A Prima Piriguete escrita por ArnaldoBBMarques


Capítulo 7
Pegador




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/757760/chapter/7

Ihhh vai sair com a Solange, conseguiu, finalmente! Maninho está ficando pegador HAHA

Luana zoou com o irmão ao vê-lo tão compenetrado se arrumando no espelho, como nunca acontecia. Paulo sorriu e não respondeu. Sentia-se mesmo um pegador. Podia escolher entre Verônica e Solange, extremos tão distantes. Pena ainda ser virgem. Mas do jeito que as coisas corriam bem para ele, esse problema logo seria resolvido.

— Mas toma cuidado com a Solange, hein? Não se entusiasma muito! Ela tem uma lista grande, foi folheando e hoje pegou você!

Paulo fechou a cara e não respondeu. Por dentro, tinha a mesma suspeita da irmã; era apenas um nome na lista de Solange. Procurando afastar esses pensamentos, olhou-se de novo no espelho e achou-se até bonito com aquela camisa social e aqueles cabelos alourados caindo no rosto feito um telhado.

Solange estava bem vestida também, e a casa de Naty era bem grande, só tinha gente legal lá. A música era de bom gosto, bem diferente do ambiente que frequentara com a prima Carla. Pensou, satisfeito, que sendo tão pegador, podia frequentar e se dar bem em todos os ambientes. Os colegas depois que se roessem de inveja!

— O que você achou do novo professor de geografia?

— Achei ele meio metido.

Apesar de sentir-se perfeitamente bem, a conversa com Solange não conseguia passar das abobrinhas. Ela também não parecia muito entusiasmada. Culpou o ambiente, muito formal, muito educado. Tinha que entrar no clima. Chamou-a para dançar, e seu corpo foi se aproximando do dela. O rosto colado. De repente, conseguiu: seus lábios tocaram no dela, e o beijo saiu.

Foram muitos beijos, mas nada das intimidades que experimentara com Verônica. Tudo a seu tempo, pensou, e aquele não era o ambiente apropriado. As vozes ficaram mais lânguidas e a conversa ficou mais sensual, mas igualmente sem ir além das abobrinhas. Quando Paulo foi leva-la em casa, sentiu-se como um personagem de uma minissérie ambientada lá pelos anos cinquenta.

Nos dias seguintes Paulo sentiu-se nas nuvens, e nem ligou para as gozações da irmã. Agora vinha experimentando um tesão crescente: queria perder a virgindade. Com quem seria, Solange ou Verônica? Achou graça fingindo que poderia escolher, e deixou a imaginação leva-lo para infindáveis cenas eróticas com Solange e Verônica, às vezes as duas juntas...

Mas Solange respondeu secamente às mensagens dele e depois deixou de responde-las. No fim de semana seguinte, soube que ela ia sair com um cara do último ano. Pensou, decepcionado, que a irmã tinha razão: ele era apenas uma ficha na lista dela. E Verônica? Respondera com uma linguagem enigmática às primeiras mensagens que enviou, usando palavras que ele desconhecia, e depois, igualmente, deixou de responder. Paulo caiu das nuvens. Uma semana antes, ele era o pegador que podia escolher, tinha tudo na mão, agora não tinha nada. Não, ainda tinha Carla. A prima estava sempre lá, dando bola para ele, a fim de obter o seu favor. De certa forma, Carla era a única que ele realmente tinha aquele tempo todo. A prima era uma piriguete, e ele não vinha se aproveitando disso como poderia, pensou.

— Paulo, quero falar com você!

O tom preocupado da mãe já indicava aborrecimento á vista, mas Paulo resolveu dar uma de sonso.

— Eu tenho visto o celular da sua prima, e estou sabendo que ela anda indo em uns lugares aí que eu não sei! E já descobri o nome de um sujeito aí que ela anda se encontrando! Um tal de Valdir! Você sabe quem é?

Paulo respondeu que não, fazendo o possível para se manter sério. A mãe prosseguiu:

— Como você anda muito com a sua prima, eu queria te pedir para qualquer coisa que você souber, me avisar!

Paulo concordou, mantendo o ar circunspecto. Tinha que aproveitar as oportunidades, largar de ser bobão. Dali a pouco estava comentando com Carla sobre a conversa que havia tido.

— Ai, você vai contar para ela? - Perguntou Carla, fazendo uma vozinha bem de menininha.

— Não sei. Tira a roupa! - Respondeu Paulo.

Carla soltou uma gargalhada. Não disse nada, mas continuou arrumação da sala fazendo poses bem provocantes, exibindo ombros, coxas e pedaços de seios.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Prima Piriguete" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.