Kiku to Higanbana escrita por Tsuchimikado


Capítulo 6
Uma mente aberta pode ser perigosa


Notas iniciais do capítulo

De fato, um atraso muito grande desde o último capítulo, e por isso me desculpo! Agora que estou de férias, porém, tentarei postar mais alguns capítulos enquanto ainda tenho tempo kkkkkk
Alguns dos youkais nesse capítulo foram retirados diretamente ou inspirados em youkais de lendas japonesas, mas julguei que não seria preciso usar o nome de todos aqui. Aqueles com nomes específicos mencionados foram explicados no próprio capítulo.

No mais, espero que gostem!

Termos utilizados:
— Saquê: Bebida japonesa fermentada à base de arroz;
— Onee-san: Irmã mais velha;
— Gi: Peça de roupa japonesa, seria a camisa utilizada no aikidô;
— Hakama: Peça de roupa japonesa, seria uma calça larga, comumente utilizada no aikidô;



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Ikari estava tonto. Ele nunca gostou de estar no meio de uma multidão, se sentia esmagado, sem ar, tonto. Estar cercado por youkais nas mais diversas formas e tamanhos, então, era pior ainda.

Nas barracas da feira, senhoras de pescoço longuíssimo e móveis como cobras, Rokurokubis, fofocavam animadamente entre si. Na faixada do que parecia um bar, gatos que se estendiam somente nas patas traseiras, alguns com duas ou três caudas, fumavam cachimbos entre um gole e outro de saquê.

"Bakenekos?", pensou Ikari.

Subitamente um deles percebeu a presença do garoto e tomou uma forma humanoide, ainda mantendo seus olhos, orelhas e caudas de gato.

"Ne-ko-ma-ta, garoto!", o pensamento passou direto para a mente de Ikari enquanto o homem-felino se aproximava. Seus olhos amarelados encaravam desafiadoramente o rapaz.

— F-foi mal... - desculpou-se Ikari enquanto o homem-felino o encarava e se aproximava.

— Ei, Jirou! - gritou um dos gatos - Deixa o garoto, deve ser um novato ainda!

— Não é desculpa, Noro! - retrucou o humanoide - Eu não vim comemorar duzentos e vinte e seus anos pra um garoto achar que eu ainda sou um Bakeneko!

— Deixa isso pra lá! Se ele for um onmyouji forte você vai se ferrar! - resmungou Noro, com seu pelo amarronzado brilhando sob fracas chamas azuis que saíram de um arroto - Vem logo ou eu vou beber sua parte!

"Hum...", resmungou Jirou para a mente de Ikari enquanto voltava para sua forma de gato. No instante seguinte ele pulou com leveza para o bar e retomou a garrafa de saquê das mãos de seu companheiro. "Um aviso, moleque, controle o que passa por essa sua cabeça oca, ela tá clara como o letreiro de um bordel!"

"Ok, controlar minha mente...", Ikari fez uma nota mental sem saber se o Nekomata ainda o ouvia.

Não eram somente esses youkais que o cercavam. Pequenos homens com variadas cores de pele e formatos de cabeça, vestidos como aldeões, passavam por entre as pernas de grandes homens de um olho só. Mulheres vestidas com belos quimonos, de cuja pele brotavam galhos e folhas, conversavam com outras que nem pele possuíam em seus rostos, ou músculos, ou olhos... Por um momento Ikari quase deixou escapar o pensamento do quanto era estranho ver cabelo saindo diretamente de um crânio, mas forçou seu pensamento a mudar no último segundo.

— Eu preciso sair daqui... - ele disse em voz alta.

As ruas também não o agradavam. Elas não tinham um pingo sequer de uniformidade, variando em seu comprimento, largura e até mesmo no ângulo de suas esquinas. Das ruas principais saíam afluentes em intervalos irregulares. Ruas maiores possuíam becos sem saída, os quais deveriam ser contornados por ruelas. Ikari se sentia em uma teia de aranha.

Passou por uma ponte sobre um riacho que parecia brotar de dentro de uma casa e, finalmente, encontrou uma rua menos movimentada onde pudesse descansar. Ele sentou-se e suspirou enquanto observava melhor a fachada das lojas no que parecia ser um centro comercial. Os andares também eram irregulares, com fachadas de um mesmo estabelecimento diferindo em andares adjacentes com saídas e reentrâncias.

Ainda assim, havia uma beleza incontida nesse caos. Os "monstros", como a maioria das pessoas diria, pareciam estar se divertindo. Ikari sorriu.

"Minha suspensão de crença tá maior do que nunca ultimamente...", pensou com um riso nervoso, cobrindo os olhos com uma das mãos.

— Ownt, o que houve garotinho, está sozinho?

— Não se preocupe, as Onee-sans aqui vão cuidar de você...

Dito isso, duas figuras sentaram-se em cada lado de Ikari. Ambas vestiam-se com quimonos de cores extravagantes que combinavam com suas...

"Escamas...", pensou Ikari involuntariamente.

— Você parece cansado... - mencionou a primeira com brilhantes escamas azuladas se destacando em seu rosto e em sua longa cauda.

— Por que não entra um pouco e fica com a gente? Temos alguns quartos vagos no momento, sabia? - mencionou a outra, esta de escamas vermelhas, enquanto enrolava sua cauda ao redor da cintura do rapaz.

"Quartos?", ele olhou pra cima e seus olhos se arregalaram com o destacado letreiro do bordel. Seu rosto ficou extremamente avermelhado enquanto se lembrava das palavras do Nekomata.

— Er, obrigado, mas eu passo, até a próxima, tchau! - despediu-se desenrolando rapidamente a cauda e andando tem olhar pra trás. - Eu também não tenho dinheiro, então é, tchau...

— Aw, não se preocupe, aceitamos outras formas de pagamento...

Ikari fingiu que não ouviu e marchou rigidamente em um ritmo rápido para fora dali.

Sem pensar entrou no beco mais próximo enquanto as luzes e sons da rua se tornavam menos pronunciados. Seu corpo foi se soltando aos poucos enquanto ele retomava o fôlego.

"Ok, acho que dá pra dizer que estou em Taiyin... Agora, como eu volto?", pensou para manter sua mente focada.

Olhou ao redor e, percebendo que estava seguro, sentou-se. Tentou limpar sua mente, meditar, sentir o Reiki como fizera mais cedo, mas as "linhas" estavam bagunçadas demais. Ikari suspirou.

— Bem, o que mais eu posso fazer? - soltou ao levantar-se. - Talvez... Encontrar mais algum onmyouji?

"Do jeito que Kamui-san falou deu pra entender que existem muitos... eu acho... se eu pergunt...", seu pensamento foi interrompido por algo que o fez tropeçar. "Ah, que merda...", pensou enquanto se levantava, até ver o "algo" se mexendo.

Sentindo uma aura perigosa, Ikari rapidamente rolou para se reposicionar, encarando o que lhe ameaçava já em guarda. Ali estava, encarando de volta, um rapaz que parecia ter a sua idade.

Coberto por farrapos e apenas com sua cabeça de fora, sua face magra exibia cansaço. Seu cabelo negro, seboso e desgrenhado, caía irregularmente pela frente, e ele não parecia se importar. Ikari se pegou, insconscientemente, encarando o tapa-olho no lado esquerdo. Seu cansado olho livre se encontrou com o de Ikari e nesse momento ele pareceu despertar.

Foi quando Ikari ouviu um "tic", como o desembainhar de uma espada, e uma intenção agressiva vinda do outro. Nesse momento ele percebeu que estava em guarda para o garoto, como se estivesse pronto para bater nele.
"Merda, será que ele está armado?", por um segundo Ikari fechou ainda mais sua guarda, abrindo-a logo depois, "Não, espera, talvez ele só pense que estou tentando ataca-lo?"

— Ei, calma, não vou fazer nada contigo... - disse Ikari, levantando os braços e mostrando as palmas das mãos - Foi mal, só tava daquele jeito por reflexo...

O outro nada disse, apenas examinou Ikari de cima a baixo com uma expressão mal-humorada. Houve outro "tic" e ele pareceu se arrumar contra a parede em busca de uma posição mais confortável e seu rosto se contorceu levemente de dor.

— Ei, você está bem? - perguntou Ikari.

— Não se aproxime. - ordenou o outro rispidamente sem elevar o tom de voz.

"É para ssssseu próprio bem, sssseria o que esssstá pensssssando em dizer, Arato?", a voz sibilante se fez em sua cabeça. Ikari ainda o encarava preocupado.

— Calado... - devolveu rispidamente, só depois percebendo que falara em voz alta.

— É... Eu não falei nada... - respondeu Ikari com um sorriso nervoso.

— Ah, não foi para você...

Ikari parecia confuso. Arato o encarava como se o julgasse.

— Bem, esqueça. Apenas vá embora, você não tem nada a ganhar aqui. - finalizou Arato com o mesmo tom de anteriormente.

De fato, isso era lógico. Ikari estava em um lugar estranho e conversando com um completo estranho que parecia quase hostil para consigo com vantagem alguma para seu lado.

"Talvez por ele ser o primeiro humano... eu acho... que encontrei aqui?", pensou.

Ou talvez por pura intuição de que eles deveriam conversar entre si. Ele não sabia explicar, mas era como se ele sentisse uma energia saindo de si e se encontrando com o outro rapaz. Por um instante ele fechou os olhos e conseguiu sentir a mesma conexão que sentira com outras pessoas em Taiyang.

"Bem, por que não? Não tenho nada para fazer mesmo.", pensou sentando-se com as pernas cruzadas. O chão do beco era de terra seca e dura, mas não o incomodava. Ele apoiou uma mão sobre cada joelho, sorriu e disse:

— Meu nome é Oga Ikari, e o seu?

O outro suspirou.

— Você é um saco...

— Prazer em conhecê-lo, "você é um saco"!

"Se isso era pra ser uma piada, ela foi horrível...", pensou Arato com uma expressão entediada. Ele suspirou mais uma vez, como em desistência, e disse:

— Hachido Arato.

— Assim está bem melhor. - afirmou Ikari, concordando com a cabeça.

Arato olhou para a direção de seu braço esquerdo, enfaixado abaixo dos farrapos que o cobriam, e provocou mentalmente:

"Não vai dizer nada, cobra?"

"..."

Era estranho, mas ele conseguiu "escutar o silêncio" vindo da tal cobra, e assim soube que essa era sua resposta. Também era estranho ele ter dito o nome quando o próprio sabia que não seria bom revelar sua identidade. Por que fizera isso? Seria essa estranha sensação de que algo o puxava para o rapaz à sua frente?

— Então, Hachido-kun... - Ikari logo virou o rosto, envergonhado, percebendo que não possuía assunto para uma conversa - Ah! O que você faz aqui?

— Estou tentando dormir.

Ikari sorria para disfarçar o constrangimento no silêncio que se fez a seguir.

"Será que eu realmente não deveria incomodá-lo?", pensou consigo mesmo.

— E como você veio parar aqui?

— Não é da sua conta.

"É, realmente não é...", pensou Ikari.

— Você não precisa se forçar a falar comigo, sabe? - comentou Arato, virando seu olhar. - Por que continua?

"E por que eu continuo dando atenção a esse idiota aleatório?", pensou sem se incomodar com uma possível resposta em sua mente.

— Eu não sei. - Ikari dizia isso com tanta segurança que espantou Arato - É só que... Eu sinto que você e eu temos algo em comum...

Arato deixou escapar um riso como em um tom sarcástico.

— E o que seria isso?

Ikari respondeu a esta pergunta com outra:

— Você está ferido?

— Estou com sono, mas obrigado pela preocupação, escoteiro. Agora, se sabe o que é bom para você me deixará em paz.

Ikari não respondeu e Arato concluiu:

— Nada de bom vai vir se...

— Ikari, se afasta dele! - uma voz feminina se fez ouvir, rapidamente se aproximando de ambos.

No instante seguinte a enorme lança decorada de Ene fincou-se no chão entre Ikari e Arato, despertando de vez este. Ikari apenas sentiu uma mão apoiando-se em seu ombro e no instante seguinte Ene disparava um chute com ambas as pernas na direção de Arato.

Os pés de Ene, cobertos por perneiras de metal espiraladas brilharam e, no momento do chute, uma energia branca pareceu esmagar Arato contra a parede e impulsiona-la de volta. Aproveitando o impulso ela pegou sua lança e agarrou Ikari pela gola, afastando-o de Arato.

Ikari simplesmente não conseguiu acompanhar a situação. Quando deu por si, estava afastado de seu lugar original com Ene agachada ao seu lado. A máscara de tigre e seus frios olhos azuis davam um ar ameaçador à garota que Ikari não tinha observado na luta contra Yuuki.

Do lado oposto estava Arato em uma postura muito mais nobre que no momento anterior. Os farrapos que o cobriam haviam sido retalhados e o que restava era um jovem com postura de kendo e vestido com um gi e um hakama, tal como um praticante de Aikido, e sua mão esquerda estava completamente enfaixada.

Seu cabelo desorganizado contrastava, criando uma aura nobre e sombria ao seu redor. Sua katana brilhava perigosamente e, por um segundo, Ikari pensou ter visto o reflexo de Arato na espada, mas com um sorriso sinistro de orelha a orelha.

— Ene, o que diabos você está fazendo? - questionou à garota.

— Ikari. - Ela o cortou friamente, depois o observou sem mudar seu olhar, mas dessa vez passando um ar protetor. Ele tentou se levantar mas mais uma vez foi segurado pela gola - Não vá, ele é perigoso.

— Você o conhece? - perguntou o rapaz.

— Não, talvez você não consiga sentir ainda, Ikari, mas ele exala uma aura tão maligna que arrepia até pelos que eu nem sabia que tinha...

"Não, não foi isso que eu senti...", Ikari pensou.

Arato riu lugubremente.

— Ela está certa, Oga. Como eu ia dizendo, nada de bom viria de ficar próximo a mim.

Observando-o melhor, manchas de sangue seco se destacavam pela fraca luz do ambiente.

Ene tocou os calcanhares e sentiu a armadura despedaçada.

"Parece que as botas do coelho lunar ainda não estão prontas pra combate..."

— O que é esse barulho todo? - uma voz grave soou pela entrada do beco, distraindo Ikari e Ene por um segundo.

Ene tentou correr atrás de Arato, mas em um movimento rápido ele raspou a espada no chão e criou uma onda negra de tinta que avançou na direção de ambos. Ene balançou amplamente a sua lança e cortou a onda, mas no instante seguinte o rapaz já tinha fugido.

— O que diabos é esse cara, um ninja? - reclamou Ene já em um tom mais animado, retirando a máscara.

— Vamos, seus merdas, ele deve estar por aqui! - soou a voz grave novamente.

Ene arregalou os olhos e pegou na mão de Ikari.

— Isso é ruim, vamos correr! - ela disse e já começou a puxar o garoto.

— Ei, pera aí, por quê?

— Porque se o Doume-san me pegar fazendo bagunça no território dele de novo eu vou ficar levar um carão interminável do Kamui-san, e isso me dá medo!

— Espera, mas nem foi sua culpa... - Comentou Ikari, correndo ao lado de Ene.

— Não importa, ele não vai com a minha cara, ele faz de tudo pra me culpar! Eu sou inocente, que droga! - Reclamou Ene irritada, mas ainda com medo.

— Ok, ok, vamos correr! - concordou Ikari, desistindo de tentar entender.

"Eu só queria que as coisas começassem a fazer um pouco mais de sentido...", choramingou Ikari para si mesmo.

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Arato se arrastava pelo chão de um templo. Seu gi nem parecia mais branco com as manchas de terra e sangue e as barras de seu hakama estavam rasgadas. Usando a espada como bengala tentou apoiar-se, mas a bainha se remecheu, impedindo-o de prende-la apropriadamente no chão. Ele caiu, ralando o queixo, e vomitou sangue com uma terrível sensação de dor.

"Hihihi.", riu a voz em sua cabeça.

— Mizerável... Você não perde uma oportunidade...

"É minha natureza, perdoe-me, hihihi."

— Eu jamais permitirei... - a voz de Arato quase não saiu. Seus olhos exalavam ódio.

As faixas de seu braço esquerdo se desfaziam e por entre as brechas escapava uma fumaça negra.

"Vosssê deveria essstar grato, afinal, eu quem o troussse para Taiyang.", a voz sibilante brincava, sem se importar com o estado do outro. "Se vosssê continuasse por lá iria apenasss ssser pego!"

— Eu não ligo! Receber sua ajuda... - Arato praticamente vomitou essas palavas. As pontas de seus dedos sangravam.

— Ora, vai me dizer que manchei sssua honra de guerreiro? Como ssse vosssê messsmo não tivessse feito isssso!

Arato parou de se arrastar. Ele sempre lutou para não se importar com o que a voz lhe dizia, e dessa vez não foi diferente. O problema é que essa voz saiu de sua própria boca, e isso o deixou apavorado.

Ele parou de perder tempo discutindo e, finalmente, levantou-se, apoiando sua mão em um poço. Como que lutando com amarras, retirou seu gi e rasgou as faixas, revelando uma enorme tatuagem negra que lhe cobria o braço. Originando-se de sua omoplata, cobras percorriam o membro até a mão, duas inteiras e uma terceira quase terminando de se formar.

Com a mão livre ele pegou uma das conchas disponíveis e jogou água pelo seu corpo.

"HISSSSSSSSSSSSSSSSS", a voz urrou em sua mente enquanto ele sentiu seu corpo congelar.

Arato sorriu.

"Nesse caso, deixe-me lhe agradecer pela fuga!", desafiou em sua própria mente.

"MALDITO, PAGARÁ POR ISSSSO!"

"Você realmente é idiota se acha que eu não iria me aproveitar dessa oportunidade!"

"ENTÃO APROVEITE-A, SSSERÁ A ÚLTIMA!", e com essa afirmação o corpo inteiro de Arato tremeu, mas ele resistiu. Assim que pôde trocou suas bandagens por novas e sentou-se para recuperar as forças. O olho esquerdo latejava, mas ele recusou-se a tirar o tapa-olho.

A sensação incômoda diminuía. Pegou novamente seu gi, vestiu-o, sem se importar com a sujeira, e permitiu que seu corpo se desvanecesse nas sombras.

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Ikari encontrava-se ainda em Taiying, sentado em um banco, enquanto Ene andava de um lado para o outro emburrada. Ikari a observava com uma pequena parcela de culpa, mas a expressão de Ene lhe parecia mais engraçada do que ameaçadora.

Ela virou-se para ele e apontou o dedo, mas antes que abrisse a boca Ikari a interrompeu:

— Olha, antes que diga qualquer coisa, você tava dormindo quando eu vim pra cá!

Ene ficou olhando pra ele com a boca aberta até expressar desistência.

— Você tá certo, foi descuido meu... É que o vento tava tão gostozinho lá... Mas assim que acordei eu vim correndo atrás de você! Você tem sorte de que foi fácil encontrar uma conexão com você!

Ikari sorriu de leve.

— Sem problemas. Como você fez isso? Eu até tentei aqui, mas parecia tudo...

— Bagunçado? - ela o interrompeu - É, Taiyin é assim mesmo, mas como eu usei um pouco do meu Reiki pra te ajudar a se abrir mais cedo foi até fácil!

Foi a vez dela sorrir de leve.

— Também estou feliz que esteja seguro. - Ela comentou, sentando-se com Ikari. - Não é como se fosse perigoso dentro da cidade, mas eu tinha medo que você ficasse perdido ou se metesse em alguma encrenca com alguma gangue, sei lá...

Ikari decidiu não trazer à tona o assunto do recente encontro.

— De qualquer forma! - Ene continuou - Parabéns, você superou minhas expectativas!

— Como assim?

— Em algumas horas conseguiu se conectar com Taiyin! Esperava que alguém que começou a treinar tão tarde fosse demorar mais tempo! - Ela zombou sem más intenções. - De qualquer forma, vamos voltar, eu te ajudo! Amanhã temos mais a fazer!

— E o que vamos fazer amanhã? - Ikari perguntou com curiosidade.
Ene riu.

— Amanhã eu vou te levar pra conhecer nossos colegas! Vai ser divertido!

— Vai? Haha...

Por algum motivo, Ikari não teve um bom pressentimento.


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Notas finais do capítulo

Bonus incluindo uma color do chibi-Ikari feito pelo meu amigo, Kasu251 (autor de "Nobi, aquele que dominará o Japão!"). VAI BRASILIAM!

Foi um capítulo complicado de escrever. Mil vezes me perguntei se a interação de Ikari e Arato estava forçada, mas espero ter apresentado um resultado satisfatório!

Até a próxima!



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