A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 18
O meio do caminho


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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A porta verde na frente de Lucy não abria nem com a força de Taurus, tentar quebrar era inútil e não tinha nenhuma chave. O caminho escolhido pela loira não passava de uma sala de gelo com uma porta no centro, nada demais.

As paredes do lugar mantinham um padrão de pedras de gelo, nenhuma fora do lugar o que descartava a chance de ter algum botão escondido.

Lucy não desistiu e continuou andando, enquanto o espírito batia com seu martelo na porta com a intenção de quebrar as dobradiças. Depois de várias tentativas ele desistiu e voltou para seu mundo, ao mesmo tempo um buraco abriu-se no teto, Sting caiu logo em seguida.

— Podiam ter colocar pelo menos uma almofadinha...

— Sting, como chegou aqui?

— O caminho por onde eu fui subia até não sei onde, lá no topo eu vi um escorregador e desci. Qual é a dessa porta?

— Não faço ideia, não é possível quebrar e nem abrir...

— Não? — aproximou-se da maçaneta, girando a mesma. — Ué, mas está aberta.

— É brincadeira, né? Eu chamei o Taurus para tentar quebrar ela. Francamente...

— Loira, acho melhor entrarmos...

— Por quê?

— Aquelas pipocas estranhas estão vindo para cá.

— Droga. Vamos! — puxou o loiro para dentro da porta.

A porta sumiu no momento em que passaram para o outro lado, impedindo que voltassem. Olharam para frente e perceberam que estavam em um floresta, Lector encontrava-se voando olhando para cima, assim que os viu ele voou feliz, tagarelando sobre como sentiu medo e que alguém tinha o arrastado até ali.

A floresta em si não aparentava ter nada de especial, as árvores grandes e o chão de terra com algumas folhas caídas pareciam bem normais. Sting decidiu olhar melhor ao redor, nada de especial aconteceu e ele também não viu nada.

— Estamos na Floresta de Areia? — Lucy sorriu.

— Não vejo areia em nenhum lugar... — Sting tocava na árvore esperando alguma reação.

— A carta está quente, talvez ela saiba de algo — a loira colocou a mão no bolso.

“A Floresta de Areia ainda não foi alcançada, vocês estão no meio do caminho, um lugar entre seu mundo e a Floresta em si. O Templo é o lugar.”

— Ah, que maravilha. Agora tem o meio do caminho até lá, é brincadeira, né? — o loiro olhava curioso para o papel.

— Sting-kun, Fada-san, olhem ali — Lector apontou para o lado.

Um pouco afastado de onde estavam, uma trilha larga de pedras com gramas amareladas ao redor chamava a atenção. No final dessa trilha uma luz brilhava forte, cegando quem olhasse diretamente. Essa mesma luz saiu de uma espécie de portal retangular que atraia as árvores próximas, formando uma espécie de redemoinho do que parecia areia. Quando mais ele puxava, menos árvores ficavam.

Independente se corressem ou permanecessem parados, uma hora ou outra o redemoinho acabaria chegando onde estavam, sabendo disso eles apenas esperaram o inevitável e ficaram parados no mesmo lugar sem fazer nada. Quando as árvores ao redor de onde estavam começaram a serem puxadas, a luz apagou-se e tudo voltou ao seu devido lugar.

Assustados e surpresos, os três agradeceram pela sorte e adentraram mais ainda na floresta. Quanto mais andavam, mais escurecia e mais sentiam a magia negra os cercando, até não conseguirem enxergar nem seus próprios corpos. Nessa hora a magia se intensificou causando um mal estar momentâneo neles, quando passou já não estavam mais na floresta e sim na entrada de uma vila.

A vila parecia ser pequena, suas casas de madeira escura davam um ar macabro ao lugar, ninguém passeava pelas ruas e nenhuma luz iluminava a rua. Estavam sozinhos.

Lucy bateu na porta da primeira casa que encontrou e ela abriu-se depois de um tempo, revelando o interior. Ao contrário do lado de fora, dentro a luz iluminava tudo, mas era impossível de vê-la pela janela.

A sala de estar possuía móveis simples, apenas dois sofás brancos e uma mesinha de centro, mais para frente três bancaras separavam a sala da pequena cozinha com um fogão, uma geladeira e uma pia. Ao lado da cozinha a escada para o andar de cima diferenciava-se do restante por ter a cor branca.

Subiram a escada e deram de cara com um corredor com várias portas, no lado direito as portas correspondiam a dois quartos e um banheiro, do lado esquerdo uma única porta levava para uma biblioteca. A casa tinha tudo o que precisavam, inclusive roupas e comida.

— Quem será o dono dessa casa? — perguntou Lucy olhando ao redor, procurando alguma foto.

— Não faço ideia, tem cara de que ninguém mora aqui.

— Onde já se viu uma casa abandonada tão inteira e limpinha?

— Olhem, um bilhete — Lector desceu as escadas com um papel nas mãos.

“Usem a casa o quanto precisarem, mas tenha cuidado, os moradores fantasmas podem estranhar a presença de vocês. Façam silêncio.
Os moradores estão presos nesse lugar, pois não conseguiram encontrar o caminho para a Floresta.
O objetivo de vocês está mais perto do que imaginam, mas é preciso fazer uma escolha. Qual dos três arriscará a própria vida?”

— Cruzes...

— Que escolha? — Lucy virava o papel.

— Não faço ideia — Sting fez-se de desentendido.

— Estranho... Será que a carta tem alguma dica? Embora ela não esteja quente...

— Talvez.

Lucy procurou a carta em seu bolso e leu seu conteúdo, dessa vez estava escrito apenas duas palavras “Magia Celestial” e foi então que ela se lembrou do livro traduzindo, tinha esquecido dele depois de toda a confusão com o Kaile e a guilda dele.

As páginas traduzidas estavam em sua bolsa, a qual ela abriu e tirou tudo de lá. Leu o conteúdo por cima, procurando alguma magia útil para usar contra as trevas daquele lugar e realmente achou. Em uma das últimas páginas uma magia se destacava, chamava-se “Estrela Cadente” e prometia expulsar toda a magia negra em uma única utilização, o problema era fazer ela.

Para conseguir realizar a magia, Lucy precisava aprender a abrir um dos portões de chave de ouro sem utilizar a chave, nesse caso já era outra magia que o livro considerava uma “magia básica”, mas de básica não tinha nada. A loira precisava criar, com sua própria magia, uma chave em miniatura da escolhida, mais especificamente um pingente.

O pingente em formato de chave permite que o portão seja aberto sem usar magia, afinal ele próprio é feito de magia.

Lucy explicou para Sting e Lector o que achava que precisava fazer, logo depois saiu da casa e sentou-se atrás da mesma, invocando Capricorn no processo, ele aceitou ajudar e explicou como ela deveria fazer para criar o pigente. Basicamente ela teria que colocar a chave em uma mão e imitar sua forma na outra.

Quase uma hora depois, a loira não obteve o mínimo avanço. Parou um pouco para descansar e pensar onde estava errando. 

— Eu não entendo, como faço isso?

— Você precisa envolver a chave original com sua magia, formando um molde. Depois puxe sua magia de volta e envie o molde para a outra mão, deixando ela do tamanho que você quiser — explicou Capricorn.

— Então é só eu seguir esses passo que consigo... E as outras?

— Assim que você conseguir uma vez significa que aprendeu a magia, ou seja, será fácil repetir o processo nas demais.

— Oh, incrível. Certo, vou tentar de novo — animou-se.

Cerca de cinco minutos depois, a loira conseguiu finalmente fazer uma versão miniatura da chave de Aquarius. O sorriso em seu rosto refletia sua felicidade, Capricorn olhou para ela orgulhoso e voltou para seu mundo. Com a magia dominada, Lucy decidiu que continuaria fazendo as chaves até cansar, assim adiantaria o trabalho.

Sentada no chão ela não percebeu quando alguém se aproximou, estava concentrada demais em realizar a magia. A pessoa em questão vestia uma capa negra e flutuava em sua direção, quando a loira enfim reparou que não estava sozinha era tarde demais.

Magia negra passou a cerca-la de todos os lados, prendendo-a no chão sem chance de escapatória. As chaves não funcionavam e sua magia parecia bloqueada, a pessoa aproximava-se cada vez mais e foi então que Lucy viu seu rosto. A pele branca e meio transparente, os olhos azuis sem brilho e a boca aberta: um fantasma.

O fantasma chegava cada vez mais e mais perto, abraçando a loira com seus braços, mas sem toca-la já que seu estado não permitia que tocasse em algo ou alguém. De repente Lucy voltou a se mexer, a pessoa não estava mais na sua frente, mas os problemas estavam apenas começando tudo por causa de um detalhe: ela não sabia onde estava.


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