Universidade Smogon escrita por Petra del Rei


Capítulo 16
Capítulo 16 - Ohana


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, vimos no último capítulo a rotina da Republica Alola, um lugar onde Pokémon que vieram de uma região distante estão hospedados para poderem estudar na Smogon. A rotina nessa republica é bem puxada, especialmente para um Pokémon alga, que agora vai trazer um colega para visitar essa agitada casa!
Essa é a segunda e última parte desse arco! No próximo capítulo vamos iniciar o arco das avaliações em OU!

Boa leitura!



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No fim da tarde, Dhelmise chega à universidade para buscar seus colegas. Ele espera próximo à Kombi estaciobada e logo vê os Pokémon chegando conforme o horário combinado.

“Ei, cadê o Mimikyu?” – o fantasma repara que falta um deles.

— Ele disse que pretende voltar tarde hoje! – responde Kommo-o – ele foi com alguns amigos que arrumou para fazer um ensaio musical, pelo que me parece... mas ele disse que você não precisa se preocupar pois ele vai se virar para voltar para casa de noite.

“Pois ele tem que se virar mesmo, pois eu ainda irei trabalhar daqui a pouco!” disse a alga aborrecida.

Dhelmise leva os outros Pokémon para república. Logo em seguida, ele guarda a Kombi e vai pegar o ônibus que leva ao seu serviço.

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Já era meia-noite e meia quando o fantasma saiu do trabalho. Ele pegou o último ônibus da noite e logo chegou ao ponto próximo a república. Ele desce do veículo, mas quando começa a caminhar em direção ao seu destino, é surpreendido pela repentina presença de Decidueye, e acaba se assustando.

“Ai! Nem percebi que você estava aí! Você é muito boa em esconder sua presença!”

— Me desculpe Dhelmise! – disse a coruja timidamente – estou aqui esperando o Mimikyu.

“Entendo!” responde a alga. Ele resolve se sentar no banco de madeira e ferro do ponto, que é parcialmente coberto por uma estrutura de acrílico.

— Você não vai para casa? – questiona Decidueye.

“Vou esperar um pouco também!”

— Mas você está voltando do trabalho! Não tem que descansar não?

“Amanhã vou poder acordar tarde mesmo!”

— Espero que não esteja fazendo isso só porque sou uma fêmea! – a coruja se sente subestimada.

“Pois independentemente do gênero, é perigoso ficar sozinho à noite!” explana Dhemise “Eu já presenciei um macho sendo atacado por meliantes durante a noite. Ele estava andando sozinho pelas ruas. Ele teria se ferrado bonito se eu não estivesse por perto!”

— Você ajudou alguém que estava sendo atacado? – pergunta Decidueye demonstrando curiosidade.

“Er sim... parece que não contei para ninguém ainda. Foi a cerca de um mês atrás. Quando eu estava indo para o trabalho com a Wanderleia, vi o Dragalge sendo atacado por três Hypnos. Eu usei o Z-move neles e os despachamos para o xilindró!”

— É o mesmo Dragalge que você visitou hoje à tarde, não é?

“É sim!”

— Mas me parece que você está começando a ficar muito amigo dele! – repara a coruja.

“Mais ou menos...” a alga foi meio evasiva ao responder essa pergunta. Realmente ele gosta de passar o tempo com o venenoso. Será que é assim que ocorre em uma autêntica amizade? “Não sei dizer, eu realmente nunca tive um amigo de verdade... mas já que estamos tocando no assunto, vou logo avisando que ele vem para a república amanhã à tarde. Nós vamos apenas estudar... então... espero que isso não incomode o pessoal.”

— Ele vem pra cá amanhã?! – foi uma surpresa para a coruja saber que Dhelmise vai trazer alguém para estudar com ele – vou ver o que posso fazer para que o pessoal não os incomode.

“Valeu! Ai, estudar na Smogon é bem mais difícil do que esperava, não é?”

— Sim... e eu também acabei de ser rebaixada para NU! – suspira a coruja.

“Pelo visto, a Smogon é hostil com os fantasmas vegetais!”

— Hehe... reparei! – Decidueye ri de modo debochado, embora meio chateada – mas a Marowak também foi rebaixada. Caiu de UU para RU.

“A Marowak?! Mas ela é uma combatente bem habilidosa, não é?”

— É porque ela não foi bem com a prova teórica! Ela realmente tem boa aptidão para os combates, mas ela se embanana ao lidar com a teoria. Aparentemente ela parece que não está abalada com isso. Mas sei que ela deve ter ficado chateada.

“Eita... e olhe que ela já esteve em OU, não é? Assim como você!”

— Sim, mas as coisas são bem duras na Smogon! – suspira a coruja – às vezes eu tenho a impressão que posso ser incompatível com o sistema da universidade...

Mas a conversa foi interrompida com a chegada de um carro preto que estava tocando um rock pesado em seu som. Ele parou em frente ao ponto e Mimikyu descia dele. Dentro dele havia Pokémon cujas espécies que nem Decidueye e nem Dhelmise conseguiram reconhecer.

“Valeu pela carona meu compadre!” agradecia Mimikyu.

— Por nada meu chapa! – falava um Pokémon preto e branco que estava ao volante. Ele tinha uma aparência meio intimidadora e lembrava levemente um Linoone – até a próxima.

O carro vai embora, e os três fantasmas retornam à mansão.

“Que tipo de Pokémon mal-encarado que você anda se encontrando?” comenta Dhelmise abismado.

“São só uns companheiros que gostam de um bom som!” responde Pokémon fada.

“Nunca os vi na universidade!”

“Eles ainda estão fazendo pré-vestibular! Acho que entrarão na Smogon no próximo semestre!”

— Pelo visto o Mimikyu também está arrumando amigos de fora também! – comenta Decidueye.

Eles chegam à residência. Dhelmise se sente cansado é quer dormir. Mas ele vê na sala que Silvally ainda estava acordado e jogava cartas com seus três amigos Lycanroc, que são Pokémon lobos com a tipagem de rocha. Cada um tinha uma forma diferente. A fêmea com pelo pálido e olhos azuis é a forma Diurna. O macho vermelho com olhos da mesma cor é a forma Nortuna e o macho laranja de olhos verdes é a forma Crepuscular.

Os quatros estão tão entretidos no jogo que não há chances do Silvally ir dormir tão cedo. Para evitar tumultos, a alga resolve ir para piscina do lado de fora. Quando se aproxima da beirada, ele desemaranha o timão, as correntes e a âncora de si e fica só com a bússola em seu corpo. Ele entra devagar na água. Mas logo percebe que não está sozinho na piscina. Com os braços apoiados no azulejo da beirada, Primarina estava com seu a metade de baixo do seu corpo na água. Ele olhava pensativo para o céu.

“Primarina! Não sabia que estava aqui!” a alga estava constrangida.

— Não se preocupe! Já estou de saída! – a foca estava fazendo menção de sair da piscina.

“Não precisa se incomodar! Pode deixar que eu saia!”

— Não precisa fazer isso! Por acaso eu te incomodo? – questionou Primarina um pouco hesitante.

“De maneira nenhuma!” apesar disso não ser totalmente verdade, a alga não quer arrumar um mal estar com a foca.

— Certo! Então só vou ficar mais um pouquinho, tá bom?

“Tá!

— Ah, e Toxapex, Bruxish e Araquanid também estão aqui! Elas estão dormindo no fundo da piscina! – avisa Primarina.

Realmente é difícil ter privacidade nessa república. Dhelmise se conforma e esparrama seu corpo pela superfície da piscina. Em uma visão de cima, observa-se que ele é uma alga com várias ramificações que se enraivam pela água com uma bússola no centro.

“Ei Primarina! Amanhã vai vir um colega meu da faculdade para estudar aqui, tá bom?” avisa Dhelmise.

— Hum... tu fazendo amigo?! – há um pouco de surpresa e deboche na reação da foca.

“Ele só está me ajudando nos estudos!” disse a alga constrangida.

— Não se preocupe, vamos dar um jeito para ninguém os atrapalhar! Afinal, o pessoal de OU também vai estudar amanhã e vão querer o mínimo de incomodo possível! – afirma a foca.

“Certo! Prometo que não vou incomodá-los!”

— Mas o ranzinza do Dhelmise trazendo um amigo dele pra cá! Minha nossa, nunca pensei que você conseguiria se enturmar com os outros. Deveria decretar feriado nacional em Alola! hihihi – a foca comenta bem baixinho.

Dhelmise percebe que não deveria ter contado isso a Primarina.Ele viu a foca murmurando e rindo baixinho. E possível que ele esteja pensando coisas maliciosas em relação a isso. A alga voltou seu olhar para o céu estrelado quando ouviu uma doce canção, ainda que meio baixa. Era Primarina que estava cantando. A foca gostava de cantar bem alto para garantir que todos a escute, mas dessa vez, seu canto era leve, bem relaxante e gostoso de ouvir. Mas também se percebe um tom melancólico na canção.

Pelo que a alga percebe, a música é cantada em uma antiga língua de Alola. Se escutava muito o termo Ohana, que tinha o significado de família.

Ele ficou cantando por alguns minutos, não ligando que fosse assistido pela alga. O sono finalmente chega ao Dhelmise. Ele já estava cochilando quando a foca cessa a canção.

— Ei Dhelmise! Sabia que Ohana significa família?

“Qualquer um de Alola sabe o que é isso!” ele responde sonolento.

— Pois esse termo não se refere apenas à família de sangue! Se seres que compartilham o mesmo teto e se preocupa um com o outro, tem suas desavenças, mas mesmo assim estão juntos em momentos alegres e tristes. Se for tudo isso, mesmo sem laços genéticos, também é considerado Ohana. Estive pensando se nós também seriamos Ohana!

Por que Primarina estaria pensando em uma coisa dessas há essa hora? Seria até irônico para a alga considerar esse bando de lunáticos que vivem sob o mesmo teto que ele uma espécie de família. Sem falar que tem pouco tempo para, de fato conviver com eles.

— Queria ficar mais um pouco, mas já tá na hora de dormir! – fala o Pokémon fada bocejando e saindo da piscina – não dá para eu dormir aqui, pois eu preciso de ar para respirar!

Primarina se sacode para tirar a umidade do pelo. E ele volta para mansão. E Dhelmise adormece na piscina.

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Na manhã seguinte, maior parte dos residentes ainda estava dormindo. Mas Tapu Fini e Magearna já estavam preparando o café enquanto Tapu Koko e Incineroar traziam os pães. Enquanto eles preparavam o café, eles conversam sobre os fatos da semana.

“Tapu Koko, não sei não! Em minha opinião eu acho muito cedo para nós acertarmos a proposta daquela senhorita!” diz Magearna pensativa.

— Talvez! Mas isso mostra que até os veteranos perceberam o quão a gente é forte! – responde o elétrico empolgado.

— Que proposta é essa aí? – Tapu Fini queria saber mais sobre o assunto de Tapu Koko e Magearna.

“É que a senhorita Aegislash, a presidente do Conselho Estudantil, propôs que Tapu Koko e eu entrássemos nesta organização estudantil.” Disse a metálica.

— Os estudantes mais fortes da Smogon fazem parte desse Conselho! – disse o Koko sorridente – isso prova que nós estamos entre os melhores estudantes!

— Então ela já ofereceu vaga no conselho a vocês! – Tapu Fini fez uma expressão de desconfiada – acho melhor vocês não aceitarem!

— Por quê? – questionou o elétrico contrariado.

— Por algum motivo, eu não gosto dessa Aegislash! Eu tenho um mau pressentimento em relação a essa espada! E, além disso, apesar de vocês ainda serem calouros, vocês já são grandes destaques na classe OU. Realmente estão entre os melhores de toda universidade! Não acham que isso pode atrair inveja dos veteranos?

“Pensando por esse lado! Seria uma maneira dos veteranos da Smogon nos manipular!” deduz Magearna “Eu sei que a senhorita Aegislash é de uma família bem tradicional de Kalos. Essa família tem bastante influência não só no continente de origem, mas inclusive aqui mesmo nessa cidade.”

— Será que ela é má? – Tapu Koko demonstra dúvida.

— Não dá para dizer isso na lata! – responde a Fini – mas lembre-se que muitas vezes Pokémon que agem gentilmente e amável podem, na verdade esconderem uma personalidade maléfica! Não sei se é o caso dessa espada, mas... seria bom que você não se aproxime dela e nem entre no caminho dela!

— Se é o que a mana pede... – se conforma Tapu Koko. Ele confia na intuição de sua irmã mais velha, que é muito precisa.

— Lembre-se Koko, entramos na Smogon para sermos bons combatentes para nos tornarmos guardiões de Alola. Devemos no focar em sermos fortes para o bem do povo de Alola! – concluí a aquática.

Tapu Koko acenou com a cabeça concordando com os argumentos de sua irmã, e o assunto se deu por encerrado por enquanto. Mas Tapu Fini ainda se preocupava com a proposta da Aegislash. Ela sabe que Magearna é uma Pokémon bem inteligente, mas o Tapu Koko, apesar de ter capacidades excepcionais, ele ainda é muito ingênuo, já que ainda é praticamente uma criança com seus dezessete anos.

Toxapex e Araquanid entram na cozinha.

— Menino, imagine você acordar de dentro da piscina e ver uma enorme mancha verde na superfície! – comenta Araquanid – eu fechei meus olhos imaginando que era um sonho. Abri-os novamente e vi essa “mancha” saindo da piscina e fiquei meio assustada!

— Era só o Dhelmise que dormiu na piscina nesta noite! – disse Toxapex calma.

— Mas por que ele tinha que ficar na piscina? Ele não tem o quarto dele? – questionou a aranha.

— Deixe de frescura mulher! Ele não faz nada não! – tranquiliza a venenosa – nem sei se ele tem desejos sexuais ou coisa do tipo.

— Se ele tem desejos sexuais ou não eu não sei! Mas ele está ficando bem amiguinho de alguém da Smogon! – entra Primarina no refeitório – e ele só foi dormir na piscina, pois o Silvally ficou até madrugada adentro brincando de Uno com os Lycanroc.

— Ele me parece meio ranzinza, mas eu tenho certeza que ele é um bom Pokémon! – comenta Toxapex – vocês sabem que ele trabalha até tarde da noite e por isso...

Mas a fala da estrela-do-mar é interrompida por um forte barulho de uma pedra rolando pelos cômodos.

Eles foram para a sala e viram o Minior rolando por ela até bater na parede. O impacto fez com que sua crosta de pedra se quebrasse, revelando seu núcleo negro com várias lascas coloridas pelo corpo.

“E DA PRÓXIMA VEZ QUE VOCÊ CAIR EM CIMA DE MIM, TE ARREMESSO ATÉ A RUA, SEU PEDAÇO DE ROCHA AMBULANTE!” ouvia-se do quarto dos não binários.

— Retiro o que eu disso sobre o Dhelmise ser um bom Pokémon! – Toxapex estava aterrorizada.

— Dessa vez o Dhelmise extrapolou um pouquinho! – dizia Minior, enquanto colocava rapidamente sua crosta.

— Mas também Minior, você tem uma cama bem espaçosa só para você e ainda cai em cima dos outros! – repreende a Tapu Fini – uma hora o Dhel iria perder a paciência!

— E nem sabia que você era shiny! – repara Tapu Koko.

Depois do tumultuo, os outros desciam para realizarem o desjejum. Eram dez horas quando o Dhelmise finalmente saiu do quarto, juntamente com o Silvally. Eles tomam o café e se surpreenderam quando viram que Tapu Bulu já estava de pé. Ele estava carregando dois baldes de cal e uma pá de cimento.

— Trabalhando na reforma hoje? Hihi – disse Silvally debochando.

— Estou rebocando a parede do meu quarto! – respondeu o guardião aborrecido.

“Nossa! O que ocorreu no seu quarto para que você precise rebocá-lo?” pergunta Magearna que passava por eles.

— Foi você que estragou a parede com seus Canhões Brilhantes! - aponta Tabu Bulu.

“Bem, então é verdade que você vai trazer um convidado hoje à tarde Dhelmise?” a robô tratou logo de mudar de assunto.

“Sim! Mas é só para estudarmos juntos, não vamos incomodar ninguém!” responde rispidamente a alga.

“Certo! Mas podem estudar no refeitório conosco! Os outros vão ficar no quintal para não atrapalharem.

— O Vikavolt vai montar o vídeo game para nós jogarmos lá! – fala Silvally empolgado.

Logo chega a hora do almoço. Depois de realizarem a refeição e arrumarem a cozinha e o refeitório, os Pokémon se preparam para as atividades vespertinas. Os Tapus arrumavam a grande mesa e traziam os livros e cadernos. Incineroar e Passimian carregavam a TV e a raque até o quintal. Marowak desenrolava o comprido fio da extensão, o passou pela janela e o ligou em uma tomada mais próxima. Não queria acidentes com Pokémon pisando no fio enquanto passa pela porta. E por fim, Vikavolt instala seu estimado vídeo game.

— Certo tudo ok! – disse o inseto satisfeito – acho que é um bom momento nós estrearmos o FIFA do ano passado que acabei de adquirir.

— Do ano passado? Mas já saiu o do esse ano! – aponta Passimian.

— Sim meu caro amigo, mas acontece que o desse ano ainda está custando o olho da cara! Só agora que eu comprei o do ano passado, pois o preço já estava acessível. Talvez no ano que vem eu compre o desse ano! – responde Vikavolt.

— É tudo a mesma coisa mesmo! – afirma Incineroar – vamos fazer um campeonato aí!

— Ai de quem estragar os controles! Que aí a Descarga vai cantar! - avisa o inseto.

Enquanto isso, Dhelmise aguardava ansiosamente pelo seu colega. Dragalge chega às duas horas como combinado.

“Alola Dragalge!”

— Oi! Boa tarde Dhelmise!

Os dois vão em direção a casa, eles passam pelo quintal e o fantasma apresenta o seu colega:

“Bem pessoal, esse é o Dragalge!”

— Boa tarde pessoal! – cumprimenta o cavalo marinho educadamente

— Alola Dragalge! – responde os Pokémon.

“Bem, vamos entrar!”

Eles vão para o refeitório. Lá, os Tapus, a Toxapex, a Magearna e o Mimikyu já estão revisando o conteúdo.

— Alola, Dragalge! – cumprimentava Tapu Fini calmamente – fique à vontade.

Um pouco distante dos outros, Dhelmise e Dragalge se acomodam e iniciam os estudos. Eles conversam com a voz baixa para não incomodarem os outros, que também faziam o mínimo de barulho possível. Tapu Fini e Margearna são as que falavam mais, mas é porque elas estavam orientando e tirando as dúvidas dos seus companheiros. E falavam em um tom leve e calmo.

Mas de vez enquanto ouviam-se berros de “gol” lá de fora.

“Tava demorando para o pessoal avacalhar...” pensava Dhelmise.

Os gritos estavam se tornado frequentes. A alga estava perdendo a concentração, e Dragalge repara que seu colega estava ficando nervoso. Dhelmise estava prestes a perder a paciência. Mas Tapu Fini se levanta e vai para o quintal. Ela volta pouco tempo depois e retoma com os estudos.

Mas depois de uns vinte minutos, começaram a fazer algazarra novamente.

A fada aquática respirou fundo e foi para o quintal novamente. Do refeitório dava para se ouvir o sermão dela.

— E da próxima vez, eu mando é a Magearna vir aí!

O silêncio volta a prevalecer. Tapu Fini se volta para Dragalge.

— Desculpe-nos pelo barulho! Isso não vai mais acontecer.

O dragão venenoso ficou admirado pela atitude da guardiã. É como se fosse uma mãe para eles.

E assim as horas passaram com os Pokémon estudando dedicadamente.

Eram cinco e meia quando os Tapus e os outros de OU resolveram encerrar a revisão.

— Aaah... acho que estou tinindo para a prova de amanhã! – disse Tapu Lele se espreguiçando.

— Seria bom se vocês descansarem também! – Tapu Fini dizia ao Dhelmise e Dragalge – já está quase anoitecendo.

“Quer comer alguma coisa Dragalge?” pergunta Magearna

— É muita gentileza de vocês, mas não precisam se incomodar comigo! – disse o cavalo marinho envergonhado.

“Pelo menos algumas frutas! Você não comeu nada desde chegou aqui!” Dhelmise foi até a geladeira pegar frutas “Você prefere a Aguav ou a Figy?”

— Eu gosto de Aguav! – respondeu o venenoso sem graça.

“Então toma essa!” a alga joga uma fruta Aguav para Dragalge e pega uma Figy para si.

Eles vão até o quintal e vem que o pessoal ainda estava jogando. Eles haviam feito um torneiro no jogo de futebol e estavam disputando a partida final o Vikavolt e o Passimian. O inseto acabou vencendo e se proclama campeão do campeonato.

— Hehehe! Ninguém é páreo para mim!

Os outros Pokémon vieram para o quintal também.

— E esse monte de coelho branco nesse jogo? - comenta Tapu Koko.

— É que os times estão contratando muito Cinderace ultimamente! - Responde Incineroar.

— E acho que no jogo desse ano pode ter mais! – continua Passimian – o time mais rico do mundo contratou um shiny recentemente. Esses coelhos se garantem na bola!

— Pois então já que o Vikavolt se consagrou campeão, seria bom ele disputasse agora uma partida com a Magearna, já que ela parou de estudar! – sugeriu Incineroar.

— É mesmo, ela é a melhor nos games! – concordou a Muk.

“Vamos lá Vikavolt?” a robô queria desafiar o inseto.

— Seria um prazer te detonar querida, mas primeiro que tal deixar o convidado do Dhel jogar um pouquinho? – propôs o inseto.

— Não precisam se incomodar, eu... já estou de saída! – Dragalge estava encabulado.

—  Vai arregar besourinho? – debochou Passimian.

— Gente, vamos ser educado e deixar o visitante jogar né? Eles passaram a tarde toda estudando e têm o direito de descontrair um pouco! – insistia Vikavolt.

— Isso é bem estranho de um viciado como você! – comenta Araquanid.

— Vamos colocar um jogo de luta para partidas mais rápidas – o besouro muda o jogo – e Dhelmise, jogue você também!

“Mas eu nunca joguei essas coisas!” declarava o fantasma.

— Ora, mas o Dragalge é seu convidado! – argumentava Incineroar – então trate de ser um bom anfitrião e apanhe dele no jogo!

Sem escolha, Dhelmise e Dragalge pegam nos controles.

— Faz tempo que não jogo! – disse o venenoso.

Então, eles escolheram os personagens e iniciaram a partida. Mas a alga é facilmente derrotada pelo seu colega.

“Não disse que não sei jogar essas coisas!”

— Cara, não teve infância não?

“Não sei! Quando era filhote, eu ajudava meus pais! Mas eu brinquei muito no mar! Não dependia de tecnologia para me divertir!”

— Vamos tentar de novo!

Iniciaram uma nova partida. Dessa vez Dhelmise usou uma técnica muito usada por novatos em jogos de luta, apertou aleatoriamente os botões do controle. Dessa vez, Dragalge teve dificuldades para vencê-lo, mas ainda sim se saiu triunfante.

— Pelo menos está aprendendo a apelar!

Eles dão a vez para outros jogadores, passaram a só assistir as partidas dos outros. Achavam graça das reações exageradas daqueles que disputava e da torcida que tanto animava quanto azarava os jogadores.

— Acabe com ele!

— Mete a bicuda nele!

— Sabe jogar não macho?!

— Solte esse poder ai minha filha!

— Vou te finalizar agora!

Tapu Fini e Tapu Lele trazem algumas frutas cortadas e bolachas para dividir com a galera. Foi um alvoroço para pegar a comida.

— Deixem de ser esfomeados!  - Fini dá a bronca – Dragalge, pegue logo o seu pois esse povo é esganado!

O dragão pega algumas bolachas. Dhelmise repara que ele está constantemente rindo baixinho. Ele estava achando graça da situação.

Mimikyu traz um violão para o quintal.

— Oh, Mimikyu querido, bora dá uma animadinha nessa reunião? – propôs Primarina.

O fantasma fada começa a tocar o instrumento e a foca o acompanha nos vocais:

Esta família é muito unida

E também muito ouriçada

Brigam por qualquer razão

Mas acabam pedindo perdão.

Dragalge ficou encantado com a bela voz de Primarina. É uma voz que não dá para definir como masculina ou feminina, mas mesmo assim é bela para qualquer um que a ouve. Dhelmise também se surpreende em como a foca se adapta a qualquer ritmo musical.

— Ei, essa Primarina é um macho ou ...

“Bem, digamos que ele tem um coração de uma fêmea!” Dhelmise tenta definir a Primarina para o Dragalge, que estava meio confuso em relação ao gênero da foca. Ambos se entreolharam e combinaram silenciosamente que isso não é algo que eles devem se meter.

Finalmente escureceu e os Pokémon ainda se divertiam no quintal em frente à velha casa, sendo jogando, escutando as músicas de Primarina ou simplesmente conversando e comendo. Dhelmise geralmente não gosta muito de interagir e ficar no meio de tantos Pokémon, mas vendo o seu amigo venenoso se divertindo e sorrindo enquanto ele conversava com os alolianos deixa o fantasma mais relaxado na multidão. No fundo, estava temendo que Dragalge se sentisse aborrecido em estar em um ambiente tão tumultuado como esse, mas parece que aconteceu o contrário, e isso, de certa forma, agrada a alga.

Lembrou-se da conversa que teve com Primarina na noite anterior, sobre o significado de Ohana, que segundo aqueles que inventaram o significado desse termo, está em uma família é está ao lado de gente que sem importam entre eles. Talvez Dhelmise ainda não se importe com eles o bastante para considerá-los como parte da “família”, mas observa que eles realmente são quase tão unidos como se fossem uma. E além disso, terá quatro anos para conviver com eles. Será que durante esse tempo poderá se acostumar a tê-los como familiares?

Eram oito horas da noite, depois de ser humilhantemente derrotado diversas vezes por Margearna no jogo de luta, Vikavolt finalmente determina que é hora de parar e desliga o aparelho. Incineroar, Passimian e Marowak ajudam a levar os móveis de volta para casa.

— Vixe! Está na hora de ir para casa! – afirmou Dragalge.

“Sim! Mas... tudo bem se você for sozinho?” Dhelmise se preocupa se algo semelhante àquele dia poderia acontecer com o cavalo marinho.

— Não se preocupe que não sou nem doido de andar sozinho pelas ruas depois daquilo! – tranquilizava Dragalge.

— Ei Dhel, leve ele na Wanderleia! – sugeriu Tapu Fini.

“Pode mesmo?” pergunta a alga com receio “e o combustível?”

— Só um pouco a mais não tem problema! – falava a aquática – e qualquer coisa, você trabalha em um posto de abastecimento, pode tentar pedir um desconto não é?

“Vamos ver o que posso fazer! Mas realmente ir na Kombi é mais seguro!” a alga vai até a garagem pegar o veículo.

— Então pessoal... até mais! – se despedia Dragalge.

— Nos vemos amanhã na classe RU! – disse Araquanid, outros estudantes desse estrato também acenavam para ele.

A Kombi parou em frente ao portão e o dragão subiu nela.

Em alguns minutos, chegaram à praia em que ficava o prédio de Dragalge.

“Bem chegamos! Boa noite Dragalge, e nada de ficar zanzando por ai!” aconselhava o fantasma.

— Tudo bem mãezinha! – brincou o venenoso – então nos vemos amanhã...

Mas o cavalo marinho ainda não desceu do transporte. Ele parecia hesitante e olhada na janela para ver se ninguém passava por perto.

“Que houve Dragalge?”

Na escuridão não dava para ver o seu rosto enrubescido, mas para surpresa de Dhelmise, Dragalge encosta sua boca tubular na superfície de sua alga.

— Até... até amanhã... Dhel! – só então ele sai rapidamente da Kombi e vai apressadamente até a guarita que dá à sua residência.

Dhelmise ficou alguns minutos sem se mover, em frente ao volante, com o veículo parado. Não acreditou no que acabara de ocorrer. E também não estava entendendo os sentimentos que surgiam em seu coração. Só sabe que jamais vai esquecer esse dia.

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Glossário

Descarga - Discharge

Música usada

A Grande Família - Dudu Nobre

 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam desse capítulo! Como foi dito, iremos retomar com a programação normal no próximo capítulo. Espero que tenham gostado dessa pequena homenagem à sétima geração! Mas prestem atenção nos Tapus e na Magearna que eles serão páreo duro no próximo arco!

No mais, obrigada pela leitura e até mais! XD



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