A Prima Piriguete escrita por ArnaldoBBMarques


Capítulo 6
Que isso, novinha?




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Os olhos de Paulo se acenderam. Carla mostrou para ele a foto de uma menina no celular.

— Ela viu você no baile e quer ficar com você! Se chama Verônica.

Paulo olhou bem para a foto. A menina parecia ser mais nova que ele, não era bonita bem feia. Tinha um ar meio inescrutável. Era o tipo de rosto que Paulo não prestaria atenção vendo na rua, mas assim oferecido de bandeja, era diferente. Carla estava se mostrando útil para ele, pensou, até que valia a pena ser cúmplice dela.

— Da próxima vez que a gente sair você vai conhecer ela!

Paulo passou a semana meio aéreo, ansioso pelo que ai acontecer, mas ao mesmo tempo achando aquilo tudo meio esquisito. Foi despertado pela mãe a procura-lo, preocupada, trazendo o celular de Carla.

— Estou vendo aqui pelo horário das conversas que a Carla usou o celular no horário que ele devia estar fechado no meu armário! Será que ela descobriu onde estava, foi lá e pegou? Essa menina é muito sonsa! Você viu alguma coisa, Paulo?

Simulando calma, Paulo pediu para ver o celular. Fingiu examinar qualquer coisa, e respondeu:

— Não é nada não, às vezes a aplicação fica fora do ar, e quando volta, o relógio está atrasado. Essas mensagens aqui ela deve ter mandado depois que você devolveu o celular para ela!

Como a mãe pouco entendia de tecnologia, engoliu a explicação. Paulo sentiu-se meio culpado por estar mentindo para a mãe, ela que era tão correta quanto aos assuntos da família, e tinha a responsabilidade dobrada por estar com Carla ali. Mas consolou-se procurando pensar: eu sei até onde posso ir.

No sábado saíram de novo, dizendo que iam ao shopping com um pessoal. Em determinado momento encontraram um rapaz, como se fosse por acaso, mas Carla não demonstrou surpresa ao vê-lo.

— Esse é o Valdir, você já conhece.

De fato, Paulo reconheceu o rapaz que havia aparecido  rapidamente na porta da casa aquele dia, e que Carla pedira para ele não comentar com a mãe. Parecia ter uns vinte anos, tinha um brinco em uma orelha e a barba por fazer. Cumprimentou Paulo sem mal olhar para ele.

— Nós vamos levar você para conhecer a Verônica!

Afastaram-se do pessoal e tomaram um ônibus. Paulo acompanhou o casal sentindo-se meio sem jeito, como uma criança que é levada a tiracolo. Carla e Valdir falavam de mil coisas e citavam nomes de pessoas que Paulo não conhecia. Chegaram na porta do clube, de onde já se escutava o pancadão do funk. Logo no corredor de entrada cruzaram com uma menina.

— Essa é a Verônica. Aí, não falei que trazia ele?

A menina sorriu um sorriso meio inescrutável. Paulo ainda estava meio sem jeito, e nem encontrou as palavras certas para cumprimenta-la. Ela não se importou. Paulo olhou para ela. Estava vestida com o uniforme short e tope das funkeiras dali, e parecia meio suja. Era mais baixinha do que parecia na foto, mas mostrava estar totalmente disponível. Sem trocar muitas palavras, foram para a pista dançar. Logo Paulo sentia os quadris dela roçando em sua calça, e as safadezas que fazia serviram para deixa-lo descontraído. Foi ficando cada vez mais audaz, procurando entrar no clima, e ela estava gostando. Munido de coragem, Paulo puxou-a para aquele canto escuro, atrás de uns caixotes empilhados, onde já havia outros casais se remexendo. Tirou o pênis para fora da calça, e entregou-o a Verônica. não era tão gostoso quanto a masturbação, ela claramente não tinha muito jeito para segurar o pênis, sobretudo quando o punha na boca, mas Paulo fez força para fingir, e acabou conseguindo gozar.

Sentado junto à parede, experimentando a saciedade do orgasmo, Paulo sentia-se o rei do pedaço, bem diferente de quando entrara ali, inibido. A seu lado Verônica não demonstrava nenhuma emoção. Os olhos de Paulo se fixaram em Carla e Valdir, lá do outro lado, que também estavam sentados, abaixando-se para dar tragadas em um cigarro que dividiam. Notando o interesse dele, Verônica disse:

— Eu tenho um pouco, peraí que eu vou buscar!

Ela foi até um grupo ali adiante e retornou trazendo um cigarrinho de pouco mais que uma polegada de cumprimento, já aceso, que veio tragando no caminho.

 - Dá uns tapas!

Paulo tragou, mas só conseguiu tossir. Ela riu. Disposto a não decepciona-la, Paulo tragou de novo, e desta vez conseguiu manter a fumaça nos pulmões por algum tempo. Devolveu o cigarro para ela, e procurou observar bem como ela fazia. Ao fim de algum tempo, veio-lhe uma vontade de rir e falar tolices. Sentiu que finalmente entrava em sintonia com Verônica, e ela até ficou mais comunicativa, ou ao menos assim pareceu a Paulo no estado que que se encontrava. Até sorriu quando comentou:

— Esse é cortesia da casa, mas se quiser mais, o meu namorado faz bem baratinho para você!

Paulo respondeu com mais uns gracejos, e viu Carla acenando para irem embora A despedida foi seca. No caminho Carla chamava a atenção para o aspecto dele, e pararam em uma lanchonete para lavar o rosto e tomar umas coca-colas. Paulo sentou que voltava ao normal, e aquelas palavras de Verônica voltaram da memória: meu namorado faz bem baratinho. Namorado. Mas como ela podia estar com ele ali, e ao mesmo tempo falar tão naturalmente com o namorado? Ora, é claro que podia! Paulo sentiu-se um bobo: não entendera que era assim que o pessoal ali fazia? Ele não era namorado de Verônica, era um ficante, ora!

Na semana seguinte, no colégio, Paulo não se animou a contar para os colegas de suas façanhas eróticas no baile. Percebia que não era assunto para falar ali, e às vezes queria até esquecer. Súbito, arregalou os olhos ao ver a mensagem de Solange no celular:

Sol: quer ir comigo na festa da Naty esse fds?


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