A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 10
Labirinto branco e preto


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Lucy saiu da pousada e seguiu pelo caminho indicado pelo loiro, não sabia o que a esperava no final, mesmo assim torcia para ser algo realmente promissor, a alegria do Dragon Slayer pelo menos indicava isso.

As ruas eram bem movimentadas mesmo sendo de madrugada, as pessoas pareciam não se importar com o horário e continuavam caminhando de forma despreocupada.

Quando virou o a última direção indicada a loira parou de respirar tamanha a surpresa. No final da rua Sting e Lector acenavam animados para ela, porém não foi isso que roubou sua atenção. Atrás dos dois tinham um lago com uma enorme pedra onde encontrava-se a casa que ela viu no livro que estava em suas mãos. Aproximou-se rapidamente admirada com a construção.

A imagem no livro era em preto em branco, agora ao vivo Lucy conseguia ver toda a beleza da casa. Diferente das demais as paredes da casa eram brancas, portas vermelhas assim como o telhado e as janelas, uma ponte ligando a casa à cidade e uma cerca elétrica ao redor da pedra.

— Incrível, não acha, Fada-san?

— Com certeza, ainda mais por saber que essa é a mesma casa do livro.

— Que livro?

— Esse aqui que achei na biblioteca — mostrou a foto para o exceed.

— Mais um motivo para entrarmos ali — Sting olhava para a casa com os olhos brilhando.

— Afinal, por que vocês demoraram tanto?

— Nos perdemos — respondeu envergonhado. — Não conseguimos achar nenhum lugar para comer...

— Só vocês mesmo... Então, vamos entrar ou não?

— Tomou chá de coragem hoje?

— Claro que não, apenas não sinto nada de ruim vindo da casa. Parece um ótimo sinal para mim.

— Se você diz...

Os três subiram a ponte até o topo, apesar da cerca ser elétrica o portão estava aberto para quem quisesse entrar assim como a porta da casa. Lentamente eles entraram e olhando ao redor.

A casa era formada por apenas um cômodo no térreo, o chão de madeira escura e as paredes amarelas davam um ar aconchegante, mas não tinha nenhum móvel apenas folhas secas espalhadas e um escada para cima. Subiram e encontraram uma sala idêntica a anterior.

— Não faz sentido... — Lucy vasculhou o lugar com os olhos. Nada.

— Estou sentindo um cheiro lá embaixo, parece chocolate — Sting desceu a escada novamente deparando-se com uma fonte de chocolate. — Isso não estava aqui antes.

— Nem essa vaca no segundo andar — Lucy arregalou os olhos.

— Vaca? Vaca tem leite, e também temos o chocolate. Isso me lembra chocolate quente — falou Lector pensativo.

— Resposta correta — disse uma voz robótica. — Passagem liberada.

O chão começou a tremer os obrigando a se segurarem no corrimão da escada, uma parte do mesmo abriu-se revelando um escada da mesma cor. Curiosos, os três desceram a escada até chegarem em um corredor com várias bifurcações.

— Um labirinto... Lector, fique com a Lucy que eu vou por outro caminho, assim é mais fácil.

— Sim

— Tem certeza, Sting? Pode ser perigoso — Lucy estava um pouco assustada.

— Absoluta. Bem, boa sorte — não esperou resposta e andou até um dos caminhos.

Lucy decidiu seguir reto o máximo possível. O labirinto era formado por pedras nas paredes e no chão, o teto tinha uma cor preta dando a impressão de que ele não estava ali, mas Lector voou e constatou que era impossível subir além das paredes.

O caminho logo se dividiu em três, dois na direita e um na esquerda. Por alguma razão Lucy sentiu que deveria seguir pela esquerda, Lector não discordou, muito pelo contrário, o gatinho parecia assustado com os outros dois caminhos e respirou aliviado quando a loira não escolheu eles.

Conforme andavam, todo o lugar passou a mudar de cor ficando completamente branco, nem o teto escapou. Sem alternativa os dois continuaram andando até a loira bater de cara com a parede.

— Fada-san, tudo bem?

— Sim, Lector, não precisa se preocupar. O problema é que não conseguimos ver o caminho com toda esse branco.

— Estou sentido o vento batendo nos meus pés, vem de debaixo dessa parede que você bateu.

— Então isso só pode ser uma porta — tateou a parede encontrando um botão que logo apertou, a porta levantou na hora. — Você é muito inteligente, Lector — sorriu.

— É claro que não... — virou o rosto envergonhado.

— Vem, vamos investigar.

A porta dava para uma sala submersa toda de vidro, possibilitando que conseguissem ver os peixes que nadavam ao redor. A vista era de tirar o fôlego de tão maravilhosa, mas o que chamou a atenção foi o pedestal no centro da sala com um pequeno baú branco.

Lector voou até o pedestal e abriu o baú com cuidado revelando o que tanto procuravam: uma pedra branca, a pedra da vida.

— CONSEGUIMOS — voou feliz com a pedra nas patas.

— Não acredito, estava bem debaixo dos nossos narizes.

— O que fazemos agora?

— Vamos voltar e procurar o Sting, claro que a pedra vai com a gente. Coloque de volta no baú.

Saíram da sala e fizeram o caminho contrário até a entrada do labirinto. Apesar da vontade de seguir pelo mesmo caminho que o loiro eles permaneceram quietos sentados nos degraus da escada, podiam acabar se perdendo no processo de busca.

Os minutos foram passando e os dois continuaram sentados até ouvirem um barulho. O labirinto passou a se mover mudando as direções até uma das paredes parar na frente da escada, impossibilitando que os dois vissem algo.

—— // ——

Sting estava andando pelo labirinto quando ele começou a se mexer, o loiro já estava perdido fazia tempo e depois das direções mudarem ele quase entrou em desespero. Assim que tudo parou de se mover o loiro sentiu o cheiro de flores vindo do caminho atrás dele e foi para lá que ele foi. 

As paredes e o chão ficaram completamente pretos com o passar do tempo, impedindo sua visão, nem sua magia estava adiantando para iluminar o local. Continuou andando em linha reta, mas acabou tropeçando no nada e caiu em cima de uma parede que foi ao chão junto com ele: era uma porta.

Levantou-se e olhou ao redor, estava em uma sala cheia de flores como um pequeno jardim. No centro da sala tinha um pedestal com um baú negro. Sting nem pensou duas vezes, pegou o baú sem nem olhar o conteúdo e saiu andando pelo mesmo caminho anterior, porém seus planos logo foram por água abaixo, literalmente.

As paredes do labirinto começaram a rachar e a água entrou pelas rachaduras, o que não era estranho, a casa onde entraram ficava em cima de uma pedra localizada em um lago, uma inundação era até previsível.

Utilizando toda sua habilidade de fuga, Sting passou a correr o mais rápido que conseguiu nem se importou com o caminho que estava escolhendo, apenas queria sair dali o mais rápido possível.

Depois de um tempo procurando o caminho sem sucesso, o loiro teve uma nova ideia, usou sua magia para quebrar mais ainda uma das paredes fazendo uma abertura suficiente para ele passar. Com um pouco de dificuldade conseguiu lutar contra a água e nadar até a superfície, por fim escapando do labirinto.

Chegou ofegante em terra firme e deitou-se no chão em busca de ar e foi então que se lembrou que Lucy e Lector ainda estavam lá embaixo. Correu com todas suas forças para a casa e desceu as escadas desesperado para no fim encontrar os dois sentados nos degraus com cara de tédio.

— Eu preocupado e vocês aí sentados, muito legal...

— Sting, como saiu do labirinto? — perguntou Lucy.

— Nadando. Aquela coisa começou a rachar depois que eu peguei esse baú aqui — mostrou o que estava em suas mãos.

— Você pegou a pedra da morte, nós achamos a pedra da vida! Finalmente fizemos algum progresso.

— Então é realmente a pedra...

— Você não sabia?

— Não, eu só peguei e sai correndo — riu.

— As vezes acho que você é idiota de propósito...

— Enfim, agora temos que encontrar o gato — ignorou a loira. — Lector, segura as duas pedras.

— Assim? — pegou as duas pedras nas patas. — E agora?

— Não sei...

— Agora temos certeza de que o gato da profecia é aquele preto e branco do seu sonho — Lucy deduziu. — O difícil é achar ele...

— Difícil para vocês, não para mim — Kaile apareceu entre os três e tentou pegar as pedras, mas Lector voou. — Volta aqui, bola de pelos.

— Jamais.

— Bem, nem precisa mesmo. Já consegui o que eu queria — mostrou as pedras. — Adeus, crianças — sumiu em uma nuvem de fumaça, levando as pedras consigo.


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