— Não me olhe com essa cara... - Me encolhi no sofá, desviando o olhar da expressão reprovativa que endurecia as feições de Jacob.

— Bella, sinceramente eu não sei o que dizer. - Disse Jacob ao sentar-se na poltrona. - Você está gravida...e do Cullen...

— Eu sei...eu sei... - Virei de frente para Jacob. - Não tenho ideia do que vou fazer. Meus pais chegaram amanhã e semana que vem eu tenho que me apresentar na faculdade de Nova Iorque.

—  Primeiro você precisa contar para o Edward. - Disse Jacob, firmemente. 

Franzi as sobrancelhas.

— Ah, claro! - Ironizei. - Vou ligar para ele e dizer : Oi Edward ! Sei que está ocupado com os preparativos do seu casamento, mas gostaria de dizer que você vai ser pai. 

Jacob fechou a cara e levantou da poltrona.

— Então faça o que você achar melhor. - Disse ele. - melhor eu ir embora.

— Jake... - Saltei do sofá e o segurei pelo braço. - ... não vai embora, por favor. Desculpe, é que eu estou pânico. E se o Edward rejeitar esse bebê como me rejeitou.

— Não diga besteiras, Bella. - Disse Jacob ao virar-se de frente para mim. - Tenho certeza que ele a ajudará.

— Mas...

Jacob colocou as mãos sobre meus ombros afagando-os com carinho.

— Apenas conte a ele e esqueça as deduções. - Disse ele. - Agora preciso ir, qualquer coisa me liga.

— Ta... 

Acompanhei Jacob até a porta e depois voltei para o quarto. Precisava pensar em uma maneira de contar a Edward essa noticia.  Era tão surreal  estar gravida, que até eu mesma duvidava que isso estivesse realmente acontecendo. Será que ele acreditaria em mim? Ou acharia que eu estava inventando isso para prende-lo a mim de alguma maneira? Como se um filho realmente fosse capaz de prender alguém. Porém, Jacob tinha razão. Eu precisava contar para ele, não podia assumir aquela responsabilidade sozinha.

Tentei enumeras vezes discar seu numero, mas eu sempre desligava antes de chamar o primeiro toque. A coragem parecia ter se esvaído do meu corpo.  Não estava preparada para ouvir sua voz, não sem ir a beira das lagrimas. Porém existia um meio do qual eu não precisaria ouvir sua voz e caso não funcionasse entraria em contato com ele, mesmo querendo ou não.

Puxei a cadeira e me sentei de frente ao velho computador. Abri o meu e-mail e logo encontrei o endereço da caixa de mensagens dele, afinal, trocávamos e-mails quase todos os dias.

" Edward,

O motivo desse e-mail é para lhe informar que estou gravida. Espero que possamos conversar sobre o assunto e nos entender. 
                                                                                                Bella. "

Pronto, enviado. 

(...)

Manhattan, Nova Iorque.

Duas semanas era o tempo mais longo que Edward tinha ficado sem conversar com Bella. Ele sentia falta dela, sentia falta das suas mensagens de bom dia, da sua preocupação exagerada e até mesmo do som da sua risada. A ausência dela em sua vida causava um grande vazio que nem mesmo a Leyla era capaz de preencher. Se ao menos tivesse evitado tudo o que aconteceu, mas foi fraco e deixou-se levar pelo momento.

— Merda ! - Xingou seu reflexo no espelho do banheiro. 

Arrependia-se profundamente de tudo o que tinha feito e dito.  Poderia ter evitado tantas coisas, mas optou por machuca-la de todas as formas possíveis. Será que um dia ela seria capaz de perdoa-lo? Talvez não, e não a culparia por isso.

Edward enrolou-se na toalha e saiu do banheiro, deparando-se com Leyla mexendo no seu notebook. Ao vê -ló a loira sobressaltou-se e afastou rapidamente.

— O que está fazendo? - Perguntou Edward. Já estava acostumado com a noiva vasculhando seus e-mails e smartphone, as vezes achava até graça em seu jeito ciumento. Porém, a maneira como ela sobressaltou-se ao vê-lo o deixou ligeiramente encucado.

— Nada, meu amor. - Sorrio ela ao aproximar dele e lhe dar um beijo.

(...)

Eu estava deitada quando ouvi o som de alerta da caixa de mensagem. Meu coração disparou de ansiedade, mas de medo também. Saltei da cama e sentei de frente ao computador. Sim! Era um e-mail dele. Cliquei na mensagem e comecei a lê -lá.

" Bella,

Não tenho interesse nesse filho, não me procure nunca mais.
                                                                                              Edward "

Era como se o mundo estivesse desabando ao meu redor. Edward não queria saber daquele filho. Ele nem ao menos teve o trabalho de me ligar para dizer isso, o rejeitou tão duramente quanto fez comigo. Não, eu não podia permitir isso. Reuni o restante de coragem que ainda restava dentro de mim e disquei seu numero. Precisava ouvir da sua boca que não queria aquele filho.

— O número encontra-se fora de área ou desligado. - Informou a operadora.

— Droga! - Joguei o celular na cama com raiva.

Céus, o que eu faria a partir de agora? Sozinha e com um bebê a caminho. Por mais que eu quisesse o pânico me impedia de enxergar um futuro. Só me restava esperar a chegada dos meus pais e torcer para que o sermão não fosse tão duro. O que se dependesse do Charlie com certeza seria um dos piores.