O resgate do tigre escrita por Anaruaa


Capítulo 16
O templo de Vatsala-Durga




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Eu passava a maior parte do tempo sozinho como tigre. Kelsey e Kadam ficavam muito tempo trabalhando na profecia.

Eles já tinham decifrado o mistério e sabiam para onde iríamos. Eu realmente não tinha paciência para ajudá-los, então eu ficava mais distante para não atrapalhá-los.

Enquanto organizava os preparativos para a viagem, Kadam tentava localizar Ren. Kelsey tinha esperanças de que ele nos acompanhasse na nossa expedição ao Himalaia, mas não havia qualquer pista de seu paradeiro, nem notícia de Lokesh. Na verdade, Kadam havia desistido de procurá-lo, já que alguns dos homens que ele enviou atrás de Lokesh foram mortos. Ele tinha esperança de que ele e Kelsey tivessem uma visão quando encontrarmos o presente de Durga, e assim pudessem ter alguma pista.

Kelsey e eu ainda treinávamos juntos e ela estava praticando seu poder de raio, dominando-o com perfeição. A origem deste poder ainda era um mistério, mas Kelsey o aceitava sem questionar, pois acreditava que ele a ajudaria a vencer os inimigos e a ter Ren de volta.

Depois que eu confessei meus sentimentos a ela, nós nos afastamos um pouco. Tanto eu quanto ela ficamos desconfortáveis, sem saber como agir perto do outro. Eu me sentia só e cada dia mais apaixonado.

No decorrer dos dias, várias caixas com encomendas feitas por Kadam para a viagem foram sendo entregues. Eram roupas de frio, equipamentos para escalada, câmeras fotográficas, coisas que ele acreditava que precisaríamos para a viagem.

Kelsey e eu não voltamos a falar sobre meus sentimentos. Ela também não falou mais sobre seus sentimentos por Ren. Aos poucos nossa relação foi voltando ao normal.

Nós conversávamos sobre vários assuntos, e nos sentíamos à vontade um com o outro. Às vezes eu pensava que Kelsey estava tão interessada em mim quanto eu nela, mas me recriminava por pensar assim. Ela obviamente ainda amava Ren, e só evitava falar dele para não me magoar. Às vezes ela se distraía e me chamava de Ren. Eu dizia a ela que não tinha problema, mas no fundo aquilo me magoava um pouco, porque eu sabia que era com ele que ela queria estar.

Finalmente chegou o dia da partida. Nossas malas foram colocadas no Jeep. Kelsey se sentou ao lado de Kadam e eu fui para o banco de trás, onde ficaria confortável mesmo como tigre. Kadam tinha documentos de viagem para todos nós e explicou que atravessaríamos três países diferentes.

Após dois dias de viagem pela Índia, chegamos ao Nepal. Na fronteira, Kadam desceu do carro para apresentar os documentos alfandegários e demorou bastante até concluir toda a burocracia para podermos atravessar. Depois de nos instalarmos no hotel, Kadam e Kelsey foram conhecer a cidade enquanto eu fiquei descansando no quarto.

No dia seguinte seguimos para Bhaktapur e fomos conhecer a cidade. Kadam sempre surpreendia com seu vasto conhecimento sobre todos os assuntos. E Kelsey sempre interessada nas histórias que ele tinha pra contar. Naquela cidade, nós visitaríamos um templo da deusa Durga.

— Esta é a praça de Durbar. Ah, ali está o que procuramos; o Templo de Varsala Durga.

— Sr. Kadam, eu não precisava usar minha tornozeleira de sino, afinal. Tem um sino gigante ali em cima.

— Sim. Chama-se Sino de Taleju. É feito de bronze e está apoiado sobre o pedestal do templo. Gostariam de conhecer a história do sino?

— Claro!

— Também é chamado de Sino Que Late. Um dos antigos reis que viveram aqui teve um sonho. As histórias variam, mas, nesse sonho, na verdade um pesadelo, criaturas parecidas com cães atacavam as pessoas durante a noite.

— Criaturas parecidas com cães? Tipo lobisomens?

— É bem possível. Em seu sonho, o único jeito de afugentar as criaturas e salvar as pessoas era tocar um sino. O repicar do sino era tão alto e tão forte que as criaturas as deixavam em paz. Quando o rei acordou, imediatamente ordenou que um sino especial fosse feito. Esse foi o poder do seu sonho. O sino foi fabricado e usado para indicar o toque de recolher para os habitantes da cidade. Enquanto a população da cidade obedecesse ao sinal do sino, acreditava-se que estaria a salvo. Muitas pessoas ainda dizem que cães latem e uivam toda vez que o sino toca.

— É uma boa história. Imagino se funciona com tigres-homens — ela disse, me dando uma cotovelada.

— Não aposte nisso. Se um tigre for atrás de você, um sino não conseguiria assustá-lo com facilidade. Os tigres são criaturas muito focadas.

Kelsey deve ter percebido que estávamos falando de coisas diferentes, porque ficou sem graça e começou a conversar com Kadam sobre outro assunto qualquer.

Havia algo diferente naquele lugar, algo desconhecido, mas que me fazia sentir confiança, força. Como se eu estivesse perto de algo que me pertencia.

Aquela culpa que eu sentia por causa dos meus sentimentos desapareceram. Eu sentia como se, naquele momento, as coisas estivessem se encaixando, como se o destino de Kelsey estivesse ligado ao meu e não ao do meu irmão.

Kelsey comentou que Kadam era uma enciclopédia ambulante, o que o deixou um pouco encabulado e o fez dizer que se acaso ele a entediasse ela deveria avisá-lo.

— Se algum dia me entediar — ela disse rindo.

Aproveitando seu comentário, passei o braço pelo seu ombro e comentei, sem disfarçar minhas intenções:

— Posso garantir que eu também jamais vou entediá-la — falei acariciando sua pele macia.

Percebi que Kelsey segurou a respiração por alguns segundos e me olhou com uma certa intensidade. Em seguida, ela desviou o olhar e falou brincando, enquanto se livrava do meu braço:

— Shh! Seu abusado! Nunca lhe ocorreu consultar a garota primeiro?

Eu me inclinei e falei baixinho:

— Pode ir se acostumando.

Kelsey fechou a cara e se afastou de mim. Olhei para Kadam que fingia não perceber nossa interação, mas observava curioso.

Eu não me importei. Estava seguro o suficiente para aproveitar meu momento com Kelsey e fazer o que eu deveria ter feito meses antes, quando ela e Ren estavam separados, porque percebi que eu poderia ter uma chance. Quando Ren voltasse, Kelsey poderia escolher voltar para ele ou ficar comigo.

Eu voltei para o hotel, onde passei algumas horas como tigre, para que ainda tivesse tempo como homem mais tarde. Enquanto isso, Kadam e Kelsey passaram toda a tarde observando a cidade. Nós iríamos ao templo à noite, quando o local estivesse vazio. Kadam providenciou para que pudéssemos entrar depois que o templo estivesse fechado.

 Nos dirigimos ao templo. Ainda na rua era possível ver a estátua da deusa Durga. Eu a olhei de longe e me lembrei de ter visto uma estátua da mesma deusa, mais de 300 anos antes, quando fui a uma festa onde Yesubai foi apresentada como prêmio por um rei ao qual Lokesh servia. Foi quando tudo aquilo começou. Me lembro de ter olhado a estátua e pensado em como a deusa era bela e como seria agradável para um homem beijar os lábios de uma mulher tão perfeita.

Antes de entrarmos, Kadam entregou uma mochila a Kelsey, explicando que ali haveria itens relacionados ao ar e que deveriam ser dados como oferenda à deusa. Também lhe entregou a cobra Fanindra, que estava sob a forma de bracelete. Kelsey a colocou no braço e nós subimos as escadas.

Começamos a circular o prédio e a subir em direção à estátua. Eu estava me sentindo estranho. Nunca fora religioso, sempre um homem racional, de práticas e ações. Mas naquele templo, eu me senti diferente, como se estivesse conectado a algo, de uma forma que nunca estivera antes.

O templo estava escuro, iluminado apenas pelas luzes de postes do lado de fora. Segurei a mão de Kelsey e nós andamos lado a lado pelo corredor que levava à estátua. Entramos numa sala pequena e nos vimos diante de uma parede de pedra. A estátua estava atrás desta parede. Nos colocamos de lado, para ficarmos ocultos pelas sombras. Kelsey me orientou:

— Da última vez fizemos uma oferenda, tocamos o sino, pedimos sabedoria e orientação e então Ren se transformou em tigre. Foi o que pareceu funcionar.

— É só me dizer o que fazer.

Kelsey colocou as oferendas aos pés da estátua e em seguida voltou às sombras, ergueu o tornozelos e passou o dedo pelos sinos de sua tornozeleira, sorrindo. Segurei sua mão novamente e ela me olhou com um sorriso nos lábios. Estava visivelmente nervosa, mas eu não sabia ao certo o motivo. Pensei que ela também pudesse estar se sentindo conectada a mim e isto a estivesse fazendo se sentir culpada.

— Vou falar primeiro e depois será sua vez.

Eu concordei balançando a cabeça e apertei sua mão para encorajá-la.

— Grande deusa Durga, viemos pedir sua ajuda novamente. Peço sua bênção para irmos em busca do próximo prêmio que vai ajudar os dois príncipes. Receberemos seu auxilio e sua sabedoria?

Em seguida ela me olhou, sinalizando a minha vez de falar. Neste momento pensei em pedir a deusa que me deixasse ganhar o coração de Kelsey, para que ela me escolhesse. Me senti o pior dos homens.

— Eu... não mereço sua bênção. — Olhei para Kelsey e suspirei, infeliz, por não poder dizer o que eu realmente queria — O que aconteceu foi minha culpa, mas peço-lhe que ajude meu irmão. Zele por sua segurança... por ela. Ajude-me a protegê-la nessa viagem e a mantê-la longe dos perigos.

Terminei minha oração e olhei para Kelsey, que sorriu, me deu um beijo afetuoso no rosto e sussurrou:

— Obrigada.

— Por nada.

— Agora, transforme-se em tigre.

Assim que me transformei, um vento forte começou a varrer a sala. Kelsey teve que se segurar em mim enquanto eu cravava minhas garras no piso para não sermos levados.

— Esta é a parte assustadora!

Empurrei Kelsey até uma parede e me coloquei à sua frente, para protegê-la do vento e da poeira, pressionando meu corpo de tigre contra o dela. Ela se abaixou e agarrou meu pescoço, escondendo o rosto no meu pelo. Eu não conseguia manter os olhos abertos por causa da poeira.

Quando a ventania cessou, abri meus olhos e observei que a sala estava diferente. O piso brilhante lembrava mármore e o templo estava limpo e resplandecente. Me transformei em homem e perguntei à Kelsey o que iria acontecer então. Kelsey me levou até a parede atrás da estátua e tocou uma marca entalhada em forma de mão, encaixando a própria mão no entalhe.

Eu fiquei sem entender o objetivo daquilo, até que sua mão começou a brilhar, aparecendo desenhos brilhantes nela. Um estrondo sacudiu a parede, fazendo com que recuássemos. A parede girou 180 graus. Estávamos agora de frente para a estátua de Durga. Uma voz semelhante ao som de sinos tilintando falou:

— Saudações, jovem. Suas oferendas foram aceitas.

Percebi que as oferendas feitas por Kelsey desapareceram. Em seguida, a estátua de pedra começou a ganhar vida, bem como seu tigre.

Fiquei assustado no início, mas quando aquela bela mulher surgiu diante de mim, fiquei totalmente encantado, não só pela beleza, como também por sua postura majestosa. Eu estava sem palavras e por alguns segundos me esqueci de que se tratava de uma Deusa.

Quando ela se mexeu, uma brisa leve soprou no templo. Ela abaixou os braços e ergueu uma das mãos, retirando a tiara da cabeça, seus longos cabelos negros caíram lindamente por suas costas. Ela virou-se para Kelsey falando com uma voz suave e poderosa:

— Kelsey, minha filha, estou tão contente que você tenha tido sucesso na busca do Fruto Dourado.

E então virou -se e me olhou surpresa, levantando a sobrancelha e esticando um dos braços.

— Mas quem é este? Onde está seu tigre, Kelsey?

Aproximei-me com um passo e me curvei sob a mão estendida da linda Deusa.

— Senhora, também sou um tigre — me transformei em tigre e em homem novamente.

A Deusa riu e eu ri de volta. Ela voltou a falar com Kelsey:

— Ah, Fanindra, meu bichinho.

Kelsey se aproximou e a cobra ganhou vida, erguendo a cabeça para a mão estendida da Deusa.

— Ainda há trabalho para você, minha querida. Preciso que fique com Kelsey um pouco mais.

— Sinto você triste e perturbada, filha. Conte-me a causa de sua dor.

— Ren, o tigre branco, foi feito prisioneiro e não conseguimos encontrá-lo. Esperávamos que a senhora nos ajudasse a localizá-lo.

— Meu poder é... limitado. Posso aconselhá-la sobre como encontrar o próximo objeto, mas tenho pouco tempo para qualquer outra coisa.

— Mas, sem ele, encontrar os objetos não teria significado para mim— Kelsey disse enquanto uma lágrima descia por seu rosto.

Durga tocou o rosto de Kelsey e recolheu a lágrima. Depois virou-se para mim estendendo a mão e me olhou com firmeza. Estendi a minha mão e ela me entregou a lágrima, que havia se transformado em um diamante. Olhei maravilhado para o presente antes de guarda-lo.

— Você deve ter em mente, Kelsey, que a busca na qual eu a envio não ajuda apenas seus tigres. Também ajuda toda a Índia. É vital que você recupere os objetos sagrados.

Kelsey enxugou as lágrimas e a Deusa lhe sorriu.

— Não se aflija, querida. Prometo que zelarei por seu tigre branco e o protegerei do perigo e... oh... eu vejo. — Ela piscou e olhou para a frente, como se visse algo que não víamos. — Sim... o caminho que você tomar agora vai ajudá-la a salvar seu tigre. Guarde bem o objeto e não deixe que ele ou o Fruto Dourado caiam em mãos erradas.

— O que devemos fazer com o Fruto Dourado?

— Por enquanto, ele deverá ajudá-la em sua jornada. Leve-o com você e use-o com sabedoria.

— O que é o prêmio aéreo que procuramos?

— Para responder a essa pergunta, aqui está alguém que eu quero que conheça.

Ela ergueu um dedo e apontou para o fundo da sala às nossas costas. Estalidos ritmados chamaram a nossa atenção.     No canto iluminado pelo luar, uma mulher velha e enrugada estava sentada num banco de madeira. À sua frente havia um pequeno tear. A senhora estava tecendo e Kelsey começou a falar com ela:

— Vovó, o que a senhora está tecendo?

Ela respondeu numa voz gentil, mas cansada:

— O mundo, minha jovem. Eu teço o mundo.

— Seus fios são lindos. Nunca vi cores como essas.

Ela deu uma risada estridente.

— Uso fios de teia de aranha para deixá-lo leve, asas de fada para fazê-lo cintilar, arco-íris para torná-lo iridescente e nuvens para torná-lo macio. Venha, sinta o tecido.

Kelsey segurou minha mão e me puxou para perto do tecido, esticando a mão para tocá-lo.

— É poderoso!

— Sim, há um grande poder aqui, mas preciso ensiná-la duas coisas sobre arte da tecelagem.

— E o que é, vovó?

— Estes fios longos e verticais são chamados de urdidura e os coloridos e horizontais são chamados de trama. Os fios da urdidura são grossos, fortes e normalmente simples, mas, sem eles, a trama não tem onde se agarrar. Seus tigres se agarram em você; precisam de você. Sem você, eles seriam levados pelos ventos do mundo.

— Tecer com maestria produz tecidos excepcionais e eu teci fios poderosos nesta peça. Um bom tecido deve ser versátil. Atender a muitos propósitos. Este aqui pode recolher, criar e proteger. Guarde-o bem.

— Muito obrigada, vovó.

— Mais uma coisa. Você deve aprender a dar um passo para trás e visualizar a peça como um todo. Se focaliza apenas o fio que lhe é dado, perde de vista o que ele pode vir a ser. Durga tem a capacidade de ver a peça do início ao fim. Confie nela. Não se deixe abater quando o fio não servir ou parecer feio. Espere e observe. Seja paciente e dedicada. À medida que os fios forem se torcendo e virando, vai começar a entender e verá o padrão por fim se materializar em todo o seu esplendor.

Kelsey beijou o rosto da senhora, que foi se desmaterializando aos poucos. Voltamo-nos para a Deusa, que afagava a cabeça de seu tigre. Tive a sensação estranha de que eu já tinha vivido aquilo antes. A deusa voltou a falar com Kelsey:

— Vai confiar que cuidarei de seu tigre, Kelsey?

— Sim, vou.

Durga deu um sorriso radiante.

— Fabuloso! Agora, antes de me despedir de você, vou lhe conceder outro presente.

Ela começou a girar as armas em seus braços e deteve-se no arco e flecha. Levantou o arco.

Eu dei um passo a frente, achando que o presente era para mim, mas  a Deusa Durga me repreendeu:

— Paciência, meu tigre de ébano. Tenho um presente para você também, mas este... é para minha filha.

Kelsey recebeu e agradeceu o presente. Então Durga me olhou e disse que escolheria algo para mim. Fiz uma mesura e lhe dei um sorriso, olhando-a com intensidade. Ela era muito sedutora e eu não consegui evitar.

— Aceitarei com alegria qualquer coisa que me oferecer, minha linda deusa.

Durga sorriu para mim, parecia um pouco constrangida, e me entregou o disco Dourado. Eu beijei sua mão em agradecimento e levantei os olhos para olhar em seu rosto. Ela me olhava com um leve sorriso. Kelsey pigarreou, chamando a atenção da Deusa.

—Ahã. Então, existe algo mais de que precisamos saber antes de partir? Estávamos pensando em Lhasa e no Himalaia. Procurar a Arca de Noé e Shangri-lá.

— Sim... — Sua voz começou a sumir e seus braços retornaram à posição anterior — Cuidado com as quatro casas. Elas irão testá-la. Use o que aprendeu. Quando conseguir o objeto, ele vai ajudá-la a fugir e a encontrar quem você ama. Use-o para...

A linda mulher então voltou a ser uma estátua de pedra.

O vento começou a soprar e eu não conseguia prestar atenção em mais nada, nem parar de olhar para a estátua de Durga. Eu estava muito impressionado com a Deusa.

Somente quando a estátua não podia mais ser vista eu voltei a mim:

— Ela é... excepcional!

Kelsey riu:

— É. Qual é o seu problema com mulheres inalcançáveis?

— Tem razão, Kelsey . Talvez eu encontre um grupo de apoio — rindo de mim mesmo.

— Desculpe, Kishan. Dizer isso não foi muito legal da minha parte.

— Não se preocupe, Kells. Ainda tenho você. Lembre-se, você é minha urdidura e eu sou sua trama.

— Claro, claro. Vamos lá, tigre de ébano. Vamos encontrar o Sr. Kadam.

— Você primeiro, meu encanto.

Ela falou enquanto descia as escadas:

— Não flertou o bastante com a deusa? Pode ir parando. Isso não funciona comigo.

Eu ri e a segui escada abaixo.

— Então vou continuar tentando até encontrar algo que funcione.

— Não conte com isso, Casanova.

— Quem é Casanova?

— Deixe para lá.

Segurei a mão de Kelsey e saímos do templo para nos encontrarmos com Kadam.


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