A Floresta de Areia escrita por ShiroiChou


Capítulo 11
As pedras


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas que estão lendo. Capítulo novinho para vocês.

Boa leitura!



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Kaile chegou ao esconderijo mais animado do que nunca, as pedras em suas mãos o faziam sorrir a cada vez que olhava, sentia-se uma criança que ganhou o que mais desejava de presente.

Dessa vez ao entrar na sala ele fez questão de acender a luz, o gato do quadro parecia até mais feliz aos olhos dele, como se sorrisse ao já saber que seus dois olhos estavam a caminho.

Assim que chegou perto do quadro ele tirou as pedras do bolso, roubar elas tinha sido a tarefa mais fácil de sua vida. Olhou para cada uma por alguns segundos e as colocou no quadro, a branca no lado preto e a preta no lado branco. Quase que de imediato a parede começou a tremer, o quadro virou de lado e caiu no chão com toda força.

As escadas reveladas levavam para uma pequena sala, a Sala Secreta que Kaile tanto almejou, era ali que encontrava-se a porta para uma floresta diferente onde as trevas reinavam e a luz obedecia. A temida, a lenda, a famosa Floresta de Areia.

O moreno procurou por vários e vários anos até que finalmente encontrou o quadro do gato, os boatos diziam que quem o achasse automaticamente obteria o acesso à floresta, bastava ter a pedra da vida e a pedra da morte. Claro que a busca não foi tão fácil, por isso ele criou um esconderijo ao redor do quadro e fundou uma guilda de secreta, a Death and Dark.

Agora com o objetivo concluído ele não sabia se manteria ou não a guilda, mas em todo caso deixaria essa decisão para depois, pois tinha algo para fazer.

A sala onde Kaile chegou estava vazia, as paredes em verde musgo e o chão preto não revelavam nada de diferente, mas ele sabia o que tinha ali. Encostou-se na parede do fundo e empurrou a atravessando sem trabalho. Do outro lado tinha uma sala idêntica a anterior com um papel grudado na parede.

 

Nada melhor do que uma sala falsa para combinar com o quadro e as pedras igualmente falsos.

Continue procurando, quem sabe um dia você não encontre a entrada para cá.

Ass. Um habitante da Floresta de Areia.

 

— MALDIÇÃO!

— Mestre Kaile? — chamou um menino que não passava dos doze anos.

— O que foi?

— A equipe de vigia acabou de nos ligar, os magos estão com duas pedras estranhas. Entregaram para uma moça de cabelo rosa, ela estava vestida de empregada.

— Ótimo, continuem vigiando.

— Sim.

— Malditos, acham que podem me enganar. Azar o deles, sempre estarei dois passos à frente — sorriu macabro.

—— // ——

— Isso só pode ser sacanagem! Encontramos as pedras para aquele “sei lá o que” pegar sem mais nem menos — Lucy reclamava deitada na cama.

— Aquele cara deve ter alguma magia para achar a gente, não é possível. QUE RAIVA! — Sting encontrava-se no mesmo estado.

— Como vamos recuperar as duas agora?

— Não faço ideia, ele não tem cheiro nenhum. Aparece do nada e some do nada. Será que é um fantasma?

— Você está de brincadeira, né?

— Nunca viu fantasmas, Loira? — sorriu sapeca.

— Não, porque não existem.

— Como você sabe se nunca viu?

— Justamente por não ter visto que eu tenho certeza.

— Fica aí falando que não existem, quando alguém puxar seu pé de noite não venha pedir ajuda.

— Como se eu precisasse da sua ajuda para espantar algo.

— Ei, acabei de encontrar duas pedras, mas elas são transparentes. O que faço com elas? — Lector mostrou as duas pedras, ele estava sentado no chão no meio das duas camas.

— Onde achou isso, Lector?

— Eu estava mexendo nesses dois baús aqui e acabei puxando a espuma de dentro, as pedras estavam debaixo.

— Lector, meu gatinho super ultra inteligente. Nós temos que fazer uma estátua em sua homenagem — Lucy sentou no chão e pegou o exceed o abraçando. — Só não entendo que pedras são essas...

— Devem ser as pedras reais, o que quer dizer que aquelas duas eram falsas. Estamos na vantagem — Sting começou a dançar pelo quarto.

— Espera, se essa são as verdadeiras, por que são transparentes?

— É, realmente... Eu não tinha pensado por esse lado...

— Pedras ou não, nós precisamos nos esconder. Kaile perceberá que as pedras são falsas e virá atrás de nós, mesmo que não tenhamos as pedras reais de fato...

— E o que você sugere, Lu?

— Algumas vezes durante missões eu vi um perfume que inibe a ação de qualquer forma de rastreamento, vende em várias lojas mágicas.

— Ótimo, vamos pegar nossas coisas e vazar daqui.

— Nem pensar, nós temos é que tomar banho para dormir. Amanhã nós vamos embora.

— Mas...

— Mas nada, não vou sair daqui até estar devidamente descansada.

— Olhando por esse lado... Ok.

Lucy foi a primeira a tomar banho, não esquecendo de pedir para Virgo guardar as pedras depois de deixar uma muda de roupa, ela não sabia o que aquelas pedras significavam, mas sentia que deveria garantir que ficassem seguras. Depois de todos estarem devidamente limpo, deitaram-se para dormir.

—— // ——

Amanhecia na cidade sem nome, mas nenhum dos três encontravam-se dormindo. Sting, Lector e Lucy saíram da pousada pela madrugada e logo pegaram um trem para uma cidade qualquer, não porque queriam e sim porque perceberam que alguém os observava.

Dentro do trem a sensação de estarem sendo seguidos não diminuiu, os três acreditavam que o seguidor fazia parte da guilda do Kaile e o mesmo provavelmente tinha mandado alguém para os seguir por já ter descoberto que as pedras eram falsas.

— Para qual cidade estamos indo? — perguntou Lector ainda sonolento.

— Vamos para Camélia, não faço ideia de que cidade é essa... — respondeu Lucy olhando um mapa.

— O que já resolvemos da profecia?

— Hum... Nós três somos o trio ambicioso, eu acho. As pedras não sabemos se temos, os segredos nas costas eu tenho quase certeza que se refere ao banho do Sting, descobrimos sobre a carta por causa das costas dele — riu enquanto lembrava do acontecido. — O que você acha, Costas Vermelhas? — zombou.

— Você nunca vai esquecer isso?

— Não.

— Um dia será sua vez, Loira, só me aguarde.

— Nossa que ameaçador — continuou zombando.

— O gato não sou eu — Lector interrompeu a brincadeira dos dois loiros. — A guilda é a daquele cara.

— As únicas partes que não entendi foram as quatros estações do ano e a bacia, será que é daquelas de plástico? —Sting expôs suas dúvidas.

— Será que se colocarmos as pedras dentro de uma bacia o gato vai aparecer e elas ficarão nas cores certas, Sting-kun?

— Oh, é uma ótima ideia, Lector. Tem que ser meu companheiro para ser inteligente!

— Concordo.

— Vocês acham mesmo que uma simples bacia vai nos ajudar? — perguntou Lucy com uma gota na cabeça.

— E por que não?

— Sei lá, uma bacia é muito fácil de achar. Não vi nada sendo fácil até agora, tirando a parte das pedras, mas isso não é certeza.

— Sting-kun, ela tem razão...

— Tanto faz, não custa tentar — Sting não se abalou.

— Ok, vocês quem sabem — deu-se por vencida.

— Senhoras e senhores, o trem estará parando por motivos de seguranças. Dentro de alguns minutos o problema será resolvido e continuaremos com a viagem — comunicou o motorista pelo alto-falante.

— O que será que aconteceu? — Lector olhou ao redor. — Tem fumaça do lado de fora do trem — apontou para a janela.

— Bem inteligente para um gato — Kaile apareceu na janela. — Então, que tal pararem de palhaçada? Não tenho a vida toda para ficar esperando, sabe?

— O que você quer agora? — Lucy levantou-se nervosa.

— Eu? As pedras, o que mais eu iria querer de três crianças irritantes?

— Deve vez você não escapa — Sting partiu para cima, mas atravessou corpo de Kaile e quase caiu pela janela.

— Na minha época os jovens eram mais inteligentes — riu. — Não sabem nem o que é um holograma...

— Cadê o seu corpo verdadeiro?

— Destruindo o trem.

— Você não precisa envolver inocentes nisso!

— Que inocentes? Esse é um trem falso sem passageiros, acharam mesmo que me enganariam? O único que engana aqui sou eu — olhou-os com desdém.

— Não importa, não temos as pedras.

— Como se eu fosse acreditar em meros pirralhos. Bem, já que não querem me entregar eu pego de outro jeito. Cuidado com os trilhos.

— Maldito, temos que sai daqui...

— Abra-te, portão dos gêmeos. Gemini — Lucy invocou.

— No que podemos ajudar?

— Copiem o Lector e me leve para fora do trem, Lector você já sabe o que fazer.

— Sim — o exceed carregou Sting depois que Gemini transformou-se nele.

Os “dois” exceeds levaram os dois loiros para fora do trem antes que ele caíssem. Gemini voltou para seu mundo logo depois de colocar Lucy no chão.

O terreno onde tinham pousado não tinha nada além de terra, lama e poças de água. Kaile não parecia ter percebido a fuga dos três, mas para garantir eles praticamente correram para o mais longe possível até entrarem em uma floresta de árvores secas.

O lugar com certeza causava arrepios mesmo de dia. Os troncos torcidos pareciam criar formas humanoides, as poucas folhas ainda presentes faziam barulho quando o vento batia, mas algo se diferenciava do resto: um gato metade preto e metade branco.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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