Plataformas para lá, plataformas para cá, umas girando, outras voando, algumas subiam e desciam. A visão parecia mais um caos de plataformas aleatórias desempenhando diversos papéis, uns mais malucos que os outros e para Lucy aquilo não parecia um bom sinal.

O caminho era único, não tinha nenhuma alternativa a não ser subir e foi isso que Lucy fez. As duas primeiras partes foram fáceis, mas andar em cima de retângulos que voavam não foi muito divertido, até porque enquanto eles moviam-se, ela precisava montar um quebra-cabeça. O quebra-cabeça formaria a imagem de uma senha que seria usada em um painel que pararia a plataforma. 

Depois de se desequilibrar várias vezes e derrubar o que já tinha montado, Lucy finalmente conseguiu montar o quebra-cabeça e olhou indignada para o mesmo, pois a senha era 1234. Ela foi até o painel com cuidado e colocou a senha, a plataforma parou imediatamente.

O próximo passo era escalar parede até a outra plataforma, algo que Lucy tirou de letra, mas assim que alcançou o topo a parede tombou para baixo e a deixou pendurada, mais para frente surgiram algumas barras de ferro para ela se segurar.

Desconfiança foi tudo o que passou por sua cabeça, mesmo assim arriscou e passou de barra em barra até chegar em uma nova plataforma, dessa vez redonda. A estrutura subiu assim que a loira se pôs de pé, levando-a para um lugar diferente do que tinha visto anteriormente.

O corredor onde a plataforma parou tinha as paredes preta assim como o chão. Um buraco em grande parte do chão deixava a luz da sala de baixo entrar, a única forma de atravessar seria pulando em pequenos pedaços de madeira espalhados aleatoriamente. Lucy não achou tão difícil e começou a pular, quando chegou na quarta madeira algo passou raspando por sua cabeça: um cubo preto.

O cubo passava por todas as direções onde as madeiras estavam, mas não parecia preso por nada, provavelmente era magia. Lucy ficou mais atenta depois dessa descoberta, abaixando sempre que necessário e tomando cuidado para não ser empurrada nos momentos dos pulos. Assim que conseguiu passar, uma porta branca surgiu na parede. Como estava sentada no chão para descansar, a loira não viu o cubo indo na direção da parede, quebrando uma porta.

O susto fez com que pulasse no lugar, por estar na beirada ela acabou desequilibrando-se, caindo no buraco e derrubando a chave de Áries. Prevendo o que aconteceria, a maga fechou os olhos e esperou pelo impacto que não veio.

— Fada-san — chamou Lector a pegando no ar e logo pousando para que pegassem a chave.

— Lector? Eu não acredito, como você chegou aqui? — perguntou pegando a chave e logo sendo levada para cima.

— Bem, nós estávamos correndo das abelhas e percebemos que você não estava... Voltamos e começando a seguir por onde você foi, acabei tropeçando na raiz de uma árvore e cai num buraco que me trouxe aqui — pousou com Lucy no chão e apontou para um buraco no teto.

— E o Sting e o Xadrez?

— Não sei...

— SAI DE BAIXO! — Sting caiu de costas na frente dos dois, ele tinha caído do teto onde um novo buraco apareceu.

— Tão descuidado... — Xadrez pulou de forma graciosa, alcançando o chão delicadamente.

— Aquele chão é oco...

— Sting, você está bem? — Lucy aproximou-se preocupada.

— Sim, eu acho... Que lugar é esse? — perguntou levantando-se.

— Não sei, eu entrei aqui meio que sem querer... Aqui é cheio de plataformas malucas com funções diferentes, mas não sei a finalidade. Eu estava prestes a entrar ai quando cai...

— Você caiu? — perguntou surpreso.

— Sim, o Lector me salvou. Enfim, vamos entrar ou não?

— Hum... Esse lugar está fazendo com que eu me sinta nostálgico... — murmurou Xadrez. — Não me lembro de conhecer algo daqui, mas tem algumas coisa que... Esqueci o que eu ia falar...

— Esse gato é maluco — Sting sussurrou para Lector.

— Eu escutei, humano estranho...

— EI!

— O que é aquilo? — Lucy impediu a briga e entrou na sala, apontando para a parede de dentro da sala.

— Parece estar rachada... O que acontece se eu quebrar ela? — preparou um ataque.

— STING — a loira tentou o impedir, sem sucesso.

A parede caiu em um estrondo, levantando poeira e derrubando algumas árvores. Olhando mais atentamente, perceberam que estavam no topo da montanha e nada parecia diferente, a não ser o buraco recém feito.

Todos saíram da montanha, a parede voltou o normal assim como as árvores, como se nada tivesse acontecido. Lector usou sua magia e deu uma volta na montanha, confirmando que estavam de fato acima da cachoeira, o problemas mesmo era que Sting, Lector e Xadrez nunca subiram aquela montanha, tornando impossível que caíssem em um buraco que os levasse justamente para onde Lucy estava.

A loira encarou esse fato como uma obra do destino, tinha algo naquela montanha que os ajudaria em algum momento em suas buscas, por isso subiram até o topo da montanha, encontrando um pequeno pedestal coberto por um pano branco Quando tentaram se aproximar, a garota de antes surgiu diante de seus olhos, assustando-os.

— July, o que faz aqui? — perguntou Lucy curiosa.

— Eu? Nada — respondeu nervosa.

— O que tem atrás de você?

— Isso? É só um pedestal velho e empoeirado.

— Entendi, porque protege ele como se fosse algo importante?

— Por nada, apenas tem um certo valor sentimental para mim...

— July...

— Fada-san, tem algo brilhando no pedestal — Lector segurava o lençol em suas patas.

— Ora, seu gato enxerido — July tentou pegá-lo, mas ele voou para longe.

— O que significa isso? — Sting olhou com raiva para a garota.

— Significa o quanto vocês são burros. Acharam mesmo que um perfume fajuto faria com que se livrassem de mim? — perguntou Kaile levantando, ele estava abaixado atrás do pedestal.

— Você...

— Jovens são pessoas que ainda precisam aprender muito na vida, vocês principalmente.

— Como nos achou?

— Não é porque eu não posso localizar vocês que outras pessoas não podem, afinal tenho “amigos” que estão nessa comigo, por exemplo a July.

— Bem, não vai importar muito que vocês saibam onde estamos, nunca pegarão as pedras.

— E quem precisa dessas pedras? Eu não. Agora se nos derem, precisamos entrar naquela floresta — sorriu pegando uma placa de pedra de cima do pedestal, era ela quem brilhava.

— Hoje não, Kaile — Lucy estava com o Star Dress da Virgo ativado e segurou os dois com seu chicote. — Cansei de ficar andando de um lado para o outro buscando sei lá o quê.

— Oh, um chicotezinho, que gracinha — zombou.

— Kaile, ela não parece muito feliz e você ainda provoca? — July tentava se soltar.

— São inofensivos.

— Para você que é um mago forte, eu não sou, esqueceu?

— Ok. Vamos fazer assim, explicarei apenas uma coisa para vocês e depois iremos embora.

— Desembucha — Sting aproximou-se com o Dragon Force ativado.

— Muito bem, as pedras não são o que imaginamos, posso até afirmar que tanto eu quanto vocês apenas andamos em círculos atrás de objetos inúteis, felizmente não preciso mais delas. Agora se me derem licença, tchauzinho — sumiu junto com July.

— Droga — Lucy olhou com raiva para o chicote caindo no chão. — Acreditamos nele? — perguntou desfazendo o Star Dress.

— Sim e não. Não confio naquele cara, mas acredito que ele está certo. Primeiro eram duas pedras falsas, depois duas pedras transparentes, então achamos essa July ai que disse saber fazer as pedras, mas ela é capanga dele... Boiei — Sting coçou o queixo com dúvida.

— A profecia não tem prazo de validade, eu não tenho pressa para voltar para casa. Por que não fazemos um teste? — propôs Xadrez.

— Que teste? — perguntou Lector curioso.

— Seguiremos em frente, vamos atrás dessa tal bacia estranha. Talvez as pedras não sejam uma parte importante por agora. Não custa tentar...

— O Xadrezinho tem razão, nós pensávamos que a profecia poderia estar em ordem, mas já descobrimos que a não. Não podemos ficar presos apenas em uma parte para sempre — Lucy apoiou a ideia.

— Então procuraremos a bacia primeiro, depois vemos o que fazemos com as pedras — Sting sorriu.

— O que estamos esperando? O último a descer a montanha como peixe podre — Lector sorriu sapeca começando a voar.

Os outros três seguiram o exceed de maneira sorridentes, tinham a esperança de que finalmente fariam algum progresso significativo. E talvez eles estivessem certos.