O resgate do tigre escrita por Anaruaa


Capítulo 29
Cativeiro - Ren




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Eu estou preso, já não sei há quanto tempo. Estou na forma de tigre agora, mas sei que logo me verei obrigado a me tornar homem novamente, e meu tormento irá piorar.

Lokesh e seus homens têm me torturado, mesmo como tigre, mas nesta forma, ele não pode tirar informações de mim.

Ele pretende pegar o amuleto de Kishan que está com Kelsey, e tem feito de tudo para obter informações sobre ela e sobre o outro amuleto, aquele que estava em meu poder e que agora está com Kadam. Eu tenho lutado para não falar nada, mas cada dia está mais difícil.

Quando me lembro de como fui tolo, sinto-me pior. Kadam me pediu para voltarmos à Índia, assim que soube sobre aquela revista que trazia informações sobre Kelsey. Ele achava que Lokesh pudesse encontrá-la. Mas eu fui egoísta. Eu me sentia tão feliz e completo que temia voltar à índia. 

Nos estados Unidos, nós não pensávamos muito na magia que envolvia a minha vida, não nos preocupávamos com Deusas, profecias e aventuras míticas. Éramos eu e ela. Eu temia que ao voltar para casa, os medos e inseguranças de Kelsey voltassem ou que ela se preocupasse mais em quebrar a maldição do que em me dar atenção. Eu subestimei o inimigo, colocando Kelsey em perigo.

Quando os capangas de Lokesh nos atacaram, eu só queria protegê-la e sabia que Kishan também faria o que fosse necessário para isso. Havia muito tempo desde que eu percebera o que ele sentia por ela e, apesar do meu ciúme, contei com os sentimentos dele naquele momento. Eu fora atingido por muitos dardo tranquilizantes e não resistiria por muito tempo.

Quando eu caí e vi aqueles homens aproximarem-se de nós, procurei por Kishan, mas ele estava longe. Eu sabia que Kelsey não iria fugir, ela é uma mulher corajosa e altruísta. Entrei em desespero por não poder protegê-la. Mas então eu percebi que ela estava atacando os inimigos com algum tipo de arma. Não sabia o que era, não conseguia ver qualquer arma em sua mão. Na verdade, parecia que aqueles raios estava saindo da palma da mão dela.

Vários agressores foram eliminados com o ataque de Kelsey, mas ela foi atingida duas vezes e desabou no chão. Eu a segurei e consegui atacar um agressor, que se aproximou de nós. Mas eu sabia que não conseguiria mais lutar. 

Gritei por Kishan, que se aproximava e ordenei que pegasse Kelsey e a levasse dali. Eu a ouvi protestar, percebi a dúvida no olhar de Kishan. Mas ele tinha sido atingido, e logo sucumbiria, e então, nós três seríamos capturados.

Eu olhei enquanto Kishan se afastava, levando o amor da minha vida com ele. Ouvi alguns homens se aproximarem e erguerem meu corpo, até que eu perdi os sentidos.

Acordei nesta jaula. 

Eu havia me transformado em tigre. Temi que não pudesse voltar a ser homem, mas consegui me transformar. Eu não sabia por quanto tempo tinha ficado apagado, provavelmente por mais de 24 horas. Tentei abrir a jaula, mas não consegui. Ela estava trancada por fortes cadeados e grossas corrente e eu ainda estava muito fraco. Transformei-me em tigre e esperei.

Vários dias se passaram, sem que ninguém aparecesse. Durante mais de uma semana, fiquei sozinho, trancado em uma jaula sem limpeza, dentro de uma sala escura, sem água ou comida. Então, alguns homens vieram.

Eu tentei atacá-los, mas estava fraco e faminto, sendo facilmente dominado. Eles me atacaram com uma arma de choque e me amarraram com uma coleira grossa e correntes e me levaram até ele.

Quando o vi, me lembrei de tudo o que havia passado por sua culpa e fiquei tomado por ódio. Rugi alto e pulei sobre ele. Mas os homens me puxaram com força, evitando que eu o dilacerasse.

Lokesh não estava diferente desde a última vez que eu o tinha visto, havia mais de 300 anos. Ele não havia envelhecido e parecia estar muito adaptado aos novos tempos, usando um terno muito alinhado e elegante. Ele riu :

— Então bravo príncipe, encontrou um novo amor. Me diga, quem é ela?

Rugi novamente, tentando me desvencilhar daqueles homens que me prendiam. Lokesh, que estava sentando em uma cadeira, levantou-se e aproximou-se de mim, ficando muito próximo do meu rosto. Ele parecia muito calmo e até divertido, enquanto eu rugia irado.

— Kelsey. Este é o nome dela não é? Onde ela está agora?

Eu tentei atacá-lo, mas não conseguia me mover. Parece que ele havia usado magia para me conter.

— Nosso tigre está muito nervoso. Leve-o e arranque todas as unhas e dentes dele.

Os homens me amarraram, de forma que eu não conseguisse me mover e arrancaram uma a uma as minhas unhas e depois os meus dentes. Então, me puxaram pelo rabo e prenderam-me na jaula. Depois de alguns minutos, eu já tinha meus dentes e unhas de volta e consegui me soltar.

Lokesh veio até mim e disse que precisava de informações. Também disse que sabia que eu podia me tornar homem, apontando para as câmeras que havia naquela sala e exigindo que eu me transformasse. Eu rugi em resposta e ele saiu da sala irritado.

Dois dias depois, um homem veio à minha jaula e me deu água e comida. A partir dai, eles alimentavam o tigre, uma vez por semana. Jogavam uma quantidade de carne podre e água. Eu tentava não comer, mas a fome era muito grande e eu acabava me alimentando daquilo.

Depois de algum tempo, fui levado daquele lugar. Um caminhão entrou no galpão e minha jaula foi colocada dentro do baú. Em algumas horas, chegamos a um acampamento no meio da floresta. Havia muitas pessoas naquele lugar, pessoas simples, com os corpos tatuados. Estávamos em uma tribo e o povo parecia amedrontado.

Fui levado a um galpão, onde permaneci na jaula. Um homem alto e muito forte entrou e ficou me observando através das grades. Ele tinha os cabelos longos penteados em um coque e tinha o rosto tatuado, usava colares de contas e tinha várias argolas douradas na orelha. Claramente era membro daquela tribo. Ele parecia temer o tigre, mas permanecia me observando.

De repente, comecei a sentir meu corpo arrepiar. Era como quando meu tempo acabava e eu precisava me transformar no tigre. Um aviso. Só que ao contrário, como se eu precisasse me transformar em homem.

Tentei rejeitar aquela sensação, mas comecei a sentir dor. Tentei impedir a transformação, mas o tigre estava sendo expulso, e não havia nada que eu pudesse fazer para impedir. Rugi de dor. Então, o rugido virou um grito de frustração. Eu era homem novamente.

O homem tatuado me olhou surpreso e assustado. Lokesh entrou na sala em seguida e falou baixo com aquele homem, que me olhou com pesar. O homem abriu a jaula e me segurou pelo braço. Tentei lutar contra ele, mas ele era muito forte e eu estava fraco. Ele me amarrou e Lokesh começou a me interrogar sobre a identidade e localização de Kelsey e dos amuletos. Eu permaneci calado. Todas as vezes em que eu me recusava a falar, o homem me batia. Durante 6 horas fui torturado, mas não disse nada.

Todos os dias, eu tentava lutar contra a transformação, mas era em vão. Havia algo que afugentava o tigre de mim. Nas 18 horas como tigre, eu me sentia enfraquecido, meu corpo todo doía, eu sentia uma necessidade de sair dali. Depois, por mais que eu lutasse, o tigre era expulso e eu me tornava homem.

Havia alguma magia que repelia o tigre naquele lugar. Por isso Lokesh havia me levado até lá, porque ele sabia que eu não me tornaria homem por vontade própria. Eu era mais forte como tigre e resistia a suas torturas, e não lhe diria o que ele queria saber.Como homem era mais difícil, mas eu seguia firme. As torturas iam ficando cada vez piores. 

Eu tive meus dentes e unhas arrancados também como homem, minha pele foi cortada e queimada, meus dedos eram constantemente quebrados e meus órgãos perfurados. Uma vez, Lokesh mandou drenarem todo o meu sangue. Eu pensei que fosse morrer, mas acabei me recuperando.

Quando percebeu que eu me curava rápido, Lokesh começou a me “testar”. Ele parecia se divertir, experimentando com minha dor. Parecia até que as informações não lhe interessavam tanto. Na verdade, ele vinha usando magia para arrancar informações de mim.

Kelsey aparecia para mim me fazendo perguntas, ou Kishan me fazia acusações. Às vezes eu via Kadam, e ele me dizia que tudo estava bem e começava a conversar comigo. No início acreditei nas ilusões, mas percebi que eram falsas e me calava, mas estava ficando cada dia mais difícil.

Eu estava quebrado. Não só o corpo, mas minha mente também. Estava enfraquecido. As lembranças de Kelsey eram a única coisa que me faziam continuar sendo eu mesmo. Mas eu temia que me deixasse levar pelas ilusões de Lokesh e acabasse lhe dando alguma informação.

A dor por estar colocando a segurança de Kelsey em risco era maior do que a dor física. Eu dormia na forma de tigre e sonhava com Kelsey. Os sonhos acalentavam minha alma, mas eu temia que Lokesh estivesse usando isto para obter informações a partir das minhas memórias. Acordava como homem, amarrado e sangrando. Os guardas de Lokesh me torturavam por 6 horas, depois saíam, deixando-me naquela jaula escura e fétida.

Uma noite, logo após eles trancarem a porta do porão, ouvi um tilintar de sinos e vi um pontinho de luz. Achei que fosse Kelsey, chamei por seu nome, ansioso para ver pelo menos a ilusão do meu amor. Mas não era uma ilusão, nem era Kelsey. Era Durga.

Eu vi a Deusa e a sombra de um homem, que ela me disse ser o seu consorte. Ela me disse que não poderia me libertar, mas que poderia me ajudar. Segundo ela, só tinha uma forma de evitar que Lokesh conseguisse acessar as informações que ele queria. Me disse saber que estava cada dia mais difícil suportar as horas de tortura sem dar nenhuma informação, mas que em breve isto pioraria.

O homem sussurrou algo para a Deusa e ela respondeu baixinho. Eu não conseguia ouvi-los. Ela me disse que voltaria na próxima noite e foi embora.

Pela manhã, Lokesh chegou à Câmara de tortura e o homem, que agora eu sabia ser um membro da tribo baiga, me tirou da minha cela e me levou até ele. O baiga falou com Lokesh enquanto eu tentava inutilmente me libertar, mas Lokesh não lhe respondeu. O homem gritou me mandando ficar quieto e me puxou para a frente. Eu caí de joelhos e fui esbofeteado. O homem me segurou pelos ombros, erguendo meu rosto em direção a Lokesh. 

Neste momento, percebi que Lokesh parecia estar em transe. Seu corpo estava ali mas sua mente estava em outro lugar. Tive o pressentimento de que ele estava com Kelsey, em uma visão. Se isto era verdade, era provável que Kelsey tivesse conseguido encontrar o segundo presente de Durga, e em breve eu teria doze horas na forma humana. Doze horas para ser torturado. Foi isto que a Deusa quis dizer quando me falou que as coisas iam piorar.

Neste dia, Lokesh estava mais satisfeito e me torturou pessoalmente, por muitas horas. Muitas vezes eu desmaiei e voltei. Eu não suportaria mais. Resolvi aceitar a proposta da Deusa. Naquela noite, eu tive um sonho, ou uma visão, não sei ao certo.

Eu estava sentado na jaula, esperando pela visita da Deusa, pronto para dizer a ela que faria o que fosse necessário. Ouvi alguém se aproximando e achei que era Durga. Quando ela chegou perto da grade, vi que quem estava ali era Kelsey. Desta vez , a presença dela era palpável, como se ela estivesse ali de verdade. Meu coração batia forte.

— Kells?

Ela aproximou-se da grade e fechou os dedos em torno delas. Estava escuro e eu via apenas sua silhueta.

— Sim, sou eu.

— Não consigo vê-la.

Ela se abaixou e eu a vi. Ela estava linda e preocupada.

— Assim está melhor?

— Está. — Respondi sorrindo.

Me arrastei até ela e cobri sua mão com a minha. Meus dedos estavam quebrados e doíam muito, mas sentir o calor dela era reconfortante e tornava aquela dor suportável. Fechei os olhos por um momento para senti-la. Ela me olhou e seus olhos se encheram de lágrimas.

— Ah, Ren! O que foi que ele fez com você?

Eu sabia que estava muito machucado, podia sentir o sangue que ainda escorria pelo meu rosto. Minha jaula estava suja e fedia. Eu não tomava banho desde que fora capturado, e embora aparecesse limpo todas as vezes em que me transformava, eu imaginava que minha aparência poderia chocá-la. Com dificuldade, ergui um dedo para tocar seu rosto:

— Ele não conseguiu tirar a informação que queria de você e resolveu descontar a raiva em mim.

— Eu... eu... sinto... tanto.

Suas lágrimas molharam minha mão.

— Priyatama, não chore.

Consegui tocar o rosto dela com a minha mão. Ela virou o rosto e beijou minha palma.

— Não posso suportar vê-lo assim. Estamos vindo buscar você. Por favor, por favor, aguente um pouco mais.

Eu baixei os olhos, envergonhado.

— Não sei se consigo.

— Não diga isso! Nunca diga isso! Eu estou indo. Sei o que fazer. Sei como resgatá-lo. Você precisa permanecer vivo. Não importa como! Ren, me prometa!

Eu suspirei.

— Ele está perto demais, Kells. Cada segundo que Lokesh me tem aqui significa que você está em perigo. Você se tornou uma obsessão para ele. A todo momento ele tenta extrair informações suas de minha mente. Ele não vai parar. Não vai desistir. Ele... ele vai me subjugar. Logo. Se fosse apenas a tortura física, acho que eu poderia aguentar, mas ele está usando magia negra. Está me enganando. Causando alucinações. E eu estou tão... cansado.

— Então conte a ele. Conte a ele o que ele quer saber e talvez ele o deixe em paz.

— Nunca contarei a ele, prema.

Ela falou soluçando:

— Ren. Eu não posso perder você.

— Eu estou sempre com você. Meus pensamentos estão em você.— peguei um cacho de seu cabelo e o levei aos lábios, inspirando profundamente para absorver o cheiro dela — O tempo todo.

— Não desista! Não quando estamos tão perto!

Pensei no que Durga havia me dito e desviei os olhar.

— Tem uma opção que eu poderia considerar.

— Qual é? Que opção?

— Durga — considerei por um segundo antes de dizer a ela — ofereceu proteção, mas seu preço é alto demais. Não vale a pena.

— Sua vida vale qualquer coisa! Aceite! Não pense duas vezes. Você pode confiar em Durga. Faça o que ela pede! Qualquer que seja o preço, não importa, desde que você sobreviva.

— Mas, Kelsey...

— Shh. Faça o que for preciso para sobreviver, está bem?

Kelsey tinha razão. Não se tratava da minha sobrevivência, mas de sua segurança. Eu precisava fazer aquilo. Eu me encostei na grade e suspirei. Eu sabia que a Deusa não demoraria a chegar e já havia tomado minha decisão. Olhei para Kelsey com tristeza e desespero, sem saber quando a veria de novo.

— Você precisa ir. Ele pode voltar a qualquer momento.

— Não quero deixar você.

— E não quero que você vá. Mas é preciso.

Ela virou-se para sair, mas eu a chamei de volta.

— Espere, Kelsey. Antes de ir... você me dá um beijo?

Talvez o último beijo.

Ela se ajoelho a minha frente, tocou meu rosto e disse que não queria me causar mais dor.

— Não tem importância. Por favor. Me beije antes de ir.

Arquejando de dor, eu me ajoelhei na jaula, passei minhas mãos pela grade e a puxei para mais perto. Coloquei as mãos em seu rosto e a beijei entre as grades. Senti o calor dos seu lábios e meu sangue, que parecia congelado em minhas veias, voltou a correr quente pelo meu corpo. O cheiro dela era como um calmante e seu sabor, remédio para a minha dor.

Mas foi um beijo breve. Me afastei e sorri. Ela recomeçou a chorar e eu enxuguei suas lágrimas, enquanto recitava um poema.

Quando o Amor com asas livres

Paira dentro de meus portões,

E minha divina Altea vem

Para sussurrar junto às grades;

Quando me vejo enroscado em seu cabelo

E agrilhoado ao seu olho,

As aves que brincam no ar

Não conhecem tamanha liberdade.

Muros de pedra não constituem prisão,

Tampouco barras de ferro uma jaula;

Mentes puras e quietas tomam isso

Como a habitação do eremita;

Se tenho liberdade em meu amor

E em minha alma sou livre,

Só os anjos, que planam acima,

Desfrutam da mesma liberdade.

Encostei a testa na grade e falei:

— A única coisa que eu não poderia suportar é se ele machucasse você. Isso eu não vou permitir. Não vou deixar que ele a encontre, Kelsey. Aconteça o que acontecer.

— O que você quer dizer?

— Nada, minha querida. Não se preocupe. É hora de ir, iadala.

Ela se levantou e caminhou até porta, mas eu a chamei novamente.

— Não importa o que aconteça, por favor lembre-se de que a amo, hridaya patni. Prometa que irá se lembrar.

— Eu vou me lembrar. Prometo. Mujhe tumse pyarhai, Ren.

— Agora vá.

Eu me sentei na jaula e ouvi os sinos da Deusa. Senti uma tristeza tão grande, como se a vida estivesse me deixando naquele momento. Ouvi Kelsey me chamar, preocupada.

— Por favor, vá, Kelsey. Vai ficar tudo bem.

— Ren?

— Adeus, meu amor.

— Ren!

E ela se foi.

Sinto a presença de Durga, ela se aproxima de mim e não está só. Eu a vejo e na escuridão, vejo a sombra de seu consorte.

Digo a Durga que estou pronto e ela acena com a cabeça. Então ela vira-se para o homem e ele lhe diz algo, muito baixo, mas eu o escuto. Sua voz me é familiar, então eu olho novamente.

O homem sai das sombras o suficiente para que eu veja seus olhos. Tão familiares quanto os olhos do tigre de Durga. Me sinto estranho. Eu conheço aquele homem.

Mas isso não importa. Estou pronto. Olho para a Deusa. Seus olhos estão fechados e ela segura o emblema em torno de seu pescoço. Ela sussurra palavras estranhas e uma névoa gira em torno de seu corpo.

A fumaça vem em minha direção e começa a entrar por minhas narinas. Eu sinto a névoa vasculhando a minha mente.

Estou pronto.


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