qual seria a reação de Julieta.

— Ah... cursou faculdade? Nossa, que incomum!

— Eu nunca me contentei com os padrões que nossa sociedade machista nos impõe. Eu sou uma mulher livre e dona das minhas vontades.

— Ah, claro... entendo...

— E a senhora não estudou? Uma mulher tão competente nos negócios, imagino que também tenha se formado.

— Aprendi com a vida as lições que precisei! Inclusive a de me retirar quando estou sendo inconveniente e sobrando num jantar a dois! Mas, entendo que eles não ensinam isso na faculdade, ja que a senhora ainda não se retirou! Mas, não se preocupe, nós já estávamos de saída. – falou isso levantando uma das sombrancelhas para Aurélio.

Aurélio não pôde disfarçar a graça que sentiu quando ouviu a resposta de Julieta. Ele entendeu o recado e rapidamente se levantou.

— É... Josephine, nós já estávamos de partida. Até logo.

— Até logo querido, foi um enorme prazer revê-lo. Espero lhe encontrar mais vezes, sabe que eu adoro a noite paulistana – falou isso já oferecendo a mão para receber o beijo de Aurélio, que educadamente a beijou.

— Prazer igual conhecer a sua... namorada! – Aurélio e Julieta se olharam constrangidos! Ele abaixou a cabeça e discretamente deu um sorrisinho, afinal era isso que verdadeiramente queria, ser namorado de Julieta.

— Até logo Julieta, foi... muito agradável... falar com a senhora – falou com sarcasmo. Desejo que vocês sejam muito felizes, Aurélio é um homem de muitos talentos, você tirou a sorte grande! – Josephine se gabava por dentro por deixar a Rainha do Cafe constrangida.

Julieta apenas fez um sinal com a cabeça em cumprimento a ousada despedida de Josephine. Virou-se para Aurélio. – Vamos... “querido”!!!

No caminho de volta foram calados. Julieta ficou visivelmente incomodada com a presença de Josephine. Não entendia aquele sentimento. Nunca havia sentido algo parecido. Quais eram os talentos que Josephine se referia?

— Julieta, ficou tão calada. Está tudo bem?

Julieta odiava ter que admitir, mas constatou que era ciúmes o que sentiu. Josephine era belíssima e vê-la ali ao lado de Aurélio lhe fez sentir um gosto amargo, algo que jamais provara. Era amada por Aurélio e disso não tinha dúvida, mas ver outra mulher tão próxima dele causou-lhe o desconforto, sentiu a ameaça típica de quando duas mulheres disputam a atenção de um homem. Ela ia permanecer calada, mas num rompante perguntou:

— Afinal, quem é Josephine?

Aurélio sorriu o que fez Julieta endurecer o olhar de raiva pelo deboche da cara dele.

— Uma colega de faculdade que não via ha anos, ou seja, ninguem importante.

— Tiveram alguma coisa?

Aurélio suspirou, não teve nada com Josephine. Sairam algumas vezes, nada alem disso.

— Saimos algumas vezes, mas não tivemos nada demais. Uma tentativa de romance frustrada, confesso. Eu me sentia muito sozinho nos tempos da faculdade, mas a tentativa foi completamente frustrada e durou bem menos do que essa viagem do restaurante ate a sua casa. – Olhando para baixo e com medo da reacão de Julieta falou um pouco mais baixo. Eu a cortejei por cerca de tres meses.

Julieta ja não olhava mais para ele, preferiu desviar o olhar para o lado de fora. Ela perguntou, mas na verdade não queria ter escutado aquela resposta. Aurélio era muito bonito, enviuvou cedo, era natural que tivesse outras namoradas pelo caminho, mas ter conhecido uma delas era um tanto quanto desconfortavel.

— Estou lhe contando isso porque me perguntou. Josephine e eu nunca tivemos nada. Somos absolutamente incompativeis. Como pode perceber ela é uma mulher totalmente diferente de mim, do que eu busco como companheira...

O Silencio voltou a tomar conta do carro.

— Ei... olha pra mim. – Ela olhou, ele colocou as maos no rosto dela. – Julieta, é você que eu amo! É você a mulher com quem eu sempre sonhei pra estar comigo a vida inteira. Josephine, e nenhuma outra mulher, nunca foi, e nunca sera ninguem pra mim.

Dito isso, beijou Julieta que o beijou de volta. Como amava aquele homem, nem se importou com a presenca de Tiao ali no carro.

O motorista olhou pelo retrovisor interno e apenas sorriu. Nunca tinha visto a patroa tao feliz o que o deixava feliz tambem. Sempre foi boa para ele, o que ele pagava com a lealdade que tinha por ela.

Ao final do beijo tranquilizou-se, ele estava ali com ela e não havia mais nada que pudesse atrapalhar aquele amor. Ela sorriu.

Ao chegarem, Tião abriu a porta do carro e Aurélio desceu primeiro com a mão estendida para receber Julieta. A lua iluminava aquela noite estrelada, perfeita para os enamorados.

Ele não tirava os olhos dela. Como podia amar tanto aquela mulher? Até suspirava fora do compasso na presença dela. Ela também estava encantada por ele. Nunca se sentiu tão amada e com um desejo tão forte de fazer alguém feliz. Questionava-se se era merecedora de sentir tanta felicidade assim.

Até Tião, mesmo que discretamente, ficou ali parado admirando a conexão nos olhares daqueles dois.

— Obrigada Tião. Pode ir. – Julieta falou ainda mantendo os olhos para Aurélio.

Tião se retirou.

— Me desculpe pelos pensamentos tolos. Eu... – ele colocou as maos suavemente na boca dela, silenciando-a.

— Eu não tenho do que te desculpar. Eu quero que divida tudo comigo, seus medos, seus pensamentos. Eu quero que você seja minha namorada, minha esposa, minha amante, minha mulher. Você aceita?

Julieta respirou mais fundo e olhou para baixo, um semblante um pouco triste. Tomou coragem e levantou um pouco os olhos para encara-lo, mas continuou cabisbaixa.

— Aurélio, eu carrego marcas que até agora não foram apagadas, e acredito que nunca serao. Quem vai querer para a vida inteira uma mulher incompleta como eu? Eu desejo você, mas a mulher que eu me tornei me impede de ser plenamente sua. A Julieta que esteve com você é uma doce Julieta, romantica, desejosa, mas que não existe mais, Osorio a matou. Você não merece isso. Merece ter alguem de verdade, em todos os sentidos, disponivel para o amor e para os desejos, merece alguem como... – olhou para baixo envergonhada porque lhe doia aquela constatacao, mas era verdade – Merece alguem como Josephine, que pode te dar tudo isso.

— Nunca mais repita isso! É você que eu amo! E vou amar para a vida inteira se você deixar. Eu amo cada pedaco seu e quero você, do jeito que você permitir, no tempo que você quiser. Eu tenho a prova que a Julieta Sampaio esta bem viva dentro de você, ela despertou para mim e eu não vou deixar ela morrer novamente. Estarei aqui esperando o tempo que for preciso ate você se sentir pronta.                 

Aurélio segurou o rosto dela novamente.

— Não precisa me responder agora. Reflita no seu tempo, mas saiba que o meu desejo é ter você ao meu lado a minha vida toda. Seja a minha namorada.

Eles ficaram ali, paralisados admirando um ao outro. Até que Julieta tomou a iniciativa de quebrar o silêncio:

— Aurélio, eu não sou dada a declarações, mas...

— Não se preocupe com declarações Julieta, se você não sabe amar em palavras, ame em gestos! – Ele a puxou para um grande beijo apaixonado, ela se entregou. Aquele beijo selava o desejo da noite toda de unir aquelas bocas. Ele desejava a dela. Ela desejava a dele. Os lábios queimavam de desejo e paixão. O ar faltava. O beijo não tinha fim. Eles não queriam se soltar. Julieta nos braços dele, com uma mao o abraçava e com a outra abriu a porta principal da casa Convidando Aurélio a entrar. Não era um convite formal a que estava acostumada. Era um convite apaixonado, malicioso, ardente de desejo e paixão. Aurélio despertava nela tantos sentimentos juntos que mal podia distinguir cada um com clareza.

Continuaram o beijo no sofa. Aurélio ja estava em cima dela, levou a mão buscando a barra do vestido e subiu a saia devagar tocava atraves do vestido mas contornava as pernas de Julieta sentindo cada pedaco por onde suas maos passavam. Julieta o elouquecia. O beijo, o cheiro, o corpo dela colado ao dele entorpeciam os pensamentos. Sentia tanto desejo que deixou a razao de lado. Quando percebeu que estavam dentro da casa, na sala principal e com um desejo que não seria mais possivel se segurar, Aurélio parou e respirou! Com parte do corpo sobre o corpo dela, e ainda ofegante, ele precisou respirar novamente para encontrar folego para falar:

— Não! Julieta eu quero que as coisas sejam ao seu tempo. Não quero que se arrependa de nada. Eu te amo e quero viver cada passo do amor com você. Sem pressa, ao seu tempo, da maneira que eu puder te ter e principalmente, da maneira que te fizer feliz. – os olhos dela marejaram, mas ela sorriu. Levantou-se um pouco tentando se recompor e se segurou nos braços dele...

— Eu não sou boa de declarações, mas queria agradecer pela excelente noite que me proporcionou e dizer que eu sei muito bem o que eu quero. Eu não preciso mais pensar... entao é Sim! Eu aceito ser sua namorada, ser sua esposa. Eu quero ficar contigo a minha vida toda. Obrigada por ser tao disponivel ao amor e por me escolher para me fazer a mulher mais amada do mundo – Aurélio deu um sorriso tao grande. A felicidade dele era incontrolavel.

— Eu que tenho que te agradecer por você ter me dado um novo sentido para a vida. Por me fazer descobrir a paixao, o amor e o desejo todos em uma Só mulher. Obrigado por me dar a honra da sua companhia, minha querida e doce namorada, minha mulher!

Aquele momento parecia ter congelado o tempo. Ele só via Julieta. Ela só via ele. Não eram capazes de ver o que estava ao redor. Entretanto, havia mais alguem naquela sala. Suzana voltava da cozinha a tempo de escutar o final da frase de Aurélio. Ela ouvira bem? “Minha querida e doce namorada”? Mal podia acreditar que era de Julieta que ele falava, mas ao ficar na espreita atras da escada, sem repirar para não se fazer presente, assistiu a despedida acalorada daqueles dois. Achou que seus olhos a enganavam e que estava num pesadelo que não conseguia acordar.

Julieta Bittencourt apaixonada? Isso era a ultima coisa que imaginava ver. Mas seus olhos não a traiam, ela parecia mesmo apaixonada. E eles estavam tao sedentos um pelo outro que parecia que iam confirmar aquele amor ali mesmo.

Aurélio e Julieta ficaram mais um tempo ali, não ha como precisar quanto tempo. Sem conseguir falar mais. Sorriam e beijavam-se novamente. Os beijos eram tão intensos, que a brisa da noite paulistana que entrava pela janela não dava conta de esfriar aqueles corpos. Aurélio tinha que fazer um esforço enorme para não encostar demais no corpo de Julieta, o desejo que sentiam queimava aqueles corpos.

No beijo que se seguiu ela sentou no colo dele e tirou a gravata, desabotou os primeiros botoes da camisa, beijava o pescoco dele, voltava para a boca, ele a segurou pela cintura e ficou olhando nos olhos dela, pedindo ainda autorizacao para acaricia-la mais. Julieta entendeu o receio dele. Ela tambem tinha medo. Racionalmente não sabia como agir, mas deixou o desejo e a paixao lhe conduzir. O beijou mais profundamente, saindo do beijo sussurrou ao ouvido dele:

— Me ame!

Ele a olhou novamente... ela continuou...

— Você não disse que seria tudo ao meu tempo? Então... o meu tempo é agora! Eu não quero mais esperar para me livrar do passado, você é o meu presente e quero que seja o meu futuro tambem. Eu te amo!

Ela se levantou, puxou Aurélio do sofa e o conduziu até a escada, quando ele a pegou no colo e a beijou novamente... e disse:

— Eu te amo Julieta e vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo!

Subiram as escadas trocando olhares e sorrisos. A felicidade de quem respondeu Sim ao amor. A felicidade de quem encontrou o amor verdadeiro, em sua forma mais genuina e despretensiosa de amar. Amaram-se sem pressa. Sentiam que dali em diante tinham todo o tempo do mundo para se entregar completamente um ao outro e aos desejos que descobriam. A paixao entorpecia, mas o amor era delicado e paciente.

Julieta Bittencourt finalmente conseguiu se entregar e romper com todo o mal que o passado lhe causou. Apaixonou-se por Aurélio e foi amada, da maneira mais gentil. Ela sorria, mas chorava ao mesmo tempo. Enquanto ele beijava cada parte do corpo dela. Ele a descobrira com calma, esperava o tempo dela, tocava-a onde ela o levava e onde ela não sabia ele a descobria. Ele não estava mentindo, estava ali para faze-la feliz! E conseguiu! Não se cansavam, o folego era renovado pelo desejo ardente que sentiam. A noite toda rolaram nos lencois de Julieta com uma vontade incasavel de fazer de novo e descobrir um pouco mais do prazer do outro. Exaustos, ja era de manha quando adormeceram nos braços um do outro.

Finalmente Julieta confirmou o que ja sabia desde o inicio, ja era amor, mas tinha medo. Ele não desistiu dela e naquele noite ela sem receios disse Sim ao amor dele. Amor que ele sentiu desde quando a viu pela primeira vez e agora confirmava que ela era a mulher que ele sempre sonhou ter ao seu lado para a vida inteira. Definitivamente Julieta não tinha mais medos, qualquer receio ficou pra tras e aquela noite rompia totalmente com todo o seu doloroso passado. Nos braços de Aurélio era mais forte do que nunca e vencia qualquer medo que pudesse assombra-la!

Naquela noite, na sala, Suzana acompanhou aquele desfecho e sentia nauseas de ver tanta felicidade junto. Jamais presenciou Julieta falando palavras doces, menos ainda apimentadas e desejosas por um homem. Definitivamente aquela não era a Julieta Bittencourt que ela conhecia e isso a irritou profundamente. Sempre teve o controle dos pensamentos e dos passos de Julieta e agora sentia que perdera totalmente o controle, o que prejudicava claramente seus interesses. Aurélio atrapalhara seus planos e teria que tira-lo do jogo, ou ela corria o risco dela mesma sair. Depois do que assistira naquela sala, Julieta totalmente entregue ao amor, ela precisava agir rapido, antes que fosse tarde demais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram??? Deixa um comentario para eu saber o que vcs estao achando. Beijos, ateh o proximo capitulo.