A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 24
Passo a passo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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O sol voltou a clarear o quarto poucas horas depois. A loira abriu os olhos tentando se acostumar com a luz que entrava. Olhou ao redor e teve a certeza de que tudo não tinha sido um simples sonho. Precisava atualizar Lector sobre as novidades.

Levantou-se e virou para o lado em busca do exceed, mas ele não estava ali. A única coisa que encontrou foi um pequeno bilhete em cima do travesseiro.

“A porta perto da cama é um banheiro, no guarda-roupa tem roupas limpas. Estou com seu amiguinho no andar inferior.”

Ass. Mikori.

Lucy verificou o guarda-roupa e pegou que precisava, seguiu para o banheiro e fez sua higiene. Vestindo apenas um simples vestido branco, saiu do quarto depois de arrumar a cama e procurou um lugar para descer.

O corredor tinha flores espalhadas por vários lugares, elas eram a única decoração do local de paredes amarelas e portas brancas. Mais um pouco para frente, Lucy viu uma escada da mesma cor das portas e desceu.

O cheiro de café fresco logo entrou pro suas narinas, então ela teve a confirmação de que estava indo para o lugar certo, bastou virar na primeira esquerda para começar a ouvir a risada característica de Lector. Poucos passos para frente ela o viu sentado em uma almofada sobre a mesa, entretido com uma fatia de torta.

— Bom dia — saudou alegre.

— FADA-SAN! — Lector voou até a loira, abraçando-a. — Bom dia.

— Bom dia, minha jovem. Conseguiu descansar? — perguntou Dona Mikori.

— Muito bem, obrigada — sorriu sentando-se.

— Isso é ótimo. Eu já contei tudo para o pequenino aqui, então não precisa se preocupar com detalhes.

— Isso explica essa felicidade toda.

— Eu estou animado por saber que ainda podemos salvar o Sting-kun daquelas pessoas estranhas — o exceed sorriu.

— Com certeza nós o salvaremos, Lector. Promessa de maga celestial! — disse acariciando o gatinho. — Dona Mikori, eu posso tirar algumas dúvidas?

— Todas as que quiser, responderei se eu souber a resposta, claro. O que tanto a incomoda?

— Bem... Quando entramos na floresta em si, nós demos de cara com o templo destruído. Do lado de fora eu usei os pingentes das doze chaves de ouro e isso nos levou para uma sala estranha...

— A sala das árvores nas quatro estações?

— Essa mesma, o Kaile disse algo sobre ser uma armadilha...

— Entendo, é possível mudar a localização da entrada para a sala se você estiver no controle do templo...

— Isso explica como entramos tão facilmente... Mas enquanto andávamos dentro do templo, Lector e eu encontramos quatro portas que também representavam as quatro estações. O que elas significam?

— Bem, cada uma delas tem um mini desafio que precisa ser ativado no painel central do templo.

— O templo tem um painel de controle? — perguntou Lector surpreso.

— Sim, ele é todo automático com um sistema mágico próprio — explicou.

— Hum... E depois que os desafios são concluídos? — Lucy tentava unir as peças.

— As árvores daquela sala que vocês viram serão ativadas, revelando a passagem secreta onde a passagem para o Reino dos Gatos será liberada.

— Reino dos Gatos?

— Sim, é lá que estão as duas pedras: a da vida e a da morte.

— Como é que é? A senhora está falando sério?

— Sim. Vocês não sabiam?

— Não, nós achávamos que as pedras transparentes pudessem nos ajudar...

— Pedras transparentes? É impressionante como ainda usam elas como isca... Elas são apenas cristais muito bem polidos, servem apenas de decoração — deu de ombros.

— O Kaile deve saber disso... Por isso parou de nos perseguir...

— Bem, eu duvido que ele saiba como encontrar as duas pedras, ou até saiba... A questão é que, apesar de pequenos, os desafios são demorados, dependendo de quem os faz. Usar a habilidade do Espírito da Floresta é mais rápido, até porque ele dirá onde encontrar a Placa de Pedra.

— Placa... de Pedra? — arregalou os olhos.

— Sim. O que foi?

— Eu vi, o Kaile estava com uma placa assim. Ela brilhava — Lector revelou o que sabia.

— Ele tem a placa? Precisamos ser mais rápidos então, se ele pôr a mão naquelas pedras... Aí sim o amigo de vocês correrá perigo!

— A senhora sabe onde aquele fantasma pode ter colocado o Sting?

— Provavelmente em uma dimensão paralela, ele gosta de fazer isso com as pessoas... Principalmente em sonhos.

— É, eu sei bem como é isso...

— Muito bem, agora vamos terminar de comer. O tempo é precioso!

—— // ——

Lucy olhou para a chave com os olhos arregalados, nem em seus sonhos conseguiu imaginar algo tão magnífico. A chave do Espírito da Floresta possuía uma cor leitosa, sendo possível ver seu interior onde uma pouco de areia ficava.

A chave em si já tinha brilho próprio, mas nada muito cegante. Seu formato podia ser facilmente confundido com uma quase comum, principalmente seu tamanho que era menor que outras chaves celestiais.

— Ela é diferente para justamente passar despercebida, por isso ela sempre foi tratada como uma lenda. As pessoas se lembram das chaves já conhecidas e automaticamente pensam que ela é igual — Mikori entregou a chave para a loira.

— Como eu faço o contrato?

— Você se lembra como fez os pingentes? O processo é quase o mesmo, porém tem que ser feito ao contrário.

— Ao contrário?

— Sim, ao invés de fazer uma versão pequena, você deve fazer uma versão grande.

— O tamanho da chave influencia?

— Nesse caso sim, pois a porta por onde o Espírito passará tem uma fechadura maior que as normais.

— Fechadura? A senhora tem certeza que essa é uma chave celestial?

— Tenho.

— Não faz sentido.

— O Espírito da Floresta não vive no Mundo Celestial, ele vive aqui na Floresta de Areia, portanto a chave abre a porta de onde ele está. A casa dele, no caso.

— Isso é...

— Estranho? Inusitado? — riu. — Alguns espíritos tem o comportamento diferente, é mais normal do que imaginamos.

— Entendi... Onde fica a casa dele?

— Não faço ideia.

— A senhora está brincando, né? Diz que sim.

— Não, não estou brincando. Apenas um mago Celestial consegue descobrir a localização da casa, só sei que fica perto de onde encontrei a chave anos atrás. Mais ou menos perto daquela cachoeira — apontou para a direita.

— Certo. Então é melhor eu começar!

— Vou deixar você sozinha para se concentrar melhor. Vamos buscar algumas frutas, Lector?

— Sim — sorriu animado já abrindo suas asas. — Boa sorte, Fada-san.

— Obrigada, Lector. Eu realmente vou precisar...

—— // ——

— Que raios de desafio é esse? — Kaile batia na parede com um martelo tentando quebrar o gelo.

— Cala boca e continua quebrando, ainda faltam outras três salas — Lauro fazia o mesmo, só que com mais paciência.

Depois de verificarem o local e não encontrarem seus inimigos, Lauro e Kaile decidiram que já estava na hora de encararem as Salas das Estações, como July tinha apelidado.

A primeira escolhida foi a do inverno. O frio não os incomodava, pois usavam roupas grossas, mas o desafio em si, sim. Olhando por cima era praticamente impossível saber o que fazer no local, só que eles prestaram muita atenção ao redor e logo mataram a charada.

Dentro das paredes de gelo era possível ver pequenos “X” em um tom azul escuro. Por estarem inacessíveis, o único jeito seria quebrar os lugares para tentarem alcançar seus alvos. Lauro logo arrumou dois martelos e eles começaram a martelas sem sucesso.

O gelo não quebrou nem um micro pedacinho, a força dos martelos sequer arranhava a superfície e as marcas tornaram-se impossíveis de alcançar.

— Tem um maçarico nesse lugar?

— Você quer colocar fogo em tudo? — perguntou Lauro já indo atrás do item.

— Se funcionar, não vejo mal nenhum.

— Aqui, espero que derreta.

Kaile pegou o maçarico e direcionou a chama para um ponto específico, o gelo começou a derreter lentamente, derramando gotas de água no chão gelado. O X ficou cada vez mais visível, o moreno não tirava os olhos do mesmo e acabou percebendo algo de diferente: o X estava se mexendo.

A curiosidade foi maior do que sua vontade de afastar-se da parede. Continuou direcionando a chama para o X até ele começar a se mexer mais rápido do que antes, o que acabou rachando uma parte do gelo.

O rachado estendeu-se por toda a sala, ligando o X com os outros que igualmente começaram a se mover no mesmo ritmo.

— Kaile, o que você fez?

— Não faço ideia, mas acho melhor a gente correr — largou o maçarico e saiu na frente.

A porta fechou antes que fosse alcançada e estalos puderam ser ouvidos, pedaços grandes de gelo começaram a cair no chão se quebrando, ao mesmo tempo em que algumas partes derretiam e tornavam o piso escorregadio.

Não tinha escapatória, a porta estranhamente se trancou e o gelo não parada de cair. De repente um estalo mais alto foi ouvido e o que eles temiam estava acontecendo: o teto de gelo rachou completamente e estava se soltando aos poucos, prestes a cair.

Lauro transformou-se em fantasma e atravessou metade de seu corpo para fora, tentando segurar no braço de Kaile para levá-lo junto, porém já era tarde demais e, antes que pudesse concluir seu resgate, o teto desabou.


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