O resgate do tigre escrita por Anaruaa


Capítulo 15
De profecias e práticas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/758448/chapter/15

 

Levantei-me no dia seguinte e encontrei Kelsey e Kadam trabalhando na profecia. Aproximei-me de Kelsey na forma de tigre e ela me cumprimentou, prometendo que faria biscoitos para mim naquela tarde.

Ela sempre fazia biscoitos para Ren, e por alguns segundos, eu me senti feliz por ele não estar ali. Deitei-me aos pés de Kelsey enquanto ela lia a profecia:

Procure suas oferendas antes de tudo

Pois as bênçãos de Durga os esperam outra vez.

Um lugar dos deuses dá inicio à sua busca

Sob a glacial montanha azul de Noé.

Deixe que o Mestre do Oceano unte seus olhos;

Desdobre os antigos e sagrados pergaminhos.

Ensine a sabedoria completa e aconselhe

Os portões do espírito ele controla.

O paraíso aguarda; mantenha-se firme

E encontre a pedra do umbigo

Que o levará ao coração de todos

Os tronos frondosos da história antiga.

No topo da árvore do mundo está o prêmio aéreo.

Pegue arco e flecha, atire com precisão.

Discos lançados e grandes disfarces

Podem deter aqueles que perseguem

Quatro casas seus espíritos irão testar

De pássaros, morcegos, cabaças e sereias.

E, por último, olhe para o céu,

Pois guardiões de ferro rodeiam sem voo.

O povo da Índia será vestido

E se erguerá, forte, por todo o globo.

— Humm. Bem, as primeiras duas linhas são óbvias. Temos que ir novamente a um templo de Durga. Disso já sabíamos. Dessa vez, vamos levar as oferendas apropriadas.

— Sim. Compilei uma lista de templos de Durga em toda a Índia, assim como alguns que ficam em países próximos.

— Kishan, lembre-me de usar minha tornozeleira de sino.

Kadam nos disse que acreditava que o próximo item que iríamos procurar estava no Himalaia, mas foi Kelsey quem conseguiu descobrir para qual cidade iríamos:

— Sr. Kadam? Que cidade é esta? —Ela perguntou apontando no mapa.

— É Lhasa. Fica no Tibete não na Índia.

— Bem, talvez o professor more lá, no outro lado do Himalaia, mas o item que estamos procurando ainda esteja escondido na Índia.

O Sr. Kadam imobilizou-se por um instante e então correu para pegar um livro sobre o Tibete.

— Espere só um instante... um lugar dos deuses.

Ele abriu o livro e consultou o índice. Passando as páginas rapidamente, começou a murmurar para si mesmo:

— Mestre do Oceano... portões do espírito... isso... isso!

— É isso! Você conseguiu, Srta. Kelsey!

— O que foi que eu fiz?

— Lhasa é a cidade “sob a montanha de Noé”! A tradução de seu nome é “cidade dos deuses”!

— E quanto ao mestre que deverá nos mostrar coisas?

— Essa é a melhor parte! O Mestre do Oceano é provavelmente um dos lamas. Possivelmente o próprio Dalai-Lama!

— O quê? Mas Lhasa não fica perto do oceano.

— Ah. Não se trata necessariamente de uma referência literal ao oceano: pode significar que sua sabedoria é tão profunda quanto o oceano ou talvez que sua influência é tão vasta quanto o mar.

— Muito bem, então vamos para Lhasa e pedimos uma audiência com o Dalai-Lama. Parece moleza, certo, Kishan?— perguntou acariciando meu pelo.

Eles conversaram por algum tempo, conseguindo desvendar os enigmas da profecia. Concluíram que começaríamos nossa jornada com uma oferenda no templo de Durga. Kelsey temia que a deusa não a ouvisse sem que Ren estivesse com ela, mas Kadam acreditava que a minha presença no lugar dele bastaria.

Kelsey lhe perguntou se não seria melhor esperamos a volta de Ren antes de iniciarmos nossa busca

— Srta. Kelsey, não creio que Ren acharia melhor esperarmos. Honestamente, não estou tendo sucesso em localizá-lo e minhas esperanças são de que quando vocês descobrirem o segundo item...

— Deparemos com uma visão outra vez.

— Exatamente.

— E que assim possamos descobrir onde Lokesh está, o que nos levaria até Ren.

— Sim. Eu sei que é um tiro no escuro, mas talvez seja nossa única pista.

— Está certo. Eu irei.

Transformei-me em homem e lhe disse que iria com ela.

— Não se sinta obrigado a me acompanhar, Kishan.

— É claro que me sinto obrigado. Ren me incumbiu de tomar conta de você e é exatamente o que pretendo fazer. Não sou nenhum covarde.

Ela segurou minha mão e disse:

— Kishan, eu nunca o considerei um covarde. E obrigada. Vou me sentir muito mais segura com você por perto.

— Ótimo. Agora que isso está acertado, quer treinar por algumas horas?

— É uma boa ideia.

Eu me troquei e desci para o dojo. Pratiquei alguns movimentos enquanto esperava por Kelsey. Quando ela chegou, nós começamos a treinar.

Sem Ren para interferir, Kelsey teria uma rotina de treino mais puxada e eu seria um professor exigente. Naquele primeiro dia, treinamos movimentos para derrubar o oponente, além de exercícios de alongamento e musculação, para melhorar seu condicionamento físico e podermos aprimorar os treinos nas artes marciais.

Enquanto almoçávamos, Kelsey disse a Kadam que estava muito cansada e não conseguiria treinar esgrima naquele dia, conforme eles tinham combinado.

— Sem problema, Srta. Kelsey. Podemos praticar outra coisa. Vamos experimentar sua habilidade com os raios.

Kelsey não parecia muito animada com esta possibilidade, mas eu percebi que Kadam estava curioso e ansioso para entender essa nova habilidade dela.

Depois do almoço, nos deslocamos para um terreno anexo à casa, onde Kadam havia disposto pilhas de feno e Kelsey começou a acertar os alvos com seus raios. Quando ela havia explodido todos eles, Kadam pediu para que eu colocasse mais alvos.

— Gostaria que você buscasse expandir seu alcance para englobar os três alvos. Tente imaginar algo grande, como um elefante ou dinossauro, e pense que precisa atingir toda a sua extensão.

— Ok, vou tentar.

Ela atirou, acertando apenas um dos alvos. Kadam pediu para que ela tentasse outra vez. Ela moveu a mão em arco e conseguiu atingir os três. 

— Humm, adaptação interessante. Agora sabemos que pode mantê-lo. Tente outra vez. Mas agora concentre-se em ampliá-lo. Feche os olhos por um instante e visualize um leque. Enquanto o raio deixa sua mão, espalhe-o à sua frente, de modo que a descarga se expanda como as extremidades de um leque.

— Está bem, mas fique atrás de mim.

Desta vez, ela acertou não só os alvos, mas algumas árvores que estavam próximas. Eu quase fui atingido, mas me joguei no chão antes disso. Kadam ficou impressionado.

— Muito bem! Com um pouco mais de prática, acho que a senhorita será capaz de acertar exatamente o que quiser quando precisar. Amanhã vamos praticar intensidade e ver se conseguimos reduzir a força do raio a fim de incapacitar em vez de...

— Exterminar?

— Sim. É tudo uma questão de controle. Aposto que em breve conseguirá esse domínio, Srta. Kelsey.

— Espero que esteja certo.

— Gostaria que praticasse um pouco mais com Kishan nos próximos dias. Pense apenas em acertar o alvo e ampliar seu alcance. Vou trabalhar com a senhorita amanhã a concentração de seus níveis de poder.

— Certo. Obrigada.

Daquele dia em diante, nós treinávamos diariamente. Durante as manhãs, Kelsey fazia os trabalhos da faculdade, depois ajudava Kadam com as anotações da profecia. Eu ficava como tigre durante todo aquele período. No fim da manhã, eu me transformava e nós dois treinávamos. Eu a estava ensinando vários movimentos e golpes de artes marciais. À tarde praticávamos com armas, e no início da noite, ela praticava com Kadam seu poder de raio, a fim de aprimorar sua aplicação, tornando-o mais eficiente.

Kelsey era muito disciplinada e estava empenhada em se aprimorar. E estava conseguindo bons resultados com os treinos. Mas eu sentia que ela estava cada dia mais triste, sentindo a falta de Ren.  

Quando não estava treinando ou estudando, ela se trancava no quarto. Eu ia até a varanda, como tigre e podia ouvi-la e observá-la. Ela nem percebia que eu estava ali.

 Uma noite ela acordou e foi até à varanda. Quando a vi, enrolada em uma colcha, me transformei em homem, preocupado.

— Kelsey? O que está fazendo acordada?

— Ah. Oi, Kishan— disse um pouco decepcionada — Tive um pesadelo. O que você está fazendo aqui fora?

— Durmo aqui fora com frequência. Gosto de ficar ao ar livre e é mais fácil ficar de olho em você.

— Acho que estou bastante segura aqui. Duvido que você precise ficar de olho em mim enquanto estivermos aqui.

Eu arredei para o lado e a convidei para se sentar ao meu lado.

— Não vou deixar nada de mau se aproximar de você, Kelsey. É minha culpa o que aconteceu.

— Não é, não. Você não poderia ter impedido.

Eu fechei os olhos e esfreguei as têmporas.

— Deveria ter sido mais alerta. Ren pensou que eu estaria menos distraído que ele. A verdade é que eu provavelmente estava mais distraído. Teria sido melhor se eu nunca houvesse ido para os Estados Unidos.

Confusa, Kelsey perguntou:

— Como assim? Por que está dizendo isso?

 Eu a olhei nos olhos e meus sentimentos tomaram conta de mim. Nunca fui bom com palavras, mas naquele momento, eu estava sendo invadido por uma necessidade imensa de dizer a ela como estava me sentindo. Mais do que isso, eu queria que ela soubesse como eu me sentia.

Eu buscava ver em seus olhos como ela se sentia em relação a mim. Mas tudo o que eu via era confusão. Desviei os olhos e reclamei baixinho:

— Eu nunca aprendo.

Ela segurou minha mão preocupada.

— Qual é o problema?

Voltei meu olhos para o rosto dela e comecei a me explicar:

— Tudo o que aconteceu conosco foi culpa minha. Se eu não houvesse me aproximado de Yesubai, nada teria mudado. Ela teria sido a princesa de Ren e não haveria morrido. Você não estaria em perigo agora. Meus pais teriam levado vidas normais. Todos à minha volta sofreram porque não pude me controlar.

Ela colocou a outra mão sobre a minha e eu não resisti, entrelaçando meus dedos nos dela. A sensação não poderia ser melhor.

— Kishan, você a amava, o que, segundo aprendi, era uma coisa muito rara naquele tempo. O amor nos leva a fazer coisas malucas. Yesubai queria ficar com você apesar de todas as implicações negativas. Aposto que, mesmo que ela soubesse que sua vida seria abreviada, provavelmente faria tudo de novo.

— Não estou certo disso. Tive muito tempo para pensar sobre tudo. Yesubai e eu mal nos conhecíamos. Nossos encontros secretos eram muito breves e eu seria desonesto se dissesse que nunca suspeitei que ela tenha agido como um peão no jogo do pai. Eu não sei se ela me amava de verdade. De certa forma, acho que, se tivesse essa certeza, então tudo teria valido a pena.

— Ela tentou salvar vocês dois, não foi?

Eu assenti.

— Ela não teria ido contra o pai se não o amasse. Além disso, não vejo como ela poderia ter resistido. Você é tão bonito quanto seu irmão. É doce e encantador quando Ren não está por perto. Se ela não o amava, então era louca.

Meu coração bateu mais forte, mas eu não consegui dizer nada. Ela continuou falando:

— Também faz sentido porque, para mim, a única razão por que ela poderia ter recusado Ren era se amasse você. Além disso, minha vida teria sido muito mais triste sem Ren e você. — Ela apertou meus dedos. — Não é culpa sua que essas coisas tenham acontecido. Lokesh é o responsável, não você. Ele provavelmente teria ido atrás de seus amuletos mesmo que Yesubai não houvesse entrado na vida de vocês.

— Fiz um pacto com o demônio, Kelsey. Quando você faz isso, deve pagar um preço.

— Você tem razão. Quando fazemos escolhas erradas ou tomamos decisões ruins, precisamos sempre enfrentar as consequências. Mas se apaixonar não é uma escolha ruim.

— Para mim, é — Falei depois de ter rido daquela ironia do destino.

—Não. Concordar em agir pelas costas do seu irmão é que foi a escolha ruim, mas, no fim, você escolheu a sua família. Escolheu proteger e ficar ao lado de Ren e ajudá-lo a escapar.

— Ainda assim, foi um erro. Eu não deveria ter confiado em Lokesh.

Ficamos sentados, balançando em silêncio por um momento.

— Errar é o que nos torna humanos — ela sussurrou. — É assim que aprendemos. Minha mãe sempre dizia que cometer um erro não é ruim. Ruim é se recusar a aprender com ele a fim de não repeti-lo.

Eu me inclinei para a frente e coloquei a cabeça entre as mãos. Kelsey estava tão compreensiva, que eu temia sua reação quando lhe dissesse a verdade sobre meus sentimentos. Mas eu não conseguia mais negá-los, muito menos escondê-los dela. No fundo eu queria ver sua reação e tinha uma esperança, ainda que mínima de ela ser capaz de retribuir este sentimento e me sentia ridículo por isso. Falei baixinho, como se zombando de mim mesmo.

— Certo. Era de se esperar que eu aprendesse. Para não repetir a história.

— Você está correndo o risco de repetir a história? Andou batendo papo com Lokesh?

— Eu mataria Lokesh sem hesitar caso nossos caminhos se cruzassem novamente — falei com firmeza e seriedade — Mas, se estou correndo o risco de repetir a história? Estou, sim.

— Você não vai trair seu irmão novamente.

— Pelo menos não da maneira que você está pensando.

— Kishan, não quero que você passe todo o seu tempo livre tomando conta de mim. Você está claramente obcecado pelo passado. Deveria estar aproveitando sua nova vida. Saiu com alguém esses meses em que esteve em casa? Fez aulas fora?

Desviei os olhos.

— Não é pelo passado que estou obcecado. — Soltei um suspiro —Estudar não me interessa muito.  

Levantei-me, caminhei até o parapeito e me inclinei, olhando para baixo. Então eu disse:

— E parece que as únicas garotas por quem me interesso... sempre pertencem a Ren.

Kelsey não falou. Eu me virei, apoiando o quadril no parapeito para olhar o rosto dela. Fiquei observando sua reação, ansioso e com medo.

— V-você está falando sério? — perguntou confusa.

— Sim. Estou falando sério. Sou um cara bastante franco e direto. Não brinco com esse tipo de coisa.

— Mas eu não entendo. No caso de Yesubai, posso compreender, com seus olhos cor de violeta e os longos cabelos negros, mas certamente você...

— Kells, pare por aí. Não estou zombando de você nem fazendo joguinho. Levei muito tempo para decidir se devia dizer alguma coisa. Olhe, eu sei que você o ama e eu nunca pensaria em tentar tirá-la dele. Pelo menos não quando sei que não tenho absolutamente nenhuma chance. — sorri, sarcástico. — Não lido muito bem com a rejeição. Mas, sim. Se Ren não estivesse com você, eu faria tudo que estivesse meu alcance para tê-la em minha vida. Para conquistá-la.

Falei tudo o que estava entalado havia semanas. Àquela altura eu não tinha nada a perder. Kelsey parecia atordoada.

—Kishan. Eu...

— Ouça, Kelsey.— Falei interrompendo-a — Você... me acalma. Você conserta o que está destruído e me dá a esperança de que eu posso voltar a ter uma vida. E, a despeito do que possa pensar, você é tão linda quanto Yesubai. Eu sinto...

Eu queria dizer a ela como eu sentia que ela era o meu destino, que tudo o que estava acontecendo não era por acaso, que ela era minha e de mais ninguém. Mas eu me interrompi e desviei os olhos, constrangido e culpado.

— Que tipo de homem eu sou? Como isso pôde acontecer comigo? Duas vezes! Eu mereço. Dessa vez o vencedor é Ren. É justo. Agora fechamos o círculo. — eu me virei para ela— Por favor, me perdoe. Não era minha intenção preocupá-la com isso.

Ela se levantou, veio em minha direção e me abraçou. Eu agarrei-me àquele gesto como um náufrago a uma boia. Era bom sentir o calor dela junto a mim e por alguns segundo, ousei imaginar que aquele abraço tinha outro significado. Mas Kelsey me deu tapinhas nas costas de se afastou sutilmente.

— Bem, Kishan, só para registrar, se Ren não existisse, eu não iria pensar duas vezes.

— Olhe, Kells, esqueça o que eu disse, tá bem? — pedi, constrangido. — De qualquer modo, é inútil.

— Sabe, eu nunca agradeci a você por ter socado Ren e feito com que ele fosse atrás de mim no Oregon. Eu nunca teria reunido coragem suficiente para voltar para ele.

— Não me faça parecer o herói, Kells.

— Mas você foi meu herói. Eu talvez nem estivesse com Ren se não fosse por você.

— Não me lembre disso. A verdade é que eu a queria de volta provavelmente tanto quanto ele. Se Ren não fosse, eu teria ido atrás de você para conquistá-la e talvez estivéssemos tendo uma conversa inteiramente diferente agora.

Ela me deu um soco leve no braço, tentando descontrair.

— Não se preocupe. Estou aqui agora. Provavelmente é só da minha comida que você gosta. Faço um biscoito com gotas de chocolate e manteiga de amendoim que é imbatível.

— Certo... comida — murmurei com frustração.

— Podemos ser amigos?

— Eu sempre fui seu amigo.

— Ótimo. Tenho um amigo e herói. Boa noite, Kishan.

— Boa noite,bilauta.

Ela caminhou em direção à porta, depois parou e virou-se para mim.

— E não se preocupe. Seus sentimentos devem ser temporários. Tenho certeza de que quanto mais você me conhecer, mais irritante irei me tornar. Possuo um lado rabugento que você ainda não viu.

Não respondi, apenas levantei a sobrancelha com ironia enquanto ela entrava no quarto. Fiquei ali, analisando aquela situação.

A reação de Kelsey não foi aquela que eu sonhara, mas foi como esperado. Ela amava Ren e eu não tinha nenhuma chance. Pelo menos por enquanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O resgate do tigre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.