A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 17
Bacia de Ouro


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A viagem para a nova cidade demorou mais do que o esperado e, por mais estranho que parecesse, a bússola começou a funcionar no momento em que se afastaram da outra cidade, por isso acreditaram que algo nela interveria de alguma forma para que o caminho não fosse indicado corretamente.

Em certo momento a carta começou a esquentar, Lucy pegou a folha e leu, tirando a dúvida que todos tinham.

“Objetos mágicos interverem a bússola, fazendo com que andem em círculos. Afastem-se das cidades e deixem-a fazer seu trabalho.”

Seguindo o conselho da carta, o grupo passou por lugares que não conheciam, andaram de trem três vezes e de barco outras duas, evitando o máximo entrar em alguma cidade. Porém não imaginavam que fosse ser tão longe de onde antes estavam.

Ao aproximarem-se de uma floresta depois de uma semana de viagem, eles viram uma grande muralha de pedra com um portão enorme abaixado. Vários comerciantes, habitantes e visitantes passavam por ali normalmente, por isso decidiram seguir o fluxo e passar também. No momento em que entraram na cidade, a bússola começou a girar descontroladamente até se desmontar e virar pó.

— Nós temos que nos preocupar com isso? — perguntou Lector.

— Acho que é a cidade certa, não tem motivos para a bússola quebrar agora — deduziu Lucy.

— Precisamos achar o quê? A bacia ou o quadro?

— Olha, uma loja que tem bacias. Acho que podemos começar por ali — Sting não esperou reação e saiu andando na frente.

Antes que alguém o impedisse, Sting entrou na loja e comprou as mais variadas bacias. Pequena, grande, oval, redonda, quadrada, triangular... O que ele encontrou, ele comprou. Com as compras feitas, as tentativas de fazer com que uma chave aparecesse iniciaram.

O primeiro passo foi colocar Xadrez dentro de cada uma das bacias, sem sucesso. Depois, com muita insistência, o Dragon Slayer conseguiu convencer Lucy a “fazer um contrato” com o “Espírito da Bacia”, como ele intitulou, utilizando cada bacia como “chave”. Ninguém apareceu, como o esperado.

— AH, ESSAS PORCARIAS — reclamou Sting sacudindo as pobres bacias.

— Culpa sua, ninguém disse que era uma bacia de plástico — alfinetou a loira.

— E o que sugere, senhora esperta?

— Eu sugiro que busquemos informações úteis com os habitantes, deve ter uma bacia por aqui.

— Vocês estão procurando a Bacia de Ouro? — um senhor idoso aproximou-se deles.

— Bacia de Ouro?

— Sim, é ela que dá o nome para nossa cidade. Não chamamos aqui de cidade Bacia de Ouro a toa...

— O senhor sabe onde fica essa Bacia?

— Sim, venham comigo. Aliás, meu nome é Benny.

— Prazer, somos...

— Lucy, Sting, Lector e Xadrez. Todos sabemos, seu nomes estão na profecia.

— Então... Nossos nomes não estão em profecia nenhuma...

— Não estão na que vocês receberam, na que está escrita na Bacia tem o nome de vocês — explicou. — Chegamos, bem-vindos à Bacia de Ouro!

A Bacia de Ouro era um fonte localizada no meio da cidade. A base toda de ouro lembrava perfeitamente uma bacia de plástico, no centro tinha uma estátuas de um gato idêntico ao Xadrez, também de ouro. Atrás da estátua ficavam algumas pequenas árvores, do mesmo material, jorrando água para a base.

A profecia rodeava toda a base da fonte e, como Benny disse, os nomes dos quatro estavam escritos. Ao final da última frase era possível ver uma pequena e simples chave desenhada. Xadrez parecia hipnotizado pela fonte, aproximou-se rapidamente e encostou na chave que começou a brilhar.

O chão tremeu, as pessoas correram assustadas e a fonte secou. Em questão de segundos a estrutura rachou no meio, cada parte foi para um lado fazendo um estrondo. No meio, um alçapão brilhou em verde e se mexeu até abrir.

O gato não perdeu tempo, entrou deixando todos surpresos e desesperados, ninguém esperava essa reação dele. Correram tentando alcançá-lo, o buraco não tinha escada, mas a altura não era grande, então foi só pular para dentro.

O lugar não tinha nada demais, sendo apenas uma sala quadrada toda preta, com a diferença de que uma de suas paredes mexiam-se como água. Ao chegarem perto perceberam que tinha algo atrás da mesma, por isso arriscaram-se em passar e conseguiram. Do outro lado um quadro com a imagem de um gato igual ao Xadrez estava pendurado na parede.

Sting ficou surpreso, lembrava-se do gato com os olhos de pedras em seu sonho e aquele quadro tinha dois buracos no lugar dos olhos, porém mesmo sem as pedras os dois olhos brilhavam.

A parede tremeu assim que ele se aproximou e o quadro virou um porta com direito a uma maçaneta, Lucy dessa vez se pôs na frente e abriu a porta, entrando em uma sala idêntica a anterior com um baú no chão. Dentro do mesmo tinha uma chave e um bilhete.

“A chave brilhará quando chegarem na frente da porta certa. Procurem na floresta à esquerda da cidade.”

— Achamos a chave, finalmente vamos ter acesso à Floresta de Areia — Lucy pulava de alegria, abraçando Lector.

— E o Xadrez? — perguntou o exceed.

— Eu não sei, será que ele voltou para casa?

— Não sinto o cheiro dele em nenhum lugar — Sting cheirou o ar em busca de algo rastro.

— Não podemos esperar ele voltar, temos que continuar...

— Vamos logo, quero saber se ele voltou para casa — Lector animou-se.

Saíram da sala e subiram de volta para a cidade, a fonte voltou ao normal assim que se afastaram. Agradeceram o senhor e rumaram para a floresta, não ficava muito longe e podia ser vista de onde estavam.

Lucy segurava a chave nas mão, sempre muito atenta a qualquer reação. Andaram aleatoriamente por todas as trilhas que encontraram até chegarem em um lago onde a chave começou a brilhar em amarelo. A loira aproximou a chave do lago e uma porta apareceu bem diante de seus olhos, abrindo-se sem ser destrancada.

Do outro lado da porta ficava outra sala preta, com um bilhete em sua parede.

“Vocês são dignos de entrar na Floresta de Areia? Provem!”

— Como vamos provar que somos dignos? — perguntou Lector no colo da loira.

— Estou sentindo um cheiro, parece cheiro de milho.

— Para de pensar em comida, essa não é a hora para isso — reclamou Lucy.

— Não estou com fome, o cheiro é debaixo de onde estamos — informou ouvindo o som de engrenagens.

O chão tremeu e abriu, derrubando os três em colchões antes que pudesse pensar em fugir. A caverna onde caíram parecia feita de puro gelo, impedindo que conseguissem ficar em pé sem escorregar. Quando estabilizaram-se, vários gritos finos foram ouvidos.

Lucy foi a primeira a olhar para trás e o que viu a surpreendeu: várias pipocas corriam e gritavam na direção dos três, portando espadas e machados nas mãos. Ela não aguentou e começou a rir junto com Sting, mas logo pararam quando uma pipoca atirou uma flecha neles.

— Loira...

— Eu sei. CORRE!

Correram como se suas vidas dependessem disso e realmente dependia. Por mais engraçado que fosse ver pipocas andando e gritando, a força delas ao arremessar as armas contradizia com o que pensaram de início. O mais estranho era que, depois de várias tentativas, descobriram que elas não podiam ser afetadas por nenhum ataque, independente se fosse físico ou mágico.

Minutos depois da correria começar, os três acabaram entrando em caminhos separados sem perceber. Lector foi o que mais deu sorte, o fato de conseguir voar ajudou na hora da fuga, nenhuma pipoca o seguiu.

Na frente de onde estava, Lector conseguiu ver um lago rodeado por grama que, estranhamente, crescia em cima do gelo sem maiores problemas. Dentro do lago era possível ver uma porta verde, mas o gatinho decidiu não ver se ela abria.

Enquanto esperava os dois loiros, o exceed sentiu algo o puxando para o lado. Não tinha ninguém além dele ali, mesmo assim continuou sendo arrastado. Tentou resistir utilizando suas asas e conseguiu por um tempo, até ser pego novamente e parar se voar.

Quando percebeu para onde estava indo já era tarde demais. A força que o puxava tinha apenas um caminho: dentro do lago.

A porta foi aberta com violência, fazendo a água agitar-se e molhar a grama, onde floresceu algumas flores. O cansaço e falta de magia não permitiram que Lector tentasse fugir novamente, por esse motivo ele apenas deixou-se ser levado para dentro do lago.

A última coisa que o gatinho viu antes de fechar os olhos, foi a porta se fechando.


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