O resgate do tigre escrita por Anaruaa


Capítulo 27
O lenço da divina tecelã




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Kelsey puxou uma corda que pendia do teto de madeira da casa na árvore e uma escada desceu. Então ela começou a me explicar sobre os próximos passos. E ela sabia exatamente o que estávamos procurando e o que teríamos que fazer para encontrar. Aparentemente, o corvo Hugin fez com que sua mente trabalhasse com mais clareza, e ela passou a entender a profecia como se fossem visões do futuro. 

— Esta escada leva aos galhos externos, que precisamos subir até alcançar o topo, onde encontraremos o ninho de um pássaro gigante. É lá que está o Lenço, assim como os pássaros de ferro.

— Pássaros de ferro?

— Sim, e teremos que lutar contra eles para pegar o Lenço. Espere um segundo— Ela pegou a profecia de Kadam e correu os olhos por ela — Aqui. É contra isto que vamos lutar.

Havia a figura de uma ave assustadora, que parecia mesmo ser feita de algum tipo de metal. Comecei a ler a descrição da tal ave e fiquei um pouco nervoso:

— “Terríveis aves carnívoras, com bicos de ferro, garras de bronze e excrementos tóxicos. “Em geral vivem em grandes colônias.”

— Não são uns amores?

— Fique perto de mim, Kells. Não sabemos se você pode cicatrizar aqui.

— Aliás, não sabemos se você também cicatriza aqui — Ela riu e parecia muito segura — Mas vou tentar não deixá-lo sozinho por muito tempo.

— Engraçadinha. Você primeiro.

Subimos pela escada até chegarmos a uma rede de galhos compactos que se estendiam até o alto da árvore e começamos a subir por eles. Pedi à Kelsey para ir na frente, para que eu pudesse segurá-la caso ela escorregasse, o que de fato aconteceu uma vez.

Depois de estarmos subindo há  um longo tempo, paramos para descansar em um dos galhos. De repente, Kelsey pareceu percebe algo ali:

— Kishan, dê uma olhada nisso. Acho que estamos olhando para os excrementos tóxicos.

Olhei para aquela pasta verde-amarelada espessa e mal-cheirosa e notei que ela tinha corroído parte do galho.

— E isso é velho, talvez de umas duas semanas atrás. O cheiro é horrível. É ácido e amargo. Está queimando minhas narinas.

— Acho que vamos precisar ficar atentos a bombas tóxicas, hein?

Voltamos a subir pelo galho, mas agora que eu conhecia o cheiro horrível daquelas aves, pude farejar o caminho até o ninho delas.

— Uau, é imenso! Você acha que tem algum pássaro por perto?

— Não ouço nada, mas o cheiro está por toda parte.

— Ah, que sorte a minha ter um nariz de tigre por perto. Não estou sentindo nada.

— Agradeça por isso também. Acho que nunca conseguirei esquecer este cheiro.

— É justo que você tenha que lutar contra aves de cheiro desagradável. Lembre-se de que Ren enfrentou os kappa e os macacos imortais.

Fiquei um pouco irritado com o comentário. Além de pensar em Ren o tempo todo, ela parecia valorizar mais a busca dele em Kishikinda do que a minha, por achar que esta era fácil. Não falei nada e continuei subindo pelos galhos.

Havia muito excremento nos galhos, o que os enfraquecia. Tínhamos que tomar muito cuidado para não pisarmos muito perto dos excrementos, caso contrário, o galho fraco se quebraria.

Enquanto nos aproximávamos do ninho, eu ia prestando atenção nos sons ao redor, para detectar a presença das aves.

Quando alcançamos o imenso ninho e entramos dentro dele, encontramos cinco ovos enormes, dourados e metálicos. Bati em um deles e ouvimos um eco metálico e oco. Kelsey olhou ao redor e pareceu notar algo. Olhou para mim esperando aprovação.

Olhei para o alto, ao redor e, não vi ou ouvi nada. Então me agachei ao lado de Kelsey para ver o tecido sobre o qual os ovos descansavam. Era um tecido transparente, que apresentava cores brilhante que mudavam o tempo todo. Kelsey estava encantada.

— Vamos ter que rolar os ovos um por um, Kells. Eles são pesados.

— Tudo bem. Vamos começar por este.

Começamos a rolar os ovos e encontramos uma pena. Ela era muito grande e pesada e tinha as bordas afiadas como serra. Eu mal conseguia levantá-la. Senti um pouco de medo e torcia para que não encontrássemos as aves.

— Ai, isso não é bom— disse Kelsey preocupada.

— É melhor nos apressarmos— eu disse, concordando com ela.

Estávamos rolando o terceiro ovo quando ouvimos um grito estridente. Ao longe, uma ave vinha voando em direção ao ninho. A medida que se aproximava, podíamos perceber a enormidade daquele pássaro.

Ele emitiu um lamento desagradável. Um grito mais baixo ecoou em resposta quando outra ave se juntou à primeira. A árvore se sacudiu quando alguma coisa pousou num galho próximo. Um pássaro gritou para nós e começou a se dirigir ao ninho. Eu me coloquei à frente de Kelsey enquanto nos afastávamos em direção ao tronco.

Outra ave voou acima de nós. Kelsey pegou o arco e se preparou para lançar uma flecha. A ave gritou, e o braço de Kelsey estremeceu. Ela lançou a flecha, mas errou o alvo.

O corpo da criatura parecia o de uma águia gigante. Fileiras de penas de metal densas e sobrepostas cobriam o torso da ave e se tornavam maiores ao longo das asas compridas e amplas. As pontas das asas eram afiladas e bem separadas. O pássaro de ferro batia as asas e abria as penas da cauda para ajudar a frear e se lançar novamente para o céu.

Ele se movia como uma ave de rapina. Patas musculosas e fortes, com garras afiadas, estiraram-se para nos agarrar em sua segunda passagem. Eu empurrei Kelsey, que caiu de cara no ninho. A ave passou a poucos metros dela.

Outros pássaros foram se aproximando, tentando nos atacar. Kelsey tentou atacar com o raio, mas estes batiam nas aves e voltavam, tornando-se perigosos para nós. Eu lancei o chakram, conseguindo arrancar a asa de um deles, que caiu ruidosamente no chão. Mas ainda havia três delas tentando nos atacar. Kelsey lançou uma flecha e acertou o peito de uma, que ficou mais irritada.

— Mire o pescoço ou os olhos, Kelsey!

Kelsey acertou o pescoço de uma, que despencou e se partiu no chão. Mas outras aves chegaram furiosas. Elas pareciam inteligentes e começaram a me cercar entre os ovos. Então, uma ave me agarrou com as enormes garras, enquanto eu tentava me defender de uma segunda.

Kelsey gritou meu nome e em seguida, lançou um raio nos olhos da ave, que me soltou imediatamente. Ela acertou os olhos da outra ave, que também se afastou. Kelsey correu até mim.

— Você está bem?

Eu sentia muita dor no tórax, que estava dilacerado e sangrava muito.

— Parece que tenho facas quentes sobre a pele, mas já está cicatrizando. Não deixe que se aproximem de você.

— Parece que as garras são cobertas por ácido — ela disse e tocou de leve minha pele onde havia queimaduras.

Eu arfei de dor e disse a ela que ficaria bem. Então ouvi o som das aves, que pareciam estar conversando entre si.

— Ouça. Elas estão se comunicando. Estão voltando. Prepare-se para lutar.

Levantei-me com dificuldade, enquanto Kelsey se posicionava entre os dois ovos que ainda estavam no ninho. Então me lembrei do comentário dela sobre a luta de Ren em Kishikinda.

— Pensando bem, eu preferiria os macacos — gritei.

— Vou lhe dizer uma coisa: vamos alugar os filmes King Kong e Os pássaros. Depois você decide.

Eu já estava sentindo menos dor, e minhas feridas já estavam cicatrizando, de forma que eu conseguia correr.

— Você está marcando um encontro comigo? Porque, se estiver, isso certamente vai ser um incentivo a mais para sair disso vivo — Gritei enquanto corria dentro do grande ninho.

— Se isso funcionar, está marcado.

— Estou dentro.

Cheguei até a borda do ninho e saltei para um dos galhos onde me posicionei e lancei o chakram. Havia umas dez aves me perseguindo. Elas dissiparam-se mas voltaram a se agrupar em pouco tempo. As aves eram determinadas e pareciam calcular os ataques. Elas mergulharam contra nós com agressividade e começaram a arrancar os galhos para chegarem até onde estávamos.

Elas mergulhavam contra mim e eu saltava, afastando-me delas. Acertei duas com o chakram, enquanto Kelsey conseguia cegar algumas usando as flechas e os raios.

— Você pode mantê-las longe de mim por um minuto, Kells? — gritei.

— Acho que sim! Por quê?

— Vou mover os dois últimos ovos!

— Depressa!

Comecei a mover os ovos e ouvi um som de explosão. Kelsey, de algum modo, explodiu a cabeça de um pássaro. A ave caiu sobre o ninho, fazendo-o se partir. Eu me desequilibrei e olhei na direção de Kelsey, que havia sido lançada contra o ninho e estava caindo. Antes que eu pudesse me desesperar, ela conseguiu se segurar em um galho. Vi que ela estava muito machucada. Consegui me reequilibrar e corri até ela.

— Aguente firme, Kells!

Eu me deitei de bruços e estiquei os braços, segurando os dela e a puxei, girando meu corpo para que ela caísse sobre mim.

— Você está bem? — perguntei.

— Estou.

— Ótimo.

Eu sorri para ela, mas vi duas aves vindo em nossa direção. Coloquei uma mão sobre a cabeça dela e a outra em sua cintura e rolei nossos corpos para fugir do ataque. As aves nos alcançaram e estavam perto de me estripar, quando Kelsey acertou o olho de uma delas com um galho e o da outra com o raio. Eu a agradeci por salvar minha vida. Ela parecia satisfeita por seu feito. 

— Sempre às ordens.

O ninho começou a despencar e eu tive que me agarrar aos galhos usando as duas mão. Gritei para que Kelsey se segurasse em mim e ela agarrou meu pescoço. O ninho caiu e os ovos se espatifaram nos galhos abaixo. Vi o lenço pendurado em um dos galhos e mostrei a Kelsey.

— Kells, depressa! Agarre minha mão. Vou descer você para que possa alcançar o Lenço.

— Tem certeza?

— Tenho! Ande logo!

Eu a segurei com um braço enquanto sustentava nossos corpos no galho com o outro. Mas não era o suficiente. 

— Vou ter que descer mais! Pode segurar minha perna?

— Posso. Mas preciso subir.

Eu a joguei para o alto e agarrei sua cintura antes que ela caísse. Ela se assustou e agarrou-se com força ao meu pescoço.

— O que eu faço?

— Primeiro... — Eu inclinei a cabeça e a beijei com força — Agora passe a perna esquerda pela minha cintura.

Ela me olhou, furiosa. Eu disse a ela:

— Apenas faça o que estou dizendo!

Ela conseguiu colocar a perna na minha cintura e eu soltei a dela, agarrando sua perna. Em seguida ela soltou meu pescoço e ficou de cabeça para baixo, segurando-se na minha perna. 

— Por que eles não escolheram uma garota do Cirque du Soleil para essas tarefas? Ficar pendurada de cabeça para baixo de um galho quebrado a centenas de metros do chão é pedir demais de uma garota iniciante em wushu!

— Kells?

— O quê?

— Cale a boca e pegue o Lenço.

— Estou tentando!

Eu estava tendo dificuldade para nos segurar naquele galho, e temia que nós dois despencássemos.

— Só mais uns centímetros.

Deslizei minha mão da panturrilha para o tornozelo dela. Ela segurou a ponta do lenço quando este estava prestes a voar com o vento. Assim que ela pegou o lenço, seu corpo ficou mole e eu tive que segurá-la com mais firmeza para que ela não caísse.

— Kelsey! Aguente firme!

Percebi que ela tinha perdido a consciência. Fiquei desesperado, sem saber o que fazer. Eu tinha que continuar segurando o galho e a perna de Kelsey e não sabia o que tinha acontecido com ela.

Kelsey continuava segurando a ponta do lenço, que se balançava com o vento, prestes a se soltar. Eu gritava para que ela voltasse. Então, de repente ela acordou.

— Peguei! — gritou. — Me puxe, Kishan!

Ouvi o som de uma ave e vi quando ela se aproximava de Kelsey.

— Kelsey! Cuidado!

Ela lançou um raio dentro da boca do pássaro que se aproximava com o bico aberto. A ave se afastou e eu puxei Kelsey, que segurou firme minha cintura. Eu a soltei e nos puxei para o galho, usando os dois braços. Então me lancei para a borda pendente do ninho e a puxei, arfando de cansaço. Meus braços tremiam. Comecei a inspecionar os braços e pernas de Kelsey para avaliar suas feridas.

— Kells, você está bem? O que aconteceu com você?

— Outra visão. Falo sobre isso mais tarde— Respondeu ofegante.

Os pássaros continuavam a vir e eu estava exausto.

— Muito bem. E agora? — perguntei.

— Agora nós damos o fora daqui. Venha.

Kelsey parecia animada e começou a juntar nossas armas e colocá-las na mochila. Então começamos a descer até onde as aves não pudessem mais nos ver. 

— Kells, pare. Precisamos descansar um pouco.

— Tudo bem.

Assim, paramos para comer e beber algo que o fruto nos forneceu. Depois de comer, fui verificar os ferimentos de Kelsey e encontrei uma grande farpa sob uma de suas unhas, e me prontifiquei a retira-la. 

— Isso vai doer. Farpas e espinhos são os maiores inimigos dos tigres.

— Sério?

— Nós nos esfregamos nos troncos das árvores e os arranhamos para marcar território e às vezes comemos porcos-espinhos. Um tigre inteligente os ataca de frente, mas às vezes eles conseguem se virar. Já tive espinhos de porco-espinho em minhas patas e eles doem e inflamam. E se quebram quando ando. Um tigre não consegue arrancá-los, então eu tinha que esperar até poder me transformar em homem para puxá-los.

— Ah! Eu me perguntava por que Ren estava sempre se esfregando nas árvores na selva. Mas os espinhos não acabam saindo sozinhos?

— Não. Na verdade, eles se curvam, formando um círculo, e ficam na pele. Tampouco se dissolvem. Isso pode acontecer com as farpas, mas não com os espinhos. Eles podem permanecer no corpo do tigre a vida toda. É o que faz alguns deles se tornarem predadores do homem. Incapacitados, eles não podem mais caçar presas rápidas. Eu já até encontrei alguns tigres que haviam morrido de fome por terem sido feridos por porcos-espinhos.

— Bem, então o sensato seria não mais comer porcos-espinhos.

— Mas são deliciosos.

— Argh.Ai!

— Está quase saindo. Pronto. Saiu.

— Obrigada.

Limpei os outros machucados dela e os cobri com uma atadura.

— Acho que aqui você vai cicatrizar mais rápido que o normal, mas não tão rápido quanto eu. É melhor descansarmos.

— Descansaremos quando chegarmos lá embaixo.

Suspirei.

— Kells, levamos dias para chegar aqui em cima. Vai levar dias para descermos tudo.

— Não, não vai. Tenho um atalho. Quando os corvos clarearam minha mente, vi o que o Lenço pode fazer. Só precisamos ir até um galho.

Ela saiu para procurar. Eu estava temeroso, mas Kelsey parecia saber o que estava fazendo, então eu a segui sem reclamar até à ponta de um galho comprido.

— E agora? — perguntei.

— Observe.

Kelsey colocou o lenço na palma da mão e falou:

— Um paraquedas para dois, por favor.

O Lenço se retorceu, retesou-se e foi se esticando, depois se dobrou várias vezes. Dos quatro cantos, soltaram-se fios que se prolongaram e foram se trançando, formando cintos e cordames. Por fim, o Lenço parou de se mover. Havia se transformado numa grande mochila com dois arneses. Eu fiquei observando a transformação sem acreditar no que via.

— O que você fez, Kelsey?

— Você vai ver. Ponha-a nas costas.

— Você disse paraquedas. Acha que vamos sair daqui saltando de paraquedas?

— Acho.

—Não sei, não.

— Ah, vamos lá. Tigres não têm medo de altura, têm?

— A questão aqui não é a altura. A questão é estar numa árvore extremamente alta e lançar nossos corpos no nada sustentados por um tecido estranho que agora você afirma que é um paraquedas.

— É. E vai funcionar.

— Kelsey.

— Tenha fé, como disse o Mestre do Oceano. O Lenço faz outras coisas legais também. Eu conto a você na descida. Kishan, confie em mim.

— Eu confio em você. Só não confio nesse tecido.

— Bem, eu vou saltar. Você vem comigo ou não?

— Alguém já lhe disse que você é teimosa? Era teimosa assim com Ren?

— Ren teve que lidar com teimosia e sarcasmo, portanto considere-se um cara de sorte.

— Sim, mas pelo menos ele ganhava uns beijos por seus esforços.

— Você também ganhou alguns beijos.

— Não voluntários.

— É verdade. Você os roubou.

— Beijos roubados são melhores que nada.

Ela levantou a sobrancelha e me perguntou:

— Você está começando uma discussão comigo só para amarelar?

— Não. Não estou amarelando. Muito bem. Se você insiste nisso, por favor, me explique como funciona.

— É fácil. Nós nos prendemos com as correias, saltamos o mais longe possível da árvore e puxamos a corda. Pelo menos eu espero que seja assim que funcione— Ela falou baixinho.

— Kelsey.

— Não se preocupe. E a maneira como devemos descer. Eu sei que vamos conseguir.

— Certo.

Eu me prendi ao arnês. Kelsey colocou nossa mochila na frente do seu corpo e se aproximou em mim. Me olhou pensativa.

— Hum... você é alto demais para mim. Talvez eu possa ficar num galho mais acima.

Ela olhou para cima e ao redor, procurando por algo. Eu a segurei pela cintura e a levantei, segurando-a junto a meu peito enquanto ela se prendia ao arnês. Era sempre bom tê-la junto ao meu corpo. E agora, ela parecia estar se sentindo mais à vontade quando estava assim comigo. 

— Obrigada. Muito bem. Então o que você precisa fazer é me carregar, correr e saltar do galho. Consegue fazer isso?

— Com certeza . Pronta?

— Sim.

Eu a apertei junto ao meu corpo.

— Um... dois... três!

Corri e me lancei no vazio.


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