Um Deus entre os Mortais escrita por Pandora


Capítulo 7
A Rainha do Trono de Papel


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!!!
Eu sei, demorei para postar, mas é porque não possuía muito tempo... Mas venho novamente aqui com mais um capitulo fresquinho só para vocês kkk
Espero que gostem... ;)
Qualquer erro que venha a estar presente no texto, peço desculpas, mas se poderem me avisar, me ajudaram bastante.



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O dia chegava ao fim. Os poucos resquícios do céu alaranjado que anteriormente existia, extinguia-se, dando lugar ao negrume da escuridão da noite. Com ele, ventos gélidos e arrepiantes se intensificavam trazendo consigo a umidade da baia. Os animais noturnos como corujas, morcegos e até mesmo pequenos roedores já se encontravam despertos e prontos para os seus passeios.

O caminho aquoso era coberto por uma vegetação rasteira, árvores altas que a cada metro se mostravam mais agarradas umas às outras, impediam que os últimos raios de sol transpassassem por entre suas copas. A trilha pedregosa, repleta de curvas e declives, estendia-se escondida em meio aos compridos pinheiros não deixando que indicassem seu suposto fim.

As caçadoras em fila indiana, andavam sendo escoltadas por mulheres trajadas em ternos negros. Desarmadas e com seus orgulhos fragilizados, quarenta meninas vestidas em branco caminhavam em direção ao desconhecido. Perseu, assim como a tenente da caçada seguia a frente do grupo. Uma vez que as meninas não mais trocavam olhares para com eles, apenas se mantiveram atentos ao caminho que se embrenhava cada vez mais na floresta.

Mesmo dizendo a si mesmo que compreendia as razões das caçadoras em agirem daquele jeito, Percy só estaria se enganando. Seja qual fosse a rixa entre as caçadoras e as amazonas, o deus não podia deixar que uma guerra sem sentido entre os dois grupos acarretasse em mortes desnecessárias. Afinal, os dois grupos faziam parte dos domínios do deus dos heróis, e para Percy, ver suas protegidas combaterem entre si, seria como ver suas filhas em uma batalha até a morte. Engraçado de se pensar, vindo em conta que algumas das caçadoras fossem muito mais velhas que o próprio deus...

Zoe que havia permanecido pensativa desde quando havia deixado a praia, ousou olhar por cima dos ombros em direção as suas caçadoras, mas o que viu foram rostos virados e semblantes com diversos sentimentos. Raiva, tristeza, magoa, eram algumas das muitas expressões que se mostravam gravadas nas meninas, mas a mais impactante dentre elas era o sentimento de traição... A tenente não conseguiu esconder a própria tristeza, mas ela sabia que dentre todas as escolhas, a que fizera ainda seria a melhor decisão a ser tomada...

O deus olhou para a caçadora. Durante todo o percurso, tentava buscar palavras de conforto, mas nada vinha em mente. Nunca se postou frente a uma situação como aquela antes, e não possuía vergonha em dizer que não sabia o que fazer... O silencio foi a única resposta que encontrou, paciente e ao mesmo tempo confortativo, ele mostrava que não precisava de palavras para dizer que estaria ao lado de sua caçadora para o que quer que estivesse por vir...

Passado um tempo caminhando junto aquela interminável vegetação, foi possível perceber o chão de terra batida ganhar gradativamente calçamento. Paralelepípedos de diferentes tamanhos e formatos estavam dispostos de forma organizada, não muito depois, archotes em chamas começavam a ganhar visibilidade conforme se aproximavam de extensas portas de metal. Os portões reforçados de mais de cinco metros de altura se erguiam majestosamente encrustados em uma rocha maciça.

O grupo quando chegou aos pés do portão, esperaram Kinzie se aproximar de uma pequena fresta no conto direito. Três pequenas batidas foram o suficiente para quem quer que estivesse do outro lado aparecesse frente a abertura. Olhos castanhos encararam a mulher de cabelos ruivos. Palavras quase inaudíveis foram trocadas entre comandante das amazonas com a pessoa, mas nada que Perseu e sua super audição não dessem conta. Palavras do tipo “Amazona Kinzie retornando da varredura do perímetro. Trago prisioneiras para serem julgadas pela nossa rainha...“ O que veio posterior a isso não era realmente digno de relevância...

Com um arrastar agudo e irritante, as grosas portas abriram-se revelando o interior da montanha. O dono dos olhos castanhos era de fato outra amazona, porém mais velha que Kinzie. Assim como seus olhos, seus cabelos castanhos se estendiam até sua cintura, presos a finos anéis dourados que davam a amazona um ar gracioso de princesa. Vestida igualmente como as demais mulheres guerreiras, a única coisa que diferenciava suas patentes era um pequeno broche feito a bronze que possuía preso a aba do terno da ruiva, indicando que ela era mais do que uma simples guardiã de portão.

As caçadoras guiadas para dentro não demoraram a escutar rugidos bestiais e barulhos agudos de garras raspando metal. Temerosas se forçaram a caminhar com as demais amazonas que as acompanhavam.

O corredor que se seguia a frente, mostrou-se ser bem amplo enquanto grandes celas se erguiam majestosamente conforme caminhavam. Em algumas era quase impossível saber o que as ocupavam devido a iluminação, já em outras, Percy por exemplo se surpreendeu em conseguir ver um grupo de fortes de cavalos próximos a uma cocheira. A cena até poderia ter sido agradável se não fosse pelos animais estarem se alimentando de carne. “Banquete“, “Carne Fresca”, “Entre aqui e deixe-nos come-los“. Perseu não sabia como, mas forem essas as traduções dos relinchos dos vigorosos animais enquanto passavam em frente à sua cela.

— Cavalos carnívoros. — Sussurrou Kinzie para Zoe, percebendo a curiosidade da caçadora. — Tomaria uma certa distância se fosse você... eles adoram abocanhar. —Não só a tenente, mas todas as meninas imortais acabaram por dar um passo para longe da grade...

Percorrendo corredores e salões gigantes até entrarem um uma sala maior que as anteriores. Um rio de aspecto calmo, porém mortal aos olhos descuidados, encontrava-se cruzando o exímio espaço. Um porto com capacidade para cinco navios de porte médio se mostrava construído naquela gruta. A amazona Kinzie guiou o grupo até um dos barcos, parando ali.

— Muito bem caçadoras, para que sejam julgadas por nossa rainha teremos que levá-las até a cede de nossas operações. Por que como devem ter reparado, aqui nada mais é do que um deposito...

— Chama esse lugar de deposito? — Questionou Febe, levianamente. — Como podem criar animais como aqueles?

— Isso não vem a ser do seu interesse caçadora. — Falou a mulher guerreira, enfatizando a palavra “caçadora” enojada. — Mais deixo claro que criamos tudo aquilo que tem valor comercial.... Mais alguma pergunta que não seja sobre as nossas mercadorias?

— Porque ter essa base aqui, se sua sede fica do outro lado da baia? — Perguntou Perseu.

— Já falei que homens não falam sem permissão. — Respondeu a comandante das amazonas ameaçando ir em direção ao deus, mas foi prontamente impedida por Zoe.

— Chega de lutas desnecessárias. — Falou a caçadora.

A guerreira a fitou penetrantemente, mas após uma guerra de olhares acabou por desistir em atacar...

— Respondendo sua pergunta... — Começou contrariada a amazona. — Não seria sábio abrigar monstros extremamente perigosos em Siatlle. Caso ocorresse alguma fuga, seria um grande problema para a cidade.

Percy nada respondeu, silenciosamente apenas acenou com a cabeça indicando que havia escutado a informação.

— Mas alguma pergunta? — Preguntou a amazona, deixando seu olhar se demorar um pouco mais sobre a tenente das caçadoras. Interpretando como um “não“ o silencio que havia surgido, Kinzie continuou. — Podem embarcar, próxima parada, cede das amazonas.

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O navio Hipólita I navegava seguindo as águas da baia de Elliott calmamente. Sem presa, a embarcação flutuava com a velocidade comandada pelas correntezas do próprio rio.

Conforme o tempo passava, o barco se aproximava cada vez mais da cidade que de longe já se podia ver magnificamente colado a costa. Seus muitos prédios se destacavam como um grande conjunto de pilares, alguns mais altos do que outros. Dentre todos, um em especial chamava bastante atenção. O Space Needle com sua vista panorâmica do toda a região sem dúvida merecia o prêmio de melhor atração turística da cidade. Tudo ficava ainda mais perfeito em contraste com as cordilheiras de montanhas ao fundo junto aos seus picos esbranquiçados, e a iluminação artificial decorrente da negritude da noite que criava um gigantesco espelho d’água cujo efeito refletia as imponentes construções. Sem sombra de dúvida, Siatlle era uma cidade de tirar o fôlego...

Tanto o deus quanto as caçadoras, achavam que aportariam em um dos muitos embarcadouros na orla da baia, mas se surpreenderam quando o barco acabou por adentrar em um dos rios que cruzavam a capital.

Passados pontes e avenidas, o navio Hipólita I começou a diminuir de velocidade e se dirigiu para um pequeno túnel que para todos os habitantes não existia. Percy não precisava ser um deus para saber que a entrada era escondida com a névoa. Bastou olhar para a abertura para que um grande letreiro em neon escrito “AMAZON” surgisse suspenso a cerca de oito metro do chão.

Por alguns minutos, tudo o que puderam ver foram as luzes piscantes nas laterais do túnel para iluminar o trajeto. Quando novamente o grupo pode ver a luz, um espaço de aproximadamente dez colégios com quadras esportivas se mostrava avantajado em relação a tudo que um dia já chegaram a ver.

Correias percorriam a sala toda, como tobogãs, carregando caixas para todo lado. Prateleiras de metal se estendendo indefinidamente, repleta de caixas de mercadoria. Guindastes e braços robóticos, dobrando caixas de papelão, embalando encomendas. Algumas das prateleiras eram tão altas que elas eram acessíveis somente através de escadas e passarelas, que corriam pelo teto como arquibancadas de teatro.

O porto para acompanhar o nível do rio, ficava a algumas dezenas de metros acima da base da caverna. Quando o barco parou em um dos desembarcadouros, o grupo seguiu a pé por uma rompa que dava acesso a um dos píeres. Somente quando desceram, o grupo reparou no montante de embarcações que chegavam e deixavam o local. Só naquele momento havia aproximadamente trinta barcos como o que haviam acabado de sair, mas o porto demonstrava poder abrigar muitos mais do que somente aquilo...

Descendo escadas de metal na encosta da caverna, as caçadoras tinham a impressão que a cada passo dado em direção ao fundo, ele se mostrava cada vez mais distante.... Quando enfim chegaram ao final da escada, perceberam que a verdadeira caminhada seria cruzar o grande corredor repleto de prateleiras e amazonas armadas com armas feitas em bronze celestial.

Conforme andavam Percy não se surpreendeu ao ver outros homens, mesmo estes possuindo colares de ferro no pescoço e macacões laranjas. Não chegava a ser uma surpresa para ele. O deus dos heróis já havia estudado as amazonas e suas ideologias. Embora muitos passam a confundi-las com as caçadoras e as julgá-las como desprezadoras de homens, elas não os odiavam, somente querem mostrar quem é que está no comando, ou seja, elas...

— Por aqui! — Quebrou o silencio Kinzie, enquanto virava em um dos muitos corredores cujas placas há muito já haviam ultrapassado as letras do alfabeto.

— Então Kinzie... — Começou Febe que inesperadamente havia aparecido no começo da fila. — O que uma amazona como você estava fazendo vigiando uma praia na ilha Whidbey?

A garota ruiva virou o rosto encarando a caçadora mais “jovem “ que ela. Por uns instante confusão e tristeza vieram a aparecer aos olhos da amazona, mas como uma mulher guerreira que era, rapidamente soube controlar suas emoções.

— Isso não é da sua conta caçadora....

— Ah! Vamos, Kinzie. — Insistiu a menina. — Se o que você diz for verdade, nós seremos julgadas e condenadas por sua rainha daqui a alguns minutos. Nada a impede de nos contar um pouco sobre você até que isso ocorra...

— Já disse que isso não é da sua....

— Está com medo? — Cortou Febe com seu ligeiro típico sorriso.

Por um momento, a amazona desapareceu daquele local. A garota ruiva estava de volta a noite que a anos a atormentava. Um dia sombrio que se ela pudesse gostaria que nunca houvesse existido. Como se fosse real, a tremedeira pareceu voltar a amedronta-la. Somente os gritos desesperados de sua melhor amiga ecoavam pela escuridão da noite que por anos haviam atrapalhado suas horas de sono...

— Entendo.... — Falou Perseu, com os olhos fechados. Chamando a atenção tanto das amazonas como das caçadas mais próximas.

— Entende o que, homem?

— Entendo o que ocorreu naquele dia Kinzie. Saiba o que houve não foi sua culpa. Não havia nada que pudesse fazer para ajudá-la...

Tudo ocorreu em questão de segundos, em um instante a comandante das amazonas que estava parada olhando para a frente se virou e levantou sua arma, pondo-a sobre o pescoço do deus. Um pequeno fio vermelho rubro foi possível ser observado escorrer pelo pescoço do deus dos heróis. Surpreendendo não somente as amazonas, mas as caçadoras pela reação calma demonstrada pelo garoto.

— Como fez isso? — Perguntou furiosamente a garota. — Como soube o que aconteceu? Responda-me semideus!

— Só falarei perante sua rainha. — Falou Percy. Vendo o rosto da mulher a sua frente se tornar tão vermelho quanto seu cabelo. — Somente lá...

— Vou perguntar mais uma vez.... Como...

— Kinzie, deixe-o. Você sabe que temos que levá-las a Hylla o quanto antes. — O chamado da companheira da comandante das amazonas foi o suficiente para chamar atenção da garota.

— Você é um homem morto! — Falou a comandante do grupo depois de um tempo, encarando mortalmente o “semideus“. Kinzie voltou para a frente da companhia, mas não antes de bater com a base da bainha da espada no estomago do deus, que surpreso, tudo que fez foi tentar recuperar o ar que havia lhe faltado.

— Vamos! — Ordenou uma amazona furiosa, não deixando espaço para contestação.

O grupo adentrou uma sala menor que a anterior, porém igualmente única. As paredes cobertas por prateleiras, possuíam estandartes de guerra, escudos pintados e cabeças empalhadas de dragões, hidras, leões gigantes e javalis selvagens. Além de diversas jaulas para todos os tipos de animais. Algumas sendo empilhadas, e outras sendo levadas dali.

Ao longe uma discussão poderia ser vista entre duas amazonas ao pé de uma outra, está última sentada em um exótico trono. Conforme se aproximavam, o grupo pode perceber que a cadeira da rainha era feita de aproximadamente mil cópias de algo chamado Os cinco Hábitos da mulher altamente agressiva.

A rainha de com sua aparência imponente, observava a discussão das duas guerreiras em completo silêncio. Hylla por volta dos 20 anos, era magra e aparentava ser rápida como um tigre. Usava uma capa preta e botas negras. Sem coroa ou qualquer adorno típico da realiza, possuía somente um estranho cinto feito de vários elos de ouro, como um labirinto. De longo cabelos pretos, e olhos escurecidos beirando ao negro, possuía a mesma expressão impassível de Zoe, quando se estivesse tentando decidir qual das Amazonas em sua frente mais mereciam morrer.

— Estou dizendo.... Temos que escolher um lado antes que seja tarde. — Foram essas as primeiras palavras que o grupo conseguiu escutar por cima dos muitos barulhos provenientes dos animais na sala.

— Você tem ideia do que está falando! — Respondeu a amazona para a colega. Sendo as duas amazonas estudadas analiticamente pela rainha. — Nosso povo nunca se subjugou a alguém, e não será agora que faremos isso...

— Não temos muita escolha. Quanto mais demorarmos, mas perigoso será!

— Já chega! — Gritou a rainha Hylla, sobrepondo sua voz acima da discussão. — Essas brigas não nos levaram a nada. Peço que reformulem seus pontos de vistas e me apresentem eles daqui a duas horas... — O simples desviar dos olhos da rainha em direção ao grupo foi o suficiente para que a sala inteira entrasse em colapso. — Vocês!

As duas amazonas que antes discutiam olharam para trás, acabaram por sacar suas armas ao avistarem o grupo trajado em prateado poucos metros de si. A rainha que antes se mantinha sentada, saltou para a base do seu trono.

— Não imaginava que as caçadoras seriam tolas em quebrar o acordo, mas olha quem está aqui... — Falou sarcástica Hylla, se aproximando de Zoe. — E pensar que um dia acreditei que você fosse uma mulher sensata, Zoe Doce-Amarga.

— É bom ver-te novamente Hylla. Não mudou nada por sinal...

— Pelo menos não preciso ter imortalidade para aparentar ser sempre jovem. — Respondeu a rainha das amazonas, sacando uma adaga que estava presa em sua cintura. — Você deve se lembrar do nosso acordo não é mesmo.... Eu poupei sua vida e de suas amigas a pedido de Artêmis, mas agora que ela não está aqui, não tenho porque fazer novamente isso...

— Como sabe que Milady não está aqui?

— Por favor caçadora, se a deusa da caça e da lua estivesse realmente aqui, não acha que ela já teria aparecido! — A rainha olhou para as garotas e se demorou um pouco mais no estranho medalhão de Lucy. — E além do mais, todos já sabemos que o Olimpo fechou suas portas, e se manterá assim até que o raio de Zeus seja recuperado....

O grupo de caçadoras olharam surpresas para a rainha. Não conseguiam imaginar meios para que a notícia tenha se espalhasse tão rápido ao ponto de ter chegado até ali.

— O que realmente eu quero saber é do porquê de vocês estarem aqui?

— Encontrei elas na ilha Whidbey minha rainha. Trouxe-as para serem julgadas como mandam nossas leis...

— Entendo, fez o certo Kinzie. — Lançando um singelo olhar em direção a sua guerreira.

Percy que até aquele momento havia passado despercebido pela rainha, pode perceber um pequeno vislumbre de carinho e pesar impregnados naquele simples olhar.

— Então quer disser que agora praticam invasão. Não pensei que as caçadoras fossem se afundar tanto assim... — Junto com o comentário, olhares raivosos foram retribuídos pelas caçadoras.

— Ora sua... — Febe foi impedida pela lamina de Kinzie estendida próxima da sua garganta.

— Não terminaria suas palavras se fosse você...

Febe impossibilitada, olhou para sua tenente que a encarou intensamente. Não precisavam de palavras para saber que Zoe a estava a repreendendo.

— Vejo que depois de tudo, acabaram por andar acompanhadas por um homem. — Falou Hylla, desviando os olhos para Perseu. Medindo-o de cima a baixo.

— Somente por ordens de nossa deusa. — Respondeu Zoe, assumindo sua tão costumeira expressão de tenente das caçadoras de Artêmis.

— Confesso que estou surpresa. Nunca esperaria ver a deusa que odeia homens aceitar que um ande junto a suas amadas caçadoras.

— Ele até que é suportável para um garoto. — Respondeu a caçadora.

Percy a olhou desacreditado. Não importava o nível da situação, Zoe tinha que achar um jeito de inferioriza-lo na frente dos outros...

— Da última vez, isso não a impediu de fazer o que fez! — Sussurrou Hylla. Mas somente duas pessoas foram capazes de escutar. A tenente das caçadoras Zoe, porque estava a meio passo de distância da rainha e Perseu com sua super audição.

— Isso é diferente. — Falou Zoe. — Você sabia o que ele fez, e mesmo assim...

— Mentira! Você sabia que ele era a única coisa que me prendia a uma vida mortal e mesmo assim fez com que fosse tirado de mim... — Gritou a rainha. Deixando um deus apreensivo, e o resto das garotas surpresas...

Percy temia pelo que estava por vir. A relação entre amazonas e caçadoras até onde ele sabia era extremamente frágil e delicada. Qualquer ação ou palavra usada de forma a ser leviana, poderia aceder a faísca de uma grande explosão.

— Você não aceitou que eu tivesse escolhido ele ao invés de entrar na caçada e assim o tirou de mim...

— Você está mudando os fatos, não foi isso o que realmente aconteceu...

— Já basta! — Interrompeu a rainha. — Naquele dia fui impedida, mas não serei dessa vez. Já está mais que na hora de dar sua sentença.

As caçadoras mais jovens começaram a chorar sem compreender o que acontecia. Já as mais velhas olhavam para a rainha com total desprezo estampado em seus rostos.

— Como rainha das amazonas, seguidora dos ensinamentos e valores de Otrera, primeira rainha. Condeno todas as caçadoras a morte, por traição, falso testemunho e pelas regras que foram determinadas no nosso acordo caso voltássemos a nos encontrar...

— Não! — Gritou Zoe. — Você faria isso a crianças. — Falou a tenente da caçada, olhando diretamente para Lucy, que já possuía lagrimas a escorrer por suas delicadas bochechas...

— Eu...

— CHEGA! — Gritou Percy. — Hylla Ramírez-Arellano. Filha de Belona. —Falou Perseu, deixando pela primeira vez que sua áurea emanasse surpreendendo as meninas. Ao mesmo tempo que a sensação deixada pelo poder era de completa vida, naquele momento havia entrelaçado com ela raiva. — Eu proponho uma troca, minha vida em troca da segurança e liberdade das caçadoras.


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Notas finais do capítulo

Bom é isso... kk Confesso que esse cap deu um certo trabalho, mas eu gostei do resultado...
Agora de fato irá começar a história de verdade e toda a ação que eu venho prometendo desde lá de trás.... hahah
Sobre os casais que eu perguntei na ultima nota final, já me decidi e será uma surpresa kkk Não teria graça se eu contasse. Não é mesmo!
E agora um AVISO IMPORTANTE: Por questões de revisão, eu pedi ajuda para um BETA da Liga dos Betas, então demorarei um pouco para voltar a atualizar, mas será pouco tempo. Um mês mais ou menos. Bom até, terei adiantado muitos capítulos para vocês.^^