O resgate do tigre escrita por Anaruaa


Capítulo 6
Reencontro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/758448/chapter/6

Kelsey e eu ficamos abraçados, silenciosos e emocionados. Meus olhos estavam fechados e eu estava deixando todas as emoções aflorarem. Senti que Kelsey fazia o mesmo. Então alguém gritou de dentro da casa:

— Kelsey? Kelsey? Quem é?

Ela se afastou de mim, mas mantinha o contato visual. Deslizei a mão pelo braço dela e entrelacei nossos dedos. Ela parecia atordoada, abriu a boca para respondeu, mas nenhum som saiu dela. Sorri suavemente e respondi:

— Com licença, Vocês são o Sr. e a Sra. Neilson?

Estendi a mão para cumprimentar Mike e Sarah.

— Olá. Sou o neto do Sr. Kadam, Ren.

Sarah ficou enrubescida, mas Mike me respondeu educadamente:

— Oi, Ren. Que coincidência. Ei, Kelsey, aquele tigre não...

Antes que ele pudesse terminar a frase, Kelsey começou a dizer nervosa:

— Ah, é. Engraçado, não? — ela me olhou e apontou com o polegar. — Mas Ren na verdade é só o apelido dele. Seu nome mesmo é... Al. — Me dando um soco no braço — Não é mesmo, Al?

Eu franzi a testa confuso e respondi:

— É, sim, Kelsey. Na verdade, é Alagan, mas podem me chamar de Ren. Todos me chamam assim — dirigindo-me à Sarah e Mike.

— Ren, por favor, entre e conheça as crianças – Disse Sarah educadamente.

Eu sorriu para ela novamente e disse:

— Eu adoraria.

Me abaixei para pegar os presentes e entrei na casa, enquanto Sara puxava Kelsey para um canto e sussurrava para ela:

— Kelsey, quando vocês dois se conheceram? Por um instante, pensei que estaria finalmente conhecendo Li. O que está acontecendo.

— É o que eu gostaria de saber.

Imaginei que Li fosse o homem com quem Kelsey estava saindo, mas me fiz de desentendido, para ver o que ela iria me dizer:

— Quem é Li?

— Como você... ela interrompeu o que ia dizer — Li é... é ... um cara... que eu conheço.

Sarah ergueu as sobrancelhas, mas não disse nada. Eu fiquei observando Kelsey, esperando que ela se sentasse. Eu sentei ao seu lado.

Em seguida, duas crianças agitadas e curiosas estavam sobre mim. Eu sorri divertindo-me e lhes disse que tinha trazido presentes. Eu lhes entreguei a caixa e elas a abriram freneticamente e tiraram dali uma coleção de livros do Dr. Seuss. Kelsey olhou surpresa e pegou um dos livros, depois reclamou:

— Você comprou exemplares raros, da primeira edição! Para crianças? Devem valer milhares de dólares cada um!

Eu toquei no cabelo dela, prendendo uma mecha atrás da orelha:

— Tenho em casa uma coleção igualzinha para você. Não seja ciumenta.

Ela ficou envergonhada:

— Não foi isso que eu quis dizer.

Eu apenas sorri enquanto pegava os presentes de Mike e Sarah. Mike olhava pela janela e começou a me perguntar sobre o carro.

— Ren, estou vendo que você dirige um Hummer.

— Isso mesmo.

— Acha que pode me levar para dar uma volta? Quer dizer... sabe, eu sempre quis andar num desses.

— Claro, só não posso hoje. Tenho que me instalar em minha nova casa.

— Ah... você vai ficar aqui por um tempo?

— É o que pretendo fazer, pelo menos este semestre. Eu me matriculei em algumas disciplinas na Western Oregon University.

— Bem, isso é ótimo. Vai frequentar a mesma universidade de Kelsey.

Eu sorri.

— É. Talvez a gente se esbarre por lá.

Kelsey me olhava interrogativa.

Eu deslizei o pacote para Mike e Sarah, informando que aquele era o presente deles. O casal pareceu ter gostado da batedeira de última geração que escolhi para eles.

Em seguida avisei a Kelsey que também tinha presentes para ela. Eu entreguei o pacote de Kadam primeiro. Ela abriu e encontrou exemplares encadernados em couro do Mahãbhãrata, da Índia, do Romance dos três reinos, da China, e de O conto de Genji, do Japão, todos traduzidos para o inglês. Ela leu a carta que Kadam lhe escreveu, depois passou a mão pela capa de um exemplar e sorriu.

Em seguida entreguei-lhe o embrulho de Kishan. Sarah perguntou imediatamente quem era Kishan.

— Kishan é meu irmão mais novo.

Percebi que Sarah lançou um olhar de repreensão à Kelsey. Eu me perguntei o porquê de ela não ter falado de Kishan ou de mim para a família.

Kelsey abriu o presente de Kishan e encontrou um colar de ouro branco e um bilhete. Depois de lê-lo, voltou a vasculhar a caixa e encontrou uma latinha. Ela olhou para o objeto e começou a rir. Peguei a lata e vi que era spray de pimenta, mas com um desenho de tigre em um círculo cortado ao meio no rótulo, onde estava escrito: "repelente contra tigre". Franzi a testa e coloquei a latinha de volta na caixa. Então me abaixei e peguei outro presente.

— Este é meu.

Kelsey parou de sorrir, me olhando apreensiva. Recebeu o presente e olhou para Sarah, que estava observando atentamente. Kelsey respirou fundo e finalmente abriu o pacote. Ela deslizou a mão pelo porta-joias de madeira, enquanto eu me inclinava em sua direção, pedindo para que ela o abrisse. Eu tinha mandado fazer aquela caixinha especialmente para ela. Havia fileiras de minúsculas gavetas, forradas com veludo, e dentro de cada gavetinha uma fita de cabelo enrolada.

— As partes são soltas, está vendo? — Eu disse, enquanto a ajudava, erguendo a seção superior e a seguinte. Havia cinco seções, com cerca de 40 fitas por seção.— Todas as fitas são diferentes. Não há nenhuma cor repetida e tem pelo menos uma de cada um dos principais países do mundo.

Atônita, ela disse:

— Ren... eu...

Kelsey levantou os olhos procurando pela mãe. Eu também olhei para Sarah e senti aprovação em seu olhar quando ela disse:

— Parece que você conhece Kelsey muito bem, Ren. Ela adora fitas de cabelo.

Em seguida, Sarah e Mike saíram e nós ficamos sozinhos com as crianças. Kelsey estava distraída manuseando uma fitinha. Parecia distante.

— Você não gostou?

Ela olhou em meus olhos e disse, com a voz rouca;

— É o melhor presente que já ganhei.

Eu sorri, aliviado e radiante, peguei sua mão e beijei seus dedos. Voltando-me para as crianças, perguntei:

– Quem quer ouvir uma história?

Rebecca e Sammy escolheram um livro e subiram no meu colo. Eu os envolvi com meu braços e comecei a ler a história que eles escolheram. Elas eram crianças adoráveis, e eu pensei nas crianças que Kelsey e eu teríamos no futuro. Eu leria muitas histórias com eles em meu colo e Kelsey do meu lado, como naquele momento.

Eu convenci Sammy a segurar o livro e então agarrei Kelsey com o braço livre, puxando-a contra meu corpo, de modo que sua cabeça descansasse em meu ombro. Então corri os dedos para cima e baixo em seu braço.

Quando Mike e Sarah voltaram, Kelsey levantou-se rapidamente e começou a recolher as coisas, nervosa. Eu a observava divertido. Ela estava encabulada, como se estivéssemos fazendo algo errado ou proibido. Nós levamos as coisas para o carro com a ajuda de Mike e Sarah e nos despedimos deles. Quando ficamos sozinhos, eu retirei as luvas que estava usando para tocar a pele do rosto de Kelsey.

— Vá para casa, Kells. Não me faça perguntas agora. Este não é o lugar apropriado. Vamos ter tempo suficiente mais tarde. Encontro você lá.

— Mas...

— Mais tarde, rajkumari.

Ela ficou me observando enquanto eu entrava no meu carro. Fui guiando sem pressa, enquanto o GPS me indicava que caminho seguir para chegar em casa.

Eu estava feliz. Kelsey ficou surpresa em me ver, mas não me rejeitou. Ao contrário, parecia feliz. Desta vez eu estava convencido a fazer tudo diferente do que eu tinha feito antes. Eu a iria conquistar e convencê-la de que eu a merecia, e que ela era a única mulher para mim.

Quando estacionei o veículo na minha garagem, senti o cheiro de Kelsey. Ela já tinha chegado e eu fui direto para a casa dela. A porta estava aberta, então eu entrei, pendurei o casaco e fui até a sala.

Kelsey estava sentada no sofá, numa postura defensiva: os pés dobrados sob o corpo e os braços cruzados diante do peito. Eu olhei para o rosto dela, mas ele não me dizia nada. Passei a mão pelos cabelos, apreensivo e sentei-me na cadeira a sua frente. Inclinei-me para a frente e fios cabelos caíram no meu rosto. Eu os afastei irritado enquanto Kelsey me observava. Ficamos nos entreolhando em silêncio por vários segundos.

— Então... você é o meu novo vizinho — suspirou suavemente.

— Não consegui mais ficar longe de você.

— Eu não sabia que você estava tentando ficar longe.

— Foi o que você me pediu. Eu estava tentando respeitar seu desejo. Queria lhe dar tempo para pensar, para clarear a mente. Para... ouvir seu coração.

Ela baixou os olhos brevemente, pensativa e voltou a olhar nos meus.

— Ah. Então seus sentimentos não... mudaram?

— Meus sentimentos estão mais fortes do que nunca — Respondi.

Inclinei-me para a frente, afastando meus cabelos dos olhos.

— Kelsey, cada dia que você ficou longe de mim foi uma agonia. Eu fiquei louco. Se Kadam não tivesse me mantido ocupado cada minuto de cada dia eu teria tomado um avião na semana seguinte.

Continuei dizendo a ela como foi difícil para mim suportar sua ausência e como eu me senti sem tê-la por perto. Não mencionei a noite na boate, mas tentei fazê-la entender que eu estava absolutamente certo sobre os meus sentimentos por ela.

— Mas, se você queria ficar comigo, então... por que não telefonou?

— Era o que eu queria fazer. Era uma tortura ouvir sua voz toda semana quando você ligava para Kadam. Eu ficava esperando ao lado dele todas as vezes, torcendo para que pedisse para falar comigo, mas você nunca pediu. Eu não queria pressioná-la. Queria respeitar seu desejo. Queria que a decisão fosse sua.

— Você ouvia as nossas conversas ao telefone?

— Ouvia. Tenho ótima audição, lembra?

— Sim. Então o que... mudou? Por que vir aqui agora?

Eu ri irônico antes de responder:

— Foi graças a Kishan.

Contei a ela o que meu irmão havia me dito, como ele me chamou de covarde e disse que eu envergonhava meus pais, e minha mudança de atitude a partir desse fato.

— Decidi que precisava ficar perto de você. Decidi que, mesmo que você só quisesse minha amizade, eu estaria mais feliz aqui do que na Índia sem você.

Eu me levantei e ajoelhei-me diante dela, pegando sua mão.

— Decidi encontrá-la, me atirar aos seus pés e implorar para que tenha misericórdia de mim. Vou aceitar o que você decidir. De verdade, Kelsey. Só não me peça que fique longe de você outra vez. Porque... eu não posso.

Ela não me respondeu imediatamente, aumentando minha agonia. Encostei a testa em sua mão. Ela colocou o braço ao redor do meu pescoço e sussurrou em meu ouvido:

— Um príncipe da Índia nunca deve se ajoelhar e implorar por nada. Está bem. Você pode ficar.

Eu me levantei e a segurei em meus braços, abraçando forte.

— Afinal, eu não ia querer que a sociedade protetora dos animais viesse atrás de mim por maus-tratos a um tigre — ela disse bem humorada.

Eu ri.

— Espere aqui — disse e sai pela porta que conectava nossas casas.

Havia muito tempo, Kelsey fez um desenho do tigre, e eu lhe disse que queria que ela tivesse uma foto minha, do homem. Durante esse tempo em que ficamos separados, me preocupei se quando Kelsey pensasse em mim, ela pensaria no tigre ao invés do homem. Então, comprei-lhe algo para que ela pudesse se lembrar dos dois.

Voltei para a casa dela com o embrulho vermelho nas mãos. Ela o recebeu e abriu, encontrando uma pulseira. A corrente fina tinha um medalhão oval de ouro branco, dentro do qual havia duas fotografias: eu o príncipe, e eu o tigre. Ela abriu o medalhão e sorriu.

— Você sabia que eu ia querer me lembrar do tigre também.

Eu prendi a pulseira em seu pulso e suspirei.

— Sabia, embora eu tenha um pouco de ciúme dele. Ele passa muito mais com você do que eu.

— Hum. Não tanto quanto antes. Sinto falta dele.

— Acredite em mim, você o verá muito nas próximas semanas.

Minha mão encostou no pulso dela e eu a senti se arrepiando e seus batimentos se acelerarem. Puxei o braço dela olhando a pulseira, e lhe dei um beijo no pulso.

— Então... gostou?

— Gostei. Obrigada. Mas... — Sua expressão mudou, mostrando tristeza. — Eu não comprei nada para você.

Eu a puxei e a abracei pela cintura.

— Você me deu o melhor presente de todos: o dia de hoje. É o melhor presente que eu poderia ter desejado.

Ela riu.

— Nesse caso, que porcaria de embrulho que eu fiz.

— É, tem razão. É melhor eu embrulhar você devidamente.

Eu peguei uma colcha que estava sobre o sofá e a enrolei, prendendo braços e pernas, enquanto ela gritava tentando se soltar. Eu a peguei nos braços e a coloquei no meu colo.

— Vamos ler alguma coisa, Kells. Estou pronto para outra peça de Shakespeare. Tentei ler uma sozinho, mas tive muita dificuldade com a pronúncia das palavras.

— Como pode ver, meu captor, meus braços estão presos.

Eu sorri e comecei a fazer carinhos na orelha dela com o meu nariz. De repente, senti um cheiro diferente vindo do lado de fora e ouvi passos se aproximando da casa. Parei para prestar atenção. Eu estava tenso.

— Tem alguém aqui.

A campainha soou.

Levantei-me imediatamente, colocando Kelsey de pé e tirei a colcha dela. Ela corou e me olhou encabulada:

— O que aconteceu com sua audição de tigre?

Eu sorri para ela.

— Eu estava distraído, Kells. Você não pode me culpar. Está esperando alguém?

Então ela fez uma expressão de susto, como se tivesse acabado de se lembrar de algo importante.

— Li!

— Li?

— Temos um... um encontro.

Eu fiquei enfurecido. Franzi a testa e apertei os olhos, repetindo baixinho:

— Você tem um encontro?

— Tenho... — ela respondeu, hesitante.

A campainha tornou a soar. Kelsey começou a falar:

— Preciso ir agora. Por favor, fique aqui. Veja o que tem na geladeira e faça um sanduíche. Volto mais tarde. Por favor, tenha paciência. E não... fique... zangado.

Cruzei os braços diante do peito e estreitei os olhos.

— Se é isso que você quer que eu faça, é o que farei.

Ela suspirou.

— Obrigada. Estarei de volta assim que puder.

Ela calçou os sapatos e eu a ajudei a colocar o casaco. Depois fui até a cozinha e fiquei encarando-a enquanto ela sorria sem graça para mim. Ela abriu a porta e cumprimentou o outro cara:

— Oi, Li.

— Feliz Natal, Kelsey!

Ela se foi com aquele homem e eu fiquei arrasado. Mas estava decidido a não interferir. Se Kelsey quisesse ficar comigo, seria por escolha dela, e não por imposição da minha presença. Afinal, eu tive que sair e até beijar uma outra mulher para ter absoluta certeza de que era Kelsey quem eu queria. Com ela deveria ser igual.

Me transformei em tigre e fiquei esperando por ela pelo que me pareceu uma eternidade.

Eu ouvi quando eles chegaram. O carro parou em frente à casa e eles saíram. Depois caminharam juntos até à porta e pararam.

— Ei, meus olhos estão me enganando ou é um visco que está pendurado aí? — Perguntou o homem.

— É, sim. Respondeu ela, depois de um longo silêncio.

Depois mais silêncio. Eles estavam se beijando.

Kelsey girou a chave na fechadura e o homem despediu-se feliz.

— Boa noite, Kelsey. Até segunda.

Ela demorou um pouco antes de entrar em casa. Eu estava deitado no sofá, e quando ela viu o tigre branco, seu rosto ficou cheio de emoção.

Seus olhos se encheram de lágrimas e ela se ajoelhou diante de mim e me abraçou chorando enquanto enterrava o rosto no meu pelo e acariciava minhas costas.

Eu estava magoado por ela ter beijado outro homem, estava inseguro. Mas aquela reação emocionada me desarmou completamente.

— Ren, eu... eu senti tanta saudade. Queria falar com você. Você é meu melhor amigo. Eu só não queria limitar suas escolhas. Você consegue entender isso?

Ela me abraçava forte, então eu me transformei sem que ela me soltasse, colocando-a em meu colo, enquanto lhe abraçava pela cintura. Ela continuou chorando, deixando minha camisa molhada de lágrimas.

— Eu também senti saudade, iadala. Mais do que você imagina. E entendo suas razões para partir.

— Entende?

— Sim. Mas quero que você entenda uma coisa também, Kells. Você não limita minhas escolhas. Você é a minha escolha.

— Mas, Ren...

Eu puxei sua cabeça de volta para meu ombro e lhe perguntei com a voz firme, porém suave:

— Este homem, Li. Você o beijou?

Ela balançou a cabeça positivamente.

— Você o ama?

— Somos amigos e gosto muito dele, mas com certeza não estou apaixonada por ele.

— Então por que o beijou?

— Eu o beijei para... comparar, eu acho. Para analisar o que eu realmente sentia por ele.

Eu compreendi, pois já tinha feito o mesmo. Naquela ocasião, beijar outra pessoa me fez ter certeza de que eu queria Kelsey.

"Seria bom saber que Kelsey tem certeza do que ela quer."

Eu a coloquei no sofá ao meu lado e comecei a perguntar sobre os encontros. Ela me disse que é assim que se descobre se você gosta ou tem afinidades com outra pessoa. Também me disse que já tinha saído com 3 homens diferentes.

— Três no total. Li, Jason e Artie. Se é que se pode contar Artie. Ren, por que todas essas perguntas? Aonde você quer chegar?

— Só estou curioso em relação a rituais de corte modernos. O que você fez nesses encontros?

— Fui ver alguns filmes, saí para jantar, fui a um casamento com Li e a um jogo de futebol com Jason.

— Você beijou todos esses homens?

— Não! Só beijei Li e essa foi a primeira vez.

— Então Li é o seu preferido.

Fiquei de frente para ela e segurei suas mãos

— Kelsey, acho que você deve continuar com esses encontros.

— O quê?

— Estou falando sério. Fiquei pensando nisso enquanto você estava fora. Você falou sobre me dar escolhas. Eu já fiz a minha, mas você ainda não fez a sua.

— Ren, isso é loucura! Do que você está falando?

— Saia com Li ou Jason ou com quem mais você quiser e prometo que não vou interferir. Mas também mereço uma chance. Quero que você saia comigo também.

Ela discordou no início, mas depois acabou concordando:

— Então você acha que eu devo dizer a Li: “A propósito, Ren está de volta e ele achou que seria ótimo se eu saísse com vocês dois”? É isso?

— Se Li não consegue lidar com um pouco de competição honesta, é melhor você saber disso agora.

— Isso vai atrapalhar minhas aulas de wushu.

— Por quê?

— Ele é o meu professor.

— Ótimo. Vou com você. Quero conhecê-lo. Aliás, um pouco de exercício vai me fazer bem.

— Ren, é uma turma de iniciantes. Não é apropriada para você e eu não quero você lutando com Li. Prefiro que não vá.

— Serei um perfeito cavalheiro. — inclinei a cabeça para observá-la. — Você tem medo de que eu seja a escolha óbvia?

Então ela me disse que seria difícil sair comigo.

— Por que é mais fácil com outros homens do que comigo? E não me venha com a explicação do rabanete outra vez. Ela é ridícula.

— Porque se não desse certo com os outros homens, eu poderia sobreviver sem eles.

Eu compreendi sua colocação e meu coração se encheu de emoção. Beijei-lhe os dedos e lhe expliquei que ela nunca me perderia, suplicando por uma chance.

— Vamos tentar.

— Obrigado. Então me trate como todos os outros caras.

Ela revirou os olhos quando lhe beijei o rosto e saí para a minha casa, desejando-lhe boa noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O resgate do tigre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.